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NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

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CAPELA DE NOSSA SENHORA DA MEDALHA MILAGROSA

Uma Capela cheia de segredos !Você quer descobri-la conosco? Saiba, antes de tudo, que a Casa Mãe da Companhia das Filhas da Caridade era o antigo "Hotel de Châtillon". Este, foi concedido à Companhia, em 1813, por Napoleão Bonaparte, depois da tormenta da Revolução Francesa. Imediatamente, começa a construção da Capela.A 8 de agosto de 1813, realizou-se a bênção solene da Capela dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. Em 1830, aconteceram então as aparições. Aumentou o numero de vocações.Foi necessário transformar a Capela, que passa então por várias modificações. Em 1930, por ocasião do centenário das apariçes, uma nova reforma nos mostra a Capela tal como a vemos hoje.Agora, a você a oportunidade de visitá-la!
http://www.chapellenotredamedelamedaillemiraculeuse.com

Visita a Capela da Medalha Milagrosa, localizada na Rue du Bac, 140 - Paris

Visita a Capela da Medalha Milagrosa, localizada na Rue du Bac, 140 - Paris
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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

2009 - ANO TRÁGICO PARA A IGREJA CATÓLICA

ANO TRÁGICO PARA A IGREJA CATÓLICA


Cidade do Vaticano, 30 dez (RV)

- A Fides, agência do Vaticano para o mundo missionário, revelou que 37 agentes pastorais foram assassinados enquanto desempenhavam a sua missão nos cinco continentes, no ano de 2009. O número é praticamente o dobro em relação a 2008 (20) e o mais alto na última década. O elenco dessas mortes refere-se não só aos missionários “ad gentes”, mas a todo o pessoal eclesiástico que morreu de forma violenta ou que sacrificou a sua vida consciente do risco que corria. As 37 mortes ocorridas em 2009 referem-se a 30 sacerdotes, duas religiosas, dois seminaristas e três voluntários, leigos.Nesta quarta-feira, 30 de dezembro, a Fides publica um elenco com notas biográficas, informações sobre a circunstância das mortes e uma panorâmica por continentes. Os números da Agência mostram ainda que desde 1980 morreram 949 missionários, com destaque para as vítimas provocadas pelo genocídio do Ruanda, em 1994. Desde 2001 foram registradas pela agência do Vaticano 220 mortes. (SP)


Fonte: RV

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

FAMÍLIA É DE SUMA IMPORTÂNCIA PARA A HUMANIDADE

BENTO XVI: FAMÍLIA É DE SUMA IMPORTÂNCIA PARA A HUMANIDADE

Cidade do Vaticano,

– Com o Angelus deste domingo, na Praça S. Pedro, Bento XVI se uniu, em conexão ao vivo, aos participantes da "Festa das Famílias" – encontro que a província eclesiástica de Madri, encabeçada por seu arcebispo, Card. Antonio María Rouco Varela, organiza pelo terceiro ano consecutivo. "Deus, vindo ao mundo no seio de uma família, manifesta que esta instituição é o caminho certo para encontrá-Lo e conhecê-Lo, assim como um chamado permanente a trabalhar pela unidade de todos em torno do amor" – afirmou o papa.De modo que um dos maiores serviços que os cristãos podem prestar aos outros é oferecer nosso testemunho sereno e firme da família fundada no matrimônio entre um homem e uma mulher, protegendo-a e promovendo-a, pois ela é de suma importância para o presente e o futuro da humanidade, acrescentou o pontífice. De fato, a família é a melhor escola onde se aprende a viver os valores que dignificam a pessoa e fazem grandes os povos. "Peço a Deus que em seus lares se respire sempre esse amor de total entrega e fidelidade que Jesus trouxe ao mundo com seu nascimento, alimentando-o e fortalecendo-o com a oração cotidiana, a prática constante das virtudes, a recíproca compreensão e o respeito mútuo." Cerca de um milhão de fiéis participaram esta manhã na Praça de Lima, em Madri, da missa presidida pelo arcebispo da cidade. "O futuro da Europa passa pela família" foi o tema do evento organizado pela Conferência Episcopal Espanhola, em defesa das raízes cristãs da cultura européia. Concelebraram a missa do meio-dia 43 bispos espanhóis e 14 europeus. (BF)

Fonte: RV

domingo, 27 de dezembro de 2009

SAGRADA FAMÍLIA

A vida da Sagrada Família em Nazaré


A realidade dominante do que terá sido a vida de Jesus, Maria e José em sua pequena cidade de Nazaré, onde José exerceu a profissão de carpinteiro, foi a simplicidade.

