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NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

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CAPELA DE NOSSA SENHORA DA MEDALHA MILAGROSA

Uma Capela cheia de segredos !Você quer descobri-la conosco? Saiba, antes de tudo, que a Casa Mãe da Companhia das Filhas da Caridade era o antigo "Hotel de Châtillon". Este, foi concedido à Companhia, em 1813, por Napoleão Bonaparte, depois da tormenta da Revolução Francesa. Imediatamente, começa a construção da Capela.A 8 de agosto de 1813, realizou-se a bênção solene da Capela dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. Em 1830, aconteceram então as aparições. Aumentou o numero de vocações.Foi necessário transformar a Capela, que passa então por várias modificações. Em 1930, por ocasião do centenário das apariçes, uma nova reforma nos mostra a Capela tal como a vemos hoje.Agora, a você a oportunidade de visitá-la!
http://www.chapellenotredamedelamedaillemiraculeuse.com

Visita a Capela da Medalha Milagrosa, localizada na Rue du Bac, 140 - Paris

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terça-feira, 20 de novembro de 2012

O INÈDITO NOS EVANGELHOS - MONS. JOÃO SCOGNAMIGLIO CLÁ DIAS



Roma 

No próximo dia 28 de novembro, será lançado em Roma o livro "L'inedito sui Vangeli" (O inédito nos Evangelhos), de autoria de Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP, Presidente da Associação Arautos do Evangelho.

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A coleção "L'inedito sui Vangeli" é uma publicação conjunta internacional em quatro línguas da Librería Editrice Vaticana e os Arautos do Evangelho. Durante o ato será apresentado o Volume V da coleção -que comenta os Evangelhos dos domigos do Advento, Natal, Quaresma e Páscoa, e das Solenidades do Senhor no Tempo Ordinário do Ano C, e o volume VI, que comenta os Evangelhos dos Domingos do Tempo Ordinário do Ano C.

O Padre José Francisco Hernández EP, Procurador Geral dos Arautos do Evangelho em Roma, fará a Saudação inicial, após a qual algumas personalidades eclesiásticas falaram sobre a obra, dentre elas estão o Cardeal Franc Rodé CM, prefeito emérito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada, Dom Jean-Louis Brugès, arquivista e bibliotecário da Santa Romana Igreja, e Dom Giuseppe A. Scotti, presidente da LEV e da Fundação Vaticana Joseph Ratzinger.

"Encontramos caracterizada com frequência nestas páginas a solução aos problemas espirituais do homem do século XXI", afirma o Cardeal Rodé na apresentação que faz do livro.

O coro dos Arautos do Evangelho oferecerá aos assistentes um "Momento musical". (EPC)

Fonte:  Gaudium Press

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

ANO DA FÉ: "REDESCOBRIR A ALEGRIA DE CRER"

Bento XI abre o Ano da Fé: "Redescobrir a alegria de crer!"



Cidade do Vaticano (RV)

- Exatamente cinquenta anos depois da abertura do Concílio Vaticano II, o Papa celebrou na manhã desta quinta-feira, 11, a abertura do Ano da Fé, por ele convocado com o objetivo da Nova Evangelização e com o olhar dirigido ao futuro e ao novo legado do Concílio.

Bento XVI presidu a Missa com um total de 400 concelebrantes: 80 cardeais, 14 padres conciliares, 8 patriarcas de Igrejas orientais, 191 arcebispos e bispos sinodais e 104 Presidentes de Conferências Episcopais de todo o mundo. Estavam também presentes na Praça São Pedro Bartolomeu I, Patriarca Ecumênico de Constantinopla, e o Primaz da Comunhão Anglicana, Rowan Williams.

O Papa iniciou sua homilia explicando que a celebração desta manhã foi enriquecida com alguns sinais específicos: a procissão inicial, recordando a memorável entrada solene dos padres conciliares nesta Basílica; a entronização do Evangeliário, cópia do utilizado durante o Concílio; e a entrega, no final da celebração, das sete mensagens finais do Concílio e do Catecismo da Igreja Católica.

Bento XVI disse que o Ano da fé tem uma relação coerente com todo o caminho da Igreja ao longo dos últimos 50 anos: desde o Concílio, passando pelo Magistério do Servo de Deus Paulo VI, que proclamou um "Ano da Fé", em 1967, até chegar ao o Grande Jubileu do ano 2000, com o qual o Bem-Aventurado João Paulo II propôs novamente a toda a humanidade Jesus Cristo como único Salvador, ontem, hoje e sempre.

Lembrando aquele dia, Bento XVI evocou o Bem-Aventurado João XXIII no Discurso de Abertura do Concílio Vaticano II, quando apresentou sua finalidade principal: “que o depósito sagrado da doutrina cristã fosse guardado e ensinado de forma mais eficaz”. Papa Ratzinger revelou aos presentes o que experimentou: “uma tensão emocionante em relação à tarefa de fazer resplandecer a verdade e a beleza da fé no nosso tempo, sem sacrificá-la frente às exigências do presente, nem mantê-la presa ao passado”.

Para o Papa, o mais importante, especialmente numa ocasião tão significativa como a atual, é reavivar na Igreja “aquela mesma tensão positiva, aquele desejo ardente de anunciar novamente Cristo ao homem contemporâneo, sempre apoiado na base concreta e precisa, que são os documentos do Concílio Vaticano II”.

“A referência aos documentos protege dos extremos tanto de nostalgias anacrônicas como de avanços excessivos, permitindo captar a novidade na continuidade. O Concílio não excogitou nada de novo em matéria de fé, nem quis substituir aquilo que existia antes. Pelo contrário, preocupou-se em fazer com que a mesma fé continue a ser vivida no presente, continue a ser uma fé viva em um mundo em mudança”.

De fato – prosseguiu o Pontífice – “os Padres conciliares quiseram abrir-se com confiança ao diálogo com o mundo moderno justamente porque eles estavam seguros da sua fé, da rocha firme em que se apoiavam. Contudo, nos anos seguintes, muitos acolheram acriticamente a mentalidade dominante, questionando os próprios fundamentos do ‘depositum fidei’ a qual infelizmente já não consideravam como própria diante daquilo que tinham por verdade”.

Portanto, “se a Igreja hoje propõe um novo Ano da Fé e a nova evangelização, não é para prestar honras, mas porque é necessário, mais ainda do que há 50 anos!” – exclamou. “Nas últimas décadas, observamos o avanço de uma "desertificação" espiritual, mas, no entanto, é precisamente a partir da experiência deste vazio que podemos redescobrir a alegria de crer, a sua importância vital para nós homens e mulheres. E no deserto existe, sobretudo, necessidade de pessoas de fé que, com suas próprias vidas, indiquem o caminho para a Terra Prometida, mantendo assim viva a esperança. A fé vivida abre o coração à Graça de Deus, que liberta do pessimismo”.

Este, portanto – concluiu Bento XVI – é o modo como podemos representar este ano da Fé: "uma peregrinação nos desertos do mundo contemporâneo, em que se deve levar apenas o que é essencial: nem cajado, nem sacola, nem pão, nem dinheiro, nem duas túnicas - como o Senhor exorta aos Apóstolos ao enviá-los em missão - mas sim o Evangelho e a fé da Igreja, dos quais os documentos do Concílio Vaticano II são uma expressão luminosa, assim como o Catecismo da Igreja Católica, publicado há 20 anos".

Por fim, o Papa recordou que no dia 11 de outubro de 1962, celebrava-se a festa de Santa Maria, Mãe de Deus. “Que a Virgem Maria brilhe sempre qual estrela no caminho da nova evangelização. Que Ela nos ajude a pôr em prática a exortação do Apóstolo Paulo: ‘A palavra de Cristo, em toda a sua riqueza, habite em vós. Ensinai e admoestai-vos uns aos outros, com toda a sabedoria... Tudo o que fizerdes, em palavras ou obras, seja feito em nome do Senhor Jesus. Por meio dele dai graças a Deus Pai’”.

CARDEAL DAMASECENO ASSIS CONCELEBRA ABERTURA DO ANO DA FÉ


Convidado pelo Papa, Card. Damasceno Assis concelebra abertura do Ano da Fé.




Cidade do Vaticano (RV)

- Por ocasião do Ano da Fé, em coincidência com o cinquentenário do

Concílio Vaticano II e o vigésimo aniversário do Catecismo da Igreja Católica, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil está relançando, por meio das Edições CNBB, os documentos elaborados no evento conciliar iniciado em 1962 e uma nova edição do Catecismo e Compêndio da Igreja Católica. Para propiciar uma leitura mais abrangente, a tiragem foi realizada em edição econômica.

Em Roma a convite do Papa para concelebrar a solene cerimônia de abertura do Ano da Fé, na Praça São Pedro, o Cardeal-arcebispo de Aparecida e Presidente da CNBB, Dom Raymundo Damasceno Assis, afirma à RV que estes documentos são um meio para aprofundarmos e nossa fé e revigorarmos a missão evangelizadora da Igreja.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

SÍNODO: "DEUS ROMPEU O SILÊNCIO DO UNIVERSO"

Papa na primeira sessão do Sínodo: "Deus rompeu o silêncio do Universo"


Cidade do Vaticano (RV)

– Os trabalhos da 13a Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização foram abertos na manhã desta segunda, 08, com a oração das Laudes, presidida pelo Papa, na Sala Paulo VI. Bento XVI se dirigiu aos 262 padres sinodais de todo o mundo com as seguintes palavras: “O cristão não deve ser morno; este é o mais grave perigo para o cristianismo de hoje: a tepidez desacredita o cristianismo” – refletiu o Papa, .

“O fogo é luz, é calor, força de transformação: a cultura humana começou quando o homem descobriu que podia criar o fogo, que destrói, mas, sobretudo transforma, renova e cria uma novidade, a do homem que se torna luz em Deus”.

Para o Papa teólogo, é importante que no latim cristão, a palavra 'professio' tenha sido substituída pela 'confessio', palavra usada nos tribunais, em processos, e que traz consigo um elemento martiriológico: o testemunho, o risco da morte, a disponibilidade de sofrer. Bento XVI se dirigiu aos padres sinodais:

“Isto é muito importante, pois garante credibilidade. A fé não é uma coisa qualquer, que posso até deixar cair. Sabemos que para nós, a confissão não é uma palavra vazia, é mais do que a morte. Quem a faz demonstra que a verdade vale mais do que a vida: é uma pérola preciosa”.

A este propósito o Pontífice recordou que “o lugar da confissão é o coração e a boca, ou seja, a fé não é apenas uma realidade do coração, mas deve ser comunicada, confessada; tende a ser pública, como o fogo que se acende e se alastra, gerando novas chamas. É necessária a coragem da palavra. A confissão é o primeiro alicerce da Evangelização, e não é uma coisa abstrata. Tornando-se visível, é a força do presente e do futuro”.

