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NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

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CAPELA DE NOSSA SENHORA DA MEDALHA MILAGROSA

Uma Capela cheia de segredos !Você quer descobri-la conosco? Saiba, antes de tudo, que a Casa Mãe da Companhia das Filhas da Caridade era o antigo "Hotel de Châtillon". Este, foi concedido à Companhia, em 1813, por Napoleão Bonaparte, depois da tormenta da Revolução Francesa. Imediatamente, começa a construção da Capela.A 8 de agosto de 1813, realizou-se a bênção solene da Capela dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. Em 1830, aconteceram então as aparições. Aumentou o numero de vocações.Foi necessário transformar a Capela, que passa então por várias modificações. Em 1930, por ocasião do centenário das apariçes, uma nova reforma nos mostra a Capela tal como a vemos hoje.Agora, a você a oportunidade de visitá-la!
http://www.chapellenotredamedelamedaillemiraculeuse.com

Visita a Capela da Medalha Milagrosa, localizada na Rue du Bac, 140 - Paris

Visita a Capela da Medalha Milagrosa, localizada na Rue du Bac, 140 - Paris
Clique sobre a foto para a visita guiada em 15 etapas

domingo, 28 de fevereiro de 2010

PARA CONHECER A SI MESMO O HOMEM PRECISA OUVIR DEUS

BENTO XVI: PARA CONHECER A SI MESMO O HOMEM PRECISA OUVIR DEUS

Cidade do Vaticano,
- Bento XVI e a Cúria Romana concluíram na manhã de ontem a semana de exercícios espirituais da Quaresma. Na Capela Redemptoris Mater da residência apostólica, o pregador salesiano, Pe. Enrico Dal Covolo, recebeu o agradecimento e os apreços do Santo Padre por suas "lições de Deus e da Igreja sobre a vocação sacerdotal".Um modo "entusiasmado e muito pessoal" de refletir sobre o ministério do sacerdócio, um guia "no caminho rumo a Cristo, no caminho de renovação" da vocação. Após ter escutado, rezado e refletido em silêncio durante esta semana de exercícios espirituais, Bento XVI quis ressaltar a viagem feita, junto com seus mais estreitos colaboradores de Cúria, no seguimento das meditações do teólogo salesiano, Pe. Enrico Dal Covolo.O Pontífice manifestou apreciar justamente o aspecto da escuta íntima, profunda. Aquilo que – como recordado durante os exercícios – Salomão pediu e recebeu como graça, a docilidade de um coração capaz de escutar Deus:"Na realidade, parece-me que aí esteja resumida toda a visão cristã do homem. O homem não é perfeito em si, o homem precisa da relação, é um ser em relação (...) Precisa da escuta, da escuta do outro, sobretudo do Outro com o O maiúsculo, de Deus. Somente assim conhece a si mesmo, somente assim se torna si mesmo."O Pontífice prosseguiu sua breve reflexão afirmando que esse tipo de escuta é sinal de uma sabedoria possível somente na comunhão com a Igreja. Como a que o Santo Padre disse ter contemplado nestes dias num dos esplêndidos mosaicos que ornamentam a Capela Redemptoris Mater, que representa a Virgem, definida "Trono vivo da Sabedoria", com Cristo no ventre, a "Sabedoria encarnada":"Os Padres da Igreja dizem que no momento da concepção do Verbo eterno no ventre da Virgem o Espírito Santo entrou em Maria através do ouvido. Na escuta concebeu a Palavra eterna, deu a sua carne a essa Palavra. E assim nos diz o que significa ter um coração à escuta."Em seguida, Bento XVI recordou os chamados "medalhões" sacerdotais apresentados por Pe. Enrico Dal Covolo, que deram concretude à reflexão sobre a vocação ao ministério ordenado. Cinco retratos exemplares de presbíteros, de São João Marisa Vianney a João Paulo II, com um preâmbulo centralizado na concepção que os Padres antigos tinham do sacerdócio, de Santo Agostinho a Santo Inácio de Antioquia:"Realmente novamente percebemos o que significa ser sacerdote, tornar-se sempre mais sacerdotes. Você ressaltou também que a consagração caminha rumo à missão, é destinada a tornar-se missão. Nestes dias aprofundamos com a ajuda de Deus a nossa consagração. Assim, com nova coragem, queremos agora enfrentar a nossa missão. O Senhor nos ajude.
Obrigado por sua ajuda, Pe. Enrico." (RL)

Fonte: RV

sábado, 27 de fevereiro de 2010

FREI BRUNO - Romaria Penitencial chega à 20ª edição neste domingo

Como acontece todos os anos, a cidade de Joaçaba, no interior catarinense, realiza a Romaria Penitencial a Frei Bruno, o frade franciscano desta Província da Imaculada Conceição.
Mas a Romaria deste domingo (28/02) é especial: será a 20ª edição dessa demonstração de fé e estará celebrando 50 anos da morte de Frei Bruno Linden.

Frei Bruno faleceu no dia 25 de fevereiro de 1960, em Joaçaba. Desde então, sua fama de "santo" cresceu a cada ano.
Inúmeras pessoas atribuem a Frei Bruno um espírito profético e um poder miraculoso.
A confiança em sua intercessão tem atraído milhares de fiéis ao seu túmulo e ao monumento a ele dedicado.

A exemplo do ano passado, quando mais de 40 mil pessoas caminharam durante três quilômetros debaixo de um temporal, neste ano se espera uma grande multidão no percursso, que é realizado a pé, da Catedral Santa Terezinha ao Cemitério Frei Edgar, onde está sepultado Frei Bruno.

A Romaria terá início às 8 horas e, na chegada, será celebrada a missa.
Neste Especial, conheça um pouco da vida deste frade franciscano num texto de Frei Elzeário Schmitt, a cidade onde morreu e o movimento de fé que cresce a cada ano.

A Romaria Frei Bruno terá transmissões via internet de áudio e vídeo nos sites: http://www.freibruno.com.br/ e http://www.catadraljoacaba.org.br/

Fonte: Franciscano

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

FREI BRUNO

FREI BRUNO

Texto do livro CONVERSA DE SANTOS Frei Edgar Frei BrunoAlessandra ZílioVanessa Coleraus da Rosa

A vida e a personalidade de Frei Bruno retrataram de maneira fiel o modo de vida de 5. Francisco; simples, humilde, pobre, zeloso e caridoso, era o exemplo genuíno de um Frade menor, que dedicou sua vida a um ideal de franciscano. Filho de Humberto Linden e Cecília Golden, nasceu Humberto Linden Jr. (após Frei Bruno) em Dusseldorf, na Alemanha, a 08 de setembro de 1876.
Com quase 18 anos, ingressou no noviciado dos Franciscanos da Saxônia em Harreveld, na Holanda. Iniciou sua peregrinação Franciscana, esta influenciada a convivência de Frei Osmundo Laumann, mestre de noviços. Tomou hábito em 13 de março de 1894.
Destinado à missão brasileira Frei Bruno trocou a novicidade da Saxônia por um transatlântico que os levou à Bahia. Aportaram em Salvador, 12 de julho de 1894, onde completou o noviciado fez profissão solene a 15 de maio de 1898.
Encaminhou-se, então, para o sacerdócio, estudando filosofia e teologia, sendo ordenado sacerdote a 10 de maio de 1901, em Petrópolis, onde permaneceu ainda por mais dois anos. De 1904 a 1906 veio para Santa Catarina, na cidade de Gaspar atuando como superior e vigário, continuou no mesmo lugar mais três anos como coadjutor.
Confirmando seus votos de um genuíno seguidor de 5. Francisco, foi transferido várias vezes. Frei Bruno, em transferência para São José, da modesta função de coadjutor e bibliotecário, mais tarde, desde 1914, confiaram-lhe os cargos de Praeses (Pároco) e vigário da paróquia de São José.
Em 1917 foi transferido para Rio o Grande do Sul, Não-Me Toque, como superior e vigário.
De 1926 a 1945, teve longa estadia em Rodeio, no convento do Noviciado, onde era guardião e vigário. Edificou, sem cessar, por quase 20 anos, o povo e os noviços com seu exemplo de um autêntico frade menor.
Em Rodeio, assumiu o cargo de diretor da então Companhia das Irmãs Catequistas, cargo este muito difícil, pois a agremiação vinha passando por algumas dificuldades devido à instabilidade em que se encontrava a obra.
Na incerteza do futuro, no incomum gênero de vida abraçado pelas catequistas, Frei Bruno não se entusiasmou e procurou desmanchar a Companhia; porém, outras circunstâncias fizeram-no mudar de parecer e aconselhado por Sma. Eminência D. Joaquim, Bispo de Florianópolis, percebeu, como seguidor de S. Francisco, nas catequistas verdadeiras filhas de S. Francisco, e, ao quase descaso das primeiras horas, sucedeu um zelo operoso, um carinho e amor verdadeiramente fraternais. Ainda em Rodeio, zelou pelos bons costumes e tradições religiosas da cidade, fez muitas reformas e construções de novas capelas.
De Rodeio, após comemorar 19 anos de vigário e festejar, em 13 de maio de 1944, seu jubileu Áureo Franciscano (50 anos de vida religiosa), foi destacado para trabalhar em Esteyes Júnior, onde permaneceu poucos meses, pois, no fim do mesmo ano, foi designado superior e pároco de Xaxim, até 1956.

Octogenário, veio para Joaçaba, já muito cansado. Frei Bruno foi para Luzerna, a fim de passar uma temporada para repouso, ou, como ele mesmo entendia, preparar-se para a morte.Velho, forças gastas, duas hérnias e por conseguinte, duas cintas, deram-lhe bastante que fazer e sofrer. Porém, pensara também em trabalhar, em continuar suas caminhadas para espalhar o bem a todos. Em pouco tempo escassou o serviço em Luzerna e, a pedido dos confrades, foi passar uns dias em Joaçaba, onde descobriu novas oportunidades de apostolado.
Voltou a Luzerna sem dizer nada, mas, quatro dias depois, apareceu outra vez em Joaçaba, disposto a ficar. Eram 2 de fevereiro de 1956. A volta de Frei Bruno foi uma grande alegria para a comunidade de Joaçaba.