Se bem que de descendência ilustre, por parte de seus antepassados - pois descendia do rei David – a Sagrada Família levava uma vida modesta, em meio a uma numerosa parentela, constituindo um lar nem pobre, nem rico, ganhando o pão de cada dia com o suor de seu rosto, respeitando as leis administrativas e sociais de seu povo.

No ritmo da oração comunitária na sinagoga, os ritos e as numerosas festas religiosas do judaísmo (onde, entre outros, o rito da circuncisão, a festa das Tendas, a peregrinação ao templo de Jerusalém), a vida de oração da Sagrada Família era, exteriormente, a de todo bom israelita praticante daquela época.

Portanto, por trás da modéstia deste comportamento respeitoso dos usos e costumes de sua cultura, a Sagrada Família vivia uma realidade tão grandiosa que apenas o silêncio e a discrição poderiam assegurar, ao Lar de Nazaré, a serenidade necessária ao desenvolvimento do plano de Deus, o nascimento do Messias, tão esperado pelo povo hebreu, depois de tantos séculos. Serenidade também para zelar pela infância e adolescência de Jesus, o Cristo Salvador do mundo, até que ele alcançasse sua plena maturidade de homem e pudesse iniciar sua vida pública e a pregação de seu Evangelho.

Foi efetivamente na humilde morada de Nazaré que começaram a se desenrolar, entre os membros da Sagrada Família, as primeiras páginas do Novo Testamento que o Céu, em seu Verbo, se fez carne e veio se doar aos homens, por amor e pela salvação de todos.

O testemunho do Cristo e de seus pais demonstra, também, o imenso resplendor que pode atingir uma vida familiar comum, vivenciada em Deus, na simplicidade e num grande amor compartilhado.

sábado, 26 de dezembro de 2009

URBI ET ORBI DE BENTO XVI

MENSAGEM URBI ET ORBI DE BENTO XVI
Cidade do Vaticano,

- Publicamos na íntegra, a mensagem "Urbi et Orbi" de Bento XVI, no dia de Natal.