Fonte: RV

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

OS BRASILEIROS E A VIAGEM DO PAPA AO LÍBANO

O interesse dos brasileiros pela viagem do Papa ao Líbano
Cidade do Vaticano

- Facebook do Programa Brasileiro da Rádio Vaticano nos dias em que Bento XVI
visitou o Líbano. Desde sexta-feira, dia 14 até o final de sábado, dia 15,
tivemos 127.343 visitas. A eloqüência desse número traduz o interesse dos
brasileiros pelo Santo Padre, por sua visita ao Líbano e a confiança na Rádio
Vaticano.Certamente influiu bastante, nesse número, a imensa Comunidade
Libanesa espalhada por todo Brasil. Podemos afirmar que em nossa pátria vivem
mais libaneses que no próprio Líbano, sem falar do incalculável número de
descendentes dos filhos do País dos Cedros.Também não podemos deixar de
destacar que no sábado tivemos o belíssimo encontro de Bento XVI com a juventude
libanesa e de todo Oriente Médio, inclusive com um grupo significativo de jovens
muçulmanos.A entrada dos fac-símiles da cruz peregrina e do ícone de
Nossa Senhora deram o toque de uma Jornada Mundial da Juventude e alguém chamou
esse encontro de pequena Jornada Mundial da Juventude Médio
Oriental.Também o Vice-Presidente do Conselho para o Apostolado dos
Leigos no Líbano, Arcebispo de Saida dos Greco-melquitas, Dom Elie Haddad, em
sua saudação ao Santo Padre, garantiu a presença de um grupo de jovens do
Oriente Médio na Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, em 2013.
(CAS)
Fonte: RV

Pontifício Conselho da Justiça e da Paz enfatiza necessidade de uma nova evangelização do social
Cidade do Vaticano
- "Neste momento de crise, os católicos são chamados a uma atuação em
prol de uma nova evangelização do social." Foi o que disse o secretário do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Dom Mario Toso, na conclusão dos trabalhos do II Festival da Doutrina Social da Igreja.Com o tema "A necessidade de um pensamento diferente", a edição, realizada em Verona – nordeste da Itália – de 14 a 16 do corrente, teve a participação de cerca de seis mil pessoas oriundas de todas as partes da Itália e a contribuição de
duzentos voluntários.Viver a fé.
"Nesta obra de evangelização a doutrina
social é elemento essencial", prosseguiu Dom Toso, evocando uma passagem da Carta encíclica "Caritas in veritate" (nº 15), em que Bento XVI recorda que "a doutrina social é anúncio e testemunho de fé".
Portanto, a doutrina social "permite à fé não ser apenas pronunciada, mas experimentada na
sociedade", em outras palavras, "torna a fé adulta, leva-a a completude", mas para fazer esse caminho "são necessários sujeitos ativos que atuem na sociedade e nos territórios, ajudados por uma nova geração de sacerdotes e formadores".
Nisso, também as escolas católicas, enquanto lugares educativos, "devem ser um dos protagonistas da nova evangelização do social" e, junto a elas, é necessário que cada fiel e cada comunidade, mediante um movimento uníssono de conversão, decida novamente ou reconfirme, com toda a sua alma, sua pertença Jesus", acrescentou o secretário do Pontifício Conselho da
Justiça e da Paz. (RL)
Fonte: RV

domingo, 16 de setembro de 2012

BENTO XVI EM SUA DESPEDIDA DO LÍBANO



Papa despede-se do Líbano



Beirute



- Concluiu-se na tarde deste domingo a 24ª viagem apostólica internacional de Bento XVI que o levou ao Líbano.



Na cerimônia de despedida realizada no Aeroporto Internacional Rafiq Hariri de Beirute, o Papa agradeceu aos líderes políticos e religiosos e a todo o povo libanês que soube manifestar ao Sucessor de Pedro o seu entusiasmo.


"Agradeço cordialmente às veneráveis Igrejas irmãs e às comunidades protestantes. Agradeço de modo particular aos representantes das comunidades muçulmanas. Durante toda a minha estada, pude constatar quanto a vossa presença contribuiu para o bom êxito da minha viagem.


O mundo árabe e o mundo inteiro verão, nestes tempos conturbados, cristãos e muçulmanos reunidos para celebrar a paz" - frisou o pontífice em seu discurso.


O Papa frisou que durante a sua permanência no Líbano, motivada principalmente pela assinatura e entrega da Exortação apostólica pós-sinodal Ecclesia in Medio Oriente, pode se encontrar com as várias componentes da sociedade libanesa.


"Houve momentos mais oficiais, outros mais íntimos, momentos de alta densidade religiosa e fervorosa oração, e outros ainda marcados pelo entusiasmo da juventude.


Dou graças a Deus por estas oportunidades que Ele permitiu, pelos encontros qualificados que pude ter, e pela oração que foi feita por todos e a favor de todos no Líbano e no Oriente Médio, independentemente da origem ou da confissão religiosa de cada um" – destacou.


Bento XVI pediu a Deus para que "o Líbano continue sendo um espaço onde homens e mulheres vivam em harmonia e paz uns com os outros, para darem ao mundo, não apenas o testemunho da existência de Deus, mas também da comunhão entre os homens, qualquer que seja a sua sensibilidade política, comunitária e religiosa".


"Desejo que o Líbano continue permitindo a pluralidade das tradições religiosas e não dê ouvidos à voz daqueles que a querem impedir. Espero que o Líbano reforce a comunhão entre todos os seus habitantes, seja qual for a comunidade e religião a que pertençam, rejeitando tudo o que pode levar à desunião e optando com determinação pela fraternidade. Deus abençoe o Líbano e todos os libaneses" – concluiu Bento XVI. (MJ)


Fonte: RV

DEUS CONSEDA A PAZ À SÍRIA E A TODO O ORIENTE MÉDIO



Bento XVI no Angelus: Deus conceda paz à Síria e a todo o Oriente Médio


Beirute


- Na oração do Angelus, deste domingo, o Papa fez novamente um apelo pela paz no Oriente Médio."Peçamos a Maria, Nossa Senhora do Líbano, ao redor da qual se encontram cristãos e muçulmanos, para que interceda junto de seu divino Filho por vós, pelos habitantes da Síria e dos países vizinhos, implorando o dom da paz – disse Bento XVI a todos os presentes no City Center Waterfront de Beirute."Vós conheceis bem a tragédia dos conflitos e da violência, que gera tantos sofrimentos. Infelizmente, o fragor das armas continua a fazer-se ouvir, assim como o grito das viúvas e dos órfãos. A violência e o ódio invadem as estradas, e as mulheres e as crianças são as suas primeiras vítimas. Porquê tantos horrores? Porquê tantos mortos? Faço apelo à comunidade internacional; faço apelo aos países árabes para que, como irmãos, proponham soluções viáveis que respeitem a dignidade de cada pessoa humana, os seus direitos e a sua religião. Quem quer construir a paz, deve deixar de ver no outro um mal a ser eliminado; não é fácil ver no outro uma pessoa para respeitar e amar, e todavia é preciso consegui-lo, se se deseja construir a paz, se se quer a fraternidade. Que Deus conceda ao vosso país, à Síria e a todo o Oriente Médio o dom da paz dos corações, o silêncio das armas e o fim de toda a violência" - frisou o Papa."Queira Deus que os homens compreendam que são todos irmãos! Possamos com a ajuda de Deus nos converter para trabalhar com ardor na construção da paz, necessária para uma vida harmoniosa entre irmãos, independentemente da origem e da convicção religiosa" – concluiu o Santo Padre. (MJ)

A VOCAÇÃO DA IGREJA É SERVIR



Papa no Líbano: A vocação da Igreja e do cristão é servir




Beirute



- Bento XVI presidiu, neste domingo, a celebração eucarística no City Center Waterfront de Beirute, no Líbano, e após a santa missa entregou a Exortação apostólica pós-sinodal Ecclesia in Medio Oriente. Participaram da cerimônia 350 mil pessoas.A missa foi particularmente tocante por causa da presença de pastores e fiéis de países como a Síria, abalada pela guerra e pela violência."Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Bendito seja Ele neste dia em que tenho a alegria de me encontrar convosco aqui, no Líbano, para entregar aos Bispos da região a Exortação apostólica pós-sinodal Ecclesia in Medio Oriente" – frisou o Papa em sua homilia.Jesus quer fazer os discípulos entenderem quem Ele realmente é. "Um Messias sofredor, um Messias servo, e não um libertador político onipotente. Ele é o Servo obediente à vontade de seu Pai a ponto de perder a sua vida. É o que já anunciava o profeta Isaías na primeira leitura. Assim Jesus vai contra o que muitos esperavam d’Ele. A sua afirmação choca e desconcerta. Aquele que quiser ser seu discípulo deve aceitar ser servo, como Ele se fez servo" – disse o Papa.O Santo Padre destacou que "seguir Jesus significa tomar a própria cruz e o acompanhar pelo seu caminho, um caminho incômodo que não é o do poder nem da glória terrena, mas o que leva necessariamente a renunciar a si mesmo, a perder a sua vida por Cristo e pelo Evangelho, a fim de a salvar. É que nos foi dada a certeza de que este caminho leva à ressurreição, à vida verdadeira e definitiva com Deus".Bento XVI recordou o Ano da Fé que terá início em 11 de outubro próximo, frisando que deseja que todo fiel se comprometa de maneira renovada neste caminho da conversão do coração.O Papa destacou que o caminho por onde Jesus nos conduz é um caminho de esperança para todos. "Deus manifesta o seu amor, fazendo-se servo, dando-se a nós. O serviço é um elemento constitutivo da identidade dos discípulos de Cristo. A vocação da Igreja e do cristão é servir; e fazê-lo, como o próprio Senhor, gratuitamente e a todos sem distinção. Assim, servir a justiça e a paz, num mundo onde a violência não cessa de alongar o seu rasto de morte e destruição, é uma urgência de modo a comprometer-se em prol duma sociedade fraterna, para edificar a comunhão" - disse o pontífice.O Papa pediu ao Senhor para que "conceda ao Oriente Médio servidores da paz e da reconciliação, para que todos possam viver pacífica e dignamente. O serviço deve estar no centro da vida da comunidade cristã. Todo o ministério, toda a função na Igreja é primariamente um serviço a Deus e aos irmãos". "É este espírito que deve animar todos os batizados, uns em relação aos outros, especialmente através dum compromisso efetivo em favor dos mais pobres, dos marginalizados, daqueles que sofrem, para que seja preservada a dignidade inalienável de toda a pessoa" – concluiu Bento XVI. (MJ)



Fonte: RV

HOMILIA DO PAPA NA MISSA EM BEIRUTE



Homilia do Santo Padre na missa celebrada em Beirute



Beirute



- Segue, na íntegra, a homilia proferida por Bento XVI, neste domingo, na missa celebrada no City Center Waterfront de Beirute, no Líbano.