Os últimos quatro anos não foram nada mais que a continuação de um apostolado que Frei Bruno já vinha praticando há anos. Frei Bruno tinha uma predileção por longas e contínuas caminhadas. De fato, de manhã e à noite mantinha-se em movimento, o que, várias vezes, levava-o a ser chamado de cigano sem paradeiro nem sossego.
Caminhava, visitando as famílias, benzendo as casas, descobrindo uniões a legalizar, consertando lares em desarmonia, visitando os doentes, sempre no mesmo ritmo incansável, morro acima, morro abaixo. Subindo pelas ladeiras, costumava andar em zigue-zague a fim de aliviar o velho coração. Nos primeiros meses, ainda visitava as capelas de 5. Helena e de Nossa Senhora de Saúde; mais tarde, notando a preocupação dos confrades, desistiu espontaneamente. Em seguida ocupou o cargo de capelão do Ginário Frei Rogério, a cargo dos Irmãos Maristas, atendendo às confissões dos Irmãos e Juvenistas.

Terminada a 5. Missa, Frei Bruno dava as suas voltas, chegando a casa um pouco antes do meio-dia, quase sempre a pé, empunhando o guarda-chuva, seu fiel e inseparável companheiro. Depois do almoço descansava na igreja, aparando a cabeça na mesa do altar de Nossa Senhora, rezando ou, então na salinha da portaria, onde atendia às pessoas que o procuravam ou que ele havia chamado.

Preocupava-se muito com os presos. Pediu dinheiro para comprar uma bola para recreação; conseguiu ainda uma licença para os presos jogarem futebol no pátio da cadeia. Arrumou tinta para pintar a cadeia que estava imunda, como ele dizia. Arrumou também pois na cadeia a situação era precária e não tinha luz.
Levava doces ou bolo para os detentos, que ficavam muito alegres. Tinha, também, em volta de si, um grupo de crianças pobres às quais dava doutrina e, às vezes, pão e outros petiscos. Os dias iam passando. O ginásio Frei Rogério recebeu novo capelão, e Frei Bruno foi aposentado; já estava na hora, pois caminhar tomara-se mais custoso e também a vista ia enfraquecendo cada vez mais.

A partir de 1958, Frei Bruno celebrava sua Missa às 5h3Omin no altar de Nossa Senhora. Depois, ele dava a comunhão às pessoas que madrugavam. Após a missa, ia ao confessionário, onde era sempre procurado.
O confessionário de Frei Bruno era uma armação muito simples com grade; de um lado a cadeira do confesso, de outro lado o banquinho de ajoelhar para o penitente.
Frei Bruno preocupava-se muito com a situação das empregadas, muitas vezes sem aparo moral, sem instrução religiosa, expostas a mil perigos.
Daí organizou a união das empregadas. Mensalmente a Diretora do grupo Escolar dava uma conferência e todas as quartas-feiras as empregadas assistiam à 5.
Missa, rezando e cantando sob a orientação e direção das "mães" (assim chamava Frei Bruno as zeladoras). Conforme as presenças na missa e conferência, Frei Bruno se animava ou ficava triste.

Volumosa era a correspondência que Frei Bruno recebia. Uns pediam uma bênção, outros a saúde para um doente, outros ainda sorte nos negócios ou bênção contra ratos no Paiol ou contra bichos na roça.
A princípio, Frei Bruno respondia religiosamente a todas as cartas, mas à medida que lhe ia enfraquecendo a vista, ia desistindo da correspondência. Em 3 de julho de 1959 celebrou pela última vez aS. Missa. A partir daquele dia comungava às Sh30min e depois ia ao confessionário. Já não saía mais à rua mas continuava as audiências na salinha da portaria.

Em 25 de outubro de 1959, na companhia de Frei Serafim, Frei Bruno deu seu último passeio a Luzerna, a fim de tratar de assuntos da Pia União de Missas Ingolstadt. Tanto em Luzerna como em Joaçaba, Frei Bruno exercia um apostolado em prol da dita União de Missas. Em 20 de novembro de 1959, Frei Bruno foi encontrado por Frei Edgar ( o então vigário da paróquia) na sala da portaria, desmaiado, pálido e frio. Foi levado a sua cama e, imediatamente, veio o médico prestando a assistência indicada. Já ao meio-dia, o doente estava de pé, meio tonto ainda, mas animado. A partir daquele dia, Frei Bruno andava muito preocupado com a morte.

Em curto prazo, recebeu duas vezes a extrema-unção.

Em 1960, Frei Bruno repetia, diariamente, "hoje vou morrer".

Até deixava de se alimentar, até que Frei Edgar, com jeito, fazia com que Frei Bruno comesse.

As sandálias lhe pesavam muito e Frei Bruno calçou uns chinelos leves e caminhava como um velho colono italiano.

Quase trocou o rosário que também pesava muito, mas não o fez pois achou uma ofensa a Nossa Senhora. No último mês teve que usar bengala para caminhar; o confessionário dele foi colocado por Frei Edgar na sacristia, para poupar-lhe a longa caminhada pela igreja. Até o último dia atendeu confissões e deu audiências na sua salinha.No dia 23 de fevereiro Frei Edgar e Frei Bruno ficaram a sós, até tarde quando Frei Honorato veio de Luzerna, a fim de celebrar, na Matriz de Joaçaba no dia seguinte, pois Frei Edgar tinha que celebrar e atender confissões no colégio dos Irmãos. Frei Bruno chupou umas uvas, tornou, como era de costume, o "vatersegen" (bênção paterna) e foi se recolher.

No dia 25 de fevereiro de 1960, Frei Edgar voltara do colégio das irmãs, não encontrara Frei Bruno, nem na sacristia, nem na portaria, nem no refeitório. Frei Edgar foi ao quarto de Frei Bruno, onde o encontraram morto. Segundo o médico, que veio depois, a morte devia ter ocorrido umas duas horas antes, constatou: CAUSA MORTIS - ENFARTO CARDÍACO - SÍNCOPE CARDÍACA.

Rapidamente se espalhou a notícia do falecimento. A tristeza foi geral. As duas emissoras de Joaçaba, a todo momento, repetiam a triste nova, dando também notícias biográficas acerca do confrade. Ao meio-dia, o corpo foi colocado na igreja e velado sem interrupções até as 08 horas do dia seguinte. A população lamentou muito a morte do frade.No dia 26 de fevereiro, o comércio e as indústrias fecharam em sinal de luto. Às 08h houve missa de corpo presente. A igreja tornou-se pequena; vieram os confrades de Luzerna, Jaborá e Xaxim.Mais de 120 carros e uma multidão acompanharam o corpo de Frei Bruno ao cemitério. Foi o maior enterro que já houve em Joaçaba.

No dia seguinte, em sessão da Câmara Municipal, os vereadores lançaram em ata um voto unânime de pesar pela morte de Frei Bruno e, em sinal de luto, suspenderam os trabalhos. Os motoristas de Joaçaba renderam uma homenagem em particular à memória de Frei Bruno, organizando um grande cortejo, rumando de noite à matriz, onde todos, ajoelhados na escadaria da igreja, rezaram pela alma de Frei Bruno, e em seguida, prosseguiram sua peregrinação.
Em 9 de julho de 1961, Frei Edgar e Frei Maximiliano de São Paulo, trouxeram no Jeep o busto de Frei Bruno, fundido em bronze. Foi em homenagem ao grande franciscano Frei Bruno, feito no Liceu de artes e oficinas de São Paulo por CR$ 75.000,00, será colocado na praça Frei Bruno, substituindo o atual que é de cimento e portanto imitando o bronze.

A memória de Frei Bruno permanece envolta em místicos episódios inexplicáveis para todos. Mas esses fatos não deixam de ser justificativa para o incontável número de devotos que visitam o Jazigo daquele que, em vida, espalhou somente a caridade e a bondade. No jazigo dos franciscanos se encontra o túmulo de Frei Bruno, reformado em 1998 para poder receber a todos os fiéis que incansavelmente migram para o Cemitério/Jazigo em nome de sua fé na figura carismática de Frei Bruno.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

MENSAGEM DE SUA SANTIDADE O PAPA BENTO XVI PARA A QUARESMA DE 2010

A justiça de Deus está manifestada mediante a fé em Jesus Cristo (cfr Rom 3, 21–22 )

Queridos irmãos e irmãs,
todos os anos, por ocasião da Quaresma, a Igreja convida-nos a uma revisão sincera da nossa vida á luz dos ensinamentos evangélicos . Este ano desejaria propor-vos algumas reflexões sobre o tema vasto da justiça, partindo da afirmação Paulina: A justiça de Deus está manifestada mediante a fé em Jesus Cristo (cfr Rom 3,21 – 22 ).


Justiça: “dare cuique suum”
Detenho-me em primeiro lugar sobre o significado da palavra “justiça” que na linguagem comum implica “dar a cada um o que é seu – dare cuique suum”, segundo a conhecida expressão de Ulpiano, jurista romana do século III. Porém, na realidade, tal definição clássica não precisa em que é que consiste aquele “suo” que se deve assegurar a cada um. Aquilo de que o homem mais precisa não lhe pode ser garantido por lei. Para gozar de uma existência em plenitude, precisa de algo mais intimo que lhe pode ser concedido somente gratuitamente: poderíamos dizer que o homem vive daquele amor que só Deus lhe pode comunicar, tendo-o criado á sua imagem e semelhança. São certamente úteis e necessários os bens materiais – no fim de contas o próprio Jesus se preocupou com a cura dos doentes, em matar a fome das multidões que o seguiam e certamente condena a indiferença que também hoje condena centenas de milhões de seres humanos á morte por falta de alimentos, de água e de medicamentos - , mas a justiça distributiva não restitui ao ser humano todo o “suo” que lhe é devido. Como e mais do que o pão ele de facto precisa de Deus. Nora Santo Agostinho: se “ a justiça é a virtude que distribui a cada um o que é seu…não é justiça do homem aquela que subtrai o homem ao verdadeiro Deus” (De civitate Dei, XIX, 21).