Queridos irmãos e irmãs de Roma e do mundo inteiro,e vós todos, homens e mulheres amados pelo Senhor! «Lux fulgebit hodie super nos,quia natus est nobis Dominus. Hoje sobre nós resplandecerá uma luzporque nasceu para nós o Senhor»(Missal Romano: Antífona de Entrada, da Missa da Aurora no Natal do Senhor).A liturgia da Missa da Aurora lembrou-nos que a noite já passou, o dia vai alto; a luz que procede da gruta de Belém resplandece sobre nós. Todavia a Bíblia e a Liturgia não nos falam da luz natural, mas de uma luz diferente, especial, de algum modo apontada e orientada para um «nós», o mesmo «nós» para quem o Menino de Belém «nasceu». Este «nós» é a Igreja, a grande família universal dos que acreditam em Cristo, que aguardaram com esperança o novo nascimento do Salvador e hoje celebram no mistério a perene atualidade deste acontecimento. No princípio, ao redor da manjedoura de Belém, aquele «nós» era quase invisível aos olhos dos homens. Como nos diz o Evangelho de São Lucas, englobava, para além de Maria e José, poucos e humildes pastores que acorreram à gruta avisados pelos Anjos. A luz do primeiro Natal foi como um fogo aceso na noite. À volta tudo estava escuro, enquanto na gruta resplandecia a luz verdadeira «que ilumina todo o homem» (Jo 1, 9). E no entanto tudo acontece na simplicidade e no escondimento, segundo o estilo com que Deus age em toda a história da salvação. Deus ama acender luzes circunscritas, para iluminarem depois ao longe e amplamente. A Verdade, como o Amor, que são o seu conteúdo, se acendem onde a luz é acolhida, difundindo-se depois em círculos concêntricos, quase por contato, nos corações e mentes de quantos, abrindo-se livremente ao seu esplendor, se tornam por sua vez fontes de luz. É a história da Igreja que inicia o seu caminho na pobre gruta de Belém e, através dos séculos, se torna Povo e fonte de luz para a humanidade. Também hoje, por meio daqueles que vão ao encontro do Menino, Deus ainda acende fogueiras na noite do mundo para chamar os homens a reconhecerem em Jesus o «sinal» da sua presença salvífica e libertadora e estender o «nós» dos crentes em Cristo à toda humanidade. Onde quer que haja um «nós» que acolhe o amor de Deus, aí resplandece a luz de Cristo, mesmo nas situações mais difíceis. A Igreja, como a Virgem Maria, oferece ao mundo Jesus, o Filho, que Ela própria recebeu como dom e que veio para libertar o homem da escravidão do pecado. Como Maria, a Igreja não tem medo, porque aquele Menino é a sua força. Mas, não O guarda para si: O oferece a quantos O procuram de coração sincero, aos humildes da terra e aos aflitos, às vítimas da violência, a quantos suspiram pelo bem da paz. Também hoje, à família humana profundamente marcada por uma grave crise, certamente econômica mas antes ainda moral, e por dolorosas feridas de guerras e conflitos, a Igreja, com o estilo da partilha e da fidelidade ao homem, repete com os pastores: «Vamos até Belém» (Lc 2, 15), lá encontraremos a nossa esperança.O «nós» da Igreja vive lá onde Jesus nasceu, na Terra Santa, para convidar os seus habitantes a abandonarem toda a lógica de violência e vingança e a se comprometerem com renovado vigor e generosidade no caminho para uma convivência pacífica. O «nós» da Igreja está presente em outros países do Oriente Médio. Como não pensar na atribulada situação do Iraque e no «pequenino rebanho» de cristãos que vive na Região? Às vezes sofre violências e injustiças, mas está sempre disposto a oferecer a sua própria contribuição para a edificação da convivência civil contrária à lógica do conflito e rejeição do vizinho. O «nós» da Igreja atua no Sri Lanka, na Península Coreana e nas Filipinas, e ainda noutras terras asiáticas, como fermento de reconciliação e de paz. No continente africano, não cessa de erguer a voz até Deus para implorar o fim de toda a prepotência na República Democrática do Congo; convida os cidadãos da Guiné e do Níger ao respeito dos direitos de cada pessoa e ao diálogo; aos de Madagáscar pede para superarem as divisões internas e se acolherem reciprocamente; a todos lembra que são chamados à esperança, não obstante os dramas, provações e dificuldades que continuam a afligi-los. Na Europa e na América do Norte, o «nós» da Igreja incita a superar a mentalidade egoísta e tecnicista, a promover o bem comum e a respeitar as pessoas mais débeis, a começar por aquelas que ainda estão por nascer. Em Honduras, ajuda a retomar o caminho institucional; em toda a América Latina, o «nós» da Igreja é fator de identidade, plenitude de verdade e caridade que nenhuma ideologia pode substituir, apelo ao respeito dos direitos inalienáveis de cada pessoa e ao seu desenvolvimento integral, anúncio de justiça e fraternidade, fonte de unidade.Fiel ao mandato do seu Fundador, a Igreja é solidária com aqueles que são atingidos pelas calamidades naturais e pela pobreza, mesmo nas sociedades opulentas. Frente ao êxodo de quantos emigram da sua terra e são arremessados para longe pela fome, a intolerância ou a degradação ambiental, a Igreja é uma presença que chama ao acolhimento. Numa palavra, a Igreja anuncia por toda a parte o Evangelho de Cristo, apesar das perseguições, das discriminações, dos ataques e da indiferença, por vezes hostil, mas que lhe permitem partilhar a sorte do seu Mestre e Senhor.Queridos irmãos e irmãs, que grande dom é fazer parte de uma comunhão que é para todos! É a comunhão da Santíssima Trindade, de cujo seio desceu ao mundo o Emanuel, Jesus, Deus-connosco. Como os pastores de Belém, contemplamos cheios de maravilha e gratidão este mistério de amor e de luz! Boas-festas de Natal a todos!

Fonte: RV

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

A HISTÓRIA DA IGREJA INICIA SEU CAMINHO NA POBRE GRUTA DE BELÉM

BENTO XVI: A HISTÓRIA DA IGREJA INICIA SEU CAMINHO NA POBRE GRUTA DE BELÉM

Cidade do Vaticano, 25 dez (RV)