Amados irmãos e irmãs!«Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo» (Ef 1, 3). Bendito seja Ele neste dia em que tenho a alegria de me encontrar convosco aqui, no Líbano, para entregar aos Bispos da região a Exortação apostólica pós-sinodal Ecclesia in Medio Oriente. Agradeço cordialmente a Sua Beatitude Béchara Boutros Raï as amáveis palavras de boas-vindas. Saúdo os outros Patriarcas e os Bispos das Igrejas orientais, os Bispos latinos das regiões vizinhas bem como os Cardeais e os Bispos vindos doutros países. Com grande afecto, saúdo a todos vós, queridos irmãos e irmãs do Líbano e também dos países de toda esta amada região do Médio Oriente, que viestes celebrar, com o sucessor de Pedro, Jesus Cristo crucificado, morto e ressuscitado. Dirijo também a minha deferente saudação ao Presidente da República e às Autoridades libanesas, aos Responsáveis e aos membros das outras tradições religiosas que quiseram estar aqui nesta manhã.Neste domingo em que o Evangelho nos interpela sobre a verdadeira identidade de Jesus, sentimo-nos a caminhar com os discípulos na estrada que leva às aldeias da região de Cesareia de Filipe. «E quem dizeis vós que Eu sou?» (Mc 8, 29): pergunta-lhes Jesus. O momento escolhido para lhes colocar esta questão não é sem significado. Jesus encontra-se num ponto de viragem decisiva da sua vida. Sobe para Jerusalém, para o lugar onde será realizado, através da cruz e ressurreição, o acontecimento central da nossa salvação. É também em Jerusalém que, depois de todos estes acontecimentos, vai nascer a Igreja. E, neste momento decisivo, Jesus começa por perguntar aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que Eu sou?» (Mc 8, 27), recebendo deles respostas muito variadas: João Batista, Elias, um profeta… Ainda hoje, como ao longo dos séculos, aqueles que, de diversas maneiras, se cruzaram com Jesus no seu caminho têm a sua resposta a dar. São abordagens que podem ajudar a encontrar o caminho da verdade. Mas as mesmas, embora não sejam necessariamente falsas, são insuficientes, porque não atingem o cerne da identidade de Jesus. Só alguém que aceite seguir pelo seu caminho, viver em comunhão com Ele na comunidade dos discípulos, é que pode ter um verdadeiro conhecimento. Tal é o caso de Pedro, que, desde há algum tempo, vive com Jesus e que agora responde: «Tu és o Messias» (Mc 8, 29). Resposta certa, sem dúvida alguma; mas ainda insuficiente, dado que Jesus sente a necessidade de a especificar. Ele entrevê que as pessoas poderiam servir-se desta resposta para desígnios que não são os seus, para suscitar falsas esperanças temporais sobre Ele. Não se deixa bloquear nos simples atributos do libertador humano que muitos esperam.Anunciando aos seus discípulos que terá de sofrer, ser condenado à morte e depois ressuscitar, Jesus quer fazer-lhes compreender quem Ele é verdadeiramente. Um Messias sofredor, um Messias servo, e não um libertador político omnipotente. Ele é o Servo obediente à vontade de seu Pai até ao ponto de perder a sua vida. É o que anunciava já o profeta Isaías na primeira leitura. Assim Jesus vai contra o que muitos esperavam d’Ele. A sua afirmação choca e desconcerta. E ouve-se o protesto de Pedro, que O censura, recusando para o seu Mestre o sofrimento e a morte. Jesus mostra-se severo com ele, e faz-lhe compreender que aquele que quiser ser seu discípulo deve aceitar ser servo, como Ele Se fez Servo.Seguir Jesus significa tomar a própria cruz para O acompanhar pelo seu caminho, um caminho incómodo que não é o do poder nem da glória terrena, mas o que leva necessariamente a renunciar a si mesmo, a perder a sua vida por Cristo e pelo Evangelho, a fim de a salvar. É que nos foi dada a certeza de que este caminho leva à ressurreição, à vida verdadeira e definitiva com Deus. Decidir acompanhar Jesus Cristo que Se fez o Servo de todos exige uma intimidade cada vez maior com Ele, colocando-se atentamente à escuta da sua Palavra, a fim de tirar dela a inspiração para o nosso agir. Ao promulgar o Ano da Fé, que começará em 11 de Outubro próximo, quis que cada fiel pudesse comprometer-se de maneira renovada neste caminho da conversão do coração. Por isso, ao longo deste ano, encorajo-vos vivamente a aprofundar a vossa reflexão sobre a fé para a tornar mais consciente e fortalecer a vossa adesão a Jesus Cristo e ao seu Evangelho.Irmãos e irmãs, o caminho por onde Jesus nos quer conduzir é um caminho de esperança para todos. A glória de Jesus revela-se no momento em que, na sua humanidade, Ele Se mostra mais frágil, especialmente na encarnação e na cruz. É assim que Deus manifesta o seu amor, fazendo-Se servo, dando-Se a nós. Porventura não é este um mistério extraordinário, por vezes difícil de admitir? O próprio apóstolo Pedro só o compreenderá mais tarde.Na segunda leitura, São Tiago lembrou-nos como este seguimento de Jesus, para ser autêntico, exija actos concretos: «Pelas obras, te mostrarei a minha fé» (Tg 2, 18). Servir é uma exigência imperativa para a Igreja, de modo que os cristãos são verdadeiros servos à imagem de Jesus. O serviço é um elemento constitutivo da identidade dos discípulos de Cristo (cf. Jo 13, 15-17). A vocação da Igreja e do cristão é servir; e fazê-lo, como o próprio Senhor, gratuitamente e a todos sem distinção. Assim, servir a justiça e a paz, num mundo onde a violência não cessa de alongar o seu rasto de morte e destruição, é uma urgência de modo a comprometer-se em prol duma sociedade fraterna, para edificar a comunhão. Amados irmãos e irmãs, peço ao Senhor de modo particular que conceda a esta região do Médio Oriente servidores da paz e da reconciliação, para que todos possam viver pacífica e dignamente. É um testemunho essencial que os cristãos devem prestar aqui, em colaboração com todas as pessoas de boa vontade. Eu vos convido a todos a trabalhar pela paz; cada qual ao seu nível e no lugar onde se encontra.Além disso o serviço deve estar no centro da vida da própria comunidade cristã. Todo o ministério, toda a função na Igreja é primariamente um serviço a Deus e aos irmãos. É este espírito que deve animar todos os baptizados, uns em relação aos outros, especialmente através dum compromisso efectivo a favor dos mais pobres, dos marginalizados, daqueles que sofrem, para que seja preservada a dignidade inalienável de toda a pessoa. Queridos irmãos e irmãs que sofreis no corpo ou no coração, o vosso sofrimento não é inútil. Cristo Servo está perto de todos aqueles que sofrem. Está presente junto de vós. Oxalá encontreis no vosso caminho irmãos e irmãs que manifestem concretamente a presença amorosa de Cristo, que não vos pode abandonar. Permanecei cheios de esperança por causa de Cristo!E vós todos, irmãos e irmãs, que viestes participar nesta celebração, procurai tornar-vos cada vez mais conformes ao Senhor Jesus, Ele que Se fez Servo de todos pela vida do mundo. Deus abençoe o Líbano, abençoe todos os povos desta amada região do Médio Oriente e lhes conceda o dom da sua paz. Amen.



Fonte: RV

MILHARES DE PÈSSOAS ACOMPANHAM A MISSA DO PÀPA BENTO XVI EM PÍER DE BEIRUTE



As ruas da capital eram uma maré branca e amarela (as cores do Vaticano) para dar as boas-vindas ao pontífice




Foto: EFE


A missa do papa Bento XVI no píer de Beirute começou neste domingo perante dezenas de milhares de pessoas que não quiseram perder esta ocasião histórica.

Dezenas de milhares de pessoas se concentraram no percurso que o papa Bento XVI fez desde Harissa, 28 km ao norte de Beirute, até a capital.


As ruas da capital eram uma maré branca e amarela (as cores do Vaticano) para dar as boas-vindas ao santo padre.


Após percorrer em papamóvel as ruas de Beirute, Bento XVI, vestido com uma batina verde, subiu ao altar montado ao ar livre perto ao mar, enquanto era cantado um hino em língua siríaca, usada nos rituais maronitas (cristão de Oriente).


Em seu discurso, o patriarca maronita, monsenhor Bechara Rai, afirmou que esta viagem pastoral de Joseph Ratzinger ao Oriente Médio - em um momento de transformações radicais que ameaçam a segurança e estabilidade - é cheia de esperança.

Durante a missa, o sumo pontífice entregará aos prelados da região a Exortação Pós-sinodal (documento final) do Sínodo de Bispos para o Oriente Médio, que assinou na sexta-feira passada na sede do Patriarcado maronita em Harissa, 28 quilômetros ao norte de Beirute.


Em sua homilia, o papa Bento XVI destacou a necessidade de que os cristãos sirvam "a quem precisa de ajuda, a quem sente dor e a quem vive em uma situação desfavorecida", pedindo aos fiéis que aprofundem mais sua fé.


Hoje é o último dia da visita de três dias de Joseph Ratzinger ao Líbano, a primeira a este país em seus sete anos de Pontificado, e a quarta ao Oriente Médio.



Fonte: Terra

sábado, 15 de setembro de 2012

AOS JOVENS: FAÇAM A REVOLUÇÃO DO AMOR



Papa aos jovens do Oriente Médio: "Façam a revolução do amor".


A saudação à Síria





Bkerké






– Uma multidão em festa acolheu Bento XVI para seu último compromisso este sábado em terras libanesas: o encontro com os jovens do Líbano e do Oriente Médio no Patriarcado Maronita de Bkerké.Tratou-se de um encontro como “de pai para filho”, aberto e franco, em que os jovens libaneses falaram sem máscaras dos problemas e dos desafios que os angustiam; Bento XVI os ouviu e os aconselhou, dirigindo-lhes uma palavra de esperança.O encontro se realizou em forma de Celebração da Palavra. Teve início com a saudação do Patriarca de Antioquia dos Maronitas, Béchara Boutros Rai, e do Arcebispo de Saida dos Greco-melquitas, Dom Elie Haddad, que garantiu a presença de um grupo de jovens do Oriente Médio na Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, em 2013, evento para o qual já estão se preparando. A seguir, foi a vez do testemunho dos jovens: “Nós, jovens do Oriente Médio, estamos hoje mergulhados em um mar de dificuldades, de apreensões e de temores”, disseram a Bento XVI. Eles falaram de conflitos, de ódio, de sofrimento, de desemprego, de falta de perspectivas, de emigração. Diante da realidade, o anseio: “Aspiramos à paz e sonhamos com um futuro sem guerras; um futuro onde desempenharemos um papel ativo, onde trabalharemos com nossos irmãos, jovens de diferentes religiões, construindo a civilização do amor, edificando pátrias onde os direitos do homem e sua liberdade são respeitados, onde sua dignidade é protegida.”Nós, jovens da Igreja de hoje, queremos ser um sinal de esperança para toda a região, e testemunhar o amor de Deus, que é mais forte que a morte.Ao Papa, eles garantiram sua fé e sua confiança na Igreja, que são grandes apesar dos desafios e das crises.“Nós lhe pedimos que vele sempre sobre a Juventude do Líbano e do Oriente Médio, que seja uma fonte constante de apoio e de encorajamento para que nós continuemos nossa missão nesta região.”A presença de Bento XVI no Líbano, a despeito das nossas circunstâncias, é um desafio à lógica da guerra e do desespero; ela é um sinal de paz e de esperança.O Pontífice, por sua vez, não deixou os jovens desiludidos. Declarou-se consciente das dificuldades que devem enfrentar devido à falta de estabilidade e segurança. Todavia, este contexto não deve impelir a juventude a provar o «mel amargo» da emigração, com o desenraizamento e a separação em troca dum futuro incerto. Bento XVI garantiu que os jovens ocupam um lugar privilegiado no seu coração e na Igreja inteira, porque a Igreja é sempre jovem. "Sede jovens na Igreja. Sede jovens com a Igreja."Citou as palavras de seu predecessor: "Não tenhais medo! Abri as portas de vossas almas e de vossos corações a Cristo". Nele, encontrarão a força e a coragem para avançar nos caminhos da sua vida, superando as dificuldades e o sofrimento.As frustrações presentes não devem levar a buscar refúgio em mundos paralelos, como por exemplo o mundo das drogas de todo o tipo ou o mundo triste da pornografia. Quanto às redes sociais, são interessantes, disse o Papa, mas podem, com facilidade, levar à dependência e à confusão entre o real e o virtual. Outra tentação é representada pelo dinheiro. Ponham de lado o que é ilusório, aparência e mentira.Sede os portadores do amor de Cristo. Fazei a revolução do amor. É bom comprometer-se com os outros e pelos outros. A fraternidade é uma antecipação do Céu. Sede os mensageiros do Evangelho da vida e dos valores da vida; resisti corajosamente a tudo o que a nega: o aborto, a violência, a rejeição e o desprezo do outro, a injustiça, a guerra. O perdão e a reconciliação são caminhos de paz, e abrem um futuro.Sobre a Exortação apostólica Ecclesia in Medio Oriente, assinada esta sexta-feira, o Pontèifice recordou que esta carta destina-se "também a vós, queridos jovens. Procurai lê-la com atenção e meditá-la, para a pôr em prática".Nas saudações finais, o Papa recordou os milhões de pessoas que formam a diáspora libanesa e mantêm laços sólidos com o seu país de origem. Saudou ainda os jovens muçulmanos que também estavam presentes esta tarde. “Com os jovens cristãos, sois são o futuro deste país maravilhoso e de todo o Médio Oriente. Procurai construi-lo juntos! É preciso que o Oriente Médio inteiro, pondo os olhos em vós, compreenda que os muçulmanos e os cristãos, o Islã e o Cristianismo, podem viver juntos, sem ódio e no respeito das crenças de cada um, para construírem juntos uma sociedade livre e humana”.Antes da oração dos féis e do Pai-Nosso, Bento XVI saudou outro grupo presente neste encontro: jovens vindos da Síria. “Quero dizer-vos o quanto admiro a vossa coragem. Dizei em vossa casa, aos vossos familiares e aos vossos amigos que o Papa não vos esquece. Dizei ao vosso redor que o Papa está triste por causa dos vossos sofrimentos e lutos. Não esquece a Síria nas suas orações e preocupações. Nem esquece as populações do Médio Oriente que sofrem. É tempo que muçulmanos e cristãos se unam para pôr termo à violência e às guerras”.