De onde vem a injustiça?
O evangelista Marcos refere as seguintes palavras de Jesus, que se inserem no debate de então acerca do que é puro e impuro: “Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa tornar impuro. Mas o que sai do homem, isso é que o torna impuro. Porque é do interior do coração dos homens, que saem os maus pensamentos” (Mc 7,14-15.20-21). Para além da questão imediata relativo ao alimento, podemos entrever nas reacções dos fariseus uma tentação permanente do homem: individuar a origem do mal numa causa exterior. Muitas das ideologias modernas, a bem ver, têm este pressuposto: visto que a injustiça vem “de fora”, para que reine a justiça é suficiente remover as causas externas que impedem a sua actuação: Esta maneira de pensar - admoesta Jesus – é ingénua e míope. A injustiça, fruto do mal , não tem raízes exclusivamente externas; tem origem no coração do homem, onde se encontram os germes de uma misteriosa conivência com o mal. Reconhece-o com amargura o Salmista:”Eis que eu nasci na culpa, e a minha mãe concebeu-se no pecado” (Sl. 51,7). Sim, o homem torna-se frágil por um impulso profundo, que o mortifica na capacidade de entrar em comunhão com o outro. Aberto por natureza ao fluxo livre da partilha, adverte dentro de si uma força de gravidade estranha que o leva a dobrar-se sobre si mesmo, a afirmar-se acima e contra os outros: é o egoísmo, consequência do pecado original. Adão e Eva, seduzidos pela mentira de Satanás, pegando no fruto misterioso contra a vontade divina, substituíram á lógica de confiar no Amor aquela da suspeita e da competição ; á lógica do receber, da espera confiante do Outro, aquela ansiosa do agarrar, do fazer sozinho (cfr Gn 3,1-6) experimentando como resultado uma sensação de inquietação e de incerteza. Como pode o homem libertar-se deste impulso egoísta e abrir-se ao amor?


Justiça e Sedaqah
No coração da sabedoria de Israel encontramos um laço profundo entre fé em Deus que “levanta do pó o indigente (Sl 113,7) e justiça em relação ao próximo. A própria palavra com a qual em hebraico se indica a virtude da justiça, sedaqah, exprime-o bem. De facto sedaqah significa, dum lado a aceitação plena da vontade do Deus de Israel; do outro, equidade em relação ao próximo (cfr Ex 29,12-17), de maneira especial ao pobre, ao estrangeiro, ao órfão e á viúva ( cfr Dt 10,18-19). Mas os dois significados estão ligados, porque o dar ao pobre, para o israelita nada mais é senão a retribuição que se deve a Deus, que teve piedade da miséria do seu povo. Não é por acaso que o dom das tábuas da Lei a Moisés, no monte Sinai, se verifica depois da passagem do Mar Vermelho. Isto é, a escuta da Lei , pressupõe a fé no Deus que foi o primeiro a ouvir o lamento do seu povo e desceu para o libertar do poder do Egipto (cfr Ex s,8). Deus está atento ao grito do pobre e em resposta pede para ser ouvido: pede justiça para o pobre ( cfr.Ecli 4,4-5.8-9), o estrangeiro ( cfr Ex 22,20), o escravo ( cfr Dt 15,12-18). Para entrar na justiça é portanto necessário sair daquela ilusão de auto – suficiência , daquele estado profundo de fecho, que á a própria origem da injustiça. Por outras palavras, é necessário um “êxodo” mais profundo do que aquele que Deus efectuou com Moisés, uma libertação do coração, que a palavra da Lei, sozinha, é impotente a realizar. Existe portanto para o homem esperança de justiça?
Cristo, justiça de Deus
O anuncio cristão responde positivamente á sede de justiça do homem, como afirma o apóstolo Paulo na Carta aos Romanos: “ Mas agora, é sem a lei que está manifestada a justiça de Deus… mediante a fé em Jesus Cristo, para todos os crentes. De facto não há distinção, porque todos pecaram e estão privados da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente pela Sua graça, por meio da redenção que se realiza em Jesus Cristo, que Deus apresentou como vitima de propiciação pelo Seu próprio sangue, mediante a fé” (3,21-25)
Qual é portanto a justiça de Cristo? É antes de mais a justiça que vem da graça, onde não é o homem que repara, que cura si mesmo e os outros. O facto de que a “expiação” se verifique no “sangue” de Jesus significa que não são os sacrifícios do homem a libertá-lo do peso das suas culpas, mas o gesto do amor de Deus que se abre até ao extremo, até fazer passar em si “ a maldição” que toca ao homem, para lhe transmitir em troca a “bênção” que toca a Deus (cfr Gal 3,13-14). Mas isto levanta imediatamente uma objecção: que justiça existe lá onde o justo morre pelo culpado e o culpado recebe em troca a bênção que toca ao justo? Desta maneira cada um não recebe o contrário do que é “seu”? Na realidade, aqui manifesta-se a justiça divina, profundamente diferente da justiça humana. Deus pagou por nós no seu Filho o preço do resgate, um preço verdadeiramente exorbitante. Perante a justiça da Cruz o homem pode revoltar-se, porque ele põe em evidencia que o homem não é um ser autárquico , mas precisa de um Outro para ser plenamente si mesmo. Converter-se a Cristo, acreditar no Evangelho, no fundo significa precisamente isto: sair da ilusão da auto suficiência para descobrir e aceitar a própria indigência – indigência dos outros e de Deus, exigência do seu perdão e da sua amizade.
Compreende-se então como a fé não é um facto natural, cómodo, obvio: é necessário humildade para aceitar que se precisa que um Outro me liberte do “meu”, para me dar gratuitamente o “seu”. Isto acontece particularmente nos sacramentos da Penitencia e da Eucaristia. Graças á acção de Cristo, nós podemos entrar na justiça “ maior”, que é aquela do amor ( cfr Rom 13,8-10), a justiça de quem se sente em todo o caso sempre mais devedor do que credor, porque recebeu mais do que aquilo que poderia esperar.
Precisamente fortalecido por esta experiencia, o cristão é levado a contribuir para a formação de sociedades justas, onde todos recebem o necessário para viver segundo a própria dignidade de homem e onde a justiça é vivificada pelo amor.
Queridos irmãos e irmãs, a Quaresma culmina no Tríduo Pascal, no qual também este ano celebraremos a justiça divina, que é plenitude de caridade, de dom, de salvação. Que este tempo penitencial seja para cada cristão tempo de autentica conversão e de conhecimento intenso do mistério de Cristo, que veio para realizar a justiça. Com estes sentimentos, a todos concedo de coração, a Bênção Apostólica.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

BEATOS FRANCISCO E JACINTA MARTO

Hoje celebra-se a festa litúrgica dos Beatos Francisco e Jacinta Marto.

Estas crianças, com sua prima Lúcia, tiveram a dita de ser agraciadas com a palavra e o olhar de Maria na Cova da Iria. Passados todos estes anos a voz e o testemunho destas crianças pobres e humildes continua a ecoar forte por todo o mundo.
É curioso constatar como a mensagem da Senhora na simples linguagem das crianças se impôs desde logo, e até aos nossos dias, à própria Igreja.
O fenómeno “Fátima” nunca foi proclamado como dogma da Fé Católica contudo, ele é sinal de fé por si mesmo.
A oração e a penitência, como caminho para alcançar o perdão dos pecados, a conversão da Rússia e a paz no mundo foram mais fortes que todas as politicas, sociologias e filosofias, foram mais fortes que Governadores, Padres e Bispos porque de Deus veio a força para que a verdade da fé, revelada aos pastorinhos e mostrada em acção milagrosa a treze de Outubro de 1917, chegasse a todos os cantos do mundo.
E Fátima é proclamado por Paulo VI como o "Altar do mundo".
E não podemos esquecer que o é defacto.
Aqui a Mãe do céu tem um cantinho muito especial e nós o sentimos de uma forma tão profunda. João Paulo II, após ter sido salvo daquele atentado, reclama a vida a partir da oração feita em Fátima, da força que só uma mensagem transmitida há tantos anos às crianças poderia ter no processo da sua vida.
Não precisamos recordar aqui as marcas deixadas, por João Paulo II, na Cova da Iria e espalhada por todo o mundo.Diz a Bíblia que “da boca das crianças sai o louvor perfeito”. Pois da boca e do coração de Francisco, Jacinta e Lúcia saiu mais que o louvor perfeito, saiu a manifesta preocupação do coração de Deus para com os povos seus filhos muito amados, povos desavindos, povos pecadores, povos sem fé.
Os pastorinhos da Cova da Iria tornam-se os profetas do nosso tempo, por Maria, a Senhora do Rosário, recebem a graça de ser escolhidos para anuncia Boa Nova de esperança e paz para todos os povos.
Ao Beatificar o Francisco e a Jacinta a Igreja permite que se lhes preste culto como a Bem-aventurados. E ultimamente nos alegrou a notícia de que o Santo Padre quer avançar com o processo da Beatificação de Lúcia.
Aqui fica a marcar este dia litúrgico uma pequena resenha histórica dos Beatos Francisco e Jacinta e uma oração que retirei de dois sites, que identifico.

Francisco Marto nasceu em Aljustrel, Fátima, no dia 11 de Junho de 1908, e sua irmã Jacinta Marto nasceu na mesma localidade, no dia 11 de Março de 1910. Na sua humilde família aprenderam a conhecer e louvar a Deus e a Virgem Maria. Em 1916 viram três vezes um Anjo e em 1917 seis vezes a Santíssima Virgem que os exortavam a rezar e a fazer penitência pela remissão dos pecados, para obter a conversão dos pecadores e a paz para o mundo. Ambos quiseram imediatamente responder com todas as suas forças a estas exortações. Inflamados cada vez mais no amor a Deus e às almas, tinham uma só aspiração: rezar e sofrer de acordo com os pedidos do Anjo e da Virgem Maria. Francisco faleceu no dia 4 de Abril de 1919 e Jacinta no dia 20 de Fevereiro de 1920. O papa João Paulo II deslocou-se a Fátima no dia 13 de Maio de 2000 para beatificar as duas primeiras crianças não mártires.(http://www.ecclesia.pt/)

ORAÇÃO

Jacinta e Francisco, Pastorinhos de Fátima, queremos aprender convosco o caminho que nos leva a uma vida de verdadeira união com Jesus.Ensina-nos Jacinta, a amar os outros com todo o nosso coração,a reconhecer neles o Amor de Deus e a dar a vida para que nenhum se perca.Ensina-nos a desejar tão intensamente como tu a conversão dos pecadores,a começar por cada um de nós.Ensina-nos, Francisco, o teu enorme amor, fiel e silencioso, por Jesus.Faz-nos desejar cada vez mais a sua companhia na oração e identificar-noscom a dor do seu Coração ferido pela ingratidão dos homens.Pastorinhos de Fátima, pela vossa mão queremos entrar cada vez mais no coração de Maria, nosso refúgio, que nos há de conduzir até Deus.