- O Santo Padre concedeu hoje ao meio-dia do balcão central da Basílica de São Pedro, a tradicional bênção "Urbi et Orbi" (à cidade de Roma e ao mundo inteiro).Em sua mensagem natalina proferida aos fiéis provenientes de várias partes do mundo, o papa ressaltou que a liturgia do Natal não nos fala de uma luz natural, mas de uma luz diferente, especial, de alguma forma apontada e orientada para um nós, "o mesmo nós para quem o Menino de Belém nasceu. Este nós é a Igreja, a grande família universal dos que acreditam em Cristo, que aguardaram com esperança o novo nascimento do Salvador e hoje celebram no mistério a perene atualidade deste acontecimento" – frisou Bento XVI.O Santo Padre disse ainda que a princípio aquele nós, ao redor da manjedoura de Belém, era quase invisível aos olhos dos homens, como nos diz o Evangelho de São Lucas, englobava, além de Maria e José, poucos e humildes pastores que correram à gruta, avisados pelos anjos. "A luz do primeiro Natal foi como um fogo aceso à noite. Ao redor tudo estava escuro, enquanto na gruta resplandecia a luz verdadeira que ilumina todo homem" – disse o papa – acrescentando: "é a história da Igreja que inicia o seu caminho na pobre gruta de Belém e, através dos séculos, se torna povo e fonte de luz para a humanidade. Também hoje, por meio daqueles que vão ao encontro do Menino, Deus ainda acende fogueiras na noite do mundo para convidar os homens a reconhecerem em Jesus o sinal da sua presença salvífica e libertadora e estender o nós dos fiéis em Cristo a toda humanidade."O Santo Padre frisou ainda "que onde estiver um nós que acolhe o amor de Deus, aí resplandece a luz de Cristo, mesmo nas situações mais difíceis"."A Igreja, como a Virgem Maria, oferece ao mundo Jesus, o Filho, que Ela recebeu como dom e que veio para libertar o homem da escravidão do pecado. Como Maria, a Igreja não tem medo, porque aquele Menino é a sua força e o oferece às pessoas que o procuram com coração sincero, aos humildes da terra e aos aflitos, às vítimas da violência, aos desejam o bem da paz. Também hoje, à família humana profundamente marcada por uma grave crise, certamente econômica, mas também moral, e por dolorosas feridas de guerras e conflitos, a Igreja, com o estilo da partilha e da fidelidade ao homem, repete com os pastores: Vamos a Belém (Lc 2, 15), lá encontraremos a nossa esperança" – ressaltou o pontífice.Bento XVI sublinhou que o nós da Igreja vive no território onde Jesus nasceu, na Terra Santa, para convidar seus habitantes a abandonarem toda a lógica de violência e vingança. O nós da Igreja está presente em outros países do Oriente Médio, como o Iraque, no pequenino rebanho de cristãos que vive naquela região, que passa por várias tribulações. O Santo Padre disse ainda que nós da Igreja, está em Sri Lanka, na Coreia, nas Filipinas, e outras terras asiáticas, como fermento de reconciliação e de paz. "No continente africano, não cessa de erguer a voz a Deus para implorar o fim de toda a prepotência na República Democrática do Congo; convida os cidadãos da Guiné e do Níger ao respeito pelos direitos de cada pessoa e ao diálogo; aos de Madagascar pede para superarem as divisões internas e acolherem-se reciprocamente; a todos lembra que são chamados à esperança, não obstante os dramas, provações e dificuldades que continuam a afligi-los" – frisou Bento XVI."Na Europa e na América do Norte - disse ainda o papa - o nós da Igreja convida a superar a mentalidade egoísta e tecnicista, a promover o bem comum e a respeitar os mais vulneráveis, começando pelos nascituros. Em Honduras, ajuda a retomar o caminho institucional; em toda a América Latina, o nós da Igreja é fator de identidade, plenitude de verdade e caridade que nenhuma ideologia pode substituir, apelo em favor do respeito dos direitos inalienáveis de cada pessoa e ao seu desenvolvimento integral, anúncio de justiça e fraternidade, fonte de unidade".O Santo Padre concluiu sua mensagem, dizendo "que a Igreja é solidária com aqueles que são atingidos pelas calamidades naturais e pela pobreza, mesmo nas sociedades opulentas" e que diante do êxodo das pessoas que emigram por causa da fome, da intolerância ou da degradação ambiental, "a Igreja é uma presença que chama ao acolhimento".O papa desejou um Feliz Natal aos fiéis e peregrinos em várias línguas. Ouçamos suas felicitações natalinas em língua portuguesa. Bento XVI concluiu a cerimônia concedendo a todos a sua bênção apostólica. (MJ)

Fonte: RV

O SENHOR ESTÁ PRESENTE!

PAPA: O SENHOR ESTÁ PRESENTE!

