PAPA PRESIDIRÁ À CANONIZAÇÃO DE QUATRO NOVOS SANTOS
Cidade do Vaticano,
– Bento XVI vai presidir, no próximo domingo, na Praça São Pedro, diante da Basílica vaticana, a solene Canonização de quatro novos santos da Igreja.
Trata-se de Afonsa da Imaculada Conceição (Ana Muttathupadathu), primeira santa indiana; Maria Bernarda Bütler, suíça, evangelizadora na Colômbia e Equador; Narcisa de Jesús Martillo Morán, equatoriana; e o sacerdote italiano, Padre Caetano Errico.
Num momento em que os cristãos na Índia sofrem dura perseguição, a Igreja propõe uma nova santa para a imitação dos fiés: Afonsa da Imaculada Conceição, religiosa da Congregação das Clarissas da Terceira Ordem de São Francisco.
Afonsa da Imaculada Conceição nasceu em Kudamaloor, arquidiocese de Changanacherry, estado de Kérala, em 19 de agosto de 1910. Perdeu sua mãe quando ainda pequenina. Sua tia a educou e queria encaminhá-la ao matrimônio. Mas Ana se orientava, com firmeza, a dedicar sua vida a Cristo, seguindo o exemplo de Santa Teresa de Lisieux. Com efeito, entrou para o Convento das Franciscanas Clarissas, em Bharananganam, a 2 de agosto de 1928, onde recebeu o nome religioso de Afonsa. No entanto, sua saúde frágil era um obstáculo para sua vida religiosa, motivo pelo qual suas superioras queriam que ela voltasse para casa. Afonsa, porém, persistiu em sua vocação e, após muitas dificuldades, emitiu os votos perpétuos em 1936. Toda a sua vida como foi um verdadeiro holocausto a Deus: ela oferecia ao Sagrado Coração de Jesus todos os seus sofrimentos. Afonsa concluiu a sua vida terrena entre grandes dores e padecimentos. Encomendando serenamente a sua alma a Deus e pronunciando os nomes de Jesus, Maria e José, faleceu em 28 de julho de 1946, com a idade de apenas 35 anos. Sua sepultura, em Bharananganam, próximo de Kottayam, é visitada por milhares de fiéis durante todo o ano.
Maria Bernarda Bütler, fundadora das Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria Auxiliadora, nasceu em Auw, Suíça, em 28 de maio de 1848, numa família simples e de pais camponeses. Em 1867, ingressou para o mosteiro franciscano de Maria Auxiliadora. Dois anos mais tarde, fez sua profissão religiosa, recebendo o nome de Maria Bernarda do Sagrado Coração de Maria.
Em 1888, junto com seis companheiras, Maria Bernarda partiu para o Equador, onde fundou a Congregação das Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria Auxiliadora, cujo carisma é a extensão do Reino de Deus através das obras de misericórdia.
Sete anos mais tarde, durante a perseguição contra religiosos, liderada pelo então Presidente equatoriano, Eloy Alfaro, Madre Maria Bernarda e suas Irmãs abandonaram o país e receberam hospitalidade em Cartagena, na Colômbia, pelo então bispo daquela diocese, Dom Eugênio Biffi. Ali, a Madre permaneceu 29 anos, até quando expirou, em 1924, aos 76 anos de idade.
Narcisa de Jesus Martillo Morán nasceu em um povoado chamado São José de Nobol, na diocese de Guayaquil, Equador, em 1832. Seus pais eram agricultores e ela era a sexta de nove filhos.A busca de direção espiritual a levou a transferir-se a Guayaquil, quando tinha cerca de 20 anos, onde levava uma vida pobre e se alojava em lugares simples. Quis seguir o exemplo de vida de santa Marianita de Jesus (1618 - 1645), também equatoriana. Os biógrafos as consideram almas gêmeas.Tendo-se santificado na zona rural e na cidade, em sua pátria e fora dela, muitos migrantes têm especial devoção por ela. Em Guayaquil conheceu o sacerdote franciscano, Frei Pedro Gual, que residia em Lima. Assim, Narcisa encontrava seu diretor espiritual, que a ajudou espiritual e materialmente. Ele lhe pediu para se mudar para Lima, onde se estabeleceu numa casa de religiosas.Narcisa praticava a caridade, especialmente com os pobre e enfermos, a quem preparava infusões de ervas. Faleceu no dia da inauguração do Concílio Vaticano I, oferecendo seus últimos sofrimentos por este importante evento eclesial.
O quarto santo será Caetano Errico, nascido em Secondigliano, perto de Nápoles, em 19 de outubro de 1791. Como sacerdote, aprendeu a conhecer o coração do ser humano, caminhando com pessoas que passaram da miséria material para a miséria moral. Visitava os enfermos terminais no hospital napolitano dos «incuráveis», e os presidiários.
Caetano foi confessor em todas as horas do dia, até em seu leito de morte. Com a confissão, tentava mostrar a misericórdia do amor de Deus, em tempos em que o jansenismo apresentava uma visão rigorista da fé cristã.
Foi conselheiro espiritual de cardeais e arcebispos de Nápoles, como também do rei daquele reino, Fernando; mas, ao mesmo tempo, ele se aproximava dos mais pobres, em busca de orientação.
A todos, repetia: “Passem mais tempo aos pés de Jesus sacramentado que aos pés do confessor”.Caetano quis fazer de sua vida uma profecia da misericórdia de Deus, motivo pelo qual fundou a Congregação de Missionários dos Sagrados Corações de Jesus e Maria. Ele faleceu em Secondigliano em 29 de outubro de 1860. (MT)
Fonte: RV
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