DISCURSO DO PAPA BENTO XVI AOS JOVENS



Leia discurso de Bento XVI aos jovens



Bkerké



– Confira a íntegra do discurso de Bento XVI aos jovens, na tarde deste sábado, no encontro realizado no Patriarcado Maronita de Bkerké.



Sua Beatitude, Irmãos Bispos, queridos amigos!«Graça e paz vos sejam concedidas em abundância por meio do conhecimento de Deus e de Jesus, Senhor nosso» (2 Ped 1, 2). A passagem da carta de São Pedro, que ouvimos, exprime bem o grande desejo que há muito tempo trago no meu coração.



Obrigado pelo vosso caloroso acolhimento, obrigado de todo o coração pela vossa presença tão numerosa nesta tarde! Agradeço a Sua Beatitude o Patriarca Béchara Boutros Raï as suas palavras de boas-vindas, a D. Georges Bou Jaoudé, Arcebispo de Tripoli e Presidente do Conselho para o Apostolado dos Leigos no Líbano, e a D. Elie Haddad, Arcebispo de Sídon dos Greco-Melquitas e Vice-Presidente do referido Conselho, bem como aos dois jovens que me saudaram em nome de todos vós. سَلامي أُعطيكُم (dou-vos a minha paz) (Jo 14, 27): diz-nos Jesus Cristo.Queridos amigos, cabe a vós viver hoje nesta parte do mundo que viu o nascimento de Jesus e o desenvolvimento do cristianismo. É uma grande honra! E é um apelo à fidelidade, ao amor pela vossa terra e sobretudo para serdes testemunhas e mensageiros da alegria de Cristo, porque a fé transmitida pelos Apóstolos leva à liberdade plena e à alegria, como manifestaram tantos Santos e Beatos deste país. A sua mensagem ilumina a Igreja universal; e pode continuar a iluminar as vossas vidas. Muitos dos Apóstolos e dos Santos viveram períodos conturbados, e a própria fé foi a fonte da sua coragem e do seu testemunho. Extraí do seu exemplo e intercessão a inspiração e o apoio de que precisais.Conheço as dificuldades que sentis na vida diária, por causa da falta de estabilidade e segurança, da dificuldade em encontrar emprego ou ainda do sentimento de solidão e marginalização. Num mundo em contínua mudança, enfrentais numerosos e graves desafios. O próprio desemprego e a precariedade não devem impelir-vos a provar o «mel amargo» da emigração, com o desenraizamento e a separação em troca dum futuro incerto. Tendes de ser protagonistas do futuro do vosso país e assumir a vossa função na sociedade e na Igreja. Ocupais um lugar privilegiado no meu coração e na Igreja inteira, porque a Igreja é sempre jovem. A Igreja confia em vós; conta convosco. Sede jovens na Igreja. Sede jovens com a Igreja. A Igreja precisa do vosso entusiasmo e criatividade. A juventude é o tempo em que se anela por grandes ideais, e o período em que se estuda preparando-se para uma profissão e um futuro. Isto é importante e requer tempo. Procurai o que é belo, e comprazei-vos na prática do bem. Dai testemunho da grandeza e dignidade do vosso corpo, que «é para o Senhor» (1 Cor 6, 13). Conservai a delicadeza e a rectidão dos corações puros. Na linha do Beato João Paulo II, repito-vos também eu: «Não tenhais medo! Abri as portas das vossas almas e dos vossos corações a Cristo». O encontro com Ele «dá à vida um novo horizonte e, desta forma, um rumo decisivo» (Deus caritas est, 1). N’Ele, encontrareis a força e a coragem para avançar nos caminhos da vossa vida, superando as dificuldades e o sofrimento. N’Ele, encontrareis a fonte da alegria. Cristo diz-vos: سَلامي أُعطيكُم (dou-vos a minha paz) (Jo 14, 27)! Esta é a verdadeira revolução trazida por Cristo: a do amor.As frustrações presentes não devem levar-vos a buscar refúgio em mundos paralelos, como por exemplo o mundo das drogas de todo o tipo ou o mundo triste da pornografia. Quanto às redes sociais, são interessantes mas podem, com facilidade, levar-vos à dependência e à confusão entre o real e o virtual. Procurai e vivei relações ricas de amizade verdadeira e nobre. Cultivai iniciativas que dêem sentido e raízes à vossa existência, lutando contra a superficialidade e o consumismo fácil. Estais de igual modo sujeitos a outra tentação: a do dinheiro – este ídolo tirânico que cega até ao ponto de sufocar a pessoa e o seu coração. Infelizmente os exemplos que vedes em redor não são sempre dos melhores. Muitos esquecem-se da afirmação de Cristo: não se pode servir a Deus e ao dinheiro (cf. Lc 16, 13). Procurai bons mestres, guias espirituais que saibam indicar-vos o caminho para a maturidade, pondo de lado o que é ilusório, aparência e mentira.Sede os portadores do amor de Cristo. Como? Voltando-vos sem reservas para Deus, seu Pai, que é a medida do que é justo, verdadeiro e bom. Meditai a Palavra de Deus. Descobri o interesse e a actualidade do Evangelho. Rezai. A oração, os sacramentos são os meios seguros e eficazes para ser cristão e viver «enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé» (cf. Cl 2, 7). O Ano da fé, que está quase a começar, será uma oportunidade para descobrir o tesouro da fé recebida no Baptismo. Podeis aprofundar o seu conteúdo através do estudo do Catecismo, para que a vossa fé seja viva e vivida. Assim tornar-vos-eis, para os outros, testemunhas do amor de Cristo. N’Ele, todos os homens são nossos irmãos. A fraternidade universal, que Ele inaugurou na Cruz, reveste duma luz brilhante e exigente a revolução do amor. «Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei» (Jo 13, 34). Este é o testamento de Jesus e o sinal do cristão. Aqui está a verdadeira revolução do amor.E assim Jesus convida-vos a proceder como Ele, a acolher o outro sem reservas, mesmo que pertença a cultura, religião, nação diferentes. Dar-lhe lugar, respeitá-lo, ser bom com ele torna-vos sempre mais ricos em humanidade e fortes com a paz do Senhor. Sei que muitos de vós participam nas diversas actividades promovidas pelas paróquias, escolas, movimentos, associações. É bom comprometer-se com os outros e pelos outros. Viver, juntos, momentos de amizade e alegria permite resistir aos germes de divisão, que devemos combater sem cessar. A fraternidade é uma antecipação do Céu. E a vocação do discípulo de Cristo é ser «fermento» na massa, como afirmava São Paulo: «Um pouco de fermento faz fermentar toda a massa» (Gl 5, 9). Sede os mensageiros do Evangelho da vida e dos valores da vida; resisti corajosamente a tudo o que a nega: o aborto, a violência, a rejeição e o desprezo do outro, a injustiça, a guerra. Deste modo, propagareis a paz ao vosso redor. No fim de contas, não são os «obreiros da paz» aqueles que mais admiramos? E não é a paz o bem precioso que toda a humanidade procura? Porventura não é um mundo de paz aquilo que mais profundamente desejamos para nós e para os outros? سَلامي أُعطيكُم (dou-vos a minha paz): disse Jesus. Ele venceu o mal não com outro mal, mas tomando-o sobre Si e aniquilando-o na cruz com o amor vivido até ao fim. Descobrir verdadeiramente o perdão e a misericórdia de Deus, permite sempre recomeçar uma nova vida. Não é fácil perdoar; mas o perdão de Deus dá a força da conversão, e a alegria de, por nossa vez, perdoar. O perdão e a reconciliação são caminhos de paz, e abrem um futuro.Queridos amigos, com certeza muitos de vós se interrogam de forma mais ou menos consciente: O que é que Deus espera de mim? Que projecto tem para mim? Não quererá que eu anuncie ao mundo a grandeza do seu amor por meio do sacerdócio, da vida consagrada ou do matrimónio? Não me chamará Cristo para O seguir mais de perto? Debruçai-vos confiadamente sobre estas questões. Encontrai tempo para reflectir nelas e pedir luz. Respondei ao convite, oferecendo-vos diariamente Àquele que vos chama a ser seus amigos. Procurai seguir com coração generoso a Cristo que, por amor, nos resgatou e deu a vida por cada um de nós. Conhecereis uma alegria e uma plenitude insuspeitáveis. Responder à vocação que Cristo prevê para cada um: está aqui o segredo da verdadeira paz.Ontem, assinei a Exortação apostólica Ecclesia in Medio Oriente. Esta carta destina-se também a vós, queridos jovens, como a todo o povo de Deus. Procurai lê-la com atenção e meditá-la, para a pôr em prática. Para vos ajudar, recordo-vos as palavras de São Paulo aos Coríntios: «A nossa carta sois vós, uma carta escrita nos nossos corações, conhecida e lida por todos os homens. É evidente que sois uma carta de Cristo, confiada ao nosso ministério, escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo; não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne que são os vossos corações» (2 Cor 3, 2-3). Também vós, queridos amigos, podeis ser uma carta viva de Cristo. Esta carta não estará escrita em papel nem com a caneta; será o testemunho da vossa vida e da vossa fé. Assim, com coragem e entusiasmo, fareis compreender ao vosso redor que Deus quer a felicidade de todos sem distinção, e que os cristãos são os seus servos e testemunhas fiéis.Jovens libaneses, sois a esperança e o futuro do vosso país. Vós sois o Líbano, terra de acolhimento, de convivência, com esta capacidade incrível de adaptação. E neste momento, não podemos esquecer os milhões de pessoas que formam a diáspora libanesa e mantêm laços sólidos com o seu país de origem. Jovens do Líbano, sede acolhedores e abertos, como Cristo vos pede e como o vosso país vo-lo ensina.Queria agora saudar os jovens muçulmanos que estão connosco nesta tarde. Obrigado pela vossa presença, que é tão importante. Sois, juntamente com os jovens cristãos, o futuro deste país maravilhoso e de todo o Médio Oriente. Procurai construi-lo juntos! E, quando fordes adultos, continuai a viver a concórdia na unidade com os cristãos; é que a beleza do Líbano encontra-se nesta bela simbiose. É preciso que o Médio Oriente inteiro, pondo os olhos em vós, compreenda que os muçulmanos e os cristãos, o islão e o cristianismo, podem viver juntos, sem ódio e no respeito das crenças de cada um, para construírem juntos uma sociedade livre e humana.Soube ainda que há entre nós jovens vindos da Síria. Quero dizer-vos o quanto admiro a vossa coragem. Dizei em vossa casa, aos vossos familiares e aos vossos amigos que o Papa não vos esquece. Dizei ao vosso redor que o Papa está triste por causa dos vossos sofrimentos e lutos. Não esquece a Síria nas suas orações e preocupações. Nem esquece as populações do Médio Oriente que sofrem. É tempo que muçulmanos e cristãos se unam para pôr termo à violência e às guerras.Ao terminar, voltemo-nos para Maria, a Mãe do Senhor, Nossa Senhora do Líbano. Do alto da colina de Harissa, Ela vos protege e acompanha, vela como uma mãe sobre todos os libaneses e tantos peregrinos que vêm de toda a parte para Lhe confiar as suas alegrias e penas. Nesta tarde, confiamos à Virgem Maria e ao Beato João Paulo II, que esteve aqui antes de mim, as vossas vidas, as de todos os jovens do Líbano e dos países da região, especialmente aqueles que sofrem por causa da violência ou da solidão, aqueles que precisam de conforto. Deus vos abençoe a todos! E agora todos juntos, rezemos-Lhe:السّلامُ عَلَيكِ يا مَرْيَم... (Ave, Maria,…).



