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NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

Esteja ao lado de Nossa Senhora de Fátima como nunca pode imaginar.

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CAPELA DE NOSSA SENHORA DA MEDALHA MILAGROSA

Uma Capela cheia de segredos !Você quer descobri-la conosco? Saiba, antes de tudo, que a Casa Mãe da Companhia das Filhas da Caridade era o antigo "Hotel de Châtillon". Este, foi concedido à Companhia, em 1813, por Napoleão Bonaparte, depois da tormenta da Revolução Francesa. Imediatamente, começa a construção da Capela.A 8 de agosto de 1813, realizou-se a bênção solene da Capela dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. Em 1830, aconteceram então as aparições. Aumentou o numero de vocações.Foi necessário transformar a Capela, que passa então por várias modificações. Em 1930, por ocasião do centenário das apariçes, uma nova reforma nos mostra a Capela tal como a vemos hoje.Agora, a você a oportunidade de visitá-la!
http://www.chapellenotredamedelamedaillemiraculeuse.com

Visita a Capela da Medalha Milagrosa, localizada na Rue du Bac, 140 - Paris

Visita a Capela da Medalha Milagrosa, localizada na Rue du Bac, 140 - Paris
Clique sobre a foto para a visita guiada em 15 etapas

segunda-feira, 31 de março de 2008

Cruzada mundial pelo 5º Dogma Mariano

Hoje, 31 de março,
foi o dia escolhido para que se reze mundialmente o Santo Rosário para que S.S. o Papa Bento XVI proclame o Quinto Dogma Mariano, que é declarar a Santíssima Virgem Maria Co-redentora, Mediadora de todas as Graças e Advogada nossa.
Cruzada mundial pelo 5º Dogma Mariano


- Co- Redentora, porque cooperou na Redenção com seu “Fiat”, ao dizer “Sim” a Deus na Anunciação, ao carregar Jesus em seu santíssimo ventre, e depois do nascimento em Belém, ao alimentá-Lo, educá-Lo, acompanhá-Lo em sua vida pública, e ao permanecer com Ele aos pés da cruz até o fim. O fato de Maria ser proclamada Co-Redentora nada retira do mérito infinito de Jesus, que é o nosso Redentor. Cooperar é ajudar;

- Mediadora de todas as Graças: todas as graças fluem através d’Ela, o que ficou claro na aparição à santa Catherine Labouré, quando Nossa Senhora lhe mostrou os raios luminosos saindo de Suas mãos, como sendo as infinitas graças que tinha para dar a quem lhe pedisse e mandou que fosse cunhada a Medalha Milagrosa

- E, finalmente Advogada nossa, uma vez que está sempre intercedendo por nós todos.
Estas verdades, sempre defendidas pelos santos e pelos papas só precisam ser definidas oficialmente, através da proclamação do Dogma;

Por isso pede-se aos católicos do mundo todo que se juntem hoje, 31 de março, à Cruzada Mundial pela proclamação do 5º Dogma Mariano: Maria, Co-Redentora, Mediadora e Advogada, rezando o santo Rosário em família, nos grupos de oração, nas paróquias, nessa intenção.

Este Dia Mundial de orações cai na Festa da Anunciação, que este ano foi transferida do dia 25 de março para o dia 31, para ficar fora da oitava da Páscoa.

domingo, 30 de março de 2008

SANTA IRMÃ MARIA FAUSTINA KOWALSKA

SANTA IRMÃ MARIA FAUSTINA KOWALSKA(1905-1938)














Glogowiec, lugar de nascimento de Irmã Faustina














Irmã Faustina com seus familiares

A Irmã Faustina Kowalski, apóstola da Misericórdia de Deus conhecida em todo o mundo, é considerada pelos teólogos como uma pessoa que faz parte de um grupo de notáveis místicos da Igreja.Nasceu no dia 25 de agosto de 1905, como a terceira dos dez filhos numa pobre mas piedosa família de aldeões, em Glogowiec (Polônia). No batismo, na igreja paroquial de Swinice Warskie, recebeu o nome de Helena. Desde a infância distinguiu-se pela piedade, pelo amor à oração, pela diligência e obediência, e ainda por uma grande sensibilidade à miséria humana. Freqüentou a escola, mas não chegou a concluir a terceira séria. Como jovem de dezesseis anos, deixou a casa paterna para ir trabalhar como empregada doméstica em Aleksandrów e Lodz, a fim de angariar meios de subsistência própria e de ajudar os pais.O chamado da vocação fez-se sentir desde os sete anos de idade (dois anos antes da primeira Comunhão), embora os pais não concordassem com a idéia de a filha entrar num convento. Nessa situação, Helena procurava ocultar esse chamado divino, mas foi interpelada pela visão de Cristo sofredor e pelas Suas palavras de repreensão. Anos depois escreveria em seu DIÁRIO:
“Numa ocasião, eu estava com uma de minhas irmãs num baile. Enquanto todos se divertiam a valer, a minha alma sentia tormentos interiores. No momento em que comecei a dançar, de repente vi Jesus a meu lado, Jesus sofredor, despojado de Suas vestes, todo coberto de chagas e que me disse estas palavras: Até quando hei de ter paciência contigo e até quando tu me decepcionarás? Nesse momento parou a música animada, não vi mais as pessoas que comigo estavam, somente Jesus e eu ali permanecíamos. Sentei-me ao lado de minha irmã, disfarçando com uma dor de cabeça o que se passava comigo. Em seguida, afastei-me discretamente dos que me acompanhavam e fui à catedral de S. Estanislau Kostka. Já começava a anoitecer e havia poucas pessoas na catedral. Sem prestar atenção a nada do que ocorria à minha volta, caí de bruços diante do Santíssimo Sacramento e pedi ao Senhor que me desse a conhecer o que devia fazer a seguir. Então, ouvi estas palavras: Vai imediatamente a Varsóvia e lá entrarás no convento. Terminada a oração, levantei-me, fui para casa e arrumei as coisas indispensáveis. Da maneira como pude, relatei a minha irmã o que havia acontecido na minha alma. Pedi que se despedisse por mim de meus pais e assim, só com a roupa do corpo, sem mais nada, vim para Varsóvia” (Diário, 9).






















Parque Veneza, em Lodz – o lugar do baile.




















Catedral de S. Estanislau Kostkaem Lodz, Polônia.


Interior da catedral. Neste lugar Jesus Cristo chamou Irmã Faustina à vida religiosa.

Ia batendo a muitas portas de casas religiosas, todavia em nenhuma sendo admitida. Finalmente, no dia 1 de agosto de 1925, transpôs o limiar da clausura no convento da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora Mãe da Misericórdia, na Rua Zytnia, em Varsóvia. No seu Diário confessou:
“Sentia-me imensamente feliz, parecia que havia entrado na vida do paraíso. O meu coração só era capaz de uma contínua oração de ação de graças” (Diário, 17).


Casa generalícia da Congregação de Nossa Senhora Mãe da Misericórdia em Varsóvia, Polônia, Rua Zytnia 3/9, na qual ingressou Irmã Faustina.

Na congregação recebeu o nome de Irmã Maria Faustina. Realizou o noviciado em Cracóvia e foi ali que, na presença do bispo Estanislau Rospond, professou tanto os primeiros votos religiosos como, passados cinco anos, os votos perpétuos de castidade, pobreza e obediência. Trabalhou em diversas casas da Congregação, porém permaneceu mais tempo em Cracóvia, Vilna e Plock, exercendo as funções de cozinheira, jardineira e porteira. Exteriormente nada deixava transparecer a sua profunda vida mística. Ela cumpria assiduamente as suas funções, guardando com zelo a regra religiosa. Era recolhida e silenciosa, embora ao mesmo tempo fosse natural, serena, cheia de amor benevolente e desinteressado para com o próximo.
O severo estilo de vida e os extenuantes jejuns que ela se impunha antes ainda de ingressar na Congregaç ão enfraqueceram tão severamente seu organismo que já no postulado teve de ser enviada a Skolimow, perto de Varsóvia, para tratamento de saúde. Após o primeiro ano do noviciado vieram as experiências místicas extremamente dolorosas – da chamada noite escura, e depois os sofrimentos espirituais e morais relacionados com o cumprimento da missão que havia recebido de Jesus Cristo.Irmã Faustina ofereceu a sua vida a Deus em sacrifício pelos pecadores, a fim de salvar as suas almas, e por essa razão foi submetida a numerosos sofrimentos. Nos últimos anos de vida intensificaram-se os sofrimentos interiores da chamada noite passiva do espírito, bem como os problemas físicos de saúde: desenvolveu-se a tuberculose, que atacou os pulmões e o trato alimentar. Em razão disso, por duas vezes, e por um período de vários meses, permaneceu em tratamento no hospital de Pradnik, em Cracóvia. Completamente esgotada fisicamente, mas em plena maturidade espiritual e misticamente unida a Deus, faleceu no dia 5 de outubro de 1938 com fama de santidade, tendo apenas 33 anos de idade, dos quais 13 anos de vida religiosa.
Seu corpo foi sepultado no túmulo do cemitério do convento em Cracóvia – Lagiewniki e no período do processo informativo, em 1966, transferido à capela do convento (v. Notas do Diário de santa Irmã Faustina).



Convento da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora Mãe da Misericórdia em Cracóvia – Lagiewniki, Rua S. Faustina 3, na Polônia – lugar de descanso dos restos mortais de Irmã Faustina.


ROMA, Praça de S. Pedro, 30 de abril de 2000. O Papa João Paulo II proclama a Irmã Faustina Kowalski santa.
Trecho do manuscrito do Diário de santa Irmã Faustina.

Terço da Misericórdia Ensinado a Santa Faustina.

Terço da Misericórdia Ensinado a Santa Faustina.

