Seguidores

NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

Esteja ao lado de Nossa Senhora de Fátima como nunca pode imaginar.

Visite a Capela das Aparições, ON LINE.
Participe das orações, do terço e das missas diárias.

Clique na imagem de Nossa Senhora e estará em frente à Capelinha do Santuário de Fátima.

CAPELA DE NOSSA SENHORA DA MEDALHA MILAGROSA

Uma Capela cheia de segredos !Você quer descobri-la conosco? Saiba, antes de tudo, que a Casa Mãe da Companhia das Filhas da Caridade era o antigo "Hotel de Châtillon". Este, foi concedido à Companhia, em 1813, por Napoleão Bonaparte, depois da tormenta da Revolução Francesa. Imediatamente, começa a construção da Capela.A 8 de agosto de 1813, realizou-se a bênção solene da Capela dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. Em 1830, aconteceram então as aparições. Aumentou o numero de vocações.Foi necessário transformar a Capela, que passa então por várias modificações. Em 1930, por ocasião do centenário das apariçes, uma nova reforma nos mostra a Capela tal como a vemos hoje.Agora, a você a oportunidade de visitá-la!
http://www.chapellenotredamedelamedaillemiraculeuse.com

Visita a Capela da Medalha Milagrosa, localizada na Rue du Bac, 140 - Paris

Visita a Capela da Medalha Milagrosa, localizada na Rue du Bac, 140 - Paris
Clique sobre a foto para a visita guiada em 15 etapas

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

IGREJA APRENDA LINGUAGENS DA NOVA MÍDIA PARA INSERIR EVANGELHO NA CULTURA DIGITAL

BENTO XVI: IGREJA APRENDA LINGUAGENS DA NOVA MÍDIA PARA INSERIR EVANGELHO NA CULTURA DIGITAL


Cidade do Vaticano, 28 fev (RV) - Estudar com diligência as linguagens da moderna cultura digital para ajudar a missão evangelizadora da Igreja e inserir nestas novas modalidades expressivas os conteúdos da fé cristã.
Esse foi, substancialmente, o discurso que Bento XVI dirigiu na manhã desta segunda-feira, na Sala Clementina, no Vaticano, aos membros que participam – de hoje até a próxima quinta-feira – da plenária do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais.
Uma linguagem “emotiva”, exposta ao risco constante da banalidade. De contrapartida, uma linguagem rica de símbolos, de milhares de anos a serviço do transcendente.
O que a comunicação digital tem em comum com a comunicação da Bíblia? Pouco, aparentemente, se não fosse que para a Igreja não existe linguagem nova que não possa ser compreendidade e utilizada para anunciar a mensagem de sempre, a mensagem do Evangelho.
Bento XVI examinou as implicações dessa questão voltando a um tema muitas vezes abordado nestes últimos anos: o das novas tecnologias e das mudanças que elas induzem no modo de comunicar, a ponto de ter configurado “uma vasta transformação cultural”.
As redes web – afirmou o Pontífice – são a demonstração de como “oportunidades inéditas” estão delineando um “novo modo de aprender e de pensar”, de “estabelecer relações e construir comunhão”. Mas não basta ter consciência disso – observou.
A análise deve ser mais profunda:“As novas linguagens que se desenvolvem na comunicação digital determinam, entre outras coisas, uma capacidade mais intuitiva e emotiva que analítica, orientam a uma diferente organização lógica do pensamento e da relação com a realidade, privilegiam, muitas vezes, a imagem e as conexões hipertextuais.
Ademais, a tradicional distinção nítida entre linguagem escrita e oral parece abrandar em favor de uma comunicação escrita que assume a forma e a imediação da oralidade.
”Estar “na rede” – prosseguiu o Papa – requer que a pessoa se encontre envolvida com aquilo que comunica. E, portanto, nesse nível de interconexão as pessoas não se limitam a trocar informações, mas “já estão compartilhando a si mesmas e a sua visão de mundo”.
Uma dinâmica que, para o Santo Padre, não está isenta de pontos fracos:“Os riscos que se correm, certamente, estão diante dos olhos de todos: a perda da interioridade, a superficialidade no viver as relações, a fuga na emotividade, o prevalecer da opinião mais convincente em relação ao desejo de verdade.
E, todavia, estes são a consequência de uma incapacidade de viver plenamente, e de modo autêntico, o sentido das inovações. Eis o motivo pelo qual é urgente a reflexão sobre as linguagens desenvolvidas pelas novas tecnologias.
”Aí – observou o Pontífice – se insere o trabalho que a Igreja deve fazer e, particularmente, o Pontifício Conselho das Comunicações Sociais. “Aprofundar a cultura digital” e, posteriormente, “ajudar aqueles que têm responsabilidade na Igreja” a “entender, interpretar e falar a “nova linguagem” da mídia em função pastoral”.
Bem sabendo que nem mesmo a dimensão espiritual da pessoa é estranha ao mundo da comunicação:"A cultura digital apresenta novos desafios à nossa capacidade de falar e de escutar uma linguagem simbólica que fale da transcendência.
Jesus mesmo no anúncio do Reino soube utilizar elementos da cultura e do ambiente de seu tempo: o rebanho, os campos, o banquete, as sementes, e assim por diante. Hoje somos chamados a descobrir, também na cultura digital, símbolos e metáforas significativas para as pessoas, que possam ser de ajuda ao falar do Reino de Deus ao homem de hoje.
"Bento XVI reiterou que a "relação sempre mais estreita e ordinária entre o homem e as máquinas", sejam elas computadores ou celulares, pode encontrar na riqueza expressiva da fé e nos "valores espirituais" uma dimensão ainda mais ampla do que a já além-fronteiras que a tecnologia parece assegurar.
Quatro séculos atrás, o jesuíta Pe. Matteo Ricci, o grande apóstolo da China, soube demonstrar isso, conseguindo acolher "tudo aquilo que existia de positivo" na tradição daquele povo, e "animá-lo e elevá-lo com a sabedoria e a verdade de Cristo".
A mesma coisa são chamados a fazerem os cristãos de hoje, que no mundo da mídia podem contribuir para abrir "horizontes de sentido e de valor que a cultura digital sozinha não é capaz de entrever e representar" – concluiu o Santo Padre. (RL)

Fonte: RV

sábado, 26 de fevereiro de 2011

PRIMAVERA ÁRABE

EDITORIAL: "PRIMAVERA ÁRABE"
Cidade do Vaticano, 26 fev (RV)

- Conhecemos pouco sobre a realidade do mundo árabe, muitas vezes tão distante da nossa. Mas nestes dias esse mundo desconhecido entrou e continua entrando nas nossas casas através das imagens da televisão que evidenciam povos que ganham ruas pedindo democracia e fim de regimes que duram décadas. Democracia, palavra tão usada e consumada que talvez para nós tenha pouco efeito quando pronunciamos, pois vivemos em uma democracia.
Desde a invenção da democracia pelos gregos no século V a.C, essa expressão vem sendo utilizada com o intuito de dar unidade a um povo, formar comunidades, desenvolver, controlar, sistematizar e organizar a sociedade, diminuir distâncias e contribuir para a resolução pacífica de conflitos. Em meio a várias cenas chocantes de protestos populares reprimidos com violência em diversos países do Oriente Médio - tal como na Líbia, onde fala-se de milhares de pessoas mortas nas ruas durante manifestações por reformas políticas – fica evidente que a região segue em um caminho sem volta em busca da democracia e de crescimento, depois da mudança de rumos políticos no Egito. Para especialistas no mundo árabe, não houve surpresa com a avalanche de protestos simultâneos. Eles afirmam que os sistemas de governo que predominam nestas nações vivem um processo de esgotamento de seus modelos centralizadores e antidemocráticos, seria o esvaziamento dos próprios governos, que não têm mais o que oferecer à sociedade. Foram anos em que nada do que foi prometido foi feito. Depois o fim da esperança e da paciência da população árabe.O mundo árabe está vivendo a sua “primavera árabe”, disse à Rádio Vaticano o padre jesuíta egípcio Samir Khalil Samir, professor de História da Cultura Árabe e Islamologia na Universidade São José de Beirute, Líbano: existe um denominador comum por toda parte. As pessoas estão cansadas de reinos ou repúblicas que duraram décadas, que não dão lugar à democracia, à liberdade, à igualdade, à partilha de decisões, especialmente com uma situação econômica e social em que muitas pessoas se encontram em dificuldade. Este é um movimento que já não se pode parar. Outro elemento interessante dessa crise é a utilização das novas tecnologias de comunicação como Internet, Youtube, Facebook, Twitter, uma comunicação instantânea que chega em um minuto em todo o mundo, em todas as agências de notícias, e são os jovens, que mais utilizam esses instrumentos, os protagonistas dessa avalanche de manifestações.É realmente extraordinário que os jovens desses países tenham conseguido reproduzir e ampliar o movimento de revolta originalmente tunisiana desafiando, sem uma organização política nem armas nas mãos – exceto pedras e suas próprias vozes –, as forças habituadas a não serem contestadas e que nunca precisaram prestar contas de seus atos à população. A democracia, nos modelos admissíveis pelo mundo árabe, pode não ser imposta em seguida, mas é indiscutível que as portas foram abertas e de ora em diante tudo é possível. “A pior democracia é preferível à melhor das Ditaduras”, já dizia Rui Barbosa. (SP)

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A COMUNICAÇÃO NA VIDA E NA MISSÃO DA IGREJA NO BRASIL


Foi lançado, nesta segunda-feira, 24, [Dia de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas], na reunião dos coordenadores da Pastoral da Comunicação (Pascom), que acontece na sede CNBB, em Brasília, o documento de estudos número 101 da CNBB, “A Comunicação na vida e missão da Igreja no Brasil”. Publicado pelas Edições CNBB e pela Paulus, o documento é uma resposta à necessidade da Igreja em trabalhar com o apoio de um subsídio sobre comunicação para a Igreja no Brasil.
Segundo o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Educação, Cultura e Comunicação Social da CNBB, dom Orani João Tempesta, o documento tem por objetivo ser um animador e orientador para o “Progresso da comunicação no Brasil”. Ele adianta ainda, na apresentação do documento, que o texto deverá se tornar brevemente o Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil.
“A nossa intenção, depois de muitas consultas, é que fosse um diretório de animação e orientação para o progresso da comunicação e uma melhor presença da Igreja na mídia, contemplando também, evidentemente, as questões espinhosas das transmissões litúrgicas televisivas e a grande discussão entre o virtual e o real [...]”, diz dom Orani, num dos trechos da apresentação do documento.
Em entrevista à assessoria de imprensa da CNBB, dom Orani destacou que a preocupação do texto é ser colocado à disposição da Igreja para que seja lido e aprofundado para futuramente ser transformado no Diretório de Comunicação. “Depois de lido e estudado, aguardaremos as sugestões das pessoas, para que façamos as adaptações necessárias para que o texto chegue a ser o diretório. A etapa agora é de sugestões”, disse dom Orani.
Para o arcebispo, o texto é uma forma de fomentar o entusiasmo dos comunicadores da Igreja no Brasil. “A comunicação é essencial na vida do ser humano e a Igreja é feita de comunicação, da boa notícia, da Palavra de Deus, da Catequese, da Liturgia. Com as mídias sociais e com a comunicação eletrônica, é importante que aja orientação, que não corte o entusiasmo, mas que entende bem a comunicação no Brasil e, pelo tamanho do país e pelo dinamismo que tem a comunicação no Brasil, é muito importante e necessário que tenhamos um diretório de comunicação no Brasil para fomentar o entusiasmo e orientar”, pontuou.
O encontro da Pascom teve início nesta segunda-feira, 24, e segue até sexta-feira, 28. Os participantes, coordenadores regionais da Pascom e pesquisadores da área, discutem as necessidades de publicações, ideias para melhorar os trabalhos de orientação em comunicação, como também pensar na publicação da segunda edição do livro “As novas fronteiras da Pastoral da Comunicação”. De acordo com a assessora da Comunicação Episcopal para as Comunicações Sociais da CNBB, irmã Elide Fogolari, a semana será importante para discussões sobre o desenvolvimento da Pascom e sua atuação na Igreja no Brasil. “As pessoas que trabalham nas bases da Pastoral da Comunicação estão pedindo que a Pascom seja sistematizada e aprofundada na Igreja para aqueles que já atuam na área para que tenham a Pascom desenvolvida nos seus regionais, dioceses e paróquias. Durante esses dias, vamos fazer um aprofundamento de como a Pascom é concebida no sentido filosófico, religioso, pastoral; e a comunicação enquanto geradora de sentidos para a Igreja e a sociedade”, antecipou irmã Elide.