Ámen.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

CONHEÇA A "FUNDAÇÃO TERRA"


Quando, onde e por que surgiu a Fundação Terra.


Oficialmente, a Fundação Terra passou a ter existência jurídica (nasceu) no dia 8 de setembro de 1984, numa comunidade conhecida popularmente como “Rua do Lixo” e que fica no entorno do recém desativado depósito de resíduos sólidos – “Lixão” – da cidade de Arcoverde, no semi-árido do Estado de Pernambuco, distante 256 km da Capital - Recife.

Historicamente, os sucessivos Governos Municipais sempre resumiram a questão do lixo produzido na cidade, fosse este de origem doméstica, industrial ou hospitalar, a levá-lo a um local, de preferência afastado do perímetro urbano, para ali depositá-lo a céu-aberto, sem qualquer preocupação de natureza ambiental ou social.

A Fundação Terra nasceu nessa comunidade, para resgatar, literalmente, do lixo, homens, mulheres e crianças, identificados pelo Pe. Airton Freire de Lima, como o supra-sumo da miséria da cidade de Arcoverde.

Pessoas jogadas a própria sorte, se “alimentando” de restos de comida encontrados no lixo e de esmolas conseguidas nas ruas; “morando” em barracos de papelão, lata ou taipa; sem água, sanitários, luz elétrica, rua pavimentada, escola, assistência médica, ... Enfim, à margem dos valores e dos progressos da sociedade cristã e ocidental.

A Fundação Terra foi fundada para servir aos pobres, no sentido estrito (do quotidiano) e no sentido lato (sistêmico).

PROGRAMAS

Os Programas desenvolvidos na Fundação Terra buscam o desenvolvimento integral das pessoas.

Nesse sentido, buscaremos, sempre que possível (dentro das nossas possibilidades financeiras), integrar as famílias a uma rede de programas que contemple, além do amparo às famílias nas suas necessidades básicas – moradia e alimentação, a questão da Saúde e da Educação.

A Educação de crianças jovens e adultos, Saúde e Moradia , são os três objetivos principais perseguidos pela Fundação Terra para que a população pobre da Comunidade da Rua do Lixo supere o estado de pobreza crônica no qual vivem. Assim, na área de Educação, além da Escola formal, promovemos cursos profissionalizantes, oficinas de aprendizagem – artes marciais, artes cênicas, escolinha de futebol, etc. e educação complementar – música, informática, inglês, alemão.

A FAMILIA CATÓÇICA

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Santa Bernardete Soubirous

Santa Bernardete Soubirous

A santíssima Mãe de Deus, para conferir aos homens mais uma de suas infinitas graças, e para confundir o que no mundo se julga forte, escolheu um instrumento, à preferência de outros, débil, segundo a divina economia que São Paulo exalta: "Deus escolheu o que é fraco no mundo, para confundir os fortes" (1Cor 1,27). Este instrumento era Bernarda Soubirous, nome hoje caríssimo e celebérrimo no mundo inteiro, mas naquele tempo, quando apenas quinze anos contava, de todos desconhecida.

Nascida em Lourdes, região montanhosa dos Pirineus, a 7 de janeiro de 1844, filha de Francisco e Ludovica Casterot, dois dias depois foi batizada e recebeu o nome de Maria Bernarda.

Vivendo pobremente e por algum tempo empregada em tomar conta do gado, crescia sem alguma doutrina humana, mas em suavíssima simplicidade de costumes e admirável candura de espírito, querida por Deus e pela Santíssima Virgem Mãe.
Maria observou a humildade de sua filha e dignou a inocente menina , entre 11 de fevereiro a 16 de julho de 1858, de 18 aparições e de celeste colóquio.
Na época, o bispo local, que inicialmente duvidara da versão da inculta menina, que afirmava as aparições, pôs ela à prova e pediu para que, na próxima aparição, perguntasse à ela qual o seu nome. Bernardete, cumprindo o pedido do bispo, esclareceu à Virgem a indagação do bispo, no que Nossa Senhora respondeu: "Eu sou a Imaculada Conceição".
Ao retornar, o bispo ouviu estupefato a resposta da menina, já que tratava-se de um dogma recém proclamado, o dogma da "Imaculada Conceição" firmado há menos de quatro anos por Pio IX (1854) que, pelas dificuldades de comunicação da época, estava restrito ao conhecimento ainda dos setores mais elevados da Igreja.

Nesta, tão célebre aparição e ilustrada por Deus por tantos sinais, pode-se notar um tríplice carisma, conferido à piedosa jovem.
Chamamo-la antes de tudo: Vidente, porque diante de numeroso povo, arrebatada em êxtase, foi maravilhosamente deliciada com o bondoso aspecto da Virgem.
Chamamo-la de Mensageira da Virgem ao mundo, porque por ordem de Maria pregou penitência e oração ao povo; mandou aos sacerdotes, que naquele lugar construísse um Santuário; predisse a todos a glória, a santidade e os futuros benefícios do mesmo lugar.
Por fim vemos nela a testemunha da verdade, porque a muitos contradizentes, com o máximo candor de simplicidade, junto com suprema prudência do mandamento confiado da Virgem, com admiração de todos os eclesiásticos e de juízes seculares.

Todas estas coisas levadas ao termo por divino impulso por uma ignorante e inculta menina, Deus a leva longe para a solidão de um convento, e quase desprezada pelo mundo, preparou-se para coisas mais admiráveis, para que, pregada na cruz com Cristo e com ele quase sepultada, atingisse profundamente na humildade a vida interior sobrenatural, e um dia na luz da santidade ressurgindo ao mundo, com este estábil testemunho da santidade unisse nova glória ao Santuário de Lourdes.
Por isto, obedecendo ao chamamento de Deus, em julho de 1867 se transferiu para Nevers, para iniciar a vida religiosa na Casa-Mãe das Irmãs da Caridade e instrução cristã.
Terminado o noviciado no mesmo ano, fez os votos temporais, e onze anos depois os perpétuos. Admiravelmente fulguraram nela as virtudes, mas sua alma virgem foi principalmente adornada daquelas que mais convinha à discípula predileta da Virgem Maria: Humildade profunda, terníssima pureza e ardente caridade. Provou-as e aumentou-as com as dores de uma longa enfermidade e angústias de espírito que a atormentaram suportando-as com suma paciência.
Na mesma casa religiosa a humildíssima virgem ficou até a morte, que depois de recebidos os sacramentos da Igreja, invocando sua dulcíssima Mãe Maria, descansou santamente a 16 de abril de 1879, no trigésimo sexto ano de idade, e duodécimo de vida religiosa.
Na França, sua festa também é celebrada no dia 18 de fevereiro.

Tendo ficado até este ponto como debaixo do alqueire da humildade, com a morte tornou-se resplandecente a todo o mundo.
Debaixo do pontificado de Pio X, em 1923, foi iniciado o processo de sua beatificação. A 14 de julho de 1925 o Papa Pio XI lançou o nome da serva de Dus nos fatos dos bem-aventurados.
Em contemplação aos grandes e inegáveis milagres, que Deus se dignou operar por sua serva, a causa foi reassumida em junho de 1926 e levada ao fim em 2 de julho de 1933.

"Os acontecimentos que então se desenrolaram em Lourdes, e cujas proporções espirituais melhor medimos hoje, são-vos bem conhecidos. Sabeis, caros filhos e veneráveis irmãos, em que condições estupendas, apesar de zombarias, de dúvidas e de oposições, a voz daquela menina, mensageira da Imaculada, se impôs ao mundo. Sabeis a firmeza e a pureza do testemunho, experimentado com sabedoria pela autoridade episcopal e por ela sancionado desde 1862. Já as multidões haviam acorrido e não têm cessado de precipitar-se para a gruta das aparições, para a fonte milagrosa, para o santuário elevado a pedido de Maria. É o comovente cortejo dos humildes, dos doentes e dos aflitos; é a imponente peregrinação de milhares de fiéis de uma diocese ou de uma nação; é a discreta diligência de uma alma inquieta que busca a verdade... Dizíamos nós: "Jamais num lugar da terra se viu semelhante cortejo de sofrimento, jamais semelhante irradiação de paz, de serenidade e de alegria!. E, poderíamos acrescentar, jamais se saberá a soma de benefícios de que o mundo é devedor à Virgem auxiliadora! "Ó gruta feliz, honrada pela presença da Mãe de Deus! Rocha digna de veneração, da qual brotaram abundantes as águas vivificadoras!" (...) Estes cem anos de culto mariano teceram, ademais, entre a Sé de Pedro e o santuário pirenaico laços estreitos, que nos apraz reconhecer. A própria virgem Maria não desejou essas aproximações? "O que em Roma, pelo seu magistério infalível, o sumo pontífice definia, a Virgem Imaculada Mãe de Deus, a bendita entre as mulheres, quis, ao que parece, confïrmá-lo por sua boca, quando pouco depois se manifestou por uma célebre aparição na gruta de Massabielle". Certamente, a palavra infalível do pontífice romano, intérprete autêntico da verdade revelada, não necessitava de nenhuma confirmação celeste para se impor à fé dos fiéis. Mas com que emoção e com que gratidão o povo cristão e seus pastores não recolheram dos lábios de Bernardete essa resposta vinda do céu: "Eu sou a Imaculada Conceição"! " (Trecho da Carta Encíclica do Papa Pio XI - durante o centenário das aparições da SS. Virgem em Lourdes - 02 de julho de 1957)

Reflexões:

Bernadete, cavando o solo com os seus dedos afiados, fazia surgir, pela graça de Nossa Senhora, uma fonte de água do milagre, o mais fecundo capítulo da apologética moderna.
Recebeu um ministério novo, confiado a todos os Santos.
Cada um deles, porém, tem as suas características. As de Bernadete são a sua pequenez engrandecida pela força e pelo amor de Cristo.
A sua condição humilde de ontem, elevada hoje, à distribuidora de grandes lições ao gênero humano.