Fonte: RV

PAPA DISCURSA PARA OS LÍDERES POLÍTICOS E RELIGIOSOS DO LÍBANO



Discurso do Papa aos líderes políticos e religiosos do Líbano






Baabda (RV)


- Segue, na íntegra, o discurso proferido por Bento XVI no Palácio Presidencial, em Baabda, aos membros do Governo e das Instituições da República, ao Corpo Diplomático, aos líderes religiosos e representantes do mundo da cultura.

Senhor Presidente da República,Ilustres Autoridades parlamentares, governamentais, institucionais e políticas do Líbano,Senhoras e Senhores Chefes das Missões Diplomáticas,Beatitudes, Responsáveis religiosos,Amados Irmãos no Episcopado,Senhoras, Senhores, queridos amigos! سَلامي أُعطيكُم [dou-vos a minha paz] (Jo 14, 27)!

É com estas palavras de Jesus Cristo que desejo saudar-vos, agradecido pelo vosso acolhimento e a vossa presença. Agradeço-lhe, Senhor Presidente, não só as palavras cordiais, mas também o facto de ter permitido este encontro.

Acabo, juntamente com Vossa Excelência, de plantar um cedro do Líbano, símbolo do vosso lindo país. Vendo esta pequena planta e os cuidados de que necessitará para se tornar robusta e lançar os seus ramos majestosos, pensei no vosso país e seu destino, nos libaneses e suas esperanças, em todas as pessoas desta Região do mundo que parece conhecer as dores dum parto sem fim.

Então pedi a Deus que vos abençoe, abençoe o Líbano e abençoe todos os habitantes desta Região que viu nascer grandes religiões e nobres culturas. Por que motivo escolheu Deus esta Região? Porque vive ela em turbulência? Parece-me que Deus a escolheu para servir de exemplo, para testemunhar ao mundo a possibilidade concreta que o homem tem de viver o seu anelo de paz e reconciliação; inscrita desde sempre no plano divino, esta aspiração foi impressa por Deus no coração do homem.

É da paz que vos desejo falar, porque Jesus disse: سَلامي أُعطيكُم [dou-vos a minha paz] .
O que faz rico um país são, antes de mais nada, as pessoas que nele vivem.
De cada uma e todas juntas, depende o seu futuro e a sua capacidade de se comprometer pela paz. Tal compromisso só será possível numa sociedade unida.

No entanto, a unidade não é a uniformidade. O que assegura a coesão da sociedade é o respeito constante pela dignidade de cada pessoa e a participação responsável de cada um segundo as próprias capacidades, pondo a render o que há em si de melhor. A fim de assegurar o dinamismo necessário para construir e consolidar a paz, é preciso retornar incansavelmente aos fundamentos do ser humano.

A dignidade do homem é inseparável do carácter sagrado da vida, que o Criador lhe deu. No desígnio de Deus, cada pessoa é única e insubstituível. Vem ao mundo numa família, que é o seu primeiro lugar de humanização e sobretudo a primeira educadora para a paz. Por isso, para construir a paz, a nossa atenção deve fixar-se sobre a família a fim de facilitar a sua tarefa, para assim a apoiar e consequentemente promover por toda a parte uma cultura da vida.

A eficácia do compromisso a favor da paz depende do conceito que o mundo possa ter da vida humana. Se queremos a paz, defendamos a vida. Esta lógica desabona não só a guerra e as acções terroristas, mas também qualquer atentado contra a vida do ser humano, criatura querida por Deus.

A indiferença ou a negação daquilo que constitui a verdadeira natureza do homem impedem o respeito desta gramática que é a lei natural inscrita no coração humano (cf. Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2007, n. 3). A grandeza e a razão de ser de cada pessoa só se encontram em Deus. Assim, o reconhecimento incondicional da dignidade de cada ser humano, de cada um de nós, e do carácter sagrado da vida responsabiliza-nos a todos diante de Deus.

Portanto, devemos unir os nossos esforços para desenvolver uma sã antropologia que integre a unidade da pessoa. Sem isso, não é possível construir a paz autêntica.Embora mais evidentes nos países que conhecem conflitos armados – estas guerras repletas de bazófia e de horrores –, os atentados à integridade e à vida das pessoas existem também noutros países.

O desemprego, a pobreza, a corrupção e tudo o mais que se lhes vem juntar como a exploração, os tráficos ilícitos de toda a espécie e o terrorismo acarretam, para além do sofrimento inaceitável dos que são as suas vítimas, um enfraquecimento do potencial humano. A lógica económica e financeira quer continuamente impor-nos o seu jugo e fazer prevalecer o ter sobre o ser.

Mas cada vida humana que se perde é uma perda para a humanidade inteira. Esta é uma grande família, da qual todos somos responsáveis. Algumas ideologias, pondo em questão de maneira directa ou indirecta, e mesmo legalmente, o valor inalienável de cada pessoa e o fundamento natural da família, minam os alicerces da sociedade. Devemos estar conscientes destes atentados contra a construção e a harmonia da convivência social.

O único antídoto para tudo isto é uma solidariedade efectiva: solidariedade para rejeitar o que impede o respeito por todo o ser humano, solidariedade para apoiar as políticas e iniciativas que visam unir os povos de forma honesta e justa. É bom ver as acções de cooperação e de verdadeiro diálogo que constroem uma nova maneira de viver juntos.

Uma melhor qualidade de vida e desenvolvimento integral não é possível senão numa partilha das riquezas e das competências, respeitando a dignidade de cada um. Mas tal estilo de convivência social, sereno e dinâmico, não pode existir sem a confiança no outro, seja ele quem for. Hoje, as diferenças culturais, sociais, religiosas devem levar a viver um novo tipo de fraternidade, onde aquilo que une é justamente o sentido comum da grandeza de cada pessoa e o dom que ela constitui para si mesma, para os outros e para a humanidade.

Está aqui o caminho da paz. Aqui está o compromisso que nos é pedido. Aqui está a orientação que deve presidir às escolhas políticas e económicas nos seus diversos níveis e a escala planetária.Deste modo, a fim de patentear às novas gerações um futuro de paz, a primeira tarefa é educar para a paz, construindo uma cultura de paz.

A educação, na família ou na escola, deve ser, antes de mais nada, educação para os valores espirituais que conferem à transmissão do saber e das tradições duma cultura o seu sentido e a sua força. O espírito humano possui o gosto inato do belo, do bom e do verdadeiro; é o selo do divino, a marca de Deus nele!

Desta aspiração universal deriva uma concepção moral firme e justa, que sempre coloca a pessoa no centro. Mas é só na liberdade que o homem se pode voltar para o bem, porque «a dignidade do homem exige que ele proceda segundo a própria consciência e por livre adesão, ou seja, movido e induzido pessoalmente desde dentro e não levado por cegos impulsos interiores ou por mera coacção externa» (Gaudium et spes, 17).

A tarefa da educação é acompanhar a maturação da capacidade de fazer escolhas livres e justas, que possam ir contra-corrente relativamente às opiniões generalizadas, às modas, às ideologias políticas e religiosas. A consolidação duma cultura de paz tem este preço. Obviamente é necessário banir a violência verbal ou física; é sempre um ultraje à dignidade humana, tanto do agressor como da vítima.

Além disso, ao valorizar as obras de paz e o seu influxo no bem comum, cria-se também o interesse pela paz. Como testemunha a história, tais gestos de paz desempenham papel considerável na vida social, nacional e internacional.

Assim a educação para a paz formará homens e mulheres generosos e rectos, solícitos para com todos mas particularmente com as pessoas mais débeis. Pensamentos de paz, palavras de paz e gestos de paz criam uma atmosfera de respeito, honestidade e cordialidade, onde os erros e as ofensas podem ser reconhecidos com verdade, para avançar juntos rumo à reconciliação.

Peço aos estadistas e aos responsáveis religiosos que reflictam nisto. Devemos estar bem cientes de que o mal não é uma força anónima que actua no mundo de forma impessoal ou determinista. O mal, o demónio, passa através da liberdade humana, através do uso da nossa liberdade; procura um aliado, o homem: o mal precisa dele para se espalhar.

E assim, depois de ter violado o primeiro mandamento, o amor a Deus, vem para perverter o segundo, o amor ao próximo. Com ele, o amor ao próximo desaparece, deixando o lugar à mentira e à inveja, ao ódio e à morte. Mas é possível não se deixar vencer pelo mal, e vencer o mal com o bem (cf. Rm 12, 21).

Somos chamados a esta conversão do coração; sem ela, as «libertações» humanas tão desejadas decepcionam, porque se movem no espaço reduzido que lhes concede a mesquinhez do espírito do homem, a sua dureza, as suas intolerâncias, os seus favoritismos, os seus desejos de vingança e os seus instintos de morte.

É necessária a transformação nas profundezas do espírito e do coração para reencontrar uma certa clarividência e imparcialidade, o sentido profundo da justiça e do bem comum. Um olhar novo e mais livre tornar-nos-á capazes de analisar e questionar sistemas humanos que levam a becos sem saída, a fim de se avançar tendo em conta o passado para não mais o repetir com os seus efeitos devastadores.

Esta conversão requerida é exaltante, porque abre possibilidades ao fazer apelo aos inúmeros recursos presentes no coração de tantos homens e mulheres ansiosos de viver em paz e dispostos a comprometer-se pela paz. Esta, porém, é particularmente exigente: trata-se de dizer não à vingança, reconhecer os próprios erros, aceitar as desculpas sem as buscar e, finalmente, perdoar. Porque só o perdão dado e recebido coloca os alicerces duradouros da reconciliação e da paz para todos (cf. Rm 12, 16b.18).