Adquira o documento 101 da CNBB através das Edições - CNBB pelo telefone (61) 2193-3019 ou pelo site http://www.edicoescnbb.com.br/site/product_info.php?products_id=319&osCsid=ch6s7oue18bo8b02bie5um2c77

Mensagem do papa Bento XVI para o 45º Dia Mundial das Comunicações SociaisDom Orani também comentou a mensagem do papa Bento XVI para o 45º Dia Mundial das Comunicações Sociais. A preocupação com a verdade e a autenticidade na hora de comunicar é o principal foco da mensagem do pontífice, segundo o presidente da Comissão para as Comunicações Sociais da CNBB. “A mensagem do papa vem falar de modo especial aos jovens que são os absorvedores da comunicação do momento, das novas tecnologias, e vem lembrar o que é importantíssimo: precisamos ser autênticos e verdadeiros em tudo o que fazemos enquanto Igreja. Quem está por traz da comunicação ou à frente do computador, atrás de um microfone, ou fazendo um programa de televisão ou rádio deve observar isso muito bem. A mensagem vem alertar para a autenticidade da pessoa humana, daquele que faz a comunicação. O papa fala um pouco da vida da pessoa que conta com aquele que faz comunicação, ou seja, a importância da autenticidade para que se possa chegar a uma verdade objetiva.
Fonte: CNBB

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

CÁTEDRA DE PEDRO

Festejamos hoje a Cátedra de Pedro

Quarta-feira passada iniciamos com toda a Igreja o tempo da Quaresma, que no Brasil também é aprofundada com a Campanha da Fraternidade. Algumas festas, porém, são celebradas neste tempo de conversão a caminho da Páscoa.
Uma delas é a Festa da Cátedra de São Pedro, comemorada no dia 22 de fevereiro, segunda-feira.

Qual o sentido de celebrar tal festa? Sem dúvida, trata-se de uma comemoração importante, pois revela que a Igreja, tal como querida por Jesus, é uma comunhão ordenada, tendo Pedro à frente. Na Sagrada Escritura, por diversas vezes, a missão de Pedro dentro da comunhão da Igreja aparece como única.
O nome de Pedro encabeça a lista dos Apóstolos. É Pedro quem fala com Jesus em nome dos demais Apóstolos. Jesus promete fundar sobre o Apóstolo a sua Igreja, cuja estabilidade não seria jamais ameaçada, e entrega, particularmente a Pedro, as chaves do Reino dos Céus (cf. Mt 16, 16-19).
Jesus também roga pela fé de Pedro, em particular, a fim de que o príncipe dos Apóstolos confirme os irmãos na fé (cf. Lc 22, 31-32) Jesus, depois da Ressurreição, ainda aparece confirmando a singular missão pastoral de Pedro ao lhe confiar seus cordeiros e ovelhas (cf. Jo 21, 15-17). Pedro também aparece discursando ao povo em nome do colégio dos Apóstolos (cf. At 2, 14ss.).

Ademais, a tradição dos primeiros tempos da Igreja confirma, de diversos modos, o papel único de Pedro no seio da comunhão da Igreja. Vale aqui recordar as belas palavras do grande Arcebispo de Constantinopla, São João Crisóstomo, sobre o texto de Jo 21, 15-17: “O principal bem que resulta deste amor é o de procurar a salvação do próximo.
O Senhor, prescindindo dos demais Apóstolos, dirige a Pedro estas promessas, porque Pedro era o primeiro dos Apóstolos, a voz dos discípulos e a cabeça do colégio. Por isso, depois de apagada a negação, o Senhor o investiu como prelado de seus irmãos. Não lhe lança em rosto a negação, mas diz: ‘Se me amas, preside a seus irmãos e dá testemunho agora do amor que sempre demonstraste, sacrificando por minhas ovelhas a vida que disseste que darias por mim’” (In Joannem, hom. 87).

A Cátedra de Pedro é o símbolo da missão magisterial que o Apóstolo recebeu do próprio Cristo. Os ensinamentos de Pedro procuram atualizar os ensinamentos de Jesus.
A missão de Pedro é a de fazer com que o mistério do Filho de Deus, – Caminho, Verdade e Vida –, seja conhecido e amado pelos homens. Nesse sentido, estar em comunhão com o magistério autorizado de Pedro é estar em comunhão com a doutrina de Cristo. O antigo ditado latino expressa muito bem este sentimento: “Ubi Petrus, ibi Ecclesia” – Onde está Pedro, está a Igreja.
Em alguns momentos da história muitos se esqueceram do mandato de Jesus de viver a unidade! Somos chamados a ser corajosas pessoas da comunhão, da unidade entre nós e com Pedro e seu sucessor, caminhando como Igreja que anuncia hoje a boa notícia ao mundo com a mesma coragem dos primeiros discípulos.

O Apóstolo Pedro tem nos Papas seus legítimos sucessores. A cidade de Roma foi honrada pela presença e pelo martírio de São Pedro, que assim a consagrou como Sede Apostólica. Nós honramos a Sede de Pedro com o carinhoso e respeitoso título de Santa Sé. A Cátedra de Pedro é hoje ocupada pelo Papa Bento XVI.
Ao longo da história, Deus mesmo é quem sustenta a Igreja na terra e o Papa que está à sua frente. A Cátedra de São Pedro foi ocupada por inúmeros nomes ilustres e santos, que se distinguiram seja pelo zelo pelas coisas de Deus, pela preservação e transmissão da sã doutrina, pela missão, pela sabedoria ou pelo serviço da caridade. Sabemos também que a fragilidade humana marcou a história do papado.
Entretanto, nada de contrário ao sentido verdadeiro da Palavra de Deus foi oficialmente ensinado por um Papa, por menos digno que ele fosse, o que revela a ação de Deus assistindo à sua Igreja. Na verdade, Deus faz com que o ouro do Evangelho chegue incólume aos fieis!

Nestes últimos tempos assistimos como a ação do Espírito Santo faz com que tenhamos as pessoas necessárias para o nosso tempo e para que a Igreja continue na fidelidade a Cristo e ao Evangelho no caminhar da história. A lista e a diversidade dos últimos Papas nos demonstram isso.

O atual Papa Bento XVI destaca-se, entre outras coisas, pela coragem que tem de propor aos homens de nosso tempo a autêntica mensagem de Jesus, sem atenuações ou diminuições.
Sabemos que o mundo atual, a diversos títulos, afasta-se de Deus e do seu Cristo. O consumismo, o hedonismo e o individualismo se apresentam hoje como deuses que reclamam culto de adoração. O secularismo e a indiferença religiosa parecem tomar proporções consideráveis.
O desprezo pela verdade e o descaso, em muitos casos, pela dignidade da vida humana, principalmente em sua fase inicial e terminal, são realidades que estão aí. Apesar de tudo, Bento XVI não se intimida e propõe, com frescor sempre renovado, os valores do Evangelho.
O Papa tem a consciência de que a Mensagem de Cristo nada tem a tirar de tudo aquilo que faz a vida boa e bela. Cristo não nos tira nada.
Ao contrário, Cristo nos dá tudo. Se quisermos correr o belo risco por aquilo que verdadeiramente vale a pena na vida abracemos para valer a doutrina de Cristo, tal como a Igreja, com seu magistério autorizado, no-la transmite. “Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu peso é leve” (Mt 11, 29-30).

Na festa da Cátedra de São Pedro façamos a Deus uma prece de louvor e agradecimento. Deus caminha conosco. Jesus é nosso irmão. O Espírito da Verdade guia a Igreja, a fim de que a obra de Cristo sempre produza frutos. Aliás, a promessa de Jesus foi exatamente esta: “Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade [...]” (Jo 16,13).
Renovemos, pois, a nossa fé e a nossa gratidão. O ministério de Pedro e de seus sucessores, os Papas, é um verdadeiro dom para a comunhão dos irmãos em Cristo. Sabemos que existe na Igreja uma instância autorizada, guiada pelo Espírito, para ser sinal de nossa unidade e interpretar autenticamente a Mensagem de Jesus.
Esta não ficou entregue ao vento, mas foi confiada à Igreja, que tem em sua base a “Pedra” escolhida por Jesus como sólido fundamento.

Neste Ano Sacerdotal, rezemos por todos os sacerdotes e, de modo especial, pelo Papa Bento XVI, que hoje é Pedro para nós!

Dom Orani João Tempesta, O. Cist.

Fonte: CNBB

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

NOVA LINGUAGEM PARA DOMINAR O MUNDO

Nova linguagem para dominar o mundo
Fala Dom Silvano Tomasi, observador da Santa Sé na ONU
Por Sergio Mora

ROMA, sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

- "Governance", "partner", "gender", "saúde reprodutiva" são alguns termos de um novo vocabulário utilizado nas instituições internacionais, substituindo conceitos como "governo", "esposo(a)", "homem/mulher", "anticoncepção".

Isso, combinado com uma visão extremista da "não-discriminação", tornou-se uma ferramenta utilizada para impor ideologias contrárias ao pensamento católico e que acaba incidindo em nossa vida diária; e quando o percebemos, já pode ser tarde demais.
Este foi o tema central da conferência de Dom Silvano Tomasi - "O poder da palavra.
Verdade e ideologia nos organismos internacionais" -, realizada ontem em Roma, na sede do Centro Internacional de Comunhão e Libertação.

O problema foi exposto pelo próprio arcebispo Tomasi, núncio apostólico e observador permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas em Genebra, e pela professora de direito constitucional na Università degli studi di Milano-Bicocca, Marta Carabia.
O evento foi moderado pelo diretor do Centro Internacional, Roberto Forlan.

"Genebra é um lugar onde se gera cultura diariamente", afirmou Dom Tomasi, lembrando que lá residem 30 mil funcionários de organismos internacionais, que realizam mais de 9 mil conferências por ano.

Para focalizar o problema, o prelado recordou o pensamento de Bento XVI sobre a ditadura do relativismo: "Uma boa parte das filosofias contemporâneas afirma que o homem não é capaz de conhecer a verdade. E, por conseguinte, o homem que não é capaz disso não poderia ter valores éticos".

Assim, "acaba aceitando, como única referência, a opinião da maioria. No entanto, a história demonstra quão destrutivas podem ser as maiorias", como no caso "das ditaduras impostas pelo nazismo e pelo marxismo".

"Há duas interpretações das experiências humanas - continuou: uma baseada na realidade e outra uma baseada na construção de conveniências de uma realidade desejada. Esta é muito estimada pelos manager das organizações internacionais."

Em contraste, "outras palavras, provenientes da tradição judaico-cristã, são excluídas e tendem a desaparecer: verdade, moral, consciência, razão, pai, mãe, filho, mandamento, pecado, hierarquia, natureza, matrimônio etc."

Ou seja, é "um novo vocabulário, uma mistura", que "representa uma ideologia individualista levada ao extremo e que inspira linhas condutoras dos funcionários da governance global".
"A aspiração das Nações Unidas é criar uma nova ordem internacional e, para conseguir isso, cria uma nova antropologia", como quando se fala de gênero, "não o dado pela natureza, mas o que o indivíduo escolhe".