Mostrou-nos ela a Rainha dos Santos; hoje começa a ensinar-nos o espírito de santidade. Já não é o sobrenatural acima de nós, mas dentro de nós.
Já não nos convida a irmos às bordas do Gave beber da água milagrosa; o seu apelo é para que vamos ao grande rio sacramental, onde as almas bebem a santidade; e para que consideremos como a humanidade se refaz, se nobilita, se sublima, modelada em Cristo.

A sua voz dir-nos-á de futuro: Vêde, homens pequeninos, materializados em gozos efêmeros, o que pode a ignorância, a humildade de uma camponesa iletrada, transformada pelo Espírito Santo.
É talvez mais bela esta segunda missão do que a primeira. Depois de nos revelar a Virgem, mostra-nos o Espírito Divino.
Com uma diferença: é que a Virgem vimo-la através dos olhos dela; o Espírito vemo-la nela própria.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

GLOBALIZAÇÃO E FRATERNIDADE

SANTA SÉ PROMOVE EVENTO SOBRE GLOBALIZAÇÃO E FRATERNIDADE


Nova York,

- A Missão de Observação Permanente da Santa Sé junto à ONU e a Fundação ‘Caminho para a Paz’ (Path to Peace Foundation) promovem, em Nova York, um evento paralelo à Comissão das Nações Unidas para o Estatuto da Mulher. Marcada para quarta-feira, 10 de março, a conferência terá o título: “Globalização: nos faz vizinhos, permite igualdade entre homens e mulheres. Pode também estabelecer fraternidade?”.O encontro será aberto pelo observador permanente, Arcebispo Celestino Migliore, a quem seguirão palestras específicas. Os oradores serão o professor da Universidade de Columbia e vencedor do Nobel para a Economia em 2001, Joseph E. Stiglitz; a Professora Karen Boroff, Decana da escola de negócios da Universidade Seton Hall; e Eugene McCarthy, consultor independente do Banco Mundial.Em nota de imprensa, a Missão da Santa Sé recorda o parágrafo n.45 de sua encíclica Caritas in veritate, onde o Santo Padre assinala que “dar resposta às exigências morais mais profundas da pessoa tem também importantes e benéficas consequências no plano econômico. De fato, a economia tem necessidade da ética para o seu correto funcionamento; não de uma ética qualquer, mas de uma ética amiga da pessoa”.O convite para o evento destaca ainda o tópico n. 47, no qual o pontífice explica: “o fortalecimento das diversas tipologias de empresa, mormente das que são capazes de conceber o lucro como um instrumento para alcançar finalidades de humanização do mercado e das sociedades, deve ser procurado também nos países que sofrem exclusão ou marginalização dos circuitos da economia global, onde é muito importante avançar com projetos de subsidiariedade devidamente concebida e gerida que tendam a potenciar os direitos, mas prevendo sempre também a assunção das correlativas responsabilidades”. (CM)


Fonte: RV

domingo, 14 de fevereiro de 2010

BENTO XVI VISITA MALTA


Divulgado programa oficial da visita de Bento XVI a Malta



Foi divulgado o programa da visita que Bento XVI realizará a Malta nos dias 17 e 18 de Abril de 2010, por ocasião dos 1950 anos do naufrágio de São Paulo que o levou à costa daquela ilha mediterrânica.

Bento XVI chegará a Malta na tarde de Sábado, regressando a Roma no Domingo à noite.
À sua chegada, terá encontros com Autoridades Civis, visitando depois a Gruta de São Paulo, em Rabat.

No Domingo de manhã, o Papa celebrará Missa nas Granaries (em Floriana).
De tarde, terá um encontro com os jovens, no cais do porto de La Valetta.No total, Bento XVI estará pouco mais de 24 horas em Malta, onde terá seis intervenções públicas.

Programa (hora local )

Sábado, 17 de Abril
Itália- 15h25 Partida do Aeroporto Internacional Leonardo da Vinci de Fiumicino (Roma)
Malta 17h00 Cerimónia de boas-vindas no Aeroporto Internacional de Malta, em Luqa. Discurso
18h15 Visita de cortesia ao Presidente da República no Palácio "Gran Maestri" em La Valletta. Discurso
19h45 Visita à Gruta de São Paulo, em Rabat. Oração e Saudação

Domingo, 18 de Abril
10h00 Missa na Praça "dei Granai" em Floriana. Homilia. Recitação do Regina Caeli.13h00 Almoço com os Bispos de Malta e com a Comitiva Papal na Nunciatura Apostólica, em Rabat16h00 Despedida da Nunciatura Apostólica
16h45 Viagem por mar entre o Cais do Porto de Kalkara e o Cais do Porto Grande de La Valletta
17h15 Encontro com os Jovens no Porto Grande de La Valletta. Discurso
18h40 Cerimónia de despedida no Aeroporto Internacional de Malta. Discurso
19h10 Partida
Itália20h45
Chegada ao Aeroporto de Ciampino, em Roma

Fonte: Rv

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Á PROCURAR GRAVETOS, ENCONTROU NOSSA SENHORA

À procura de gravetos para suportar o frio

Naquele 11 de fevereiro a luta pela vida continuou implacável.
O pai, Francisco, deitou-se entre esgotado e deprimido.
O frio em Lourdes corta a pele como uma navalha e não havia lenha na lareira.
Bernadette prontificou-se a colher gravetos num bosque vizinho.
Iria junto com umas amigas que também tinham necessidade.
Louise, a mãe, não queria pois a saúde de Bernadette, que padecia de asma, andava fraca.
Porém, a necessidade e a insistência da filha levaram-na a aceitar. Aliás, Louise, ainda venderia uma parte daqueles gravetos e conseguiria fazer mais uma pobre sopa quente para o marido e os filhos naquela noite.
Bernadette foi, como sempre, levando seu terço no bolso. A mãe fez questão que voltasse para assistir às vésperas na igreja.
As meninas partiram com a ingênua alegria das almas sofridas, despretensiosas, generosas e sacrificadas.
Elas discutiram um pouco onde achar os melhores gravetos sem contrariar os proprietários dos bosques. Disputaram um pouquinho sobre o caminho a percorrer. Afinal puseram-se de acordo. Bernadette saiu na frente indicando a estrada.
Ouçamo-la contar ela própria o que então sucedeu.
“A primeira vez que fui à gruta, era quinta-feira, 11 de fevereiro.
Fui para recolher galhos secos com outras duas jovens.
Quando estávamos no moinho, eu lhes perguntei se queriam ver onde a água do canal se encontrava com o Gave.
Elas me responderam que sim. De lá, seguimos o canal e nos encontramos diante de uma gruta, não podendo mais prosseguir.
“Minhas duas companheiras se colocaram em condição de atravessar a água que estava diante da gruta. Elas a atravessaram e começaram a chorar.
Perguntei-lhes por que choravam, e disseram-me que a água estava gelada.
Pedi que me ajudassem a jogar pedras na água, para ver se podia passar sem tirar meus sapatos, mas disseram-me que devia fazer como elas, se quisesse.
Fui um pouco mais longe, para ver se podia passar sem tirar meus sapatos, mas não poderia”.
Esta preocupação se explica porque Bernadette sofria de asma, e a mãe não queria que tomasse friagem.
Prossegue o relato: “Então, regressei diante da gruta e comecei a tirar os sapatos.
Tinha acabado de tirar a primeira meia, quando ouvi um barulho como se fosse uma ventania. Então girei a cabeça para o lado do gramado, do lado oposto da gruta.
Vi que as árvores não se moviam, então continuei a tirar meus sapatos.“Ouvi mais uma vez o mesmo barulho.
Assim que levantei a cabeça, olhando a gruta, vi uma Dama vestida de branco.
Tinha um vestido branco, um véu branco, um cinto azul e uma rosa em cada pé, da cor da corda do seu terço.
“Eu pensava ser vítima de uma ilusão. Esfreguei os olhos, porém olhei de novo e vi sempre a mesma Dama. Coloquei a mão no bolso, para pegar o meu terço.
Queria fazer o sinal da cruz, mas em vão. Não pude levar a mão até a testa, a mão caía. Então o medo tomou conta de mim, era mais forte que eu.
Todavia, não fugi. A Dama tomou o terço que segurava entre as mãos e fez o sinal da cruz. Minha mão tremia, porém tentei uma segunda vez, e consegui. Assim que fiz o sinal da cruz, desapareceu o grande medo que sentia, e fiquei tranqüila.
“Coloquei-me de joelhos. Rezei o terço, tendo sempre ante meus olhos aquela bela Dama. A visão fazia escorrer o terço, mas não movia os lábios.
Quando acabei o meu terço, com o dedo Ela fez-me sinal para me aproximar, mas não ousei. Fiquei sempre no mesmo lugar.
Então desapareceu imprevistamente.
“Comecei a tirar a outra meia para atravessar aquele pouco de água que se encontrava diante da gruta, para alcançar as minhas companheiras e regressarmos.
No caminho de volta, perguntei às minhas companheiras se não haviam visto algo.“— Não.
“Perguntei-lhes mais uma vez, e disseram-me que não tinham visto nada.
Eu lhes roguei que não falassem nada a ninguém. Então elas me interrogaram:“— E tu viste algo?
“Eu lhes disse que não.“— Se não viste nada, eu também não.“Pensava que tinha me enganado. Mas retornando a casa, na estrada me perguntavam o que tinha visto.
Voltavam sempre àquele assunto. Eu não queria lhes dizer, mas insistiram tanto, que decidi dizê-lo, mas na condição de que não contassem para ninguém.
Prometeram-me que manteriam o segredo. Mas assim que chegaram às suas casas, a primeira coisa que contaram foi que eu tinha visto uma Dama vestida de branco.