Só assim pode crescer o bom entendimento entre as culturas e as religiões, a estima de umas pelas outras sem complexos de superioridade e no respeito pelos direitos de cada uma. No Líbano, há séculos que o cristianismo e o islão habitam no mesmo espaço. Não é raro ver, na mesma família, as duas religiões.

Se, numa mesma família, isto é possível, por que não o haveria de ser ao nível da sociedade inteira? A especificidade do Médio Oriente reside na secular amálgama de componentes diversas. É certo que também se combateram, infelizmente! Uma sociedade pluralista só existe por causa do respeito recíproco, do desejo de conhecer o outro e do diálogo contínuo.

Este diálogo entre os homens O diálogo só é possível com a consciência de que há valores comuns a todas as grandes culturas, porque estas estão radicadas na natureza da pessoa humana. Estes valores, que formam um substrato comum, exprimem os traços autênticos e característicos da humanidade; pertencem aos direitos de cada ser humano.

As diversas religiões prestam uma decisiva contribuição para a afirmação da sua existência. Não esqueçamos que a liberdade religiosa é o direito fundamental, de que muitos outros dependem. Para toda e qualquer pessoa deve ser possível professar e viver livremente a própria religião sem pôr em perigo a sua vida e liberdade.

A perda ou a diminuição desta liberdade priva a pessoa do direito sagrado a uma vida íntegra no plano espiritual. A chamada tolerância não elimina as discriminações; antes, por vezes até as reforça. E, sem a abertura ao transcendente que permite encontrar resposta para os interrogativos do próprio coração sobre o sentido da vida e sobre como viver de forma moral, o homem torna-se incapaz de agir segundo a justiça e comprometer-se em prol da paz. A liberdade religiosa tem uma dimensão social e política indispensável para a paz: promove uma coexistência e uma vida harmoniosas através do compromisso comum ao serviço de causas nobres e na busca da verdade que não se impõe pela violência, mas pela «sua própria força» (Dignitatis humanae, 1), aquela Verdade que é Deus.

Eis o motivo por que a fé viva conduz invariavelmente ao amor. A fé autêntica não pode levar à morte. O obreiro de paz é humilde e justo. Por isso, os crentes têm hoje um papel essencial: dar testemunho da paz que vem de Deus e que é um dom concedido a todos na vida pessoal, familiar, social, política e económica (cf. Mt 5, 9; Heb 12, 14).

A inércia dos homens de bem não deve permitir que o mal triunfe. O pior de tudo é não fazer nada!Estas breves reflexões sobre a paz, a sociedade, a dignidade da pessoa, sobre os valores da família e da vida, sobre o diálogo e a solidariedade não podem permanecer ideais simplesmente enunciados; podem e devem ser vividos.

Estamos no Líbano e é aqui que devem ser vividos. O Líbano é chamado, agora mais do que nunca, a ser um exemplo. Por isso vos convido a vós, políticos, diplomatas, religiosos, homens e mulheres do mundo da cultura, a dar testemunho ao vosso redor e com coragem, em tempo favorável e fora dele, de que Deus quer a paz, de que Deus nos confia a paz. سَلامي أُعطيكُم [dou-vos a minha paz] – diz Jesus Cristo (Jo 14, 27)!
Que Deus vos abençoe. Obrigado!

Fonte: RV

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Fonte: RV


sexta-feira, 14 de setembro de 2012

PAPA BENTO XVI ASSINA EXORTAÇÃO APOSTÓLICA PÓS-SINODAL PARA O IGREJA DO ORIENTE MÉDIO



Papa assina Exortação apostólica pós-sinodal para a Igreja no Oriente Médio



Harissa (RV)



- Bento XVI encontra-se, no Líbano, em sua 24ª viagem apostólica internacional. Nesta tarde, o Papa foi acolhido pelo Patriarca greco-melquita, Gregorios III Laham, na Basílica de São Paulo, em Harissa, e ali assinou a Exortação apostólica pós-sinodal Ecclesia in Medio Oriente.Antes da assinatura, o Santo Padre proferiu seu discurso ao presidente do país, aos patriarcas e bispos do Líbano, aos membros do Conselho Especial para o Oriente Médio do Sínodo dos Bispos, aos representantes do mundo da cultura e da sociedade civil, aos membros das delegações ortodoxa, muçulmana e drusa, e a toda a comunidade greco-melquita. O Papa frisou que a data de hoje, Festa da Exaltação da Santa Cruz, cuja celebração nasceu no Oriente em 335, coincide com a assinatura do documento."Para um cristão, exaltar a Cruz quer dizer entrar em comunhão com a totalidade do amor incondicional de Deus pelo homem; é fazer um ato de fé. Exaltar a Cruz, na perspectiva da Ressurreição, é desejar viver e manifestar a totalidade deste amor; é fazer um ato de amor. Exaltar a Cruz leva ao compromisso de ser arauto da comunhão fraterna e eclesial, fonte do verdadeiro testemunho cristão; é fazer um ato de esperança" – destacou Bento XVI.O Papa recordou que os Padres sinodais, analisando a situação das Igrejas no Oriente Médio, refletiram sobre as alegrias, temores e esperanças dos discípulos de Cristo nessa terra. "A Exortação Ecclesia in Medio Oriente permite repensar o presente para considerar o futuro com o próprio olhar de Cristo. Com as suas orientações bíblicas e pastorais, com o seu convite a um aprofundamento espiritual e eclesiológico, com a renovação litúrgica e catequética preconizada, com os seus apelos ao diálogo, pretende traçar um caminho para chegar ao essencial: o seguimento de Cristo, num contexto difícil, e por vezes doloroso, que poderia fazer surgir a tentação de ignorar ou esquecer a Cruz gloriosa. Mas é precisamente então que é necessário celebrar a vitória do amor sobre o ódio, do perdão sobre a vingança, do serviço sobre a prepotência, da humildade sobre o orgulho, da unidade sobre a divisão" - sublinhou o pontífice.O Santo Padre ressaltou que "a Exortação abre ao verdadeiro diálogo inter-religioso fundado na fé em Deus Uno e Criador" e "quer contribuir a um ecumenismo repleto de ardor humano, espiritual e caritativo". O Papa recordou que a Exortação quer ajudar os discípulos de Cristo a serem protagonistas ativos da fé através da comunhão e do testemunho.Com esses sentimentos de esperança e encorajamento, Bento XVI entregará a Exortação apostólica, no próximo domingo, à Igreja no Oriente Médio. (MJ)
Papa assina Exortação apostólica pós-sinodal para a Igreja no Oriente MédioHarissa (RV) - Bento XVI encontra-se, no Líbano, em sua 24ª viagem apostólica internacional. Nesta tarde, o Papa foi acolhido pelo Patriarca greco-melquita, Gregorios III Laham, na Basílica de São Paulo, em Harissa, e ali assinou a Exortação apostólica pós-sinodal Ecclesia in Medio Oriente.Antes da assinatura, o Santo Padre proferiu seu discurso ao presidente do país, aos patriarcas e bispos do Líbano, aos membros do Conselho Especial para o Oriente Médio do Sínodo dos Bispos, aos representantes do mundo da cultura e da sociedade civil, aos membros das delegações ortodoxa, muçulmana e drusa, e a toda a comunidade greco-melquita. O Papa frisou que a data de hoje, Festa da Exaltação da Santa Cruz, cuja celebração nasceu no Oriente em 335, coincide com a assinatura do documento."Para um cristão, exaltar a Cruz quer dizer entrar em comunhão com a totalidade do amor incondicional de Deus pelo homem; é fazer um ato de fé. Exaltar a Cruz, na perspectiva da Ressurreição, é desejar viver e manifestar a totalidade deste amor; é fazer um ato de amor. Exaltar a Cruz leva ao compromisso de ser arauto da comunhão fraterna e eclesial, fonte do verdadeiro testemunho cristão; é fazer um ato de esperança" – destacou Bento XVI.O Papa recordou que os Padres sinodais, analisando a situação das Igrejas no Oriente Médio, refletiram sobre as alegrias, temores e esperanças dos discípulos de Cristo nessa terra. "A Exortação Ecclesia in Medio Oriente permite repensar o presente para considerar o futuro com o próprio olhar de Cristo. Com as suas orientações bíblicas e pastorais, com o seu convite a um aprofundamento espiritual e eclesiológico, com a renovação litúrgica e catequética preconizada, com os seus apelos ao diálogo, pretende traçar um caminho para chegar ao essencial: o seguimento de Cristo, num contexto difícil, e por vezes doloroso, que poderia fazer surgir a tentação de ignorar ou esquecer a Cruz gloriosa. Mas é precisamente então que é necessário celebrar a vitória do amor sobre o ódio, do perdão sobre a vingança, do serviço sobre a prepotência, da humildade sobre o orgulho, da unidade sobre a divisão" - sublinhou o pontífice.O Santo Padre ressaltou que "a Exortação abre ao verdadeiro diálogo inter-religioso fundado na fé em Deus Uno e Criador" e "quer contribuir a um ecumenismo repleto de ardor humano, espiritual e caritativo". O Papa recordou que a Exortação quer ajudar os discípulos de Cristo a serem protagonistas ativos da fé através da comunhão e do testemunho.Com esses sentimentos de esperança e encorajamento, Bento XVI entregará a Exortação apostólica, no próximo domingo, à Igreja no Oriente Médio. (MJ)


Fonte: RV

DISCURSO DO PAPA BENTO XVI NA BASÍLICA DE SÃO PAULO EM HARISSA



Discurso do Papa por ocasião da Assinatura da Exortação apostólica pós-sinodal Ecclesia in Medio Oriente