Assim, "atinge-se a própria estrutura da sociedade no que diz respeito à família", disse.
Dom Tomasi afirmou que a visão tomista, que requer "a conformidade do intelecto com a realidade", é substituída "por um conceito de realidade como construção subjetiva e social, na qual a verdade e a realidade não têm um conteúdo estável".

Assim, a "aliança entre ideologia e pragmatismo é um desafio para a sabedoria cristã, que deve propor sua mensagem de humanismo integral", ainda que, a longo prazo, disse Dom Tomasi, "não se poderá subestimar ou simplesmente ignorar o realismo antropológico da tradição cristã".
O moderador então perguntou sobre quem trabalha nessa linha de afastamento: "São homens malvados que se reúnem à noite, como nos filmes de James Bond?".

Dom Tomasi afirmou que este é um processo muito complexo, "que vai além dos próprios protagonistas". E o problema surge precisamente porque, devido ao relativismo, com uma linguagem ambígua, as pessoas buscam "conclusões e tentativas para chegar a um consenso, ‘pelo bem de todos', dizem".

No entanto, ele explicou: "Dizer que uma pera não é uma maçã não é uma discriminação".
"E estas soft law - indicou - são transformadas em normas jurídicas. Depois, há uma nova convenção e se torna lei; e se aplica até mesmo em uma cidade pequena."

A professora Marta Cartabia, reafirmando o que foi dito por Dom Tomasi, recordou a importância da linguagem no Direito e como, hoje, o tema "direitos humanos" domina a agenda das agências. E também lembrou o sucesso desse tema, juntamente com o de "não-discriminação", como uma alternativa condividida sobre o relativismo.

Assim, com este conceito, visa-se a "criar uma moral superior. Além disso, usa-se o naipe dos direitos humanos como um ás na manga e aqui o dissenso se torna impossível." E isso se transforma em "um atalho sedutor para grupos que não conseguem encontrar aprovação em espaços normais da política", afirmou.

Depois, existe a ambiguidade da linguagem, desde a Conferência de Pequim, com a "discriminação de gênero", que não teria a ver com um fato biológico, mas apenas com a interpretação de um papel que a pessoa quer protagonizar.

Nesta linha, recordou como, hoje, na Espanha e na Alemanha, "podem solicitar uma mudança de sexo garantida pela lei - independentemente das características físicas -, com um procedimento tão banal como ir a um cartório".

E se perguntou: "Como se pode defender a mulher, se o papel é apenas optional?".
"Ainda que às vezes isso não pareça frustrante, é essencial mostrar a mentira", especialmente "se podem ser usados caminhos positivos." E visto que "essa ideologia se separa da realidade", concluiu que "provavelmente a única via transitável é citar a experiência como um argumento válido".

Fonte: ZENIT.org

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

SANTIDADE É DEIXAR-SE AMAR POR DEUS E ACOLHER SUA LUZ EM NOSSA VIDA

PAPA: SANTIDADE É DEIXAR-SE AMAR POR DEUS E ACOLHER SUA LUZ EM NOSSA VIDA


Cidade do Vaticano, 16 fev (RV)

- Bento XVI acolheu milhares de fiéis e peregrinos, na Sala Paulo VI, no Vaticano, na manhã desta quarta-feira, dia de Audiência Geral.Na catequese de hoje, o Papa falou sobre São João da Cruz que nasceu em Fontiveros, perto de Ávila, na Espanha, em 1542, e foi ordenado sacerdote na Ordem Carmelita depois de concluir seus estudos na Universidade de Salamanca.
São João da Cruz colaborou com Santa Teresa de Ávila na reforma do Carmelo, que lhe rendeu muito sofrimento, até ser preso. Ele é um dos maiores poetas líricos espanhóis.
Os seus livros como "A subida do Monte Carmelo", "Noite escura", "Cântico Espiritual" e "Chama viva do amor" de grande profundidade mística, nos propõe uma viagem espiritual para alcançar a santidade.
Tais obras fornecem uma maneira de purificar a alma para chegar a uma união de amor com Deus através da ação misteriosa do Espírito Santo, mas este processo exige a colaboração dos homens.
Enquanto se preparava para ir para o México, São João da Cruz ficou seriamente doente e morreu, dando um exemplo de serenidade e paciência em meio a sua dor.
São João da Cruz foi proclamado Doutor da Igreja pelo Papa Pio XI, em 1926, e cognominado na tradição, Doctor mysticus, "Doutor místico".
Bento XVI frisou em seu discurso que "a santidade é deixar-se amar por Deus e acolher a sua luz em nossa vida".
A seguir, o Papa fez um resumo de sua catequese em português, saudou os fiéis lusófonos presentes na audiência e concedeu a todos a sua bênção apostólica.
Queridos irmãos e irmãs,
Há duas semanas apresentei a figura da grande mística espanhola Teresa de Jesus; hoje gostaria de falar de São João da Cruz, reformador junto com ela da Ordem Carmelita.
Nasceu em uma família pobre, tendo ficado órfão de pai ainda jovem.
Devido às suas qualidades humanas e resultados no estudo, foi admitido no Colégio dos Jesuítas em Medina do Campo.
Terminada a sua formação, decidiu fazer-se Carmelita. Após ter sido ordenado sacerdote, conheceu Santa Teresa, a qual lhe expôs o plano reformador para a sua ordem religiosa, que daria origem aos Carmelitas Descalços.
Contudo, a sua adesão à reforma, devido a injustiças e incompreensões, causou-lhe muito sofrimento.
Por fim, depois de fazer parte do governo geral da família teresiana, morreu em 1591 [mil quinhentos e noventa e um], dizendo aos seus confrades que recitavam o Ofício Matutino: “Hoje vou cantar o Ofício no céu”. Suas principais obras, nas quais apresenta a sua profunda doutrina mística, são: Subida ao Monte Carmelo; Noite Escura; Cântico Espiritual e Chama viva de Amor.
Amados peregrinos de língua portuguesa: a todos saúdo cordialmente e recordo, com São João da Cruz, que a santidade não é privilégio de poucos, mas vocação a qual todo cristão é chamado.
Por isso, exorto-vos a entrardes de modo sempre mais decidido no caminho de purificação do coração e da vida, para irdes ao encontro de Cristo. Somente nele jaz a verdadeira felicidade. Ide em paz! (MJ)

Fonte: RV

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A ORAÇÃO QUE CAUSOU CONTROVÉRSIA....

ORAÇÃO









Oração de abertura no senado de Kansas. Talvez queiras ler esta oração que foi feita em Kansas na sessão de inauguração da 'Kansas House of Representatives.'

Quando se pediu ao reverendo Joe Wright que fizesse a oração de abertura no Senado de Kansas, todos esperavam uma oração ordinária, mas isto foi o que todo escutaram:

"Senhor, viemos diante de Ti neste dia, para Te pedir perdão e para pedir a tua direção.
Sabemos que a tua Palavra disse: 'Maldição àqueles que chamam "bem" ao que está "mal“, e é exactamente o que temos feito.
Temos perdido o equilíbrio espiritual e temos mudado os nossos valores.

Temos explorado o pobre e temos chamado a isso "sorte".
Temos recompensado a preguiça e chamámo-la de "Ajuda Social".
Temos matado os nossos filhos que ainda não nasceram e temo-lo chamado “a livre escolha".
Temos abatido os nossos condenados e chamámo-lo de "justiça".

Temos sido negligentes ao disciplinar os nossos filhos e chamámo-lo “desenvolver a sua auto-estima”.
Temos abusado do poder e temos chamado a isso: "Política".
Temos cobiçado os bens do nosso vizinho e a isso temo-lo chamado "ter ambição".
Temos contaminado as ondas de rádio e televisão com muita grosseria e pornografia e temo-lo chamado "liberdade de expressão".

Temos ridicularizado os valores establecidos desde há muito tempo pelos nossos ancestrais e a isto temo-lo chamado de "obsoleto e passado".
Oh Deus!, olha no profundo dos nossos corações; purifíca-nos e livra-nos dos nossos pecados.
Amen.
REAÇÃO

A reacção foi imediata.
Um Parlamentar abandonou a sala durante a oração. Três outros criticaram a oração do Padre classificando a oração como “uma mensagem de intolerância”.
Durante as seis semanas seguintes, a Igreja 'Central Catholic Church‘ onde trabalha o sacerdote Wright recebeu mais de 5.000 chamadas telefónicas, das quais só 47 foram desfavoráveis.
Esta Igreja recebe agora petições do mundo inteiro, da Índia, África, Ásia, para que o pároco Wright ore por eles. O comentarista Paul Harvey difundiu esta oração na sua emissão de rádio ' The Rest of the Story ', (O Resto da História), e recebeu um acolhimento muito mais favorável por esta emissão, que por qualquer outra.

Com a ajuda de Deus, gostaríamos que esta oração se derramasse sobre a nossa nação, e que nasça em nossos corações o desejo de chegar a ser uma ''Nação debaixo do olhar de Deus".
Se não temos o valor de nos mantermos firmes nas nossas convicções, então caíremos diante de qualquer outro argumento, ou inimigo.
Fonte: Autor desconhecido

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

AUMENTA O NÚMERO DE PADRES NO MUNDO

ANUÁRIO CATÓLICO REVELA AUMENTO DE PADRES NO MUNDO

Cidade do Vaticano, 14 fev (RV)
- Entre 1999 e 2009, o número de padres em todo o mundo aumentou 1,4%.
O dado está contido na nova edição do Anuário Estatístico da Igreja Católica, divulgado na última sexta-feira.
Hoje, no mundo, existem 410.593 sacerdotes, 275.542 pertencentes ao clero diocesano e os restantes ao clero religioso.Pela primeira vez desde 1999, em todo o mundo menos na Europa, o número de ordenações supera o de falecimentos e abandonos.
O estudo aponta também que o número de padres e de católicos aumenta na África, Ásia e América Latina, caindo na Europa e América do Norte.
A tendência é invertida no que se refere ao clero: a maior parte dos sacerdotes é europeia (46,5%), seguida por americanos (29,9%), asiáticos (13,5%), africanos (8,9%) e da Oceania (1,2%).
O Anuário Estatístico da Igreja reúne dados de todos os segmentos da Igreja Católica dedicados ao apostolado e à evangelização em todos os países do mundo.
Já o "Anuário Pontifício", que recolhe todas as dioceses do mundo, privilegia nomes e biografias.
Segundo a edição de 2009 - com dados da Igreja relativos a 2007 - o número de católicos no mundo é de 1,147 bilhão.(CM)

Fonte: RV

domingo, 13 de fevereiro de 2011

ALEGRIA DO SACERDÓCIO É SERVIR CRISTO E SEU CORPO MÍSTICO

PAPA: ALEGRIA DO SACERDÓCIO É SERVIR CRISTO E SEU CORPO MÍSTICO
Cidade do Vaticano,

- Bento XVI recebeu em audiência, neste sábado, na Sala Clementina, no Vaticano, os participantes da Assembleia Geral da Fraternidade Sacerdotal dos Missionários de São Carlos Borromeu.
O Papa saudou os sacerdotes e seminaristas da Fraternidade de São Carlos que completou 25 anos de fundação e teve sua origem no âmbito do movimento Comunhão e Libertação. "A glória e a alegria do sacerdócio é servir Cristo e seu Corpo Místico.
O sacerdócio é uma vocação bonita e única dentro da Igreja, que torna Cristo presente, porque participa do único e eterno Sacerdócio de Cristo" – frisou o Santo Padre. Bento XVI ressaltou que "a presença de vocações sacerdotais é um sinal firme da verdade e da vitalidade de uma comunidade cristã.
Agradeço a todas as pessoas que dedicam suas energias para a formação dos sacerdotes e para a reforma da vida sacerdotal. Como toda a Igreja, também o sacerdócio precisa ser continuamente renovado, reencontrando na vida de Jesus as formas essenciais do próprio ser".
O Santo Padre sublinhou que a Fraternidade Sacerdotal dos Missionários de São Carlos Borromeu, durante seu breve mas intenso percurso histórico, sublinhou o valor da vida comum.
"A vida comum é expressão do dom de Cristo que é a Igreja, prefigurada na comunhão apostólica que deu origem aos presbíteros. Viver com os outros significa aceitar a necessidade da contínua conversão e descobrir a beleza desse caminho, a alegria da humildade, da penitência, mas também da conversão, do perdão recíproco, da ajuda mútua" – ressaltou o Papa.
Bento XVI concluiu seu discurso, pedindo aos membros da Fraternidade Sacerdotal dos Missionários de São Carlos Borromeu para que "continuem indo pelo mundo, levando a todos a comunhão que nasce do coração de Cristo". (MJ)
Fonte: RV

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

NOSSA SENHORA DE LOURDES

Hoje, dia 11 de fevereiro comemoramos Nossa Senhora de Lourdes


Aparição de Nossa Senhora em Lourdes
França - 1858.