Esta foi a primeira vez”.

Fonte: Lourdes e suas aparições

ADEUS CIDADE DE SÃO PAULO

Adeus São Paulo


Cidade de São Paulo, onde nascemos, crescemos, estudamos, trabalhamos, criamos nossos filhos.

Cidade de São Paulo, onde nos doamos, acreditamos nas pessoas, fomos felizes e pudemos nos aproximar muito de Jesus e Maria.

Cidade de São Paulo, onde conhecemos o bem e o mau, o honesto e o desonesto, o trabalhador e o vagabundo.

Cidade de São Paulo, muito obrigado por tudo até mesmo por nos dar a oportunidade de conhecer e saber discernir entre o bravo e o fraco, o homem de caráter e o canalha.

Cidade de São Paulo, por aqui paramos e nos despedimos. Hoje voamos para novas pastagens. Fortalecidos, com o novo bico afiado, com as garras renascidas e as penas trocadas, como as águias, estamos prontos para as novas etapas da vida, para os novos desafios.

Cidade de São Paulo, escolhemos este dia 11 de fevereiro para nossa retirada, por ser dia de Nossa Senhora de Lourdes, Aquela que tanto nos abençoou e constantemente nos fortalece e nos cobre de abundantes Graças, nos deu e criou oportunidades inúmeras e esta sempre junto a esta nossa família.

Cidade de São Paulo, também lhe agradecemos por nos ter dado a oportunidade de criar este blog que está completando dois anos de vida a trabalho da Igreja Católica Apostólica Romana.

Cidade de São Paulo, cuida de nossos filhos e neto, de nossos amigos e dos mais necessitados.

Adeus Cidade de São Paulo, fortalecidos e renovados após 11 longos meses de esfoços, estamos prontos para novas e grandes conquistas junto e para Jesus e Nossa Senhora, em nossa nova morada.


A FAMÍLIA CATÓLICA
São Paulo 11 de fevereiro de 2010

REFLEXÃO: O VÔO DA AGUIA

Vôo da águia


A águia é a ave que possui a maior longevidade da espécie. Chega a viver 70 anos. Mas, para chegar a essa idade, aos 40 anos ela tem que tomar uma séria e difícil decisão.Aos 40 anos ela está com as unhas compridas e flexíveis, não consegue mais agarrar as presas das quais se alimenta. O bico alongado e pontiagudo se curva. Apontando contra o peito estão as asas, envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas, e voar já é tão difícil! Então, a águia só tem duas alternativas: Morrer... ou enfrentar um dolorido processo de renovação que irá durar 50 dias.Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho próximo a um paredão onde ela não necessite voar. Então, após encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico em uma parede até conseguir arrancá-lo. Após arrancá-lo, espera nascer um novo bico, com o qual vai depois arrancar suas unhas. Quando as novas unhas começam a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas. E só após cinco meses vai para o famoso vôo de renovação e para viver então mais 30 anos.Em nossa vida, muitas vezes, temos de nos resguardar por algum tempo e começar um processo de renovação. Para que continuemos a voar um vôo de vitória, devemos nos desprender de lembranças, costumes e outras tradições que nos causaram dor. Somente livres do peso do passado, poderemos aproveitar o resultado valioso que uma renovação sempre traz.


Fonte: Franciscanos

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

PAPA REITERA A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA NAS RELAÇÕES ECONÔMICAS


AUDIÊNCIA GERAL: PAPA REITERA A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA NAS RELAÇÕES ECONÔMICAS

Cidade do Vaticano, 10 fev (RV)

- Hoje, como todas as quartas-feiras, foi dia de Audiência Geral no Vaticano: o momento em que o papa encontra os fiéis e peregrinos provenientes de todo o mundo, que acorrem semanalmente a Roma, para ver e ouvir o pontífice e conhecer mais sobre o seu magistério.Devido à chuva que cai ininterrupta desde a noite de ontem, sobre a capital italiana, o encontro de Bento XVI com os fiéis realizou-se na monumental Sala Paulo VI. Em sua catequese, o Santo Padre reiterou que "a economia tem necessidade da ética", ao mesmo tempo em que recordou as milhares de pessoas afetadas pela crise econômica e suas consequências. O pontífice retomou, assim, a reflexão sobre sua última encíclica – a Caritas in Veritate, de 2009 – dedicada principalmente à crise econômica mundial. Na Caritas in Veritate, além de afirmar que é necessária "uma ética amiga da pessoa" para o correto funcionamento da economia, Bento XVI também fala sobre o "grande desafio" da era da globalização, e sobre a necessidade de agir com transparência, honestidade, responsabilidade e ética. O papa dedicou sua reflexão desta quarta-feira à figura de Santo Antônio de Lisboa – ou como também era conhecido - Santo Antônio de Pádua, um dos santos mais populares da Igreja Católica, nascido em Lisboa, em 1195, e falecido em Pádua, na Itália, em 1231. "Ele conhece bem os defeitos da natureza humana - disse o papa - a nossa tendência a cair no pecado e, por isso, estimula continuamente a combater nossa inclinação à avidez, ao orgulho e è impunidade, e a praticar as virtudes da pobreza e da generosidade, da humildade e da obediência, da castidade e da pureza. Nos primórdios do século XIII, no contexto do renascimento das cidades e do incremento do comércio, aumentava o número de pessoas insensíveis às necessidades dos pobres."Por esse motivo – explicou o pontífice – Antonio reiterava seu convite aos fieis, para que pensassem na verdadeira riqueza, na riqueza do coração. Aquela riqueza que, fazendo com que nos tornemos bons e misericordiosos, nos faz acumular tesouros no Céu."Ó, ricos – exortava Santo Antônio – façam amigos... acolham os pobres em suas casas, pois serão estes últimos que lhes darão acolhida, na morada eterna - enfatizou o Santo Padre - onde existe a beleza da paz, a confiança da segurança, e a opulenta tranquilidade da eterna saciedade".Não é este, caros amigos – perguntou Bento XVI – um ensinamento muito importante mesmo nos dias de hoje, quando a crise financeira e os graves desequilíbrios econômicos empobrecem não poucas pessoas e criam condições de miséria?"Antônio sempre colocava Cristo no centro de sua vida, de seu pensamento e de sua pregação", e "nos convida a contemplar os mistérios da humanidade do Senhor" – acrescentou o pontífice, ressaltando também, aos fieis e não-fieis, a imagem do Crucifixo, que pode dar à vida de todos e de cada um "um significado enriquecedor". Dirigindo-se aos sacerdotes, no contexto do Ano Sacerdotal em andamento, Bento XVI exortou-os a "atualizarem" suas homilias aos fieis, esclarecendo que o sermão é "como uma relação de amor com o Senhor", que "precisa de uma atmosfera de silêncio, o que não significa apenas a ausência de ruídos, mas sim uma experiência interior que afasta as distrações do mundo". Ao término de sua catequese, o Santo Padre fez um resumo de sua reflexão em diversas línguas e antes de se despedir dos fieis e peregrinos reunidos na Sala Paulo VI, concedeu a todos a sua bênção apostólica... Vamos ouvir suas palavras em português e sua saudação..."Queridos irmãos e irmãs, dotado de grande inteligência, equilíbrio, zelo apostólico e fervor místico, Antônio de Pádua ou – como também é conhecido – de Lisboa, contribuiu de modo significativo para o desenvolvimento da espiritualidade franciscana, sendo um dos santos mais populares da Igreja Católica. Começou sua vida religiosa entre os Cônegos Regulares de Santo Agostinho, dedicando-se ao estudo da Bíblia e dos Padres da Igreja. Porém, atraído pelo exemplo dos primeiros mártires franciscanos, fez-se discípulo de São Francisco de Assis e acabou por ser destinado para a pregação do Evangelho ao povo simples e o ensino da teologia a seus confrades, lançando as bases da teologia franciscana. No último período da sua vida, Antônio escreveu os "Sermões", onde propõe um verdadeiro itinerário de vida cristã. Neste Ano Sacerdotal, peçamos que os sacerdotes e diáconos cumpram sempre com solicitude este ministério de anúncio e atualização da Palavra de Deus no meio do Povo de Deus." (AF/MJ)

Fonte: RV

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

AS CRIANÇAS DESEJAM SER AMADAS POR UMA MÃE E UM PAI QUE SE AMAM

BENTO XVI: "AS CRIANÇAS DESEJAM SER AMADAS POR UMA MÃE E UM PAI QUE SE AMAM"