Cidade do Vaticano, 25 dez (RV)

- Leia a seguir a homilia do Santo Padre na missa da noite de Natal:

Amados irmãos e irmãs,«Um Menino nasceu para nós, um filho nos foi dado» (Is 9, 5). Aquilo que Isaías, olhando ao longe para o futuro, diz a Israel como consolação nas suas angústias e obscuridade, o Anjo, de quem emana uma nuvem de luz, anuncia-o aos pastores como presente: «Nasceu-vos hoje, um Salvador, que é o Messias Senhor, na cidade de David,» (Lc 2, 11). O Senhor está presente. Desde então, Deus é verdadeiramente um «Deus conosco». Já não é o Deus distante, que, através da criação e por meio da consciência, se pode de algum modo intuir de longe. Ele entrou no mundo. É o Vizinho. Disse-o Cristo ressuscitado aos seus, a nós: «Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos tempos» (Mt 28, 20). Nasceu para vós o Salvador: aquilo que o Anjo anunciou aos pastores, Deus no-lo recorda agora por meio do Evangelho e dos seus mensageiros. Trata-se de uma notícia que não pode deixar-nos indiferentes. Se é verdadeira, mudou tudo. Se é verdadeira, diz respeito a mim também. Então, como os pastores, devo dizer também eu: Levantemo-nos, quero ir a Belém e ver a Palavra que aconteceu lá. Não é sem intuito que o Evangelho nos narra a história dos pastores. Estes mostram-nos o modo justo como responder àquela mensagem que nos é dirigida também a nós. Que nos dizem então estas primeiras testemunhas da encarnação de Deus? A respeito dos pastores, diz-se em primeiro lugar que eram pessoas vigilantes e que a mensagem pôde chegar até eles precisamente porque estavam acordados. Nós temos de despertar, para que a mensagem chegue até nós. Devemos tornar-nos pessoas verdadeiramente vigilantes. Que significa isto? A diferença entre um que sonha e outro que está acordado consiste, antes de mais nada, no fato de aquele que sonha se encontrar num mundo particular. Ele está, com o seu eu, fechado neste mundo do sonho que é apenas dele e não o relaciona com os outros. Acordar significa sair desse mundo particular do eu e entrar na realidade comum, na única verdade que a todos une. O conflito no mondo, a recíproca inconciliabilidade derivam do fato de estarmos fechados em nossos próprios interesses e opiniões pessoais, em nosso próprio e minúsculo mundo privado. O egoísmo, tanto do grupo como do indivíduo, mantém-nos prisioneiros em nossos interesses e desejos, que contrastam com a verdade e dividem-nos uns dos outros. Acordai: diz-nos o Evangelho. Vinde para fora, a fim de entrar na grande verdade comum, na comunhão do único Deus. Acordar significa, portanto, desenvolver a sensibilidade para com Deus, para com os sinais silenciosos pelos quais Ele quer nos guiar, para os múltiplos indícios da sua presença. Há pessoas que se dizem «religiosamente desprovidas de ouvido musical». A capacidade de perceber Deus parece quase uma qualidade que é recusada por alguns. E, realmente, a nossa maneira de pensar e agir, a mentalidade do mundo actual, a gama das nossas diversas experiências parecem talhadas para reduzir a nossa sensibilidade a Deus, para nos tornar «desprovidos de ouvido musical» a respeito d’Ele. E todavia em cada alma está presente de maneira velada ou patente a expectativa de Deus, a capacidade de encontrá-Lo. A fim de obter esta vigilância, este despertar para o essencial, queremos rezar, por nós mesmos e pelos outros, por quantos parecem ser «desprovidos deste ouvido musical» e contudo neles está vivo o desejo de que Deus Se manifeste. O grande teólogo Orígenes disse: Se eu tivesse a graça de ver como viu Paulo, poderia agora (durante a Liturgia) contemplar um falange imensa de Anjos (cf. In Lc 23, 9). De facto, na Liturgia sagrada, rodeiam-nos os Anjos de Deus e os Santos. O próprio Senhor está presente no meio de nós. Senhor, abri os olhos dos nossos corações, para nos tornarmos vigilantes e videntes e assim podermos estender a vossa proximidade também aos outros!Voltemos ao Evangelho de Natal. Aí se narra que os pastores, depois de ter ouvido a mensagem do Anjo, disseram uns para os outros: «“Vamos até Belém” (…). Partiram então a toda a pressa» (Lc 2, 15s). «Apressaram-se»: diz, literalmente, o texto grego. O que lhes