Onde Aconteceu: Em Lurdes na França.
Quando: Em 1858.
A quem: A vidente Bernardete Soubirous, de 14 anos.

Lourdes é uma pequena cidade localizada no sudoeste da França, nos montes Pireneus, pertencente à diocese de Tarbes; um dos santuários marianos mais freqüentados.
No local das aparições passa o rio Gave; ao lado está o rochedo Massabielle. Esta rocha forma uma reentrância oval, que é a chamada gruta Massabielle, onde Nossa Senhora apareceu 18 vezes no ano de 1858.

A vidente é Bernardete Soubirous, de 14 anos. Sua família era muito pobre. Esta jovem sofria de asma e tinha tendência à tuberculose. Foi uma moça quase sempre doente.
As datas das aparições foram:

No mês de fevereiro: Dias 11; 14; 18; 19; 20; 21; 23; 24; 25; 27; 28.
No mês de março: Dias 01; 02; 03; 04; 25.
No mês de abril: Dia 07.
No mês de Julho: Dia 16. (Na festa de Nossa Senhora do Carmo).

História da Aparição.

1ª Aparição - 11 de fevereiro de 1858. Quinta Feira, um dia como outros. Era inverno; às 11 horas da manhã quando Bernadete observou que tinha acabado a lenha. Seu pai estava ainda deitado. Não tinha trabalho. Economizava as forças para outro dia. 0 tempo não era convidativo para sair de casa. Chuviscava e havia nevoeiro. Logo apanhou sua capa, chamou sua irmã Antonieta Peyret (companheira de Bernardette) e convidou Joana Abadie, uma moça robusta e forte, para acompanhá-las.
A mãe proibiu: "Bernadete, não".
Ela pensava no frio que fazia e que poderia trazer conseqüências à asma de sua filha. Mas ela insistiu carinhosamente, dizendo-lhe que teria cuidado para não se molhar e que iria com o capuz branco e o chale. A mãe concordou.
Saem as três meninas no afã de cumprirem a tarefa, passam pela pradaria do Paraíso, a ponte do canal que movimenta o moinho Savy, entram na pradaria do senhor La Fitte e chegam na ponta de areia do rio Gave. À esquerda levanta-se uma rocha íngreme com uma gruta na base. É a chamada gruta Massabieille . Embora é chamada de gruta, na verdade ela é constituída de uma acentuada concavidade na rocha. A água do canal que movimenta os moinhos, banha-lhe o lado esquerdo e segue em direção ao Gave.
Joana passa para o outro lado do canal com o pequeno feixe de lenha na cabeça. Antonieta faz o mesmo, levando a lenha na mão. Como já do outro lado as duas se manifestaram dizendo que a água do canal estava muito gelada, Bernadette permaneceu ali, sem saber o que fazer, com receios de pisar na água fria, por causa da asma, lembrando-se das recomendações de sua mãe.
Enquanto as duas corriam pela praia do Gave a procura de lenha, ela depois de procurar sem êxito, um lugar melhor para atravessar, sentou-se na margem do canal, em frente à gruta, tirou uma das meias e preparava-se para tirar a meia do outro pé, quando de repente, ouviu um barulho, "como se fosse um sopro de vento". Não vê nada.
Olhou para trás e observou que as folhas das árvores não se moviam.
Apareceu uma "luz suave" que iluminou profusamente todo aquele lugar sombrio e no meio dela, surge uma SENHORA maravilhosa, aparentando a idade de 16 a 18 anos, estava de pé, vestida de branco; o véu que cobria a cabeça descia até os pés; em redor da cintura tinha uma estreita faixa azul; no braço direito levava um terço; mantinha as mãos juntas e, nos pés, via-se duas rosas douradas.
Abre os braços num gesto de acolhimento, como quem convida à aproximar-se. Ela fica espantada. É como se tivesse medo, "não para fugir explica melhor, mas pela emoção do inusitado e adorável encontro". Esfregou os olhos diversas vezes, para inteirar-se que não era um sonho e que realmente estava diante de uma visão encantadora, que lhe sorria afetuosamente.

Então conta, Bernadette:

- "Coloquei a mão no bolso e encontrei o terço. Queria fazer o Sinal da Cruz, mas não pude levar a mão até a cabeça. A mão caiu-me. 0 espanto apossou-se de mim mais fortemente, a minha mão tremia.
A visão fez o Sinal da Cruz. Então tentei a segunda vez. E então pude. Logo que fiz o Sinal da Cruz, a grande comoção que sentia desapareceu. Pus-me de joelhos e rezei o terço na presença dessa linda Senhora. A Visão fazia passar as contas do Seu Terço com os dedos, mas não mexia os lábios. Quando acabei o terço, ELA fez um sinal para aproximar-me. Mas não ousei. Então desapareceu de repente".
Depois do extraordinário acontecimento, Bernadete sentiu uma imensa felicidade que envolveu completamente a sua alma de uma deliciosa satisfação que lhe tirava todas as forças, para qualquer iniciativa.
Atravessou o canal sem dificuldades, as águas estavam ligeiramente "aquecidas". Sentou-se numa das grandes pedras que se encontravam na entrada da gruta e permaneceu silenciosa e pensativa.
Voltam suas companheiras com uma boa provisão de lenha e começam a dançar e pular na entrada da gruta, para comemorar o êxito da missão.
Não gostando de vê-las assim, para distraí-las pergunta:
- "Não viram nada"?
- "E tu, que é que viste"?
Ela compreende o mistério que acabava de acontecer e sente que terá que guardar este segredo, e por isso muda de assunto:
- "Sois umas enganadoras. Vocês disseram que a água do canal estava fria, achei-a agradável, estava morna".
Antonieta e Joana não a levaram a sério, porque quando atravessaram o canal, a água estava tão gelada, que do outro lado tiveram que esfregar os pés, fazendo massagem para aquecê-los.
Bernadette sentindo necessidade de falar, de contar aquela maravilhosa experiência, em duas palavras narra tudo a Antonieta. Mas a irmã não acredita e pensa que Bernadette está querendo incutir-lhe medo. Pega a lenha e também acelera o passo para casa.
Mas o caso dá para pensar, porque o acontecido é por demais singular.
Antonieta apesar de ter prometido, em casa, na primeira oportunidade, "bate com a língua nos dentes" e conta tudo à sua mãe. Luiza fica assustada "e quer saber toda história e muito direitinho", por isso convoca a filha. Entre o susto e o medo, ela quase nada falou. Sua mãe a repreende por tal comportamento e o pai, que ainda estava deitado, acrescenta que não quer os olhares dos outros caçoando de ninguém da família.
À noite, na hora das orações, chorou muito, estava bastante comovida com tudo o que lhe havia acontecido. Sua mãe faz-lhe outras perguntas, mas ela nada respondeu.
Entretanto, no dia seguinte ela sente-se atraída a voltar à gruta. A mãe não lhe deixa e imperiosamente ordena: "Para o trabalho". Ela obedece.
Na tarde de sábado, dia 13, decide ir confessar-se. Conta tudo ao padre Pomian, que silenciosamente ouviu o depoimento. Depois perguntou-lhe, se podia contar ao Abade Peyramale. Ela consentiu.

2ª Aparição - 14 de fevereiro. No domingo dia 14, depois da Missa, as suas colegas resolvem ir a sua casa, pedir consentimento para que ela voltasse à Massabieille pois desejavam ver também o que ela tinha visto. A mãe não permitiu. Todavia depois de muita insistência das meninas, mandou que conversassem com o pai, que estava tratando dos cavalos de João Maria Cazenave.

Com muito jeito conseguiram autorização para se ausentarem somente por um tempo de 15 minutos. E como tinham receios de ser alguma aparição maldosa, decidiram levar um frasco com água benta. Dividíram-se em dois grupos e foram para a gruta.
Ela chegando primeiro com o seu grupo, ajoelhou-se e começou a rezar o terço, enquanto as suas companheiras ficaram de pé ao seu lado.

Na segunda dezena sua face mudou. Seus olhos brilharam fortemente e ela falou para as colegas:
- "Hei-la! 0 terço está no braço... ELA olha para nos".
As companheiras não viram nada. Rapidamente Bernadette apanha o frasco com água benta que estava nas mãos de Maria Hillo e asperge com vigor na direção do vulto, ao mesmo tempo em que o esconjurava:
- "Se vem da parte de Deus, fique, se não, pode ir embora"

Afirmou posteriormente:

- "Quanto mais eu a regava, mais Ela sorria e gastei todo o frasco".
A seguir entrou em êxtase. Empalidece, não ouve mais o que as outras dizem.
As amigas assustadas observam as suas reações.

Suas companheiras acabaram por ficar preocupadas e por isso chamaram Nicolau, o moleiro do moinho de Savy, para retirá-la dali. Mas não foi fácil, porque parecia que ela tinha uma barra de ferro amarrada ao corpo, porque o seu peso aumentou consideravelmente; com muito esforço transportou-a nos braços pelo caminho, enquanto ela mantinha um sorriso nos lábios e os olhos fixos num ponto do Céu.

As meninas foram para as suas casas e as notícias chegaram até Lourdes.
Segunda-feira dia 15, foi um dia terrível porque além de sofrer críticas, suas colegas caçoaram dela.
Mas houve pessoas que se interessaram pelo caso da gruta como Madame de Millet. Decidida a conhecer a verdade, Madame de Millet conquistou Luiza, mãe de Bernadette, dando-lhe trabalho e convenceu-a deixar sua filha voltar à gruta, em sua companhia.

3ª Aparição - 18 de fevereiro de 1858. As 5 horas da manhã de quinta-feira dia 18, Madame de Millet em companhia de Antonieta Peyret encontraram-se com Bernadette, que ainda estava dormindo. Depois participaram da primeira Missa e desceram para a gruta. Antonieta levou consigo caneta e tinteiro do pai, e também papel, para a Visão escrever o seu nome.

Mal começaram a rezar o terço, a vidente murmurou:
- "ELA aí está"!
Terminado o terço, Antonieta entrega-lhe a caneta e o papel. Inocentemente Maria Bernarda leva aqueles instrumentos em direção à Aparição e lhe faz a solicitação combinada:
- "Quer ter a bondade de escrever o seu nome"? A Aparição aproximou-se dela, passando por uma fenda no nicho e da conversa de ambas, nunca se soube nada.
Mais tarde ela contou que, sorrindo, a Aparição lhe disse "que não era preciso escrever" e pediu-lhe que voltasse ali:
- " Quer ter a amabilidade de vir aqui durante 15 dias"?
Foi a primeira vez que ouviu a maravilhosa voz da DAMA, e consentiu imediatamente em voltar à gruta para encontrá-la.
Foi nesta mesma ocasião que a Visão lhe falou:
- "Não prometo tornar-te feliz neste mundo, mas no outro".
No caminho de volta, pensativa Madame de Millet interrogou :
- "E se fosse a Santíssima Virgem Maria"?
As noticias espalharam-se. São formuladas as mais diversas hipóteses sobre o que vai acontecer durante a quinzena de Aparições. A expectativa é coletiva.