"Pela recitação desse Terço agrada-Me dar tudo que Me pedem. Quando o recitarem os pecadores empedernidos, encherei suas almas de paz, e a hora da morte deles será feliz. Escreve isto para as almas atribuladas: Quando a alma vê e reconhece a gravidade dos seus pecados, quando se desvenda diante dos seus olhos todo o abismo da miséria em que mergulhou, que não desespere, mas se lance com confiança nos braços da minha Misericórdia, como uma criança nos braços da mãe querida. Estas almas têm sobre meu Coração misericordioso um direito de precedência. Diz que nenhuma alma que tenha recorrido à minha Misericórdia se decepcionou nem experimentou vexame..." "....Quando rezarem este Terço junto aos agonizantes, Eu me colocarei entre o Pai e a alma agonizante, não como justo Juiz, mas como Salvador misericordioso".

COMO REZAR
Primeiro reze um Pai Nosso, uma Ave Maria, e o Credo

Nas contas maiores:
"ETERNO PAI, eu Vos ofereço o Corpo e Sangue, Alma e Divindade de Vosso muito Amado Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e de todo o mundo."

Nas contas menores:
"Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e de todo o mundo."

Conclua rezando três vezes:
"Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e de todo o mundo"

"Ó Sangue e Água que jorrastes do Coração de Jesus, como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós".

"Às três horas da tarde implora à Minha Misericórdia, especialmente pelos pecadores, e, ao menos por um breve tempo, reflete sobre a Minha Paixão, especialmente sobre o abandono em que Me encontrei no momento da agonia.

Esta é a hora de grande Misericórdia para o mundo inteiro. Permitirei que penetres na Minha tristeza mortal. Nessa hora nada negarei à alma que Me pedir em nome da Minha Paixão."

NOVENA DA MISERICÓRDIA


NOVENA DA MISERICÓRDIA

"Em cada dia da novena, conduzirás ao Meu coração um grupo diferente de almas, e as mergulharás no oceano da minha Misericórdia. Eu conduzirei todas as almas à casa do meu Pai... Por minha parte, nada negarei a nenhuma daquelas almas que tu conduzirás à fonte da minha Misericórdia. Cada dia pedirás a meu Pai, pela minha amarga Paixão, graças para essas almas."A Novena é rezada junto com o Terço da Divina Misericórdia.

Primeiro dia
Hoje traze-me a humanidade inteira, especialmente todos os pecadores e mergulha-os no oceano da minha Misericórdia. Com isso Me consolarás na amarga tristeza em que Me afunda a perda das almas.

Misericordiosíssimo Jesus, de quem é próprio ter compaixão de nós e nos perdoar, não olheis os nossos pecados, mas a confiança que depositamos em Vossa infinita bondade. Acolhei-nos na mansão do vosso compassivo Coração e nunca nos deixeis sair dele. Nós vo-lo pedimos pelo amor que Vos une ao Pai e ao Espírito Santo.
Eterno Pai, olhai com misericórdia para toda humanidade, encerrada no Coração compassivo de Jesus, mas especialmente para os pobres pecadores. Pela Sua dolorosa Paixão, mostrai-nos a Vossa Misericórdia, para que glorifiquemos a onipotência da Vossa Misericórdia, por toda a eternidade. Amém.

Segundo dia
Hoje traze-Me as almas dos sacerdotes e religiosos e mergulha-as na minha insondável Misericórdia. Elas Me deram força para suportar a amarga Paixão. Por elas, como por canais, corre para a humanidade a minha Misericórdia.

Misericordiosíssimo Jesus, de quem provém tudo que é bom, aumentai em nós a graça, para que pratiquemos dignas obras de misericórdia, a fim de que aqueles que olham para nós, glorifiquem o Pai da Misericórdia que está no Céu.
Eterno Pai, dirigi o olhar da vossa Misericórdia para a porção eleita da vossa vinha: para as almas dos sacerdotes e religiosos. Concedei-lhes o poder da vossa bênção e, pelos sentimentos do Coração de vosso Filho, no qual estão encerradas, dai-lhes a força da vossa luz, para que possam guiar os outros nos caminhos da salvação e juntamente com eles cantar a glória da vossa insondável Misericórdia, por toda a eternidade. Amém.

Terceiro dia
Hoje traze-Me todas as almas piedosas e fiéis e mergulha-as no oceano da minha Misericórdia. Estas almas consolaram-Me na Via-sacra; foram aquela gota de consolações em meio ao mar de amarguras.

Misericordiosíssimo Jesus, que concedeis prodigamente a todas as graças do tesouro da vossa Misericórdia, acolhei-nos na mansão do vosso compassivo Coração e não nos deixeis sair dele pelos séculos; suplicamo-Vos pelo amor inconcebível de que está inflamado o vosso Coração para com o Pai Celestial.
Eterno Pai, olhai com Misericórdia para as almas fiéis, como a herança do vosso Filho. Pela sua dolorosa Paixão concedei-lhes a vossa bênção e cercai-as da vossa incessante proteção, para que não percam o amor e o tesouro da santa fé, mas com toda a multidão dos Anjos e dos Santos glorifiquem a vossa imensa Misericórdia, por toda a eternidade. Amém.

Quarto dia
Hoje traze-Me os pagãos e aqueles que ainda não Me conhecem e nos quais pensei na minha amarga Paixão. O seu futuro zelo consolou o meu Coração. Mergulha-os no mar da minha Misericórdia.

Misericordiosíssimo Jesus, que sois a luz de todo o mundo, aceitai na mansão do vosso compassivo Coração as almas dos pagãos que ainda não Vos conhecem. Que os raios da vossa graça os iluminem para que também eles, juntamente conosco, glorifiquem as maravilhas da vossa Misericórdia e não os deixeis sair da mansão do vosso compassivo Coração.
Eterno Pai, olhai com Misericórdia para as almas dos pagãos e daqueles que ainda não Vos conhecem e que estão encerrados no Coração compassivo de Jesus. Atraí-as à luz do Evangelho. Essas almas não sabem que grande felicidade é amar-Vos. Fazei com que também elas glorifiquem a riqueza da vossa Misericórdia, por toda a eternidade. Amém.

Quinto dia
Hoje traze-Me as almas dos Cristãos separados da Unidade da Igreja e mergulha-as no mar da minha Misericórdia. Na minha amarga Paixão dilaceravam o meu Corpo e o meu Coração, isto é, a minha Igreja. Quando voltam à unidade da Igreja, cicatrizam-se as minhas Chagas e dessa maneira eles aliviam a minha Paixão.

Misericordiosíssimo Jesus que sois a própria Bondade, Vós não negais a luz àqueles que Vos pedem, aceitai na mansão do vosso compassivo Coração as almas dos nossos irmãos separados, e atraí-os pela vossa luz à unidade da Igreja e não os deixeis sair da mansão do vosso compassivo Coração, mas fazei com que também eles glorifiquem a riqueza da vossa Misericórdia.
Eterno Pai, olhai com Misericórdia para as almas dos nossos irmãos separados que esbanjaram os vossos bens e abusaram das vossas graças, permanecendo teimosamente nos seus erros. Não olheis para os seus erros, mas para o amor do vosso Filho e para a sua amarga Paixão, que suportou por eles, pois também eles estão encerrados no Coração compassivo de Jesus. Fazei com que também eles glorifiquem a vossa Misericórdia por toda a eternidade. Amém.

Sexto dia
Hoje traze-Me as almas mansas, assim como as almas das criancinhas, e mergulha-as na minha Misericórdia. Estas almas são as mais semelhantes ao meu Coração. Elas reconfortaram-Me na minha amarga Paixão da minha agonia. Eu as vi quais anjos terrestres que futuramente iriam velar junto aos meus altares. Sobre elas derramo torrentes de graças. Só a alma humilde é capaz de aceitar a minha graça; às almas humildes favoreço com a minha confiança.

Misericordiosíssimo Jesus, que dissestes: "Aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração", aceitai na mansão do vosso compassivo Coração as almas mansas e humildes e as almas das criancinhas. Estas almas encantam o Céu todo e são a especial predileção do Pai Celestial, são como um ramalhete diante do trono de Deus, com cujo perfume o próprio Deus se deleita. Estas almas têm a mansão permanente no Coração compassivo de Jesus e cantam sem cessar um hino de amor e misericórdia pelos séculos.
Eterno Pai, olhai com Misericórdia para as almas mansas e humildes e para as almas das criancinhas, que estão encerradas na mansão compassiva do Coração de Jesus. Estas almas são as mais semelhantes a vosso Filho; o perfume destas almas eleva-se da Terra e alcança o vosso trono. Pai de Misericórdia e de toda bondade, suplico-Vos pelo amor e predileção que tendes para com estas almas, abençoai o mundo todo, para que todas as almas cantem juntamente a glória à vossa Misericórdia, por toda a eternidade. Amém.

Sétimo dia
Hoje traze-Me as almas que veneram e glorificam de maneira especial a minha Misericórdia e mergulha-as na minha Misericórdia. Estas almas foram as que mais sofreram por causa da minha Paixão e penetraram mais profundamente no meu espírito. Elas são a imagem viva do meu Coração compassivo. Estas almas brilharão com especial fulgor na vida futura. Nenhuma delas irá ao fogo do Inferno; defenderei cada uma delas de maneira especial na hora da morte.

Misericordiosíssimo Jesus, cujo Coração é o próprio amor, aceitai na mansão do vosso compassivo Coração as almas que honram a glorificam de maneira especial a grandeza da vossa Misericórdia. Estas almas tornadas poderosas pela força do próprio Deus, avançam entre penas e adversidades, confiando na vossa Misericórdia. Estas almas estão unidas com Jesus e carregam sobre os seus ombros a humanidade toda. Elas não serão julgadas severamente, mas a vossa Misericórdia as envolverá no momento da morte.
Eterno Pai, olhai com Misericórdia para as almas que glorificam e honram o vosso maior atributo, isto é, a vossa inescrutável Misericórdia; elas estão encerradas no Coração compassivo de Jesus. Estas almas são o Evangelho vivo e as suas mãos estão cheias de obras de misericórdia; suas almas repletas de alegria cantam um hino de misericórdia ao Altíssimo. Suplico-Vos, ó Deus, mostrai-lhes a vossa Misericórdia segundo a esperança e confiança que em Vós colocaram. Que se cumpra nelas a promessa de Jesus, que disse: "As almas que veneram a minha insondável Misericórdia, Eu mesmo as defenderei durante a vida, especialmente na hora da morte, como minha glória." Amém.