Harissa



- Segue, na íntegra, o discurso proferido por Bento XVI na Basílica de São Paulo, em Harissa, por ocasião da assinatura da Exortação apostólica pós-sinodal Ecclesia in Medio Oriente.Senhor Presidente da República,Sua Beatitude, venerados Patriarcas,Amados Irmãos no Episcopado e membros do Conselho Especial do Sínodo dos Bispos para o Médio Oriente,Ilustres Representantes das Confissões religiosas, do mundo da cultura e da sociedade civil,Prezados irmãos e irmãs em Cristo, queridos amigos!Agradeço ao Patriarca Gregorios Laham as suas palavras de boas-vindas, e ao Secretário-Geral do Sínodo dos Bispos, D. Nikola Eterović, as suas palavras de apresentação. As minhas saudações calorosas aos Patriarcas, a todos os Bispos orientais e latinos reunidos nesta linda Basílica de São Paulo, e aos membros do Conselho Especial do Sínodo dos Bispos para o Médio Oriente. Alegro-me também com a presença das delegações ortodoxa, muçulmana e drusa, bem como as do mundo da cultura e da sociedade civil. Saúdo com afecto a amada Comunidade greco-melquita que me acolhe. A vossa presença confere solenidade à assinatura da Exortação apostólica pós-sinodal Ecclesia in Medio Oriente, e testemunha que este documento, destinado sem dúvida à Igreja universal, reveste-se duma importância particular para todo o Médio Oriente.É providencial que este acto tenha lugar precisamente no dia da Festa da Exaltação da Santa Cruz, cuja celebração nasceu no Oriente em 335, na sequência da Dedicação da Basílica da Ressurreição sobre o Gólgota e o sepulcro de Nosso Senhor construída pelo imperador Constantino, o Grande, que venerais como santo. Dentro de um mês, celebrar-se-ão os 1700 anos da aparição que lhe fez ver, na noite simbólica da sua incredulidade, o monograma cintilante de Cristo enquanto uma voz lhe dizia: «Por este sinal, vencerás!». Mais tarde, Constantino assinou o Édito de Milão e deu o seu nome a Constantinopla. Parece-me que a Exortação pós-sinodal pode ser lida e interpretada à luz da festa da Exaltação da Santa Cruz e, de forma particular, à luz do monograma de Cristo, o X (ghi) e o P (ro), as duas primeiras letras da palavra Χριστός. Tal leitura leva a uma descoberta autêntica da identidade do baptizado e da Igreja e, ao mesmo tempo, constitui como que um apelo ao testemunho na comunhão e pela comunhão. Porventura a comunhão e o testemunho cristãos não estão fundados no mistério pascal, na crucifixão, morte e ressurreição de Cristo? Não é aqui que encontram a sua plena realização? Existe um vínculo indivisível entre a Cruz e a Ressurreição, que não pode ser esquecido pelo cristão; sem este vínculo, exaltar a Cruz significaria justificar o sofrimento e a morte vendo neles apenas uma fatalidade. Para um cristão, exaltar a Cruz quer dizer entrar em comunhão com a totalidade do amor incondicional de Deus pelo homem; é fazer um acto de fé. Exaltar a Cruz, na perspectiva da Ressurreição, é desejar viver e manifestar a totalidade deste amor; é fazer um acto de amor. Exaltar a Cruz leva ao compromisso de ser arauto da comunhão fraterna e eclesial, fonte do verdadeiro testemunho cristão; é fazer um acto de esperança.Debruçando-se sobre a situação actual das Igrejas no Médio Oriente, os Padres sinodais puderam reflectir sobre as alegrias e as penas, os temores e as esperanças dos discípulos de Cristo que vivem nestes lugares. Deste modo, toda a Igreja pôde ouvir o grito ansioso e notar o olhar desesperado de tantos homens e mulheres que se encontram em situações humana e materialmente árduas, vivendo no medo e inquietação pelas fortes tensões, e que desejam seguir Cristo – Aquele que dá sentido à sua vida – mas frequentemente encontram-se impedidos; por isso, quis que a Primeira Carta de São Pedro fosse o fio condutor do documento. Ao mesmo tempo, a Igreja pôde admirar o que há de belo e nobre nas Igrejas presentes nestas terras. Como não dar contínuas graças a Deus por todos vós (cf. 1 Ts 1, 2: I Parte da Exortação pós-sinodal), amados cristãos do Médio Oriente!? Como não O louvar pela vossa coragem na fé!? Como não Lhe agradecer pela chama do seu amor infinito que vós continuais a manter viva e ardente nestes lugares que foram os primeiros a acolher o seu Filho encarnado!? Como não Lhe elevar o nosso canto de gratidão pelos ímpetos de comunhão eclesial e fraterna, pela solidariedade humana constantemente manifestada por todos os filhos de Deus!?A Exortação Ecclesia in Medio Oriente permite repensar o presente para considerar o futuro com o próprio olhar de Cristo. Com as suas orientações bíblicas e pastorais, com o seu convite a um aprofundamento espiritual e eclesiológico, com a renovação litúrgica e catequética preconizada, com os seus apelos ao diálogo, pretende traçar um caminho para chegar ao essencial: o seguimento de Cristo, num contexto difícil, e por vezes doloroso, que poderia fazer surgir a tentação de ignorar ou esquecer a Cruz gloriosa. Mas é precisamente então que é necessário celebrar a vitória do amor sobre o ódio, do perdão sobre a vingança, do serviço sobre a prepotência, da humildade sobre o orgulho, da unidade sobre a divisão. À luz da festa de hoje e tendo em vista uma aplicação frutuosa da Exortação, convido todos a que não tenham medo, permaneçam na verdade e a cultivem a pureza da fé. Esta é a linguagem da Cruz gloriosa. Esta é a loucura da Cruz: a de saber converter os nossos sofrimentos em grito de amor a Deus e de misericórdia para com o próximo; e a de saber também transformar, seres atacados e feridos na sua fé e identidade, em vasos de barro prontos a serem cumulados pela abundância dos dons divinos mais preciosos que o ouro (cf. 2 Cor 4, 7-18). Não se trata aqui duma linguagem puramente alegórica, mas dum apelo premente a praticar actos concretos que configuram cada vez mais a Cristo, actos que ajudam as diversas Igrejas a reflectir a beleza da primeira comunidade dos crentes (cf. Act 2, 41-47: II parte da Exortação); actos semelhantes aos do imperador Constantino, que soube testemunhar e fazer sair os cristãos da discriminação, permitindo-lhes viver, aberta e livremente, a sua fé em Cristo crucificado, morto e ressuscitado para a salvação de todos.A Exortação Ecclesia in Medio Oriente oferece elementos que podem ajudar a um exame de consciência pessoal e comunitário, uma avaliação objectiva do compromisso e desejo de santidade de cada discípulo de Cristo. A Exortação abre ao verdadeiro diálogo inter-religioso fundado na fé em Deus Uno e Criador. Quer também contribuir para um ecumenismo repleto de ardor humano, espiritual e caritativo, na verdade e amor evangélicos, que vai buscar a sua força ao mandato do Ressuscitado: «Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, baptizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado. E sabei que Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos» (Mt 28, 19-20).Nas suas diversas partes, a Exortação quer ajudar cada um dos discípulos do Senhor a viver plenamente e a transmitir realmente aquilo que ele mesmo se tornou pelo baptismo: um filho da Luz, um ser iluminado por Deus, uma lâmpada nova na escuridão tenebrosa do mundo para que das trevas brilhe a luz (cf. Jo 1, 4-5; 2 Cor 4, 1-6). Este documento quer contribuir para despojar a fé daquilo que a ensombra, de tudo o que pode ofuscar o esplendor da luz de Cristo. Assim a comunhão é uma autêntica adesão a Cristo, e o testemunho é uma irradiação do mistério pascal que dá um sentido pleno à Cruz gloriosa. Nós seguimos e «proclamamos Cristo crucificado (...) poder de Deus e sabedoria de Deus» (1 Cor 1, 23-24: cf. III parte da Exortação).«Não temas, pequenino rebanho» (Lc 12, 32) e lembra-te da promessa feita a Constantino: «Por este sinal, vencerás!». Igrejas presentes no Médio Oriente, não temais, porque o Senhor está verdadeiramente convosco até ao fim do mundo. Não temais, porque a Igreja universal vos acompanha com a sua solidariedade humana e espiritual. É com estes sentimentos de esperança e encorajamento a ser protagonistas activos da fé através da comunhão e do testemunho que, no domingo, entregarei a Exortação pós-sinodal Ecclesia in Medio Oriente aos meus venerados Irmãos Patriarcas, Arcebispos e Bispos, a todos os presbíteros, aos diáconos, aos religiosos e religiosas, aos seminaristas e aos fiéis-leigos. «Tende confiança!» (Jo 16, 33). Por intercessão da Virgem Maria, a Theotókos, invoco com grande afecto a abundância dos dons divinos sobre todos vós. Deus conceda a todos os povos do Médio Oriente viverem na paz, na fraternidade e na liberdade religiosa! Deus vos abençoe a todos (لِيُبَارِك الربُّ جميعَكُم)!



Fonte: RV

BENTO XVI DISCURSA EM BEIRUTE NA CERIMONIA DE BOAS VINDAS

Discurso do Papa na cerimônia de boas-vindas

Beirute

– Leia a íntegra do discurso pronunciado por Bento XVI na cerimônia de boas-vindas do Aeroporto Rafiq Hariri, de Beirute, esta sexta-feira.Senhor Presidente da República,Senhores Presidentes do Parlamento e do Conselho de Ministros, Amadas Beatitudes, Membros do Corpo Diplomático,Ilustres Autoridades civis e religiosas presentes,Queridos amigos!Tenho a alegria, Senhor Presidente, de responder ao amável convite que me fez para visitar o vosso país, e também ao convite recebido dos Patriarcas e Bispos católicos do Líbano. Este duplo convite bastaria, se fosse necessário, para manifestar a dupla finalidade da minha visita ao vosso país. Esta sublinha as excelentes relações que sempre existiram entre o Líbano e a Santa Sé, e pretende contribuir para as reforçar. Com esta visita, desejo também retribuir as que o Senhor Presidente me fez ao Vaticano em Novembro de 2008 e, mais recentemente, em Fevereiro de 2011, seguida nove meses mais tarde pela visita do Senhor Primeiro-Ministro.Foi durante o segundo dos nossos encontros que a majestosa estátua de São Maron foi abençoada. A sua presença silenciosa numa parede lateral da Basílica de São Pedro lembra, de forma permanente, o Líbano no próprio lugar onde foi sepultado o apóstolo Pedro. Manifesta um património espiritual secular, confirmando a veneração dos libaneses pelo primeiro dos Apóstolos e seus sucessores. Precisamente para ressaltar a sua grande devoção a Simão Pedro é que os Patriarcas Maronitas acrescentam ao seu nome o de Boutros. É bom ver como do santuário petrino, São Maron intercede continuamente pelo vosso país e por todo o Médio Oriente. Desde já lhe agradeço, Senhor Presidente, por todos os esforços realizados para o bom êxito da minha estadia entre vós.Outro motivo da minha visita é a assinatura e entrega da Exortação apostólica pós-sinodal da Assembleia Especial para o Médio Oriente do Sínodo dos Bispos, Ecclesia in Medio Oriente; trata-se dum importante evento eclesial. Agradeço a todos os Patriarcas católicos que aqui se encontram, e de modo particular ao Patriarca emérito, o amado Cardeal Nasrallah Boutros Sfeir, e ao seu sucessor, o Patriarca Bechara Boutros Raï. Saúdo fraternalmente todos os Bispos do Líbano, bem como aqueles que vieram para rezar comigo e receber das mãos do Papa este documento. Através deles, saúdo com paterno afecto todos os cristãos do Médio Oriente. Destinada ao mundo inteiro, a Exortação propõe-se ser para eles um roteiro para os anos futuros. Alegro-me também por poder encontrar, durante estes dias, numerosas representações das comunidades católicas do vosso país, por podermos celebrar e rezar juntos. A sua presença, o seu compromisso e o seu testemunho são um contributo reconhecido e muito apreciado na vida diária de todos os habitantes do vosso amado país.Desejo saudar também, com grande deferência, os Patriarcas e Bispos ortodoxos que me vieram receber, bem como os representantes das várias comunidades religiosas do Líbano. A vossa presença, queridos amigos, demonstra a estima e colaboração que, no respeito mútuo, desejais promover entre todos. Agradeço-vos pelos vossos esforços e tenho a certeza de que continuareis a procurar caminhos de unidade e concórdia. Não esqueço os acontecimentos tristes e dolorosos que, durante longos anos, atormentaram o vosso lindo país. A convivência feliz de todos os libaneses deve demonstrar a todo o Médio Oriente e ao resto do mundo que, dentro duma nação, pode haver colaboração entre as diversas Igrejas – todas elas membros da única Igreja Católica – num espírito de comunhão fraterna com os outros cristãos e, ao mesmo tempo, a convivência e o diálogo respeitoso entre os cristãos e os seus irmãos de outras religiões. Vós sabeis, tão bem como eu, que este equilíbrio, que é apresentado em toda a parte como um exemplo, é extremamente delicado. Por vezes ameaça romper-se, quando está esticado como um arco ou sujeito a pressões que são muitas vezes de parte ou interessadas, contrárias e estranhas à harmonia e suavidade libanesas. Então é preciso dar provas de real moderação e grande sabedoria; e a razão deve prevalecer sobre a paixão unilateral para favorecer o bem comum de todos. Porventura o grande rei Salomão, que conhecia o rei Hiram de Tiro, não considerava a sabedoria como sendo a virtude suprema!? Por isso a pediu com insistência a Deus, que lhe deu um coração sábio e inteligente (cf. 1 Rs 3, 9-12).Venho também para vos dizer como é importante a presença de Deus na vida de cada um e como a forma de viver juntos – esta convivência de que o vosso país quer dar testemunho – só será profunda se estiver fundada sobre uma visão acolhedora e uma atitude de benevolência para com o outro, se estiver enraizada em Deus que deseja que todos os homens sejam irmãos. O famoso equilíbrio libanês, que quer continuar a ser efectivo, pode-se prolongar graças à boa vontade e ao compromisso de todos os libaneses. Só então será um modelo para os habitantes de toda a região e para o mundo inteiro. Não se trata duma obra meramente humana, mas dum dom de Deus que é preciso pedir com insistência, preservar a todo custo e consolidar resolutamente.Os laços entre o Líbano e o Sucessor de Pedro são históricos e profundos. Senhor Presidente e queridos amigos, venho ao Líbano como peregrino de paz, como amigo de Deus e como amigo dos homens. «Salami ō-tīkum – dou-vos a minha paz», diz Jesus Cristo (Jo 14, 27). E hoje, além do vosso país, dirijo-me em espírito também a todos os países do Médio Oriente como peregrino de paz, como amigo de Deus e como amigo de todos os habitantes de todos os países da região, independentemente da sua filiação e da sua crença. Também a eles Jesus Cristo diz: «Salami ō-tīkum». As vossas alegrias e as vossas tribulações estão continuamente presentes na oração do Papa, pedindo a Deus que vos acompanhe e console. Posso assegurar-vos que rezo de maneira particular por todos os que sofrem nesta região, e são tantos! A estátua de São Maron recorda-me aquilo que vós viveis e suportais.Senhor Presidente, o seu país preparou-me uma recepção calorosa, um magnífico acolhimento – o acolhimento que se reserva a um irmão amado e respeitado. Verdadeiramente digno é o seu país do «Ahlan wa Sahlan» libanês; já o é agora e sê-lo-á ainda mais daqui para diante. Estou feliz por estar com todos vós. Que Deus vos abençoe a todos (Lè yo barèk al-Rab jami’a kôm!). Obrigado.