4ª Aparição - 19 de Fevereiro. - A vidente ouviu um tumulto de vozes selvagens que parecia saírem da terra e que foram estourar como uma grande explosão, sobre o rio Gave. As vozes mostravam muita revolta e raiva (eram demônios). Um deles gritou mais forte: "Bernardette, salva-te! Vai embora daqui! Vai embora daqui!" A jovem, assustada, pediu ajuda à Aparição. A Virgem MARIA logo se virou para aquela direção, fazendo um semblante ameaçador e tudo cessou imediatamente.

5ª Aparição - 20 de fevereiro - A Virgem MARIA ensinou como fazer bem o sinal da Cruz. A partir deste momento, muitas testemunhas disseram que Bernardette
fazia sempre o sinal da Cruz de modo digno, respeitoso e cheio de fé!
Nossa Senhora ensinou pacientemente, palavra por palavra, uma oração só para Bernadette, que ela devia repetir todos os dias.

6ª Aparição - 21 de fevereiro – A vidente escreve: “A Senhora desviou durante um instante de mim o seu olhar, que alongou por cima da minha cabeça. Quando voltou a fixá-lo em mim, perguntei-lhe o que é que a entristecia e Ela respondeu-me:
A Virgem MARIA disse:
- "Reza pelos pecadores pelo mundo tão revolto."

Depois da Aparição do domingo, dia 21, o comissário Jacomet, levou-a para um minucioso interrogatório no qual certificou-se da simplicidade e da sinceridade da menina e ficou sabendo de outros detalhes da Aparição, apesar de intencionalmente querer confundi-la e forçá-la a não voltar à gruta.

Ela contou assim:
- "A DAMA usava um vestido branco, apertado na cintura por uma fita Azul, um véu branco na cabeça que descia até a altura do busto. 0 vestido era longo e cobria os pés, deixando aparecer só as extremidades, com uma rosa amarela em cada pé, da mesma cor da corrente do terço que trazia na mão direita. Olhava com suavidade e tinha os olhos completamente azuis".
0 interrogatório terminou quando populares conseguiram colocar o pai Francisco Soubirous na sala do Comissário para proteger a filha.

7ª Aparição - 23 de fevereiro.
A Vidente, caminhando de joelhos e beijando o chão, vai do lugar onde se encontrava até à gruta. Nossa Senhora comunica-lhe um segredo que a ninguém podia revelar.

8ª Aparição - 24 de fevereiro.
Na quarta-feira, dia 24, a quantidade de pessoas era maior e já ofereceu uma certa dificuldade para ela chegar ao seu local na entrada da gruta. Haviam cerca de 300 pessoas ávidas de presenciarem algum fato novo. Algumas eram curiosas, mas a maior parte estava postada respeitosamente, em contrita oração, na certeza de que estavam na presença da Mãe de Deus.
Terminada a reza do terço, Bernadete avançou dois passos, arrastando-se de joelhos e prostrando-se com a face na terra beija-a atendendo ao pedido da Aparição, num gesto de penitência. 0 povo não entendeu. Mas depois ela explicou que a Aparição tinha falado uma palavra nova.

A Santíssima Virgem disse estas palavras:
“Reza a Deus pelos pecadores!
Penitência! Penitência! Penitência!
Beija a terra em penitência pela conversão dos pecadores!"

9ª Aparição - 25 de fevereiro

No dia seguinte, a movimentação ao redor de Massabieille começou cedo. Desde as duas horas da manhã as pessoas procuravam localizarem-se nos melhoras lugares.
No momento em que Maria Bernarda chegou, havia mais de 350 pessoas.
Como de costume, rezou o terço em êxtase, depois entregou a Eléonore Pérard, que estava a seu lado, a vela acesa que sempre levou nos seus encontros com a Aparição, dando-lhe também seu capuz. A seguir, sobe de joelhos a pequena declividade até o fundo da gruta. De trecho em trecho faz uma parada e beija o chão. Bem em baixo do nicho, onde encontrava-se a Visão, para e conversam.

A Senhora disse-me:
“Vai beber à fonte e lavar-te nela”

A seguir arrasta-se de joelhos até o rio Gave. Lá, qualquer coisa a detém e ela volta, agora de pé, para o interior da gruta. Abaixa-se e arranha o chão com as mãos e depois cava, como se quisesse fazer um buraco. 0 orifício encheu-se de lama que ela recolhe e passa no rosto, tentou três vezes pegar água, na quarta vez conseguiu.

A Senhora também disse-me:
“Come daquela erva que ali está!”

E comi ervas de folhas cheias de amebinos que cresceram no fundo da gruta.
Terminada a Aparição, volta com o rosto todo lambuzado de barro, causando de certa forma, consternação ao público.

A todos que lhe perguntava explicou:

- "A DAMA mandou eu beber água na fonte e lavar-me nela. Não vendo água, fui ao Gave. Mas ELA fez-me sinal com o dedo para ir debaixo da rocha. Depois de cavar, encontrei um pouco de água como se fosse lama, tão pouca que apenas pude tomar alguma na cova da mão. Três vezes a joguei fora, de tal modo estava suja. Na quarta vez pude. Depois recolhi e comi um pouco de ervas. ELA pediu-me que fizesse isto pelos pecadores".
A tarde, algumas pessoas voltaram à gruta e entre elas Elèonore Pérard. Observaram o buraco que Bernadete cavou, estava uma poça de água lamacenta. No meio dela Eléonore espetou um pau. Apercebeu o ruído da água que corria. Algumas pessoas tentam bebê-la: a água jorra com mais força e vai ficando mais clara, à medida que cavam para recolhê-la.
Começam então a compreender a mensagem:
"uma fonte de água que lavará a alma suja dos pecadores, dos que se arrependem de seus desacertos, daqueles que têm fé em Deus, produzindo o milagre da conversão e da cura dos males".
A notícia espalhou-se. Todos querem beber da água da fonte que brotou no terreno árido do fundo da gruta. Outros a recolhem e levam para seus parentes necessitados. Muitos comentários surgiram e as noticias de curas ouve-se por todas as partes.

Neste mesmo dia é interrogada pelo Procurador Imperial, senhor Dutour, que a exemplo de Jacomet, tentou por todos os meios dissuadi-la a não voltar à gruta, dizendo que aquilo era ilusão . Tudo em vão, permaneceu tranqüila ao lado de sua mãe e até achou momentos para rir, quando o senhor Dutour mostrando-se nervoso, com a caneta na mão não achava o buraco do tinteiro.
Em face do interrogatório, Bernadette responsavelmente antes de tomar qualquer iniciativa foi ouvir a opinião de seus parentes sobre a proibição imposta pelo senhor Dutour de voltar à Massabieille. Sua tia Bernarda falou:
- "Eu no seu lugar ia"!
Sem dizer uma palavra, apanhou seu capuz e seguiu para a gruta. Lá encontravam-se mais de 600 pessoas. Foi rezado o terço e feito alguns exercícios de penitência, mas "Aquerò" como ela chamava a Aparição, não veio.

10ª Aparição - 27 de fevereiro . Nesta visita, a Virgem Imaculada tornou a mandar beijar o chão em penitência pelos pecadores.

11ª Aparição - 28 de Fevereiro. A Senhora sorriu e não respondeu quando a Vidente lhe perguntou o nome.
Mais de 1.150 pessoas presenciaram diversas práticas de penitência e a reza do terço em êxtase. É como dizia:
- "É por penitência, por mim primeiro, pelos outros depois".

12ª Aparição - 1º de março. Na Aparição manda a Bernadette rezar o terço pelas suas contas e não pelas duma companheira, Paulina Sans, que lhe tinha pedido para usar as suas.)
No dia seguinte, segunda-feira, 1º de março, a multidão foi calculada em 1.500 criaturas e viam-se pessoas de todas as classes. Para a curiosidade geral, desponta entre elas a batina preta do Padre Dêsirat. Ele não é de Lourdes e não sabe da proibição imposta ao clero pelo Abade Peyramale . Sua presença causa sensação e em poucos momentos vê-se na primeira fila, com sua miopia compensada por óculos de grossas lentes, numa posição bem próxima da vidente. A descrição que ele faz dos fatos diz tudo:
"0 sorriso ultrapassa toda a expressão humana. 0 artista mais hábil, o ator mais consumado, nunca poderá reproduzir-lhe o encanto e a graça! Impossível imaginar. 0 que mais me tocou foi a alegria e a tristeza que se lhe desenhavam no rosto. Quando um destes fenômenos sucedia ao outro, era com a rapidez do relâmpago. No entanto nada de brusco: uma transição admirável.
Eu tinha observado a criança quando ela chegou e se dirigia à gruta. Tinha-a observado com escrupuloso cuidado. Que diferença entre o que ela era e o que eu vi no momento da Aparição! Respeito, silêncio, recolhimento por toda a parte. Ó, como era bom estar lá! Eu julgava-me no vestíbulo do Paraíso".

Foi também neste mesmo dia, quando ocorreu a 12ªAparição em que aconteceu o primeiro dos sete milagres escolhidos pelo Bispo e considerado realmente como "Obra de Deus".
"Catarina Latapié, proveniente de uma queda de um carvalho, na qual subira para tirar bolotas para os porcos, teve o braço deslocado e dois dedos da mão direita dobrados e paralisados. 0 fato aconteceu em outubro de 1856 e o médico só conseguiu consertar o seu braço, mas os dedos não tiveram jeito. E isto a impedia de fazer o seu trabalho, não a deixava tricotar e nem fiar, estava sendo a sua ruína.
Apesar de encontrar-se grávida de 9 meses, saiu a pé de sua casa na noite do dia 28 de fevereiro, para Lourdes, distante 7 quilômetros, levando os seus dois filhos mais novos.
Assiste a Aparição do dia 1º de março e faz fervorosas preces a Deus por intercessão de Nossa Senhora, pedindo a sua cura. Terminada a aparição, sobe até o fundo da gruta e mergulha a mão na fonte que tinha formado, cujas águas deslizavam mansamente formando um pequeno regato que corria para o Gave.
Um estremecimento acompanhado de uma grande suavidade invadiu todo o seu ser. Ela sentiu de repente, voltar a flexibilidade aos seus dedos. Vibrou de alegria e chorou de satisfação. Emocionada iniciou os seus agradecimentos pela graça alcançada, quando súbitamente sente uma violenta dor nas entranhas, como prenúncio do próximo nascimento de mais um filho. Num gesto ligeiro e contrito, ajoelha-se e com as mãos postas suplica:
- "Virgem Santa, Vós que acabais de me curar, deixai-me chegar em casa"!
Levantou-se, pegou nas mãos de seus filhos e seguiu para sua casa em Loubajac. Assim que chegou, mal teve tempo de chamar a parteira, deu à luz um sadio garoto que recebeu o nome de João Batista e que mais tarde tornou-se sacerdote".