Oitavo dia
Hoje traze-Me as almas que se encontram na prisão do Purgatório e mergulha-as no abismo da minha Misericórdia; que as torrentes do meu Sangue refresquem o seu ardor. Todas estas almas são muito amadas por Mim, pagam as dívidas à minha Justiça. Está em teu alcance trazer-lhes alívio. Tira do tesouro da minha Igreja todas as indulgências e oferece-as por elas. Oh, se conhecesses o seu tormento, incessantemente oferecerias por elas a esmolas do espírito e pagarias as suas dívidas à minha Justiça.

Misericordiosíssimo Jesus, que dissestes que quereis misericórdia, eis que estou trazendo à mansão do vosso compassivo Coração as almas do Purgatório, almas que Vos são muito queridas e que no entanto devem dar reparação à vossa Justiça; que as torrentes de Sangue e Água que brotaram do vosso Coração apaguem as chamas do fogo do Purgatório, para que também ali seja glorificado o poder da vossa Misericórdia.
Eterno Pai, olhai com Misericórdia para as almas que sofrem no Purgatório e que estão encerradas no Coração compassivo de Jesus. Suplico-Vos que, pela dolorosa Paixão de Jesus, vosso Filho, e por toda a amargura de que estava inundada a sua Alma santíssima, mostreis vossa Misericórdia às almas que se encontram sob o olhar da vossa Justiça; não olheis para elas de outra forma senão através das Chagas de Jesus, vosso Filho muito amado, porque nós cremos que a vossa bondade e Misericórdia são incomensuráveis. Amém.

Nono dia
Hoje traze-Me as almas tíbias e mergulha-as no abismo da minha Misericórdia. Estas almas ferem mais dolorosamente o meu Coração. Foi da alma tíbia que a minha Alma sentiu repugnância no Horto. Elas levaram-Me a dizer: Pai afasta de Mim este cálice, se assim for a vossa vontade. Para elas, a última tábua de salvação é recorrer a minha Misericórdia.

Ó compassivo Jesus, que sois a própria Compaixão, trago à mansão do vosso compassivo Coração as almas tíbias; que se aqueçam no fogo do vosso amor puro estas almas geladas, que, semelhantes a cadáveres, Vos enchem de tanta repugnância. Ó Jesus, muito compassivo, usai a onipotência da vossa Misericórdia e atraí-as até ao fogo do vosso amor e concedei-lhes o amor santo, porque Vós tudo podeis.
Eterno Pai, olhai com Misericórdia para as almas tíbias e que estão encerradas no Coração compassivo de Jesus. Pai de Misericórdia, suplico-Vos pela amargura da Paixão do vosso Filho e por sua agonia de três horas na Cruz, permiti que também elas glorifiquem o abismo da vossa Misericórdia... Amém.

DOMIMGO DA DIVINA MISERICÓRDIA

30 de março, DOMINGO DA DIVINA MISERICÓRDIA

Homilia do Santo Padre João Paulo II
Santuário da Misericórdia Divina, Lagiewniki

Caríssimos Irmãos e Irmãs,

Repito hoje estas palavras, simples e sinceras, de Santa Faustina, para adorar juntamente com ela e com todos vós o mistério inconcebível e insondável da misericórdia de Deus. Como ela, queremos professar que não existe para o homem outra fonte de esperança, fora da misericórdia de Deus. Desejamos repetir com fé: Jesus, tenho confiança em Ti!

1-No nosso tempo, em que o homem se sente perdido face às numerosas manifestações do mal, temos particular necessidade deste anúncio que exprime a confiança no amor onipotente de Deus. É preciso que a invocação da misericórdia de Deus surja do fundo dos corações repletos de sofrimento, de apreensão e de incerteza, mas que, ao mesmo tempo, procura uma fonte infalível de esperança. É por isso que hoje viemos aqui, ao Santuário de Lagiewniki, para redescobrir em Cristo o rosto do Pai: daquele que é "Pai da misericórdia e Deus de toda a consolação" (2 Cor 1, 3). Com os olhos da alma desejamos fixar o olhar de Jesus misericordioso para encontrar na profundidade deste olhar o reflexo da sua vida, assim como a luz da graça que já recebemos tantas vezes, e que Deus nos destina todos os dias e para o último dia.

2. Preparamo-nos para dedicar este novo templo à Misericórdia de Deus. Antes deste ato desejo agradecer de coração a todos os que contribuíram para a sua construção. Agradeço de modo especial ao Cardeal Franciszek Macharski, que muito se empenhou nesta iniciativa, manifestando a sua devoção à Misericórdia Divina. Abraço com afeto as Irmãs da Bem-Aventurada Virgem Maria da Misericórdia e agradeço-lhes a sua obra de difusão da mensagem deixada pela Irmã Santa Faustina. Saúdo os Cardeais e os Bispos da Polônia, guiados pelo Cardeal Primaz, assim como os Bispos provenientes de várias partes do mundo. Alegro-me com a presença dos sacerdotes diocesanos e religiosos e dos seminaristas. Saúdo de coração todos os participantes nesta celebração e, de modo particular, os representantes da Fundação do Santuário da Misericórdia Divina que se encarregou da sua construção, e os responsáveis das várias empresas. Sei que, com generosidade, muitas das pessoas aqui presentes apoiaram materialmente esta construção. Peço a Deus que recompense a sua magnanimidade e o seu compromisso com a sua Bênção!

3. Irmãos e Irmãs! Enquanto dedicamos esta nova Igreja, podemos fazer a pergunta que preocupava o rei Salomão: "Mas, em verdade, habitará Deus sobre a terra? Se nem o céu, se nem os altíssimos céus vos podem conter, muito menos esta casa que edifiquei!"(1 Rs 8, 27). Sim, à primeira vista, relacionar determinados "espaços" com a presença de Deus poderia parecer inoportuno. Contudo, é preciso recordar que o tempo e o espaço pertencem totalmente a Deus.
Mesmo se o tempo e o mundo inteiro podem ser considerados o seu "templo", contudo existem tempos e lugares que Deus escolhe, para que, neles, os homens conheçam de maneira especial a sua presença e a sua graça. E o povo, estimulado pelo sentido da fé, vem a estes lugares, com a certeza de estar verdadeiramente diante de Deus que, está presente neles.
Vim a Lagiewniki com este mesmo espírito de fé, para dedicar este novo templo, com a convicção de que ele é um lugar especial escolhido por Deus para difundir a graça da sua misericórdia. Rezo para que esta igreja seja sempre um lugar de anúncio da mensagem sobre o amor misericordioso de Deus; um lugar de conversão e de penitência; um lugar de celebração da Eucaristia, fonte da misericórdia; um lugar de oração e de assídua impetração da misericórdia para nós e para o mundo. Rezo com as palavras de Salomão: "Senhor, meu Deus, atendei à oração e às súplicas do vosso servo; ouvi o clamor e a prece que hoje vos dirijo. Que os vossos olhos estejam dia e noite abertos sobre esse templo... Ouvi a súplica do vosso servo e do vosso povo de Israel, quando aqui orarem. Ouvi-os do alto da Vossa mansão no céu, ouvi-os e perdoai" (1 Rs 8, 28-30).

4. "Mas vai chegar a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade, pois são esses os adoradores que o Pai deseja" (Jo 4, 23). Quando lemos estas palavras do Senhor Jesus no Santuário da Misericórdia Divina, damo-nos conta, de maneira muito particular, de que não nos podemos apresentar aqui, a não ser em Espírito e verdade. É o Espírito Santo, Consolador e Espírito de Verdade, que nos conduz pelos caminhos da Misericórdia Divina. Ele, convencerá o mundo "do pecado, da justiça e do juízo" (Jo 16, 8), ao mesmo tempo revela a plenitude da salvação em Cristo. Este convencer em relação ao pecado realiza-senuma dupla relação à Cruz de Cristo. Por um lado, o Espírito Santo permite-nos, mediante a Cruz de Cristo, reconhecer o pecado, qualquer pecado, na total dimensão do mal, que em si contém e esconde. Por outro lado, o Espírito Santo permite-nos, sempre mediante a Cruz de Cristo, ver o pecado à luz do mysterium pietatis, isto é, do amor misericordioso e indulgente de Deus (cf. Dominum et vivificantem, 32).
Desta forma, "convencer em relação ao pecado" torna-se ao mesmo tempo um convencer que o pecado pode ser perdoado e o homem pode novamente corresponder à dignidade do filho predileto de Deus. De fato, a Cruz, "é o modo mais profundo de a divindade se debruçar sobre a profundidade (...). A Cruz é como que um toque do amor eterno nas feridas mais dolorosas da existência terrena do homem". Esta verdade será sempre recordada pela pedra angular deste Santuário, tirada do monte do Calvário, de certa forma debaixo da Cruz, sobre a qual Jesus Cristo venceu o pecado e a morte.
Estou firmemente convicto de que este novo templo permanecerá sempre um lugar onde as pessoas se apresentarão diante de Deus em Espírito e verdade. Virão com a confiança que assiste todos aqueles que humildemente abrem o coração à ação misericordiosa de Deus, àquele amor que nem sequer o maior pecado pode destruir. Aqui, no fogo do amor divino, os corações arderão bradando à conversão, e quem procura a conversão ou a esperança encontrará alívio.