Fonte: RV

BENTO XVI: FUNDAMENTALISMO É FALSIFICAÇÃO DA RELIGIÃO



Bento XVI em colóquio com jornalistas durante voo para o Líbano: fundamentalismo é falsificação da religião



Cidade do Vaticano



- Bento XVI iniciou nesta sexta-feira a 24ª viagem apostólica internacional de seu Pontificado, viagem esta que o levou ao Líbano. Durante o voo para o País dos Cedros, num Airbus A320 da Alitalia, o Santo Padre deteve-se com os jornalistas a bordo para a tradicional coletiva de imprensa.Na coletiva, o Papa tratou de temas fortes como o diálogo com o Islã, a primavera árabe, os temores pela situação dos cristãos na Síria e na área do Oriente Médio, e sobre a ajuda que as Igrejas e os católicos do Ocidente podem lhes dar."Ninguém jamais me aconselhou a renunciar a esta viagem e jamais contemplei essa hipótese, porque sei que quando a situação se complica ainda mais, é aí então que se faz mais necessário um sinal de fraternidade, de encorajamento e de solidariedade."Com essas palavras – respondendo em francês e em italiano às perguntas dos jornalistas –, Bento XVI resumiu os sentimentos com os quais faz essa viagem apostólica ao Líbano, cujo objetivo, acrescentou, num país que já representa uma mensagem de encontro inter-religioso, é, portanto, "convidar ao diálogo, à paz contra a violência, a caminhar juntos para encontrar a solução dos problemas".Respondendo a uma pergunta sobre o imperativo do diálogo com o Islã, hoje num momento de crescimento do extremismo, o Papa ressaltou que "o fundamentalismo é sempre uma falsificação da religião" que, ao invés, convida a difundir a paz de Deus.Portanto, "o empenho da Igreja e das religiões", observou, "é realizar uma purificação dessas tentações, iluminar as consciências e fazer de modo que cada um tenha uma imagem clara de Deus". Em seguida, fez um premente convite ao respeito recíproco, vez que cada um é "imagem de Deus".Foi igualmente incisivo o convite do Pontífice à tolerância, sem a qual, disse, não há verdadeira liberdade.A propósito da primavera árabe e da questão da sobrevivência dos cristãos, minorias naquelas áreas, Bento XVI quis ressaltar que um desejo de maior democracia, de liberdade, de cooperação é por si positivo, é um "progresso", mas que se pode crescer somente na partilha, no viver juntos com determinadas regras.Devemos fazer tudo o que for possível para que "o conceito de liberdade, o desejo de liberdade caminhe na direção justa e não se esqueça a tolerância e a reconciliação, que são elementos fundamentais da própria liberdade", observou.Em relação à situação na Síria, o Papa ressaltou que é necessário promover todos os gestos possíveis, inclusive materiais, para favorecer o fim da guerra e da violência.O perigo de os cristãos irem embora destas terras é "grande", observou, embora fujam também muçulmanos. Nesse sentido, "o cessar das violências seria a ajuda essencial", acrescentou.O Papa afirmou reiteradas vezes que o papel da Igreja é a difusão da mensagem da paz, o empenho em evidenciar que a violência não resolve os problemas, e nesse sentido também a tarefa dos jornalistas é importante, ponderou.Em seguida, o Santo Padre fez um apelo: "ao invés de importar armas, que é um pecado grave, devemos importar as ideias, a paz, a criatividade, aceitar os outros nas adversidades, tornar visível o respeito recíproco das religiões, o respeito pelo homem como criatura de Deus, o amor pelo próximo como elemento fundamental para todas as religiões".Respondendo à pergunta de um dos jornalistas sobre os passos concretos do Ocidente em favor dos irmãos do Oriente Médio, o Papa afirmou que todos devem contribuir.É necessário "influenciar a opinião pública", "convidar os políticos a realmente se empenharem, com todas as forças e com todas as possibilidades, em favor da paz". "Gestos visíveis de solidariedade e dias de oração pública podem ter efeitos reais.Num certo sentido, concluiu Bento XVI, o nosso trabalho "é um trabalho de admoestação, de educação e de purificação muito necessário". (RL)






Fonte: RV

BENTO XVI: VENHO AO LÍBANO COMO PEREGRINO DE PAZ



Bento XVI: Venho ao Líbano como peregrino de paz





Beirute (RV)



– “Venho ao Líbano como peregrino de paz.” A longa espera acabou, pois Bento XVI já se encontra em Beirute, para a sua 24ª viagem apostólica internacional. Depois de pouco mais de três horas de viagem de Roma à capital libanesa, o Pontífice e sua delegação foram recebidos no Aeroporto internacional “Rafiq Hariri” pelo Presidente da República, Michel Sleiman, pelo Patriarca Maronita Béchara Boutros Rai, e outras autoridades civis e eclesiásticas.Após o cerimonial de boas-vindas, tomaram a palavra primeiro do Presidente da República e, a seguir, Bento XVI.O Papa agradeceu a recepção calorosa, “o magnífico acolhimento” – que se reserva a um irmão amado e respeitado. Falou das “excelentes relações” que sempre existiram entre a Santa Sé e o Líbano e do motivo de sua viagem, ou seja, a publicação da Exortação apostólica Pós-Sinodal “Ecclesia in Medio Oriente”. Dirigindo-se a todos os libaneses, Bento XVI afirma que não esquece os acontecimentos “tristes e dolorosos” que, durante longos anos, atormentaram este lindo país. “A convivência feliz de todos os libaneses deve demonstrar a todo o Médio Oriente e ao resto do mundo que, dentro duma nação, pode haver colaboração entre as diversas Igrejas – todas elas membros da única Igreja Católica – num espírito de comunhão fraterna com os outros cristãos e, ao mesmo tempo, a convivência e o diálogo respeitoso entre os cristãos e os seus irmãos de outras religiões.”Este equilíbrio, que é apresentado em toda a parte como um exemplo, é extremamente delicado, disse o Papa. Por vezes, ameaça romper-se. Então, é preciso dar provas de real moderação e grande sabedoria; a razão deve prevalecer sobre a paixão unilateral para favorecer o bem comum de todos.A convivência que o Líbano quer testemunhar, acrescentou, só será profunda se estiver fundada sobre uma atitude de benevolência para com o outro, se estiver enraizada em Deus. Só então será um modelo para os habitantes de toda a região e para o mundo inteiro. Não se trata duma obra meramente humana, mas dum dom de Deus que é preciso pedir com insistência, preservar a todo custo e consolidar resolutamente.“Venho ao Líbano como peregrino de paz, como amigo de Deus e como amigo dos homens”, disse ainda o Papa, citando o lema da sua viagem apostótica: «Salami ō-tīkum – dou-vos a minha paz». E hoje, além deste país, dirijo-me em espírito também a todos os países do Médio Oriente como peregrino de paz, como amigo de Deus e como amigo de todos os habitantes de todos os países da região, independentemente da sua filiação e da sua crença.”Bento XVI garantiu que as alegrias e as tribulações dos povos do Oriente Médio estão continuamente presentes em sua oração, pedindo a Deus que os acompanhe e console. « Posso assegurar que rezo de maneira particular por todos os que sofrem nesta região, e são tantos! Estou feliz por estar com todos vocês. Que Deus os abençoe a todos.No final da cerimônia, o Papa deixou o Aeroporto de Beirute em direção à Nunciatura Apostólica de Harissa, a 37 km da capital, onde ficará hospedado nesses três dias de visita.À tarde, o evento que aguarda Bento XVI se realizará na Basílica Greco-melquita de São Paulo, para a assinatura da Exortação Apostólica “Ecclesia in Medio Oriente”, na presença de todos os patriarcas e bispos da região.A Rádio Vaticano transmitirá este evento a partir do meio-dia, horário de Brasília, com comentários em português.

Fonte: RV


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Conheça mais sobre Beirute, capital libanesa que recebe o Papa

Da Redação, com Serviço de Informação do Vaticano

O Papa Bento XVI inicia amanhã sua 24ª viagem apostólica, desta vez com destino ao Líbano, onde apresentará, neste domingo, 16, a Exortação Apostólica Pós-Sinodal da Assembleia Especial para o Oriente Médio do Sínodo dos Bispos, realizado no Vaticano em outubro de 2010.

Acesse
.: Programação da viagem de Bento XVI ao Líbano


A capital do país é Beirute, cuja população cresce progressivamente devido à sua importância comercial e ao êxodo massivo de refugiados cristãos que escapavam dos massacres das montanhas libanesas em 1860.

Na sequência do trabalho de pacificação pelas grandes potências, chegam os missionários protestantes (Grã Bretanha, Estados Unidos e Alemanha) e católicos, sobretudo da França.

Beirute tem cinco dioceses: Beirute dos Maronistas (sede episcopal desde 1577), que conta com 232.000 fiéis; Beirute dos Greco-Melkitas e Jbeil dos Greco-Melkitas, cujos fiéis são 200.000; Beirute dos Armenios, com 12.000 fiéis; Beirute para os caldeus, com 19.000 fiéis e Beirute dos Sírios, com 14.500 fieis.

O vicariato apostólico é Beirute dos Latinos que tem 10.000 fiéis e cujo vigário é Dom Paul Dahdah O.C.D.

Fonte: Canção Nova