13ª Aparição - 2 de março, eram mais de 1.650 pessoas em Massabieille. Com maior dificuldade Bernadete chegou ao "seu local".
Na Aparição a Senhora disse:
- "Vai dizer aos sacerdotes que tragam o povo aqui em procissão e Me construam uma Capela".
Por essa razão, mais tarde em companhia das tias Bernarda e Basília , foram encontrar-se com o Abade Peyramale, para levar-lhe a notícia.
0 Senhor Abade era um homem severo, de caráter íntegro e muito exigente na observância do direito e da ordem. Já tinha ouvido os comentários sobre Bernadette e as Aparições na gruta, assim como as notícias de curas e os comentários maldosos do jornal local. Não se decidira sobre os fatos, mesmo porque não dispunha de elementos que lhe oferecesse condições de optar. Intimamente aceitava com simpatia a possibilidade da Aparição ser verídica, em face dos muitos comentários favoráveis. Mas na sua posição, não podia considerar comentários e nem indícios, era preciso haver alguma coisa sólida, que se mostrasse de modo concreto, para que pudesse apreciar os acontecimentos. E apesar de possuir um coração bondoso e paternal, o momento exigia que procedesse com cautela, até com rudeza, se fosse necessário, para deixar aparecer a verdade transparente.
- "És tu que vais à gruta"?
- "Sim, Senhor Abade".
- "E dizes que vês a Santíssima Virgem"?
- "Eu não disse que era a Santíssima Virgem".
- "Então quem é essa Senhora"?
- "Eu não sei".
- "Ah, tu não sabes! Mentirosa! E no entanto esses que fazes correr atrás de ti dizem e o jornal imprime, que tu pretendes ver a Santíssima Virgem. Então o que é que tu vês"?
- "Qualquer coisa que parece uma Senhora".
- "Ora essa! Uma Senhora! Uma procissão"!
Aborrecido olha para as duas tias que a acompanha e lembra-se que elas conceberam antes de se casarem, e desabafa:
- "Que desgraça ter uma família destas que faz a desordem na cidade! Desapareçam daqui imediatamente"!
As três saíram o mais depressa que puderam e imaginem o tamanho do "apuro"... Disse Bernadete:
- "Não me apanham mais a vir à casa do Senhor Abade" !
Mas, logo que caminharam alguns passos, lembrou-se que não tinha transmitido toda a mensagem ao Senhor Abade. Esquecera-se de falar na "Capela". Quis voltar, mas as tias protestaram:
- "Não contes comigo! Tu põe-nos doentes"!
Depois de muito procurar, conseguiu que Dominiquette Cazenave a acompanhasse. Marcaram uma entrevista para às 19 horas. Estavam lá além do Abade Peyramale os Padres Péne, Serres e Pomian (o confessor dela). Transmite a segunda parte do recado:
- "Vai dizer aos sacerdotes para construírem aqui uma Capela".
- "Uma Capela? Como para a procissão? Estás certa disso" ?
-"Sim, senhor Abade, estou certa".
- "Ainda não sabes como ela se chama"?
- "Não , Senhor Abade".
- "Pois bem, é preciso perguntar-lhe".
Depois de responder mais algumas perguntas dos outros padres, despediu-se, e com sua acompanhante voltou para casa.
No dia seguinte mais de 3.000 pessoas a aguardavam na gruta. A multidão rezava ansiosa desde muito cedo. Mas a Visão não apareceu. E como nos dias 22 e 26 de fevereiro, regressou perturbada.
Todavia, neste mesmo dia, mais à tarde, voltou à gruta e desta vez encontrou-se com a Visão.
Ao regressar à cidade, foi conversar com Peyramale:
- "Senhor Abade, a Senhora sempre quer a Capela ".
- "Perguntaste-lhe o nome"?
_ "Sim, mas ela apenas sorriu".
- "Troça valentemente de ti". - Faz uma pausa e depois diz: - "Pois bem, se ela quer a Capela que diga o seu nome e faça florir a roseira da gruta. E então nós mandaremos construir uma Capela e não será muito pequena, será muito grande".
14ª aparição - 3 de março. A Senhora não aparece à hora habitual, mas sim ao entradecer e deu explicação.

“Não me viste esta manhã porque havia pessoas que desejavam examinar o que fazias enquanto eu estava presente. Mas elas eram indignas. Tinham passado a noite na gruta, profanando-a.”

15ª Aparição - 4 de março. No segundo mistério do primeiro terço, Bernadette começa a ver Nossa Senhora. Acabou esse terço e rezou outros dois, refletindo ora alegria, ora tristeza.
Durante esta quinzena, Nossa Senhora comunicou à menina três segredos e uma oração com esta ordem:

“Proíbo-te de dizer isto, seja a quem for.”

Era aguardado com grande expectativa porque era o último da quinzena de aparições. A polícia pediu reforço policial de d'Argelès e de Saint Pé, cidades vizinhas de Lourdes, para ajudar na manutenção da ordem, no sentido de evitar qualquer excesso. A estimativa era para mais de 8.000 pessoas ao redor da gruta. Para que Bernadette, pudesse chegar ao local, fizeram uma passarela de madeira, que lhe facilitou o acesso. Ela veio acompanhada de sua prima Joana Véderè, que tinha 30 anos de idade e ficaram juntas perante a Aparição.
Ajoelharam e começaram a rezar o terço. Quando iniciavam a terceira Ave Maria da segunda dezena, entrou em êxtase.
A multidão com o olhar acompanhava tudo e apreciava a beleza do Sinal da Cruz que ela fazia.
0 comissário Jacomet tirou o seu caderninho de Notas e escreveu "34" sorrisos e "24" saudações em direção a gruta.
Terminada a Aparição, apagou a vela e, indiferente a presença de toda aquela gente, tomou o caminho de sua casa.
Muitos ficaram desapontados e perplexos, porque esperavam algum milagre ou alguma revelação. Não aconteceu nada, visualmente. No ar ficaram muitas perguntas e uma grande expectativa: será que terminaram as Aparições?
Maria Bernarda foi encontrar-se, com o Senhor Abade e dar-lhe notícias do "encontro".
- "Que te disse a Senhora"?
- "Perguntei-lhe o nome... Ela sorriu. Pedi-lhe para fazer florir a roseira, ela sorriu outra vez. Mas ainda quer a Capela".
- "Tu tem dinheiro para fazer essa Capela"?
- "Não, Senhor Abade".
- "Eu também não . Diz à Senhora que lhe dê".
Peyramale estava desconsolado por não ter obtido nenhuma informação segura, sobre a Aparição. Ela também, mas sem poder fazer nada, voltou triste para casa.

No dia 18 de março é submetida a um severo interrogatório e declara:
- "Não penso ter curado quem quer que seja e de resto não fiz nada para isso. Não sei se voltarei à gruta".
Mas independentemente das aparições continuarem ou não, a afluência era cada vez maior. Diariamente muitas pessoas iam lá para rezar, para recolher água da fonte ou para bebê-la. Todos acreditavam que quem esteve lá foi a Santíssima Virgem. As velas multiplicavam-se no dia 18 eram 10 ; no dia 19 havia 21 velas; já no dia 23, colocaram no nicho das aparições, uma imagem de gesso da Virgem Maria, doada por um senhor, Felix Maransin
Do dia 4 de março quando ocorreu a última aparição, ou seja a 15ª, até o dia 25 do mesmo mês, Bernadete procurava levar uma vida normal, ao lado de seus familiares no "cachot". Mas foi impossível, porque era solicitada para interrogatórios, por visitantes que faziam filas intermináveis à porta de sua casa, querendo conversar, abraçá-la e pedir-lhe que tocasse com as mãos em objetos que levavam. Eram pessoas que buscavam graças e outras que vinham contar milagres alcançados pela bondade e o carinho intercessor de Nossa Senhora.
Não tinha mais sossego. Às vezes quase perdia a paciência:
- "Tragam-me todos ao mesmo tempo".
De outras vezes, cansada, precisando de repouso. queria isolar-se:
- "Fechem a porta à chave"!
E jamais aceitou e não deixou que nenhum de seus familiares aceitassem gratificações em dinheiro ou presentes, por qualquer razão que fosse:
- "Isso queima-me! Por favor, não façam isso"!
Quando perguntavam-lhe se a Dama voltaria, simplesmente dizia que não sabia. Só podia afirmar que ELA queria sempre uma Capela e que os sacerdotes fossem em procissão à gruta.

16ª Aparição - 25 de março. Na manhã da festa da Anunciação a Revelação:

“Eu sou a Imaculada Conceição”.

No despertar daquele dia 25 de Março de 1858, Bernadette sentiu-se novamente 'pressionada' para ir à gruta. Era uma força estranha que nascia em seu interior, que não sabia explicar. Mas era muito cedo e seus pais lhe aconselharam esperar o dia clarear. Às 5 horas da manhã já pôs-se a caminho. Depois de rezar o terço em êxtase, levantou-se e caminhou em direção à Aparição e conversaram:

- “Mademoiselle, quer ter a bondade de me dizer quem és, se faz o favor”?
“Aqueró” sorriu, não respondeu.
Ela insiste na solicitação, a segunda e a terceira vez, obtendo como respostas um sorriso carinhoso e modesto da Visão.
Mas Bernadette tinha a necessidade de saber o nome DELA, precisava levar esta notícia ao Senhor Abade, porque caso contrário, ele não construiria a Capela. Por isso, com mais amor e decisão insistiu uma quarta vez suplicando que ELA dissesse o seu nome.
Desta vez a Aparição não sorriu mais, ficou séria.
As mãos que estavam unidas afastaram-se estendendo sobre a terra e depois novamente juntas à altura do peito, levantou os olhos ao Céu em sinal de profunda humildade e obediência a Deus e disse:

- “EU SOU A IMACULADA CONCEIÇÃO”.
Dito isto, desapareceu.

Bernadette retornou a si e para não se esquecer das palavras, repetiu-as várias vezes em seguida, tropeçando nas letras que mal sabia pronunciar. Fugiu das perguntas de todos e correu para a casa do Senhor Abade Peyramale. Lá chegando, antes mesmo de cumprimentá-lo gritou:

- ' Que soy era Immaculada Councepciou' (no seu dialeto patois de Lourdes) 'Eu sou a Imaculada Conceição'.
0 Abade ficou perplexo. Não sabia se sorria ou ocultava o seu júbilo, procurando num último esforço, certificar-se do óbvio:
- 'Pequena orgulhosa, tu és a Imaculada Conceição'!
- 'Não, não, não eu'.

Peyramale sente que está diante de uma grande revelação:
'A Virgem é concebida sem pecado'.

Apesar de ter sido decretado em 8 de dezembro de 1854 , o Dogma da Imaculada Conceição de Maria não era aceito por todos os católicos, principalmente por alguns teólogos que defendiam a universalidade da redenção e do Pecado Original. Isto é, atribuíam a Nossa Senhora o mesmo privilégio que teve João Batista, de ter a santificação antes do nascimento. Mas não aceitavam a imunidade do Pecado, isto é, não aceitavam que Maria Santíssima fosse preservada do Pecado Original, mesmo considerando a sua condição especial de Mãe do Redentor.

Por este motivo o Abade explodia intimamente de satisfação e se preocupava em saber da realidade. Pela santíssima vontade de Deus, a partir daquele momento Nossa Senhora deixava realçar com todo brilho, a sua grandeza notável e ilimitada, porque ELA própria confirmava que teve uma Conceição Imaculada. Por isso Peyramale se debatia:
- 'Uma Senhora não pode usar esse nome! Tu enganaste sabes o que isso quer dizer'?
Maria Bernarda diz que não, abanando a cabeça.

- 'Então como podes dizê-lo, se não compreendes o que é'?
- 'Repeti todo o caminho'.
No silêncio que se seguiu, Peyramale ficou pensativo com um suave sorriso nos lábios. Bernadete interrompe o silêncio e diz:
- 'ELA sempre quer a Capela'...