Cidade do Vaticano,

- Bento XVI recebeu em audiência desta segunda-feira, no Vaticano, os participantes da 19ª Assembleia Plenária do Pontifício Conselho para a Família.A plenária teve início esta manhã com a celebração eucarística presidida pelo cardeal-secretário de Estado, Tarcisio Bertone, e com as boas-vindas aos participantes, por parte do presidente do Pontifício Conselho para a Família, Cardeal Ennio Antonelli.Em seu discurso o papa reiterou que "ajudar a família e promover o seu verdadeiro bem, seus direitos, sua unidade e estabilidade é a melhor maneira para tutelar os direitos e as autênticas exigências dos menores" – frisou o papa, que acrescentou:"A família, fundada no matrimônio entre o homem e a mulher é a maior ajuda que se possa oferecer às crianças. Elas desejam ser amadas por uma mãe e um pai que se amam, e precisam morar, crescer e viver juntas com seus pais, porque a figura materna e paterna são complementares na educação dos filhos e na construção de sua personalidade e de sua identidade. É importante fazer de tudo para que as crianças cresçam numa família unida e estável" – ressaltou Santo Padre."Um ambiente familiar não sereno, a divisão dos pais e, em particular, a separação com o divórcio não deixam de trazer consequências para as crianças", alertou Bento XVI em seu discurso. O papa dedicou grande parte de seu discurso aos direitos da criança, tema principal da plenária do Pontifício Conselho para a Família. O pontífice lembrou que a Igreja, "ao longo dos séculos, trabalhou em favor da tutela da dignidade e dos direitos dos menores e, de muitas maneiras, tomou conta deles". Bento XVI afirmou ainda, que a Igreja Católica "não deixa e não deixará de condenar os abusos perpetrados contra os menores por parte de alguns membros da Igreja"."Infelizmente, em vários casos, alguns de seus membros, agindo em contraste com o este compromisso, violaram tais direitos: um comportamento que a Igreja não deixa e não deixará de deplorar e condenar. A ternura e o ensinamento de Jesus, que considerou as crianças um modelo a ser imitado para entrar no Reino de Deus, sempre foi um apelo incessante a nutrir pelas crianças um profundo respeito e amor" – disse ainda o papa.Bento XVI lembrou a Convenção sobre os Direitos da Criança elaborada pela ONU que foi acolhida com entusiasmo pela Santa Sé. O texto "contém enunciados positivos sobre a adoção, os cuidados de saúde, a educação, a tutela dos portadores de deficiência e a proteção dos menores contra a violência, o abandono e a exploração sexual e no trabalho".O papa falou sobre o Vademecum para a preparação do matrimônio que está sendo elaborado pelo Pontifício Conselho para as Famílias."O matrimônio deve ser vivido pelos fiéis, sobretudo por aqueles que se preparam, como um dom para toda a Igreja, um dom que ajuda em seu crescimento espiritual" – frisou o pontífice."É bom que os bispos promovam a troca de experiências significativas, ofereçam estímulos em favor de um sério compromisso pastoral neste campo e dêem particular atenção a fim de que a vocação dos casais e torne uma riqueza para toda a comunidade cristã e, sobretudo no contexto atual, um testemunho missionário e profético" – sublinhou o Santo Padre.O papa falou ainda, sobre os eventos promovidos neste período pelo organismo vaticano, em vista do 7° Encontro Mundial das Famílias, que se realizará, em Milão, em 2012.Enfim, o papa recordou o Cardeal Alfonso Lopez Trujillo, falecido em abril de 2008, que durante 18 anos guiou o Pontifício Conselho para a Família com dedicação, em favor da família e da vida no mundo de hoje. A plenária do Pontifício Conselho para a Família se encerra na próxima quarta-feira. (MJ)

Fonte: RV

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

REFLEXÃO: SER IDOSO, SER VELHO

Ser idoso, ser velho



"Idoso é quem tem muita idade; velho é quem perdeu a jovialidade.

A idade causa degeneração das células;
a velhice, a degeneração do espírito.

Você é idoso quando se pergunta se vale a pena;
Você é velho quando, sem pensar, responde que não.

Você é idoso quando sonha;
Você é velho quando apenas dorme.

Você é idoso quando ainda aprende;
Você é velho quando já nem ensina.

Você é idoso quando se exercita;
Você é velho quando apenas descansa.

Você é idoso quando ainda sente amor;
Você é velho quando só sente ciúmes.

Você é idoso quando o dia de hoje é o primeiro do resto de sua vida;
Você é velho quando todos os dias parecem o último da longa jornada.

Você é idoso quando o seu calendário tem amanhãs;
Você é velho quando ele só tem ontens.

O idoso se renova a cada dia que começa;
o velho se acaba a cada noite que termina, pois,
enquanto o idoso tem os olhos postos no horizonte,
de onde o sol desponta e ilumina a esperança,
o velho tem sua miopia voltada para as sombras do passado.

O idoso tem planos;
o velho tem saudades.

O idoso curte o que lhe resta da vida;
o velho sofre o que o aproxima da morte.

O idoso leva uma vida ativa, plena de projetos e prenhe de esperança.
Para ele o tempo passa rápido, mas a velhice nunca chega.
Para o velho suas horas se arrastam destituídas de sentido.

As rugas do idoso são bonitas, porque foram marcadas pelo sorriso;
as rugas do velho são feias, porque foram vincadas pela amargura.

Em suma, idoso e velho podem ter a mesma idade no cartório,
mas tem idades diferentes no coração.

Que você, idoso, viva uma longa vida, mas não fique velho nunca"

Jorge R. Nascimento

Fonte: Franciscanos

domingo, 7 de fevereiro de 2010

A POBREZA CRIA DESIGUALDADES E OFENDE A VIDA

PAPA NO ANGELUS: POBREZA CRIA DESIGUALDADES E OFENDE A VIDA
Cidade do Vaticano, 07 fev (RV)
- O Santo Padre presidiu a oração mariana do Angelus deste domingo, na Praça São Pedro, onde o aguardavam vários fiéis e peregrinos provenientes de várias partes do mundo.Na alocução que precedeu a oração, o papa falou que a liturgia deste domingo encaminha os nossos pensamentos em direção ao mistério da vocação à santidade. Cristo nos convida para com Ele conhecermos e fazermos a vontade do Pai. Jesus nos convida a confiar em sua palavra e a segui-lo com coragem, como fizeram o Profeta Isaías e os Apóstolos Pedro e Paulo."Não tenhas medo, serás pescador de homens" – disse Jesus a Pedro. O Apóstolo Paulo, recordando que foi um perseguidor da Igreja, se considera indigno de ser chamado apóstolo, mas reconhece que a graça de Deus realizou nele maravilhas e não obstante seus limites, Deus lhe confiou o anúncio do Evangelho."Nestas três experiências podemos ver como o encontro autêntico com Deus leva o homem a reconhecer a sua pobreza e inadequação, seu próprio limite e seu pecado. Mas, não obstante esta fragilidade, o Senhor, rico de misericórdia e de perdão transforma a vida do ser humano e o convida a segui-lo" – sublinhou o pontífice."A humildade testemunhada por Isaías, Pedro e Paulo convida os que receberam o dom da vocação divina a manter o olhar fixo no Senhor e em sua surpreendente misericórdia, a fim de converter o coração e continuar, com alegria a deixar tudo por causa Dele" – disse ainda o papa."Deus não olha o que é importante para o homem. O homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração e torna homens pobres e fracos, mas que Nele têm fé, em destemidos apóstolos e anunciadores da salvação" – frisou Bento XVI.O Santo Padre exortou "para que neste Ano Sacerdotal, peçamos ao Senhor da Messe que mande operários para a sua vinha e aqueles que se sentem convidados a segui-lo depois de um necessário discernimento, saibam responder com generosidade, não confiando em suas próprias forças, mas se abrindo à ação de sua graça".O papa confiou à materna intercessão da Virgem Maria a vida religiosa e sacerdotal a fim de que possa nascer em cada um o desejo de dizer sim a Deus com alegria e plena dedicação. A seguir concedeu a todos a sua bênção apostólica.Após a oração mariana, o Santo Padre saudou em várias línguas os diversos grupos de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro e recordou que hoje na Itália se celebra o Dia pela Vida. O papa se uniu aos bispos italianos que escreveram a mensagem "A força da vida, um desafio na pobreza".Bento XVI ressaltou que "no atual contexto de dificuldade econômica, se tornam ainda mais dramáticos aqueles mecanismos que, produzindo pobreza e criando fortes desigualdades sociais, ferem e ofendem a vida, atingindo, sobretudo, os mais fracos e indefesos. Tal situação convida a promover um desenvolvimento humano integral a fim de exterminar a indigência e a necessidade, mas recorda, sobretudo, que o fim do ser humano não é o bem-estar, mas o próprio Deus e que a existência humana deve ser defendida e promovida em todas as suas fases. Ninguém é proprietário de sua vida. Somos chamados a protegê-la e respeitá-la, desde a concepção até a morte natural".A Diocese de Roma dedica especial atenção ao Dia pela Vida que se prolongará na "Semana da vida e da família". O papa fez votos de bom êxito desta iniciativa e encorajou as pessoas que trabalham em favor da vida e da família.Enfim, o Santo Padre recordou que no próximo dia 11, memória de Nossa Senhora de Lourdes e Dia Mundial do Enfermo, presidirá a Santa Missa com os doentes na Basílica de São Pedro. (MJ)