5. "Pai eterno, ofereço-Te o Corpo e o Sangue, a Alma e a divindade do teu dilectíssimo Filho e nosso Senhor Jesus Cristo, pelos nossos pecados e pelos pecados de todo o mundo; pela Sua dolorosa Paixão, tem piedade de nós e de todo o mundo" (Diário, 476, ed. it., pág. 193). De nós e do mundo inteiro... Quanta necessidade da misericórdia de Deus tem hoje o mundo! Em todos os continentes, do profundo do sofrimento humano, parece que se eleva a invocação da misericórdia. Onde predominam o ódio e a sede de vingança, onde a guerra causa o sofrimento e a morte dos inocentes, é necessária a graça da misericórdia para aplacar as mentes e os corações, e para fazer reinar a paz. Onde falta o respeito pela vida e pela dignidade do homem, é necessário o amor misericordioso de Deus, a cuja luz se manifesta o indescritível valor de cada ser humano. É necessária a misericórdia para fazer com que toda a injustiça no mundo encontre o seu fim no esplendor da verdade.
Por isso hoje, neste Santuário, desejo confiar solenemente o mundo à Misericórdia Divina. Faço-o com o desejo ardente de que a mensagem do amor misericordioso de Deus, aqui proclamado por intermédio de Santa Faustina, chegue a todos os habitantes da terra e cumule os seus corações de esperança. Esta mensagem se difunda deste lugar em toda a nossa Pátria e no mundo. Oxalá se realize a firme promessa do Senhor Jesus: deve elevar-se deste lugar "a centelha que preparará o mundo para a sua última vinda" (cf. Diário, 1732, ed. it., pág. 568). É preciso acender esta centelha da graça de Deus. É necessário transmitir ao mundo este fogo da misericórdia. Na misericórdia de Deus o mundo encontrará a paz, e o homem a felicidade!
Confio-vos esta tarefa a vós, caríssimos Irmãos e Irmãs, à Igreja que se encontra em Cracóvia e na Polônia, e a todos os devotos da Misericórdia Divina, que aqui vierem da Polônia e do mundo inteiro. Sede testemunhas da misericórdia!

6. Deus, Pai misericordioso que revelaste o Teu amor no Teu Filho Jesus Cristo e o derramaste sobre nós no Espírito Santo, Consolador confiamos-te hoje o destino do mundo e de cada homem. Inclina-te sobre nós, pecadores cura a nossa debilidade vence o mal faz com que todos os habitantes da terra conheçam a tua misericórdia para que em Ti, Deus Uno e Trino encontrem sempre a esperança. Pai eterno pela dolorosa Paixão e Ressurreição do teu Filho tem misericórdia de nós e do mundo inteiro. Amém!
No final da Santa Missa, antes de conceder a Bênção apostólica, o Santo Padre pronunciou ainda as seguintes palavras de agradecimento:
No final desta solene liturgia desejo dizer que muitas das minhas recordações pessoais se relacionam com este lugar. Eu vinha aqui sobretudo durante a ocupação nazista, quando trabalhava no estabelecimento Solvay, situado perto daqui. Ainda hoje me recordo do caminho que leva de Borek Falecki a Debniki, que eu todos os dias percorria para ir trabalhar nos diversos horários, com os sapatos de madeira nos pés. Eram assim os sapatos naquela época. Como era possível imaginar que aquele homem com os socos, um dia teria consagrado a basílica da Misericórdia Divina, em Lagiewniki de Cracóvia.
Alegro-me com a construção deste bonito templo dedicado à Misericórdia Divina. Confio ao cuidado do Cardeal Macharski, a toda a Arquidiocese de Cracóvia e às Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia a existência material e sobretudo espiritual deste santuário. Oxalá esta colaboração na obra da difusão do culto de Jesus misericordioso dê frutos abençoados nos corações dos fiéis na Polônia e em todo o mundo.
Deus misericordioso abençoe abundantemente todos os peregrinos que vêm e vierem aqui no futuro.

Papa João Paulo II
Santuário da Misericórdia Divina, Lagiewniki
Sábado 17 de agosto de 2002

sábado, 29 de março de 2008

A DIVINA MOSERICÓRDIA

A DIVINA MOSERICÓRDIA

Em 22 de fevereiro de 1931, Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo apareceu à jovem religiosa de nome Irmã Faustina (Helen Kowalska) em Cracóvia, Polônia. Ela vinha de uma família muito pobre que havia trabalhado muito em sua pequena fazenda durante os terríveis anos da I Guerra Mundial. Irmã Faustina teve apenas três anos de educação muito simples. Suas tarefas eram as mais humildes do convento. A essa humilde freira, Jesus trouxe uma maravilhosa mensagem de Misericórdia para toda a humanidade. Irmã Faustina nos conta em seu diário:
"À noite, quando eu estava em minha cela, percebi a presença do Senhor Jesus vestido de uma túnica branca. Uma mão estava levantada a fim de abençoar, a outra pousava na altura do peito. Da abertura da túnica no peito saíam dois grandes raios, um vermelho e outro pálido. Em silêncio eu olhei intensamente para o Senhor; minha alma estava tomada pelo espanto, mas também por grande alegria. Depois de um tempo, Jesus me disse: 'Pinta uma imagem de acordo com o que vês, com a inscrição, 'Jesus, eu confio em Vós. Prometo que a alma que venerar esta Imagem não perecerá.'"

Algum tempo depois, Nosso Senhor lhe explicou o significado dos dois raios em destaque na Imagem: "Os dois raios representam o Sangue e a Água. O raio pálido representa a Água, que justifica as almas; o raio vermelho representa o Sangue, que é a vida das almas. Ambos os raios saíram das entranhas de minha Misericórdia quando, na Cruz, o Meu Coração agonizante foi aberto pela lança... Estes raios defendem as almas da ira do meu Pai. Feliz aquele que viver sob a proteção deles, porque não será atingido pelo braço da Justiça de Deus."

segunda-feira, 24 de março de 2008

Recife: procissão do Senhor Bom Jesus dos Passos

Precedendo a Páscoa, realizou-se em Recife (PE) a 354ª Procissão do Senhor Bom Jesus dos Passos, ato de piedade praticado anualmente e cuja origem histórica remonta à Insurreição Pernambucana, quando foram vencidos os invasores holandeses.


A caminhada processional iniciou-se na Basílica do Carmo, percorrendo sete passos que recordaram a Paixão do Senhor. O percurso encerrou-se na igreja da Madre de Deus, no centro histórico da capital pernambucana.


A procissão foi presidida por Dom José Cardoso Sobrinho, arcebispo metropolitano de Olinda e Recife, que fez uma eloquente homilia alusiva ao evento. Os Arautos do Evangelho fizeram a guarda de honra à Imagem do Senhor Bom Jesus.

sábado, 22 de março de 2008

Sábado Santo - Vigília Pascal

VIGÍLIA PASCAL
HOMILIA DO SANTO PADRE JOÃO PAULO II
Sábado Santo, 30 de Março de 2002

1. "Disse Deus: «Haja Luz». E houve luz" (Gn 1,3)
Uma explosão de luz, que a palavra de Deus fez surgir do nada, rasgou a primeira noite, a noite da criação.
O apóstolo João escreverá: "Deus é luz e n’Ele não há trevas" (1Jo 1,5). Deus não criou as trevas, mas a luz! E o Livro da Sabedoria, revelando claramente que a obra de Deus obedece desde sempre a uma finalidade positiva, assim se exprime: "Ele criou tudo para a existência; / e todas as criaturas têm em si a salvação. / Não há nelas nenhum princípio de morte, / nem o domínio da morte impera sobre a terra" (Sab 1,14).
Naquela primeira noite, a noite da criação, tem as suas raízes o mistério pascal que, após o drama do pecado, constitui a restauração e a coroação daquele instante inicial. A Palavra divina trouxe à existência todas as coisas e, em Jesus, fez-se carne para nos salvar. E, se o destino do primeiro Adão foi retornar à terra donde viera (cf. Gn 3,19), o último Adão desceu do céu para lá subir de novo vencedor, primícia da nova humanidade (cf. Jo 3,23; 1 Cor 15,47).
2. Uma outra noite constitui o evento fundamental da história de Israel: é o êxodo prodigioso do Egipto, cuja narração se lê em cada ano na solene Vigília pascal.
"O Senhor fustigou o mar com um impetuoso vento do oriente, que soprou durante toda a noite. Secou o mar, e as águas dividiram-se. Os filhos de Israel desceram a pé enxuto para o meio do mar, e as águas formavam como que uma muralha à direita e à esquerda deles" (Ex 14,21-22). O povo de Deus nasceu deste "baptismo" no Mar Vermelho, quando experimentou a mão forte do Senhor que o arrancava da escravidão, para conduzi-lo à suspirada terra da liberdade, da justiça e da paz.
Esta é a segunda noite, a noite do êxodo.
A profecia do Livro do Êxodo cumpre-se hoje também para nós, que somos israelitas segundo o Espírito, descendência de Abraão graças à fé (cf. Rom 4,16). Na sua Páscoa, como novo Moisés, Cristo faz-nos passar da escravidão do pecado à liberdade dos filhos de Deus. Mortos com Jesus, com Ele ressuscitamos para a vida nova, pelo poder do seu Espírito. O seu Baptismo veio a ser o nosso.
3. Recebereis este Baptismo, que gera o homem para a vida nova, também vós, caríssimos Irmãos e Irmãs catecúmenos, provindos de diversos Países: da Albânia, da China, do Japão, da Itália, da Polónia, da República Democrática do Congo. Dois dentre vós, uma mãe japonesa e uma chinesa, trazem consigo também o filho, de modo que, na mesma celebração, serão baptizadas as mães junto com as suas crianças.
"Nesta santíssima noite" em que Cristo ressuscitou dos mortos, cumpre-se para vós um "êxodo" espiritual: deixais para trás a velha existência e entrais na "terra dos vivos". Esta é a terceira noite, a noite da ressurreição.
4. "Oh noite ditosa, única a ter conhecimento do tempo e da hora em que Cristo ressuscitou do sepulcro". Assim cantámos no Precónio Pascal, no início desta solene Vigília, mãe de todas as Vigílias.
Após a trágica noite de Sexta-feira Santa, quando «o domínio das trevas» (Lc 22,53) parecia levar a melhor sobre Aquele que é «a luz do mundo» (Jo 8,12), após o grande silêncio de Sábado Santo, em que Cristo, cumprida a sua obra na terra, encontrou descanso no mistério do Pai e levou a sua mensagem de vida aos abismos da morte, eis finalmente a noite que precede "o terceiro dia", no qual, segundo as Sagradas Escrituras, o Messias havia de ressuscitar, como Ele mesmo tinha repetidamente preanunciado aos seus discípulos.
"Oh noite ditosa, em que o Céu se une à terra, em que o homem se encontra com Deus!" (Precónio Pascal).
5. Esta é a noite por excelência da fé e da esperança. Enquanto tudo está mergulhado na escuridão, Deus - a Luz - vigia. Com Ele, vigiam todos que confiam e esperam n’Ele.
Ó Maria, esta é por vossa excelência a vossa noite! Enquanto se apagam as últimas luzes do sábado, e o fruto do vosso ventre descansa na terra, vosso coração também vigia! A vossa fé e a vossa esperança projectam-se para diante. Para além da pesada lápide, vislumbram já o túmulo vazio; para além do espesso véu das trevas, entrevêem a aurora da ressurreição.
Fazei, ó Mãe, que também nós vigiemos no silêncio da noite, crendo e esperando na palavra do Senhor. Encontraremos assim, na plenitude da luz e da vida, Cristo, primícia dos ressuscitados, que reina com o Pai e o Espírito Santo, pelos séculos dos séculos.