0 Abade no íntimo deve ter respondido que não só uma Capela, mas uma monumental Basílica. A partir daquele momento a DAMA estava dispensada de fazer qualquer milagre, de fazer florir a roseira selvagem da gruta. Era ELA, a Mãe de Deus, a Nossa Querida Mãe que veio visitar-nos com o objetivo de revelar-nos um grande mistério divino e pedir penitência ao mundo, para que todos rezassem pela conversão dos pecadores e tivessem uma conduta responsável e digna. Peyramale estava emocionado. Tentava esconder sua alegria e por isso, para salvar as aparências, falou com ela:

- 'Vai para casa, falaremos outro dia'.

Os dias passaram e o clero com muita alegria e vibração comemorou a revelação do grande mistério.

Dia 6 de abril Bernadette, sentiu-se novamente 'pressionada' para voltar à gruta. Aquela força estranha e agradável a impulsionava para Massabieille. Como já havia passado das 15 horas, foi encontrar-se com o Padre Pomian no confessionário. Algumas pessoas que a observava, se incumbiram de espalhar os boatos. A cidade ficou na expectativa de algum acontecimento.

17ª Aparição - 7 de abril. Nossa Senhora nada disse, mas verificou-se nesta aparição o chamado milagre da vela. A vela benta, que Bernadette segurava, escorregou-lhe pela mão atingindo-lhe os dedos.
- Meu Deus, ela queima-se! - gritam várias pessoas.
- Deixem-na estar! ordena o Dr. Dozous.
Bernadette não se queimou.

No dia seguinte, quarta-feira da Páscoa, antes do sol nascer já encontrava-se na gruta, acompanhada inicialmente por uma centena de pessoas que logo aumentou para 1.000, quando iniciou a reza do terço.

Nas primeiras AVE MARIA da primeira dezena, entrou em êxtase. 0 Doutor Dozous, que vinha estudando o seu caso, surge no meio da multidão pedindo passagem, pois queria estar ao lado dela, para presenciar suas reações fisionômicas. E abrindo passagem entre o povo que contritamente rezava dizia:

- 'Não venho como inimigo, mas em nome da ciência. Corri e não posso me expor às correntes de ar. Só eu posso verificar o fato religioso que aqui se dá, deixem-me prosseguir este estudo'.

Neste dia, ela utilizava uma grande vela que se apoiava no chão. Foi fornecida por uma pessoa que tinha alcançado uma graça. Com sua mão tentava proteger a chama da vela, da corrente de ar. Mas no transe em que se encontrava, não posicionou corretamente a mão esquerda em forma de concha sobre o pavio aceso, de modo que a chama da vela passava por entre os seus dedos.

- 'Mas ela queima-se' - gritaram da multidão.
- 'Deixe estar' - pediu Dozous.

Ele não acreditava naquilo que seus olhos viam, os sorrisos de Bernadete, os Sinais da Cruz, feitos com tanta graça , sua fisionomia séria em vários momentos compartilhando duma tristeza da Visão e a chama da vela que passava por entre seus dedos, sem queimá-los, sem provocar dores.

Terminado o êxtase, examinou as mãos da vidente e não encontrou o menor sinal de queimadura. Para testar a sua sensibilidade, acendeu a vela e sem que ela percebesse, aproximou a chama de sua mão. Ela gritou e protestou: 'Está querendo me queimar'? Dozous, homem de atitudes extremas, viu crescer repentinamente em seu coração uma fé gigantesca. Da mesma forma que seu caráter explosivo o levava muitas vezes a defender suas convicções abertamente e com decisão, espalhou a novidade com disposição, convencido que estava diante do sobrenatural na gruta de Massabieille.

No 'Café Francês' que era o ponto de convergência para os 'bate-papos' também para os 'mexericos', Dozous proclamou com segurança e fartos argumentos, a existência do extraordinário em Lourdes. Em dado momento, ele assim expressou-se:

- 'É um fato sobrenatural para mim, ver Bernadete ajoelhada diante da gruta, em êxtase, segurando uma vela acesa e cobrindo a chama com a mão esquerda, sem que pareça sentir a mínima impressão do contato com o fogo. Examinei-a. Não encontrei nem o mais ligeiro sinal de queimadura' .

Mas continuava a existir também os descrentes, aqueles que não aceitavam os fatos e caçoavam dos freqüentadores da gruta. Eles atuaram sobre os administradores pedindo providências contra 'aquilo' que chamavam de 'palhaçada'. 0 Prefeito resolveu proibir o acesso a gruta. Mandou retirar todos os objetos religiosos que tinham sido colocados lá.

Os pais e amigos de Bernadete, para evitar complicações, a enviaram para Cauterets, a titulo de tratar de sua asma. Contudo a sua ausência em nada influiu no fervor das almas piedosas, que se manifestavam claramente e todos os dias. Eram organizadas procissões, cânticos e orações com a maior participação possível. Por outro lado, alguns procuravam dotar a gruta de certo conforto, colocando na fonte de água um bacia com três torneiras, para facilitar a utilização. Pedreiros, carpinteiros e funileiros trabalhavam gratuitamente e com desprendimento, melhorando o acesso, colocando uma tábua furada para receber as velas, empregando os seus esforços com o objetivo de tornar a gruta um recanto aprazível de devoção mariana.

As autoridades vendo que não conseguiam nem acabar e nem diminuir a freqüência das visitas à gruta, decidem fechá-la. No dia 15 de junho o Prefeito mandou fazer uma barreira constituída por uma paliçada de madeira, que isolava a área da gruta.

O povo, no dia 17, destruiu a paliçada. As barreiras são reconstruídas no dia 18 e são demolidas pelo povo na noite do dia 27. Tornam a serem reconstruídas no dia 28 de junho, para novamente serem demolidas na noite do dia 4 de julho.

No dia 8 de Julho a Igreja intervêm oficialmente, pela primeira vez, pedindo tranqüilidade ao povo e respeito às autoridades.

No dia 10 foram levantadas as barricadas novamente. Bernadete mantinha-se distante eindiferente a toda esta movimentação. Nas oportunidades que surgiam, recomendava obediência e desaconselhava que arrebentassem a paliçada na gruta.

18ª Aparição - 16 de julho. Como é festa de Nossa Senhora do Carmo, a Vidente assiste à missa e comunga na igreja.
Ao entardecer sente que Deus a chama para a gruta, como das vezes anteriores, e lá chegou por um caminho que ninguém suspeitou. Foi em companhia de sua tia Lucilia, camuflada com um capuz emprestado; mas não pode aproximar-se devido à sebe, e aos soldados que, por malvada ordem do governo, cercam o recinto.

Junto à cerca de tábuas que isolava a gruta, encontrava -se um grupo de pessoas, que de joelhos e silenciosamente rezavam. Ela ajoelhou e acendeu sua vela. Duas congregadas marianas que a reconheceram, juntaram-se a ela e à sua tia, em silêncio. Apenas começara o terço, as suas mãos afastaram-se comovidas, numa saudação de alegria e surpresa. Nossa Senhora estava lá. A sua face iluminou-se e suas feições adquiriram uma indescritível formosura.

A menina contempla a Senhora, de além do rio e da sebe.
Terminada a reza do terço, pelo seu rosto podia-se ver estampada a felicidade que brotava de seu íntimo, a alegria de mais uma vez ter-se encontrado com a MÃE de DEUS. Ela não comentou nada. No caminho de regresso, apenas disse:

“Não via o rio, nem as tábuas - explicará ela mais tarde. Parecia-me que entre mim e a Senhora, não havia mais distância que das outras vezes. Só via a ELA. Nunca a vi tão bela”

Foi o último adeus da Senhora até ao céu.

Aconteceu como se fosse uma visita de despedida, Nossa Senhora sempre bondosa, cheia de carinho e atenção, desceu à terra mais esta vez, para o derradeiro adeus à sua amiga.

Qual é a mensagem que se desprende das 18 aparições de Lourdes?

“O elemento principal - responde Laurentin, grande teólogo da Virgem - é a manifestação de Maria na sua Imaculada Conceição... O resto é em função deste primeiro elemento e pode também resumir-se numa palavra: “em contraste com a Virgem sem mancha, o pecado...” Mas, inimiga do pecado, Ela é também amiga dos pecadores, não enquanto estão ligados às suas faltas ou se gloriam delas, mas enquanto se vêem esmagados pelo sofrimentos físicos e morais, conseqüência do pecado.

Reduzida à sua expressão mais simples, poderíamos sintetizar desta forma a mensagem de Lourdes: A Virgem sem pecado, que vem socorrer os pecadores.

E para isso propõe três meios: “A Fonte De Águas Vivas, Oração, A Penitência !!!”

Sobre Santa Bernadette.

Histórico.

# Marie Bernarde Soubirous (Bernardette) nasceu em Lourdes a 07.01.1844.
# Em 1858 teve as aparições de Nossa Senhora.
# Entrou na Congregação das Irmãs da Caridade (em Nevers) a 29.07.1866.
# Como Irmã, era enfermeira e cuidava de doentes.
# Faleceu a 16.04.1879 com 35 anos.
# Em 1933 o Papa Pio XI a declarou Santa.
# A festa de N. Senhora de Lourdes é 11 de Fevereiro. De Santa Bernardette Soubirous é 16 de abril.

A santíssima Mãe de Deus, para conferir aos homens mais uma de suas infinitas graças, e para confundir o que no mundo se julga forte, escolheu um instrumento, à preferência de outros, débil, segundo a divina economia que São Paulo exalta: "Deus escolheu o que é fraco no mundo, para confundir os fortes" (1Cor 1,27). Este instrumento era Maria-Bernarde Soubirous (Bernardette), nome hoje caríssimo e celebérrimo no mundo inteiro, mas naquele tempo, quando apenas quatorze anos contava, de todos desconhecida.

Nascida em Lourdes, região montanhosa dos Pirineus, a 7 de janeiro de 1844, filha de Francisco e Ludovica Casterot, dois dias depois foi batizada e recebeu o nome de Marie Bernarde Soubirous.

Vivendo pobremente e crescia sem alguma doutrina humana, mas em suavíssima simplicidade de costumes e admirável candura de espírito, querida por Deus e pela Santíssima Virgem Mãe. Maria observou a humildade de sua filha e dignou a inocente menina, entre 11 de fevereiro a 16 de julho de 1858, de 18 aparições e de celeste colóquio.

Na época, o bispo local, que inicialmente duvidara da versão da inculta menina, que afirmava as aparições, pôs ela à prova e pediu para que, na próxima aparição, perguntasse à ela qual o seu nome. Bernardette, cumprindo o pedido do bispo, esclareceu à Virgem a indagação do bispo, no que Nossa Senhora respondeu:

"Eu sou a Imaculada Conceição".

Ao retornar, o bispo ouviu estupefato a resposta da menina, já que tratava-se de “um dogma recém proclamado, o dogma da "Imaculada Conceição" firmado há menos de quatro anos por Pio IX (1854) que, pelas dificuldades de comunicação da época, estava restrito ao conhecimento ainda dos setores mais elevados da Igreja.”

Após as Aparições da Ssma Virgem em 1858.

Do dia 16 de junho de 1858, data da última Aparição de Nossa Senhora, até junho de 1866, quando iniciou sua viagem para entrar no Convento de Saint Gildard em Nevers, conviveu com as Irmãs do Hospício, na sua cidade, freqüentou a escola onde adquiriu um pouco de instrução e exercitou um profícuo apostolado junto aos doentes internos.

Mas foi também um período difícil de sua vida, porque era solicitada e importunada em todos os momentos, por curiosos, por pessoas que queriam o seu autógrafo, queriam vê-Ia, assim como tocar-lhe e fazer-lhe perguntas.

Foi assediada também por diversas Ordens Religiosas que a queriam, cada uma desejava que ela entrasse em sua Comunidade. Mas inicialmente, preferiu continuar ao lado dos pais e irmãos. Com o passar do tempo e o sempre crescente número de visitantes, fizeram com que sentisse a necessidade de isolar-se, para poder trabalhar, para ser útil de alguma forma e não ficasse apenas como um objeto de admiração pública. Por esse motivo começou a pensar em ingressar num Convento. Mas havia outros problemas que interferia e dificultava a sua decisão: a asma crônica, sua pobreza que não lhe permitia ter um dote e a falta de instrução.