Fonte: RV

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

MENSAGEM DE BENTO XVI PARA A QUARESMA DESTE ANO

A MENSAGEM DE BENTO XVI PARA A QUARESMA 2010

Cidade do Vaticano,

- Foi apresentada na manhã de ontem, na Sala de Imprensa da Santa Sé, a Mensagem do Santo Padre para a Quaresma, com o tema: “A justiça de Deus está manifestada mediante a fé em Jesus Cristo”.Participaram da coletiva à imprensa o Cardeal Paul Josef Cordes, Presidente do Pontifício Conselho Cor Unum; o Prof. Dr. Hans-Gert Pöttering, Presidente emérito do Parlamento europeu e Presidente da Fundação Konrad Adenauer; e Mons. Giampietro Dal Toso, Vice-Secretário do Pontifício Conselho Cor Unum. Publicamos abaixo a íntegra da Mensagem, em tradução oficial fornecida pela Secretaria de Estado do Vaticano.“A justiça de Deus está manifestada mediante a fé em Jesus Cristo (Rom 3, 21–22 )Queridos irmãos e irmãs,todos os anos, por ocasião da Quaresma, a Igreja convida-nos a uma revisão sincera da nossa vida á luz dos ensinamentos evangélicos . Este ano desejaria propor-vos algumas reflexões sobre o tema vasto da justiça, partindo da afirmação Paulina: A justiça de Deus está manifestada mediante a fé em Jesus Cristo (cfr Rom 3,21 – 22 ).Justiça: “dare cuique suum”Detenho-me em primeiro lugar sobre o significado da palavra “justiça” que na linguagem comum implica “dar a cada um o que é seu – dare cuique suum”, segundo a conhecida expressão de Ulpiano, jurista romana do século III. Porém, na realidade, tal definição clássica não precisa em que é que consiste aquele “suo” que se deve assegurar a cada um. Aquilo de que o homem mais precisa não lhe pode ser garantido por lei. Para gozar de uma existência em plenitude, precisa de algo mais intimo que lhe pode ser concedido somente gratuitamente: poderíamos dizer que o homem vive daquele amor que só Deus lhe pode comunicar, tendo-o criado á sua imagem e semelhança. São certamente úteis e necessários os bens materiais – no fim de contas o próprio Jesus se preocupou com a cura dos doentes, em matar a fome das multidões que o seguiam e certamente condena a indiferença que também hoje condena centenas de milhões de seres humanos á morte por falta de alimentos, de água e de medicamentos - , mas a justiça distributiva não restitui ao ser humano todo o “suo” que lhe é devido. Como e mais do que o pão ele de facto precisa de Deus. Nora Santo Agostinho: se “ a justiça é a virtude que distribui a cada um o que é seu…não é justiça do homem aquela que subtrai o homem ao verdadeiro Deus” (De civitate Dei, XIX, 21).De onde vem a injustiça?O evangelista Marcos refere as seguintes palavras de Jesus, que se inserem no debate de então acerca do que é puro e impuro: “Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa tornar impuro. Mas o que sai do homem, isso é que o torna impuro. Porque é do interior do coração dos homens, que saem os maus pensamentos” (Mc 7,14-15.20-21). Para além da questão imediata relativo ao alimento, podemos entrever nas reacções dos fariseus uma tentação permanente do homem: individuar a origem do mal numa causa exterior. Muitas das ideologias modernas, a bem ver, têm este pressuposto: visto que a injustiça vem “de fora”, para que reine a justiça é suficiente remover as causas externas que impedem a sua actuação: Esta maneira de pensar - admoesta Jesus – é ingénua e míope. A injustiça, fruto do mal , não tem raízes exclusivamente externas; tem origem no coração do homem, onde se encontram os germes de uma misteriosa conivência com o mal. Reconhece-o com amargura o Salmista:”Eis que eu nasci na culpa, e a minha mãe concebeu-se no pecado” (Sl. 51,7). Sim, o homem torna-se frágil por um impulso profundo, que o mortifica na capacidade de entrar em comunhão com o outro. Aberto por natureza ao fluxo livre da partilha, adverte dentro de si uma força de gravidade estranha que o leva a dobrar-se sobre si mesmo, a afirmar-se acima e contra os outros: é o egoísmo, consequência do pecado original. Adão e Eva, seduzidos pela mentira de Satanás, pegando no fruto misterioso contra a vontade divina, substituíram á lógica de confiar no Amor aquela da suspeita e da competição ; á lógica do receber, da espera confiante do Outro, aquela ansiosa do agarrar, do fazer sozinho (cfr Gn 3,1-6) experimentando como resultado uma sensação de inquietação e de incerteza.Como pode o homem libertar-se deste impulso egoísta e abrir-se ao amor?Justiça e SedaqahNo coração da sabedoria de Israel encontramos um laço profundo entre fé em Deus que “levanta do pó o indigente (Sl. 113,7) e justiça em relação ao próximo. A própria palavra com a qual em hebraico se indica a virtude da justiça, sedaqah, exprime-o bem.De facto sedaqah significa, dum lado a aceitação plena da vontade do Deus de Israel; do outro, equidade em relação ao próximo (cfr Ex 29,12-17), de maneira especial ao pobre, ao estrangeiro, ao órfão e á viúva ( cfr Dt 10,18-19). Mas os dois significados estão ligados, porque o dar ao pobre, para o israelita nada mais é senão a retribuição que se deve a Deus, que teve piedade da miséria do seu povo. Não é por acaso que o dom das tábuas da Lei a Moisés, no monte Sinai, se verifica depois da passagem do Mar Vermelho. Isto é, a escuta da Lei , pressupõe a fé no Deus que foi o primeiro a ouvir o lamento do seu povo e desceu para o libertar do poder do Egipto (cfr Ex s,8). Deus está atento ao grito do pobre e em resposta pede para ser ouvido: pede justiça para o pobre ( cfr.Ecli 4,4-5.8-9), o estrangeiro ( cfr Ex 22,20), o escravo ( cfr Dt 15,12-18). Para entrar na justiça é portanto necessário sair daquela ilusão de auto – suficiência , daquele estado profundo de fecho, que á a própria origem da injustiça. Por outras palavras, é necessário um “êxodo” mais profundo do que aquele que Deus efectuou com Moisés, uma libertação do coração, que a palavra da Lei, sozinha, é impotente a realizar. Existe portanto para o homem esperança de justiça? Cristo, justiça de DeusO anuncio cristão responde positivamente á sede de justiça do homem, como afirma o apóstolo Paulo na Carta aos Romanos: “ Mas agora, é sem a lei que está manifestada a justiça de Deus… mediante a fé em Jesus Cristo, para todos os crentes. De facto não há distinção, porque todos pecaram e estão privados da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente pela Sua graça, por meio da redenção que se realiza em Jesus Cristo, que Deus apresentou como vitima de propiciação pelo Seu próprio sangue, mediante a fé” (3,21-25)Qual é portanto a justiça de Cristo? É antes de mais a justiça que vem da graça, onde não é o homem que repara, que cura si mesmo e os outros. O facto de que a “expiação” se verifique no “sangue” de Jesus significa que não são os sacrifícios do homem a libertá-lo do peso das suas culpas, mas o gesto do amor de Deus que se abre até ao extremo, até fazer passar em si “ a maldição” que toca ao homem, para lhe transmitir em troca a “bênção” que toca a Deus (cfr Gal 3,13-14). Mas isto levanta imediatamente uma objecção:Que justiça existe lá onde o justo morre pelo culpado e o culpado recebe em troca a bênção que toca ao justo? Desta maneira cada um não recebe o contrário do que é “seu”? Na realidade, aqui manifesta-se a justiça divina, profundamente diferente da justiça humana. Deus pagou por nós no seu Filho o preço do resgate, um preço verdadeiramente exorbitante. Perante a justiça da Cruz o homem pode revoltar-se, porque ele põe em evidencia que o homem não é um ser autárquico , mas precisa de um Outro para ser plenamente si mesmo. Converter-se a Cristo, acreditar no Evangelho, no fundo significa precisamente isto: sair da ilusão da auto suficiência para descobrir e aceitar a própria indigência – indigência dos outros e de Deus, exigência do seu perdão e da sua amizade.Compreende-se então como a fé não é um facto natural, cómodo, obvio: é necessário humildade para aceitar que se precisa que um Outro me liberte do “meu”, para me dar gratuitamente o “seu”. Isto acontece particularmente nos sacramentos da Penitencia e da Eucaristia. Graças á acção de Cristo, nós podemos entrar na justiça “ maior”, que é aquela do amor ( cfr Rom 13,8-10), a justiça de quem se sente em todo o caso sempre mais devedor do que credor, porque recebeu mais do que aquilo que poderia esperar.Precisamente fortalecido por esta experiencia, o cristão é levado a contribuir para a formação de sociedades justas, onde todos recebem o necessário para viver segundo a própria dignidade de homem e onde a justiça é vivificada pelo amor.Queridos irmãos e irmãs, a Quaresma culmina no Triduo Pascal, no qual também este ano celebraremos a justiça divina, que é plenitude de caridade, de dom, de salvação. Que este tempo penitencial seja para cada cristão tempo de autentica conversão e de conhecimento intenso do mistério de Cristo, que veio para realizar a justiça. Com estes sentimentos, a todos concedo de coração, a Bênção Apostólica”.

Fonte: RV

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A IGREJA EM DIÁLOGO COM A SOCIEDADE

PAPA: "A IGREJA NO DEBATE PÚBLICO, EM DIÁLOGO COM A SOCIEDADE"

Cidade do Vaticano,

- Bento XVI recebeu em audiência no Vaticano os bispos da Inglaterra e País de Gales, na conclusão de sua visita “ad Limina Apostolorum”. Em seu discurso, o papa ressaltou a figura do Cardeal John Newman, que deve ser beatificado em setembro próximo, como “exemplo de dedicação à oração, de sensibilidade pastoral para com as necessidades dos seus fiéis e de paixão pela pregação do Evangelho”. O papa congratulou-se com os muitos sinais de fé viva e de devoção dos católicos da Inglaterra e do País de Gales, “não obstante as pressões de uma época secularista”. Aludindo à sua visita apostólica à Grã Bretanha (ainda não confirmada oficialmente), Bento XVI considerou que será uma ocasião para ele testemunhar esta fé, fortalecê-la e confirmá-la. Observando que este país é “bem conhecido por seu compromisso com a igualdade de oportunidades para todos os membros da sociedade”, Bento XVI deplorou “o efeito de certas leis que acabaram por impor injustas limitações à liberdade das comunidades religiosas agirem de acordo com suas convicções”. “Sob certos aspectos, esta legislação viola a lei natural sobre a qual se funda a igualdade dos seres humanos e pela qual está garantida” – explicou. “Peço-lhes insistentemente que, como pastores, façam com que o ensinamento moral da Igreja seja sempre apresentado na sua inteireza e convictamente defendido. A fidelidade ao Evangelho não limita a liberdade dos outros; pelo contrário, está ao serviço da sua liberdade, oferecendo-lhes a verdade. Continuem a insistir no direito de participar do debate nacional, num diálogo respeitoso com outros elementos da sociedade”. O papa ressalvou, porém, a necessidade de que a Comunidade Católica do país fale com a unidade de uma mesma voz, a fim de que a mensagem salvífica de Cristo possa ser apresentada de modo efetivo e convincente em sua totalidade.“Isso exige que não só vocês, bispos, mas também os padres, professores, catequistas, e todos os que estão comprometidos em comunicar o Evangelho estejam atentos aos chamados do Espírito, que guia toda a Igreja à verdade, congrega na unidade e inspira o seu zelo missionário”. O papa citou o exemplo do futuro bem-aventurado:“Bem o compreendeu o Cardeal Newman, que nos deixou um claro exemplo de plena adesão da fé à verdade revelada. Na Igreja são hoje necessários escritores e comunicadores com a sua estatura e integridade. Tenho esperanças de que a devoção a ele possa inspirar muitos a seguirem suas pegadas”. Bento XVI pediu aos bispos britânicos que não poupem esforços para encorajar as vocações sacerdotais e lembrou a grande importância do diálogo ecumênico e inter-religioso. O papa os exortou a serem “generosos na aplicação das medidas da Constituição Apostólica Anglicanorum Coetibus, prestando “assistência àqueles grupos de anglicanos que queiram entrar na plena comunhão da Igreja Católica. “Estou convencido – declarou Bento XVI – que, se forem acolhidos de modo cordial e caloroso, esses grupos serão uma bênção para a Igreja inteira”.(CM)

Fonte: RV