Aleluia!

sexta-feira, 21 de março de 2008

SEXTA-FEIRA SANTA

Paixão do Senhor


Do Evangelho de S. Marcos 15, 33-34.37.39
"Chegado ao meio-dia,houve trevas por toda a terra,até às três da tarde.Às três horas, Jesus exclamou em alta voz:"Eloì, Eloì, lema sabactàni?"que quer dizer:Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste? (...)Soltando um grande brado, Jesus expirou. (...)Ao vê-Lo expirar daquela maneira,o centurião, que se encontrava em frente d'Ele, exclamou: "Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus".
Eis o agir mais alto, mais sublime do Filho em união com o Pai. Sim, em união, na mais profunda união... precisamente quando grita: "Eloì, Eloì, lema sabactàni?", "Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?" (Mc 15, 34; Mt 27, 46). Este agir exprime-se na verticalidade do corpo estendido ao longo da trave perpendicular da Cruz com a horizontalidade dos braços estendidos ao longo do madeiro transversal. A pessoa que olha estes braços pode pensar com quanto esforço eles abraçam o homem e o mundo. Abraçam.
Eis o homem. Eis o próprio Deus. "N'Ele (...) vivemos, nos movemos e existimos" (Ato 17, 28). N'Ele, nestes braços estendidos ao longo da trave horizontal da Cruz. O mistério da Redenção.
Jesus, pregado na Cruz, imobilizado nesta terrível posição, invoca o Pai (cf. Mc 15, 34; Mt 27, 46; Lc 23, 46). Todas as suas invocações testemunham que Ele está unido com o Pai. "Eu e o Pai somos um" (Jo 10, 30); "Quem Me vê, vê o Pai" (Jo 14, 9); "Meu Pai trabalha continuamente e Eu também trabalho" (Jo 5, 17).

quinta-feira, 20 de março de 2008

Desnudação do Altar

Quinta-feira Santa - Desnudação do Altar

A desnudação do altar hoje, é um rito prático, com a finalidade de tirar da igreja todas as manifestações de alegria e de festa, como manifestação de um grande e respeitoso silêncio pela Paixão e Morte de Jesus.
A desnudação do altar (denudatio altaris), ou despojamento, como preferem alguns, é um rito antigo, já mencionado por Santo Isidoro no século VII, que fala da desnudação como um gesto que acontecia na quinta-feira santa.
O sacerdote, ajudado por dois ministros, remove as toalhas e os demais ornamentos e enfeites dos altares que ficam assim desnudados até a Vigília Pascal. No antigo rito, durante a desnudação recitava-se um trecho de um salmo. O gesto da desnudação do altar tinha o significado alegórico da nudez com a qual Cristo foi crucificado.
O rito atual é realizado de modo muito simples, após a missa. Feito em silêncio e sem a participação da assembléia. As orientações do Missal Romano pedem que sejam retiradas as toalhas do altar e, se possível, as cruzes da igreja.
Caso isso não seja possível, orienta o Missal que convém velar as cruzes e as imagens que não possam ser retiradas.(Cf. Missal Romano, p. 253, n. 19).
O significado é o silêncio respeitoso da Igreja que faz memória de Jesus que sofre a Paixão e sua morte de Jesus, por isso, despoja-se de tudo o que possa manifestar festa.

Transladação do Santíssimo

Quinta-feira Santa - Transladação do Santíssimo

A transladação do Santíssimo tem notícias históricas desde o século II. Mas o rito da adoração, na quinta-feira santa entrou na Igreja a partir do século XIII e foi difundindo-se até o século XV.
O que mais impulsionou foi a devoção ao Santíssimo Sacramento, a partir da segunda metade do século XIII, época em que o Papa Urbano IV decretou a festa de Corpus Christi para toda a Igreja (em 11 de agosto de 1264).
Foi, portanto, a prática devocional da eucaristia a principal responsável para a adoração ao Santíssimo na quinta-feira santa, após a missa da Ceia do Senhor.
O rito atual é muito simples e tem o seguinte significado: após a oração depois da comunhão, o Santíssimo é transladado solenemente em procissão para uma capela lateral ou para um dos altares laterais da igreja, devidamente preparado para receber o santíssimo.
Antes da transladação, o sacerdote prepara o turíbulo e incensa o Santíssimo três vezes. Depois, realiza-se uma pequena procissão dentro da igreja, que é precedida pelo cruciferário (pessoa que leva a cruz processional), velas e incenso.
Durante a procissão, canta-se o "Pange Lingua", traduzido em português, "Vamos todos...", exceto as duas últimas estrofes, "tantum ergo" (tão sublime sacramento...) que são cantadas depois da chegada da procissão na capela lateral, onde ficará o Santíssimo.
Após a transladação, a comunidade é convidada a permanecer em adoração solene até um horário conveniente. O significado é de ação de graças pela eucaristia e pela salvação que celebramos nestes dias do Tríduo Pascal.

QUINTA-FEIRA SANTA

Bênção dos Santos Óleos

Na Quinta-feira Santa, óleo de oliva misturado com perfume (bálsamo) é consagrado pelo Bispo para ser usado nas celebrações do Batismo, Crisma, Unção dos Enfermos e Ordenação.
Sempre que houver celebração com óleo, deve estar à disposição do ministro uma jarra com água, bacia, sabonete e toalha para as mãos.Não se sabe com precisão, como e quando teve início a bênção conjunta dos três óleos litúrgicos.
Fora de Roma, esta bênção acontecia em outros dias, como no Domingo de Ramos ou no Sábado de Aleluia.
O motivo de se fixar tal celebração na Quinta-feira Santa deve-se ao fato de ser este último dia em que se celebra a missa antes da Vigília Pascal. São abençoados os seguintes óleos:
Óleo do Crisma - Uma mistura de óleo e bálsamo, significando plenitude do Espírito Santo, revelando que o cristão deve irradiar "o bom perfume de Cristo". É usado no sacramento da Confirmação (Crisma) quando o cristão é confirmado na graça e no dom do Espírito Santo, para viver como adulto na fé. Este óleo é usado também no sacramento do sacerdócio, para ungir os "escolhidos" que irão trabalhar no anúncio da Palavra de Deus, conduzindo o povo e santificando-o no ministério dos sacramentos. A cor que representa esse óleo é o branco ouro.
Óleo dos Catecúmenos - Catecúmenos são os que se preparam para receber o Batismo, sejam adultos ou crianças, antes do rito da água. Este óleo significa a libertação do mal, a força de Deus que penetra no catecúmeno, o liberta e prepara para o nascimento pela água e pelo Espírito. Sua cor é vermelha.
Óleo dos Enfermos - É usado no sacramento dos enfermos, conhecido erroneamente como "extrema-unção". Este óleo significa a força do Espírito de Deus para a provação da doença, para o fortalecimento da pessoa para enfrentar a dor e, inclusive a morte, se for vontade de Deus. Sua cor é roxa.

Ceia do Senhor (Lava-pés)

Um momento solene No 13º capítulo do seu Evangelho, João fala sobre Jesus fraco, pequeno, que terminará sendo condenado e morto na cruz como um blasfemador, um fora da lei ou um criminoso. Até então, Jesus parecia tão forte, havia feito tantos milagres, curado doentes, ordenado que o mar e o vento se acalmassem e falado com autoridade para os escribas e os fariseus.
Ele parecia ser um grande profeta, quem sabe até o Messias. O Deus do poder estava com Ele. Mais e mais pessoas estavam começando a segui-lo, esperavam que Ele os libertasse dos romanos, resgatando assim, a dignidade do povo escolhido. O tempo da páscoa estava próximo. A multidão e os amigos dele pensavam: "Será que Ele vai se revelar na páscoa? Então, todos acreditarão nele." Todos esperavam que algo extraordinário acontecesse. No entanto, em vez de fazer algo fantástico, Jesus tomou o caminho oposto, o da fraqueza, o da humilhação, deixando que os outros o vencessem. Este processo de humilhação teve início quando o Verbo se fez carne no seio da Virgem Maria, e continuou visível para os discípulos no lava-pés. Terminará com a agonia, paixão, crucifixão e morte.
O começo deste capítulo é muito solene: "Antes do dia da festa da Páscoa, sabendo Jesus que tinha chegado a hora de passar deste mundo ao Pai, tendo amado aos seus, que estavam no mundo, amou-os até ao extremo. Começada a ceia, tendo já o demônio posto no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, a determinação de o entregar, sabendo que o Pai tinha posto em suas mãos todas as coisas, que saíra de Deus e ia para Deus, levantou-se da ceia, depôs o manto, e apegando uma toalha cingiu-se com ela." (Jo 13,1-4).
Estas palavras são muito fortes: "Jesus, sabendo que o Pai tinha posto em suas mãos todas as coisas, que saíra de Deus e ia para Deus, levantou-se da ceia, depôs o manto..." Então, Ele se ajoelhou diante de cada um de seus discípulos e começou a lavar-lhes os pés, em uma atitude de humilhação, fraqueza, súplica e submissão. De joelhos ninguém pode se mover com facilidade nem se defender.João Batista havia dito que ele não era digno nem de desatar as sandálias de Jesus (Mc 1,7). No entanto, Jesus se ajoelha em frente a cada um de seus discípulos.
Os primeiros cristãos devem ter cantado o mistério de Jesus, que se desfez da sua glória e se fez fraco, como encontramos nas palavras de S. Paulo aos Filipenses: "O qual, existindo na forma (ou natureza) de Deus, não julgou que fosse uma rapina o seu ser igual a Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens e sendo reconhecido por condição como homem. Humilhou-se a si mesmo, feito obediente até a morte, e morte de cruz! (Fl 2,6-8)
Nós estamos frente a um Deus que se torna pequeno e pobre, que desce na escala da promoção humana, que escolhe o último, que assume o lugar de servo ou escravo. De acordo com a tradição judia, o escravo lavava os pés do senhor, e algumas vezes as esposas lavavam os pés do marido ou os filhos lavavam os do pai.