Entretanto, com o passar dos meses a convivência em casa estava tornando-se impossível, em face dos motivos mencionados, por isso decidiu-se e escreveu para Nevers pedindo autorização para entrar no Convento. A resposta veio positiva.

Em 7 de julho de 1866, às 22 horas e 30 minutos, desembarcava na estação ferroviária de Nevers, acompanhada de mais duas postulantes, Maria e Leontina, e de duas Superioras da Comunidade.

No dia 8 de dezembro teve uma grande tristeza com a noticia da morte de sua mãe Luiza com 41 anos de idade.

Bernadette encontrou em sua vida de Convento as dificuldades naturais que o ciúme pode causar a algumas pessoas , por ter sido ela a preferida da Virgem Mãe, apesar de ser tão modesta, simples e sem qualquer instrução.

E foi com muito sofrimento, com um imenso amor pelo próximo, um perseverante espírito de disciplina e obediência inigualáveis, que conseguiu superar todos os momentos difíceis.

Respeitosamente acatava as decisões e as ordens das Superioras, mesmo que ás vezes denotassem um excesso de rigor ou que fossem na maioria das vezes ofensivas, aceitando-as sem discuti-las, com um singelo sorriso.

No dia 30 de Outubro de 1867 fez a sua "Profissão de Fé". Sua voz era firme e sem afetação. Compromete-se por toda a vida a praticar a pobreza, a castidade, obediência e caridade.

Foi escolhido para ela o emprego da Oração e auxiliar na Enfermaria da Casa Mãe.

Com a morte da Enfermeira Chefe Irmã Marta a 8 de Dezembro de 1872, por iniciativa própria, assumiu a responsabilidade da Enfermaria, sem nomeação das Superioras, tomando sobre si todas as tarefas e atribuições da função. É assim que organizou a Enfermaria, colocou rótulos nos produtos relacionou as diversas poções, escrevendo as fórmulas, tudo com capricho e interesse. E também, com invulgar dispensava atenção e carinho a todas que necessitavam de seus serviços.

No dia 4 de março de 1871 recebeu um telegrama que trazia a notícia da morte de seu pai. Chorou muito, com imensa saudade dele. Dias depois escreveu à Maria sua irmã:

"Venho chorar contigo. Fiquemos no entanto submissas, embora bem desgostosas, à mão paternal que nos bate tão duramente há algum tempo. Levemos e beijemos a Cruz".

A 3 de junho de 1873 tem uma recaída muito séria. Ninguém duvida de que vai morrer. Recebe a Extrema Unção pela terceira vez. No entanto, dias depois, melhorou e voltou a rir e a ter disposição para o seu trabalho na Enfermaria.

A 11 de dezembro de 1878, deita-se definitivamente na sua "Capela Branca", como chamava o seu leito na sala da enfermaria, porque ele possuía um grande cortinado que o envolvia. Colocou próximo a imagem de São Bernardo de Claraval, seu padrinho de batismo.

Padre Febvre, seu último confessor e que constantemente estava em sua companhia, enumera as suas enfermidades:

- "Uma asma crônica, dilacerante do peito, acompanhada de vômitos de sangue que duraram dois anos. Tinha aneurisma (desenvolvimento da aorta), uma gastralgia, um tumor no joelho... Enfim, durante os dois últimos anos, a cárie dos ossos, de forma que seu pobre corpo era o receptáculo de todas as dores. Também, formaram-se abcessos nos ouvidos da Irmã Maria Bernarde que a afligiram com uma surdez parcial que lhe foi muito custosa e não cessou senão algum tempo antes da morte.

A partir de seus votos perpétuos, a 22 de setembro de 1878, os sofrimentos redobraram de intensidade e não cessaram senão com a morte. A sua ambição, que escondia e não permitia que as pessoas soubessem, era o seu imenso desejo de ser uma vítima para Coração de Jesus.

A partida para a Pátria Celeste.

No dia 28 de março de 1879, pela quarta vez recebeu a Extrema Unção. Protestou:

"Curei-me todas as vezes que a recebi".

Depois do Santo Viático ministrado pelo Padre Febvre, disse:

"Minha querida Madre, peço-lhe perdão por todos os sofrimentos que lhe causei, com minhas infidelidades na vida religiosa e peço também perdão às minhas companheiras dos maus exemplos que lhes dei... sobretudo com o meu orgulho"!

Durante a Semana Santa, celebrada do dia 6 ao dia 13 de abril, os escarros agravaram-se e ela pede um "alívio".

"Se pudesse encontrar na sua farmácia qualquer coisa para aliviar os meus rins, estou toda esfolada".

E de outra vez manifestou-se assim:

"Procure então nas suas drogas... qualquer coisa para me fortificar. Não tenho forças nem para respirar. Mande-me vinagre bem forte para cheirar".

Depois mandou tirar todas as imagens e estampas de Santos que ornavam o seu quarto.

"Este me basta" (mostrando o Crucifixo).

Por fim, às 15 horas do dia 16 de abril de 1879, ainda jovem com 35 anos de idade, morreu Bernadette depois de um intenso e penoso sofrimento que lhe impuseram seus diversos males.

"Fez um grande sinal da Cruz, pegou no copo contendo a bebida fortificante que lhe apresentaram, toma por duas vezes algumas gotas e inclinando a cabeça, entrega docemente a sua alma."

Tão pura e com tanto amor a Deus e à Virgem Maria, que tinha receios, mesmo involuntariamente, de os ofender. Isto transformou para ela num grande drama moral, que a atordoou bastante, nos últimos dias de vida.

Viveu como manda o Evangelho e ofereceu exemplos de vida para todas ocasiões e para o mundo viver o conteúdo da mensagem divina, que ela recebeu na gruta de Massabieille: "Pobreza, Oração e Penitência" . 0 seu encanto transparece mais visível e brilhante, nos milagres que ocorreram por sua intercessão e que fizerem com que ela fosse proclamada Santa, antes mesmo de ser canonizada.

A Intercessão de Santa Bernadette junto a Mãe de Deus.

De alguns acontecimentos vamos relembrar aqui, e que possuem características absolutamente sobrenaturais.

1. A Superiora do Hospício de Lourdes, Madre Alexandrina Roques, sofreu após uma queda, uma torcedura que a condena a longo repouso , num período difícil, de muito trabalho, quando era muito solicitada por suas ocupações. Manda chamar Bernadette e lhe diz:

"Não posso ficar de cama estas cinco semanas, sobretudo neste momento em que aqui há tanto o que fazer. É preciso que a Santa Virgem me cure e ponha de pé. Vai lhe dizer isto na Capela".

E ela foi.

No dia seguinte, a Superiora estava de pé, sem a torcedura, para espanto do médico, que contudo, já devia ter visto coisas idênticas e outras até mais extraordinárias, em Massabieille.

2. Em outra oportunidade, em Nevers, uma mãe cujo filho morria, vai até o Convento e leva a coberta do berço da criança, com pretexto de que o bordado não estava terminado. Conversa com a Madre Superiora e lhe suplica que dê a Irmã Maria Bernarda para acabá-lo. A Madre concordou e levou a coberta onde ela se encontrava com as outras irmãs, e disse:

"Está aqui uma coberta cujo bordado está errado; a dama que o trouxe pergunta se alguma de vocês poderia consertá-lo"?

"Isto é fácil" - responde Bernadette, sempre viva e pronta a gracejar. "Essas belas damas da sociedade enganam-se no seu trabalho e somos nós que o temos de arranjar. Enfim, apesar de tudo, dê-o cá; vou tentar consertar isso".

E a mãe do pequenino doente, já desenganado pelos médicos, passou a coberta sobre o berço, e seu filho ficou logo milagrosamente curado.

Aconteceu em outra oportunidade, que uma mãe com sua filha portando uma enfermidade incurável que a impedia de andar, decidiu levá-la ao Convento, porque a medicina nada mais podia fazer por ela. Entendeu-se com a Superiora, que logo depois chamou Bernadette:

"Irmã Maria Bernarda, quer tomar nos braços esta criança, enquanto eu falo com esta senhora? Sobretudo, não a ponha no chão".

Ela afastou-se com a criança para debaixo dos castanheiros; quando a Superiora veio procurá-la, encontrou-a chorando, com receios de ser censurada. A criança debatera-se de tal modo nos seus braços, que se viu obrigada apesar da proibição, colocá-la no chão, por onde andava e corria com toda alegria, em volta dela.

A mãe ficou emocionada e chorou de satisfação, enquanto a Superiora apressadamente mandou Bernadette dar um recado na outra extremidade do Convento, para preservar a sua humildade.

A criança estava totalmente curada, sorria descontraída e satisfeita brincava ao redor de sua mãe.

Assim, Nosso Senhor aliviava os sofrimentos das pessoas que tinham fé pela intercessão de Nossa Senhora, concedendo as graças ao suplicante através das mãos inocentes de Bernadete.
0 maravilhoso manifestava-se sempre de tal modo, que para ela, de um modo geral, permanecia ignorado.

Após a morte da Santa Bernadette.

Depois de sua morte, os milagres multiplicaram-se em torno de seu túmulo, com uma freqüência notável.

Os muros de sua capela funerária, estão hoje repletos de "ex-votos", emblemas vivos de sua eficaz mediação junto à Mãe de Deus. Ela também fazia maravilhas ao longe, mesmo sem intervenção de relíquias e de imagens, tendo sem cessar, feito prevalecer a força e o poder do espírito.

Trinta anos após sua morte, em 22 de setembro de 1909, foi aberto o caixão para reconhecer os despojos mortais. Seu corpo estava intacto, a tez estava branca.

A 13 de abril de 1925, exumaram-na pela última vez, Bernadette, ainda intacta, parecia que estava adormecida. Cobriram sua face e suas mãos com cera e a colocaram sobre cetim, seda e rendas, na Capela, onde hoje encontra-se à veneração de todos, no Convento de Saint Gildard, em Nevers, na região do Loire, na França.

Lurdes nos dias de hoje...

Desde 1858 até hoje, contínuas multidões se têm reunido na basílica de Nossa Senhora de Lourdes, às vezes presididas por papas ou seus legados, e muito mais freqüentemente por bispos e cardeais.

Os milagres de curas são estudados com todo o rigor e só reconhecidos quando de todo certos. Mais numerosas são as curas de almas, embora mais difíceis de contar.

Como vimos, Nossa Senhora pediu a Bernadette que se dirigisse aos sacerdotes e lhes dissesse que levantassem uma capela no lugar das aparições.

- “Uma capela!”, comentou um sacerdote a quem foi comunicado o pedido. “Tens tu dinheiro para erguê-la?”

- “Não tenho”, disse com muita naturalidade a Vidente.

- "Pois nós também não. Diz a essa Senhora que to dê".
Maria Imaculada deu muito mais que dinheiro. Abriu-se o céu, choveram e continuam a chover ainda agora os seus tesouros. “O dedo de Deus” está em Lourdes há mais de cem anos.

Quanto ao caráter sobrenatural das Aparições, indicamos alguns pensamentos que deveriam ser cotejados com os fatos decorridos:

Bernadette estava de perfeita boa fé ao relatar as manifestações recebidas, e, sendo a menos nervosa das meninas, não foi vítima de exaltação entusiasta. O caráter sobrenatural deduz-se da atitude que prudentemente assumiu a hierarquia da Igreja: o pároco, o bispo e tantos outros prelados e mesmo os vários Papas.

E tenha-se presente que o estudo dos pretenso milagres se faz em Lourdes por uma comissão médica que trabalha com máxima seriedade.