Instituição da Eucaristia


Na véspera da festa da Páscoa, como Jesus sabia que havia chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim (Jo 12, 1).
Caía a noite sobre o mundo, porque os velhos ritos, os antigos sinais da misericórdia infinita de Deus para com a humanidade iam realizar-se plenamente, abrindo caminho a um verdadeiro amanhecer: a nova Páscoa. A Eucaristia foi instituída durante a noite, preparando antecipadamente a manhã da Ressurreição.Jesus ficou na Eucaristia por amor..., por ti.
- Ficou, sabendo como O receberiam os homens... e como O recebes tu.

- Ficou, para que O comas, para que O visites e Lhe contes as tuas coisas e, chegando junto do Sacrário e na recepção do Sacramento te enamores mais de dia para dia, e faças com que outras almas - muitas! - sigam o mesmo caminho.
Menino bom: como os amantes da terra beijam as flores, a carta, a recordação dos que amam!...E tu? Poderás esquecer-te alguma vez de que O tens a teu lado..., a Ele!? - Esquecerás... que O podes comer?
- Senhor, que eu não torne a voar colado à terra!, que esteja sempre iluminado pelos raios do divino Sol - Cristo - na Eucaristia!, que o meu vôo não se interrompa enquanto não alcançar o descanso do teu Coração!
Santo Rosário, Apêndice, 5º mistério da luz
Comecemos desde já a pedir ao Espírito Santo que nos prepare para podermos entender cada expressão e cada gesto de Jesus Cristo: porque queremos viver vida sobrenatural, porque o Senhor nos manifestou a sua vontade de se dar a cada um de nós em alimento da alma, e porque reconhecemos que só Ele tem palavras de vida eterna.
A fé leva-nos a confessar com Simão Pedro: Nós acreditamos e sabemos que tu és o Cristo, o Filho de Deus. E é essa mesma fé, fundida com a nossa devoção, que nesses momentos transcendentes nos incita a imitar a audácia de João, a aproximar-nos de Jesus e a reclinar a cabeça no peito do Mestre , que amava ardentemente os seus e, como acabamos de ouvir, iria amá-los até o fim.
Tenhamos em mente a experiência tão humana da despedida de duas pessoas que se amam. Desejariam permanecer sempre juntas, mas o dever - seja ele qual for - obriga?as a afastar?se uma da outra. Não podem continuar sem se separarem, como gostariam. Nessas situações, o amor humano, que, por maior que seja, é sempre limitado, recorre a um símbolo: as pessoas que se despedem trocam lembranças entre si, possivelmente uma fotografia, com uma dedicatória tão ardente que é de admirar que o papel não se queime. Mas não conseguem muito mais, pois o poder das criaturas não vai tão longe quanto o seu querer.Porém, o Senhor pode o que nós não podemos. Jesus Cristo, perfeito Deus e perfeito Homem, não nos deixa um símbolo, mas a própria realidade: fica Ele mesmo. Irá para o Pai, mas permanecerá com os homens. Não nos deixará um simples presente que nos lembre a sua memória, uma imagem que se dilua com o tempo, como a fotografia que em breve se esvai, amarelece e perde sentido para os que não tenham sido protagonistas daquele momento amoroso. Sob as espécies do pão e do vinho encontra-se o próprio Cristo, realmente presente com seu Corpo, seu Sangue, sua Alma e sua Divindade.

quarta-feira, 19 de março de 2008

QUARTA-FEIRA SANTA

Procissão do Encontro de Nosso Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores

Dentro da Semana Santa, também chamada de “A Grande Semana”, em muitas paróquias, especialmente no interior, realiza-se a famosa “Procissão do Encontro” entre: o Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores.
Os homens saem de uma igreja com a imagem de Nosso Senhor dos Passos e as mulheres saem de outra igreja com Nossa Senhora das Dores. Acontece então o doloroso encontro entre a Mãe e o Filho. O padre, então, proclama o célebre Sermão das Sete Palavras, que na verdade são sete frases:
1. Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem. (Lc 23,34 a);
2. Hoje estarás comigo no paraíso. (Lc 23,43);
3. Mulher eis aí o teu filho, filho eis aí a tua mãe. (Jo 19,26-27);
4. Meu Deus, Meu Deus, porque me abandonastes?! (Mc 15,34);
5. Tenho sede. (Jo 19,28 b);
6. Tudo está consumado. (Jo 19,30 a);
7. Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito. (Lc 23,46 b).
O sacerdote, diante das imagens, faz uma reflexão com estas frases, chamando o povo à conversão e à penitência. O silêncio é grande, já que a imagem de Nosso Senhor dos Passos mostra-o com a cruz às costas.
A expressão dos rostos das imagens é de dor e sofrimento. Algumas imagens de Nossa Senhora das Dores mostram-na abraçada a uma espada, lembrando certamente a profecia de Simeão: “Uma espada de dor te traspassará a alma”.
Quando estive na Basílica do Santo Sepulcro em Jerusalém, fiquei muito emocionado quando vi a imagem de Nossa Senhora das Dores.No local onde, segundo a tradição, foi colocado Jesus crucificado, tem um buraco no chão. Onde foi colocada a cruz de Jesus, está embaixo um altar. A gente precisa ajoelhar-se para colocar a mão lá dentro. Imagine a emoção...
Só que antes de chegar a este lugar santo, a gente passa em frente à imagem de Nossa Senhora das Dores. Belíssima... Quem a fez conseguiu como que umedecer o seu rosto, e é como se ela estivesse chorando, mas com o rosto sereno. Sofrido, mas sereno. Chorei muito ao contemplá-la.
É tudo isso que vivemos neste tempo de profunda reflexão.Nossa fé é pascal, passa pelo sofrimento, morte e ressurreição do Senhor.
Sigamos os passos de Jesus, sempre com Maria.

19 de março - Dia de São José

São José, mártir da grandeza


Para formarmos uma idéia de quem foi São José

– o Patrono da Igreja, cuja festa se comemora no dia 19 deste mês

– face à escassez de dados biográficos, precisamos considerar dois fatos imensos: ele foi o pai adotivo do Menino Jesus e o esposo de Nossa Senhora.
O esposo deve ser proporcionado à esposa. Ora, quem é Nossa Senhora? Ela é, de longe, a mais perfeita de todas as criaturas, a obra-prima do Altíssimo. Se somarmos as virtudes de todos os anjos, de todos os santos e de todos os homens até o fim do mundo, não teremos sequer uma pálida idéia da sublime perfeição da Mãe de Deus.
Mas um homem foi escolhido entre todos para ser proporcionado a essa excelsa criatura. Proporcionado, naturalmente, por seu amor de Deus, por sua sabedoria, por sua pureza, por sua justiça, por todas as virtudes enfim. Esse homem foi São José.

Missão grandiosa
Há algo mais insondável: o pai deve ser proporcionado ao filho. Era preciso um homem que carregasse com toda dignidade a honra de ser pai adotivo de Deus. E houve um só, criado especialmente para isso, com a alma adornada de todas as virtudes, inteiramente à altura de tão sublime missão. Esse homem foi São José.
Era proporcionado a Jesus Cristo, era proporcionado à Sua excelsa Mãe. Quanta grandeza isso encerra! É tal a desproporção com o resto dos homens, que nós não podemos fazer idéia. É penetrar de tal maneira na alma santíssima de Nossa Senhora, é ter tal intimidade com o Verbo Encarnado, que o vocabulário humano não encontra palavras para exprimir adequadamente.
Costuma-se representar, por exemplo, Santo Antonio de Pádua com um livro e o Menino Jesus sentado no livro. E o santo embevecido, porque o Menino Jesus esteve uns instantes em seus braços. E nós olhamos admirados para Santo Antonio: como ele é feliz por ter sido distinguido por essa honra sem nome! Ora, quantas vezes São José teve nos braços o Menino Jesus?
Mais ainda: São José teve os lábios suficientemente puros e a humildade suficientemente grande para fazer essa coisa formidável: responder a Deus! Imaginemos a cena: o Menino Jesus pára diante dele e diz: – “Peço-lhe um conselho: como devo fazer tal coisa?” E o patrono da Igreja Universal, mera criatura, sabendo que é Deus o interrogante, dá o conselho!
Imagine, leitor, se lhe for possível, um homem que teve bastante sabedoria e pureza para governar a Deus e a Virgem Maria. Então compreenderá a sublimidade da virtude de São José.

Grandeza rejeitada pelos homens
Falamos da grandeza de São José. Como foi ela recebida pelos homens de seu tempo?
Diz o Evangelho: “E (Maria) deu à luz o seu filho primogênito, e o enfaixou e reclinou numa manjedoura; porque não havia lugar para eles na estalagem” (Lc. 2,7).
A frase – “não havia lugar para eles na estalagem” – encerra uma verdade amarga: os homens têm uma particular dificuldade em receber aquilo que é grande – a fortiori o que é divino – por causa de sua mesquinharia. Pensamos, às vezes, que os homens se comprazem em tratar com o que é importante, alto, sublime. É um gosto que existe, sim, mas apenas superficial e por interesse.
Os homens não sentem grande atração pela grandeza, mas sim pela mediocridade, particularmente se é um misto heterogêneo de bem e mal, com um gosto mais acentuado pelo mal que pelo bem. Há uma tendência profunda no homem para o trivial, para a banalidade, e que é avessa ao grandioso, ao sublime.
Então compreendemos por que não havia vontade de ceder lugar à Sagrada Família. Não havia lugar, especialmente porque Nossa Senhora deveria conservar, ao lado de um aspecto de excelsa bondade, um ar de grande majestade.
Como São José deveria manter o mesmo aspecto, era um casal sumamente distinto, mas pobre. Eis aqui a causa mais profunda da recusa. Aceitar a distinção com a riqueza, ainda passa, pois a segunda faz perdoar a primeira. E o interesse em conseguir dinheiro incute uma vontade de bajular que faz as vezes de respeito. Mas quando é uma grande distinção, uma virtude saliente que bate às portas, sobretudo se é pobre, então não há lugar. Entretanto, daí a cinco minutos é possível que surja uma acomodação para um amigo medíocre ou um ricaço que não possui senão dinheiro... Acomodação que perfeitamente poderia ter sido recusada à Sagrada Família!
Mas se eles soubessem que Nossa Senhora estava para dar à luz o Menino Jesus?
– Também não receberiam. É bem o caso de lembrar aqui a famosa apóstrofe de Donoso Cortez: “O espírito humano tem fome de absurdo e de pecado”.
O Menino Jesus era parecido com Nossa Senhora. Ela era a prefigura do Redentor. São José também parecia-se com Ele. Aquela gente não queria Nossa Senhora, nem São José, nem o Menino. Apetecia o baixo, o vulgar ou a riqueza. Resultado: essa é a primeira recusa do povo hebraico. É o primeiro momento em que Nosso Senhor já está na Terra e que, pela voz de São José, bate às portas dos homens, sendo recusado.
São José – príncipe da casa de David, príncipe da família real deposta, decadente, mas que estava no seu apogeu porque dela nascia o Esperado das Nações – bate à porta e é rejeitado! Esta é, também sua primeira glória. Ele representava algo que a vulgaridade, o espírito prosaico dos judeus detestava. Deu-se então o primeiro lance de seu martírio: conduzir Nossa Senhora a uma gruta, própria de animais, onde o Menino Jesus nasceu.
Sobre esta primeira glória – negativa, por certo – acumularam-se muitas outras: a glória de ser um homem apagado, embora se lhe devesse toda honra pública; a glória de quem tomou sobre si todas as humilhações, todas as ignomínias, todo o peso do opróbrio que havia de cair sobre Nosso Senhor. Ele teve, desde o começo, a bem-aventurança especial de ser recusado por amor à justiça e porque possuía grandeza de alma.
Eis um aspecto esquecido, embora saliente, da fisionomia moral do Patrono da Igreja, cuja virtude é especialmente rejeitada pelo homem contemporâneo, o que nos induz a dizer:
São José, mártir da grandeza, rogai por nós!
( sem a devida correção do autor)

segunda-feira, 17 de março de 2008

Via Sacra escrita por João S. Clá Dias

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Carta de aprovação

D. Emilio Pignoli Bispo Diocesano de Campo Limpo – SP

Prezado Sr. João Clá Dias:

Louvado seja Jesus Cristo! Ao ler as inspiradas meditações da Via-Sacra, que em hora tão oportuna escreveu, logo me veio à mente o tema proposto pelo Santo Padre para a próxima Jornada Mundial da Juventude, que se realizará no Domingo de Ramos: “Se alguém quiser vir após Mim, renegue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16,24).É na meditação dos sofrimentos de Cristo que nós encontraremos força para carregar nossa própria cruz de todos os dias. Por isso a Igreja tanto recomenda o exercício da Via-Sacra, sobretudo na Quaresma. É ele também um meio eficaz de fazer crescer em nós horror ao pecado, causa dos sofrimentos do Salvador.Gostaria de ressaltar alguns aspectos desta Via-Sacra que a tornam particularmente recomendável.Pareceu-me muito adequada a inclusão de trechos das Escrituras nas meditações de cada Estação, fundamentando assim as reflexões feitas, e incentivando ao mesmo tempo os fiéis a se aprofundarem no conhecimento da Palavra, recomendação insistente do Concílio Vaticano II. O mesmo se diga das belas e bem escolhidas citações de Sto. Agostinho, de S. Jerônimo e de outros Padres da Igreja.No referente às meditações, é preciso considerar que elas seriam estéreis se não levassem os cristãos a formular propósitos de vida, ou seja, à conversão interior, pois “fé sem obras é morta” (Tg 2,26). E nesse sentido se pode afirmar ser esta Via-Sacra muito completa. Por isso estou certo de que todos quantos fizerem este piedoso exercício encontrarão nele um poderoso meio de santificação. O que é afinal a santidade senão a imitação de Jesus Cristo?Felicito pois vivamente o Autor por tão excelente iniciativa, que será de grande proveito para a Nova Evangelização na qual estão empenhados os Arautos do Evangelho, Os Cavaleiros do Novo Milênio e a Associação Cultural Nossa Senhora de Fátima.Ao Autor, assim como a todos os que piedosamente praticarem a devoção da Via-Sacra, concedo com grande comprazimento minha bênção pastoral.

Campo Limpo, 15 de fevereiro de 2001.

D. Emilio Pignoli

Bispo Diocesano de Campo Limpo - SP

domingo, 16 de março de 2008

SEMANA SANTA

SEMANA SANTA
É a semana que precede a Páscoa, chamada também de "grande semana". Tem início no domingo de Ramos e termina no tríduo pascal, sendo, portanto, a última semana do tempo quaresmal. Seu desenvolvimento deve-se sobretudo à exigência de historicizar os eventos da Paixão do Messias. A peregrina Etéria, que viveu no final do século IV, descreve em seu livro "Itinerarium" a rica liturgia que se desenvolveu em Jerusalém, teatro das últimas horas de vida do Redentor, e compreende o intervalo de tempo que vai do domingo de Ramos à Páscoa. Na Idade Média essa semana era chamada de "semana dolorosa", porque a Paixão de Cristo era dramatizada pelo povo, mais que celebrada "no mistério", pondo em destaque os aspectos do sofrimento e da compaixão emotiva, talvez com prejuízo do aspecto salvífico e da vitória da ressurreição sobre a morte. Mesmo atualmente, muitas igrejas locais gostam dessa tradição dramática, que se desenrola com ricas procissões itinerantes, representativas das pessoas e dos eventos que acompanharam a Paixão de Jesus. As sagradas representações da Paixão são autênticas dramatizações desenvolvidas a partir do século XII, muitas vezes acompanhadas de composições musicais. Músicas próprias, comemorativas da Paixão, exprimem-se segundo o esquema "dos oratórios" de Bach, Haendel, Perosi.
As principais celebrações da semana santa são:
- O DOMINGO DE RAMOS, "DE PASSIONE DOMINI": celebra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, poucos dias antes de sua paixão: "... a numerosa multidão que viera para a festa (páscoa hebraica) ouviu dizer que Jesus estava chegando a Jerusalém. Saíram-lhe ao encontro com ramos de palmeiras, exclamando: Hosana! Bendito quem vem em nome do Senhor, o rei de Israel!" (Jo 12,12-13).
- a quinta-feira santa, conclusão da quaresma. Antigamente, na manhã de quinta-feira santa celebrava-se o rito da reconciliação dos penitentes que já haviam cumprido todo o itinerário penitencial, segundo uma rígida disciplina, pelos pecados graves que os tinham excluído da participação da eucaristia. Já na quarta-feira de cinzas, o bispo lhes tinha imposto o cilício; depois, permaneciam reclusos até a quinta-feira santa e absolvidos; somente assim podiam ser readmitidos à celebração eucarística na noite de páscoa. Hoje, os critérios penitenciais são muito menos rigorosos e deixados de preferência à livre iniciativa dos crentes. Nesse dia, a liturgia celebra a "missa do crisma", do grego "chrismon", que significa ungüento; é óleo de oliveira misturado com aromas que o bispo consagra durante a missa do crisma. Servirá depois para administrar o batismo, a crisma, as ordenações sacerdotais e episcopais; servirá também para a consagração das igrejas, dos altares, dos vasos sagrados, bem como dos sinos. A origem da bênção dos óleos santos e do sagrado crisma é romana, embora o rito tenha marcas galicanas. Há uma determinada seqüência litúrgica que deve ser respeitada, de acordo com o "Pontifical Romano": "Em conformidade com a tradição latina, a bênção do óleo dos enfermos faz-se antes da conclusão da oração eucarística; a bênção do óleo dos catecúmenos e do crisma é dada depois da comunhão. Permite-se, todavia, por razões pastorais, cumprir todo o rito de bênção depois da liturgia da Palavra, conservando, porém, a ordem indicada no próprio rito". Independentemente da bênção dos óleos, tem lugar, logo depois da homilia do bispo, como prescreve o Missal Romano, a renovação das promessas sacerdotais por parte de todos os presbíteros da diocese, que, nesse dia, reúnem-se todos em torno do próprio bispo para ter sancionada a consagração sacerdotal. Os textos bíblicos e eucológicos dessa missa evidenciam essa realidade.
TRÍDUO PASCAL O termo deriva do latim "tres dies", ou seja, três dias dedicados a celebrações e orações especiais. Na liturgia romana, o tríduo mais importante é o pascal, formado pela quinta-feira, sexta-feira e sábado que antecedem imediatamente a celebração da Páscoa da Ressurreição, e por isso são seguidos do adjetivo "santo".
A QUINTA-FEIRA SANTA indica o início do tríduo pascal com a celebração da missa vespertina in Coena Domini, na qual se comemora a Última Ceia da páscoa hebraica que Jesus fez com os doze apóstolos antes de ser preso e levado à morte na cruz. Durante essa ceia "Ele instituiu a eucaristia e o sacerdócio cristão", prefigurando o evento novo da Páscoa cristã que haveria de se realizar dois dias depois. O Cordeiro pascal, a partir dessa ceia, é Ele próprio, que se oferece num voluntário sacrifício de expiação, de louvor e de agradecimento ao Pai, marcando assim a definitiva aliança de Deus com toda a humanidade redimida do poder do maligno e da morte. A simbologia do sacrifício é expressa pela separação dos dois elementos "o pão" e "o vinho", a carne e o sangue, o Corpo e o Espírito de Jesus, inseparavelmente unidos e separados, sinal misterioso ao mesmo tempo de vida e de morte. Esse evento do mistério de Jesus é também profecia e realização do primado do amor e do serviço na Sua vida e na dos crentes, o que se tornou manifesto no gesto do lava-pés.
Depois do longo silêncio quaresmal, a liturgia canta hoje o Glória. A liturgia da Palavra concentra-se na mensagem do Deus que "salva" desde a primeira aliança celebrada no sangue do cordeiro, por meio do qual Adonai escolhe "os seus", ou seja, o povo hebraico, dentro da terra de escravidão, o Egito, até a última aliança marcada na ceia-oferta do próprio Filho. Após a homilia vem a cerimônia do lava-pés feita por quem preside a liturgia para significar que "o serviço" é fundamento do amor; cantam-se, de fato, durante esse rito os responsórios do amor extraídos de João e do apóstolo Paulo. A seguir vem a liturgia eucarística, ao término da qual se tiram as toalhas do altar-mor para indicar o abandono que o Senhor vai encontrar agora; a santa Eucaristia, que não poderá ser consagrada no dia seguinte, é exposta solenemente com procissão interna ou externa à igreja e a seguir recolocada sobre o altar da Deposição até a meia-noite para a adoração por parte dos fiéis. Os paramentos sacros e as vestes litúrgicas têm cor branca. A partir desse momento os sinos silenciam, porque terminou a festa do "Dom".
A SEXTA-FEIRA SANTA é o segundo dia do tríduo pascal: nele se comemora a morte de Jesus na cruz, após um hipócrita processo noturno em que Ele virou um joguete entre o poder religioso judeu do Sinédrio, que tinha como chefe o sumo sacerdote Caifás, e o poder jurídico romano, representado pelo governador Pôncio Pilatos. A liturgia celebra esse evento, não como dia de luto e de choro, mas na contemplação do sacrifício cruento de Jesus, fonte da salvação universal e cósmica. Por antiqüíssima tradição, a Igreja não celebra a Eucaristia nesse dia; toda a liturgia do dia gira em torno da proclamação da Palavra. A celebração compõe-se de três partes: - a liturgia da Palavra - a adoração da cruz - a comunhão A liturgia da Palavra é toda ela um entrelaçamento das profecias do Antigo Testamento de Zacarias e de Isaías, da dor expressa pelo livro das Lamentações e dos textos do Novo Testamento tirados da primeira carta de Pedro e da leitura da Paixão segundo o Evangelho de um dos sinóticos, em conformidade com o ciclo anual, bem como da morte segundo o evangelho de João; confirmando cada uma das partes o mistério do Filho do Homem, "desprezado, refugo da humanidade, homem das dores e habituado à enfermidade" (Is 53,1-3). Às quinze horas tem início a liturgia da cruz, com leituras do profeta Isaías e das Lamentações entrelaçadas com textos de Lucas e dos Salmos, a que se segue a Paixão segundo João, que mostra Jesus como rei que percorre livremente o caminho da paixão e da cruz. "A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular" (Sl 118,22); "Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis juntar teus filhos como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas tu não quiseste!... não me verás até que digas: bendito o que vem em nome do Senhor! (Lc 13,34-35); "Levanta-te, grita de noite, no início das vigílias" (Lm 2,19); "O Ungido do Senhor, nosso hálito vital, foi capturado em suas armadilhas." (Lm 4,20) Depois da leitura da Paixão segundo João, vem o descobrimento da cruz para a adoração. Após o rito da adoração comunitária, normalmente expresso pela procissão até a cruz e o beijo em Cristo crucificado, proclama-se a grande oração universal: - pela Igreja - por todos os ministros do povo de Deus - pelos catecúmenos - pela unidade das Igrejas - pelo povo de Israel - pelos que acreditam em Deus - pelos que não acreditam em Deus - pelos governantes - pelos que sofrem - por todos os mortos Segue-se a adoração pessoal e silenciosa de cada fiel até as Vésperas do dia seguinte. O altar está totalmente desnudo, sem cruz, sem candelabros, sem toalhas; todas as imagens da igreja estão cobertas; a cor das vestes é roxa; acendem-se luzes de velas somente ao redor da cruz. Tudo deve significar o silêncio sereno da Morte do Justo. Prescreve-se o jejum e a abstinência de tudo o que satisfaça qualquer desejo terreno.
O SÁBADO SANTO é o último dia do tríduo pascal e a vigília da Páscoa da Ressurreição. A liturgia do dia continua sendo a parada junto ao sepulcro do Senhor, com a meditação de sua paixão e morte, sem celebrar nenhum rito litúrgico por todo o dia. No final das Vésperas ou à noite, segundo as tradições locais, celebram-se os ritos da ressurreição com a "solene vigília pascal". Vigília, do latim "vigília", indica o costume de preparar-se para uma solenidade, vigiando em orações durante a noite precedente; a vigília por excelência é a vigília pascal, vértice do ano litúrgico. Dessa vigília é que nasceu depois o hábito de iniciar com uma vigília também outras solenidades, como o Natal e Pentecostes. A vigília adquire significado escatológico à luz da parábola das 10 virgens em Mt 25,6: "À meia-noite, ouviu-se um clamor:
'Lá vem o noivo!
Saí-lhe ao encontro!" e do convite de ficar sempre atento que Jesus dirigiu aos apóstolos em Mc 13,35-36: "Vigiai, pois não sabeis quando o Senhor da casa voltará, se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo ou pela manhã, para que não suceda que, vindo de repente, vos encontre dormindo".
O tríduo pascal termina com as Vésperas do domingo da Ressurreição

sábado, 15 de março de 2008

Apresentaremos a Via Sacra escrita pelo Pe. João Clá Dias

Como estamos entrando na Semana Santa, que começa neste Domingo de Ramos, resolvemos procurar alguma meditação que nos ajudasse a acompanhar os passos da Paixão de Cristo, através da Via Sacra, oração e devoção tão próprias desse tempo litúrgico.
Para nossa satisfação e para o bem de todos que resolverem pô-la em prática, encontramos a belíssima Via Sacra escrita pelo Rev. Pe. João S. Clá Dias, que nos transmite uma visão e um entendimento profundos dos sofrimentos de Jesus e nos leva a meditar em nosso papel naquele acontecimento e em tudo por que Ele passou voluntariamente para nos remir de nossos pecados.
Estaremos publicando na íntegra essa maravilhosa Via Sacra, na próxima 2ª feira, 17 de março.

O DOMINGO DE RAMOS


O Domingo de Ramos abre por excelência a Semana Santa. Relembramos e celebramos a entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém, poucos dias antes de sofrer a Paixão, Morte e Ressurreição. Este domingo é chamado assim porque o povo cortou ramos de árvores, ramagens e folhas de palmeiras para cobrir o chão onde Jesus passava, montado num jumento. Com folhas de palmeiras nas mãos, o povo o aclamava “Rei dos Judeus”, “Hosana ao Filho de Davi”, “Salve o Messias”... E assim, Jesus entra triunfante em Jerusalém despertando nos sacerdotes e mestres da lei muita inveja, desconfiança, medo de perder o poder. Começa então uma trama para condenar Jesus à morte e morte de cruz.
O povo o aclama cheio de alegria e esperança, pois Jesus tido por eles como o profeta da Galiléia, o Messias, o Libertador, iria arrancá-los da escravidão política e econômica cruelmente imposta pelos romanos, e da escravidão religiosa que massacrava a todos com os rigores excessivos e absurdos da lei.
Mas, poucos dias depois, essa mesma multidão, manipulada pelas autoridades religiosas, o acusaria de impostor, de blasfemador, de falso messias. E incitada pelos sacerdotes e mestres da lei, exigiria que Pôncio Pilatos, governador romano da província, o condenasse à morte.
Por isso, na celebração do Domingo de Ramos, proclamamos dois evangelhos: o primeiro, que narra a entrada festiva de Jesus em Jerusalém, fortemente aclamado pelo povo; depois o Evangelho da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, onde são relatados os acontecimentos do julgamento de Cristo. Julgamento injusto, com testemunhas compradas e com o firme propósito de condená-lo à morte. Antes, porém, da sua condenação, Jesus passa por humilhações, cusparadas, bofetadas, é chicoteado impiedosamente por chicotes romanos que produziam no supliciado profundos cortes com grande perda de sangue. Só depois de tudo isso que Jesus passou por amor a nós e que, com palavras, é impossível descrever, é que Ele foi condenado à morte, pregado numa cruz.
O Domingo de Ramos pode ser chamado também de “Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor”. Nele, a liturgia nos relembra e nos convida a celebrar esses acontecimentos da vida de Jesus que se entregou ao Pai como Vítima Perfeita e sem mancha para nos salvar da escravidão do pecado e da morte. Pela liturgia deste domingo, compreendemos que Jesus mesmo traçou o itinerário pascal: frente ao homem que tem pretensão de ser como Deus, Cristo decide ser como homem, fazendo-se obediente até o extremo da morte na cruz, que se torna seu “Sim” definitivo ao Pai e à humanidade.
Este domingo é como que uma chave para se entender o mistério da Páscoa: Cristo é o protagonista da sua Paixão, e não um objeto da maldade humana, ou uma mera vítima das ciladas de seus inimigos. É Ele mesmo que se lança para a cruz, como um homem apaixonado a caminho do altar nupcial. Nisso, a maldade dos homens nunca poderá preceder a Misericórdia de Deus.
Portanto, crer nos acontecimentos da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo é crer no mistério central da nossa fé, é crer na vida que vence a morte, é vencer o mal, é também ressuscitar com Cristo e, com Ele Vivo e Vitorioso, viver eternamente. É proclamar, como nos diz São Paulo: ‘“Jesus Cristo é o Senhor”, para a glória de Deus Pai’ (Fl 2, 11).