fora anunciado era tão importante que deviam ir imediatamente. Com efeito, o que lhes fora dito ultrapassava totalmente aquilo a que estavam habituados. Mudava o mundo. Nasceu o Salvador. O esperado Filho de David veio ao mundo na sua cidade. Que podia haver de mais importante? Impelia-os certamente a curiosidade, mas sobretudo o alvoroço pela realidade imensa que fora comunicada precisamente a eles, os pequenos e homens aparentemente irrelevantes. Apressaram-se… sem demora. Na nossa vida ordinária, as coisas não acontecem assim. A maioria dos homens não considera prioritárias as coisas de Deus. Estas não nos premem de forma imediata. E assim nós, na grande maioria, estamos prontos a adiá-las. Antes de tudo faz-se aquilo que se apresenta como urgente aqui e agora. No elenco das prioridades, Deus Se encontra frequentemente quase no último lugar. Isto – pensa-se – poder-se-á realizar sempre. O Evangelho diz-nos: Deus tem a máxima prioridade. Se alguma coisa na nossa vida merece a nossa pressa sem demora, isso só pode ser a causa de Deus. Diz uma máxima da Regra de São Bento: «Nada antepor à obra de Deus (isto é, ao ofício divino)». Para os monges, a Liturgia é a primeira prioridade; tudo o mais vem depois. Mas, no seu núcleo, esta frase vale para todo o homem. Deus é importante, a realidade absolutamente mais importante da nossa vida. É precisamente esta prioridade que nos ensinam os pastores. Deles queremos aprender a não deixar-nos esmagar por todas as coisas urgentes da vida de cada dia. Deles queremos aprender a liberdade interior de colocar em segundo plano outras ocupações – por mais importantes que sejam – a fim de nos encaminharmos para Deus, a fim de O deixarmos entrar na nossa vida e no nosso tempo. O tempo empregue para Deus e, a partir d’Ele, para o próximo nunca é tempo perdido. É o tempo em que vivemos de verdade, em que vivemos o ser próprio de pessoas humanas.Alguns comentadores observam que foram os pastores, as almas simples, os primeiros que buscaram a Jesus na manjedoura e puderam encontrar o Redentor do mundo. Os sábios vindos do Oriente, os representantes daqueles que possuem classe e nome chegaram muito mais tarde. E os comentadores acrescentam: O motivo é totalmente óbvio. De fato, os pastores habitavam perto. Não tinham de fazer mais nada senão «atravessar» (cf. Lc 2, 15), como se atravessa um breve espaço para ir ter com os vizinhos. Ao contrário, os sábios habitavam longe. Tinham de percorrer um caminho longo e difícil para chegar a Belém. E precisavam de guia e de orientação. Pois bem, hoje também existem almas simples e humildes que habitam muito perto do Senhor. São, por assim dizer, os seus vizinhos e podem facilmente ir ter com Ele. Mas a maior parte de nós, homens modernos, vive longe de Jesus Cristo, d’Aquele que Se fez homem, de Deus que veio para o nosso meio. Vivemos em filosofias, em negócios e ocupações que nos enchem totalmente e a partir dos quais o caminho para a manjedoura é muito longo. De variados modos e repetidamente, Deus tem de nos impelir e dar u'a mão para podermos sair do emaranhado dos nossos pensamentos e ocupações e encontrar o caminho para Ele. Mas há um caminho para todos. Para todos, o Senhor estabelece sinais pessoalmente adequados. Chama-nos a todos, para que nos seja possível também dizer: Levantemo-nos, «atravessemos», vamos a Belém, até junto d’Aquele Deus que veio ao nosso encontro. Sim, Deus Se dirigiu para nós. Sozinhos, não poderíamos chegar até Ele. O caminho supera as nossas forças. Mas Deus desceu. Vem ao nosso encontro. Percorreu a parte mais longa do caminho. Agora pede-nos: Vinde e vede quanto vos amo. Vinde e vede que Eu estou aqui. Transeamus usque Bethleem: diz a Bíblia latina. Atravessemos para o outro lado! Ultrapassemo-nos a nós mesmos! Façamo-nos viandantes rumo a Deus dos mais variados modos: sentindo-nos interiormente a caminho para Ele; mas também em caminhos muito concretos, como na Liturgia da Igreja, no serviço do próximo onde Cristo me espera.Ouçamos uma vez mais diretamente o Evangelho. Os pastores dizem uns aos outros o motivo por que se põem a caminho: «Vamos ver o que aconteceu». Literalmente o texto grego diz: «Vejamos esta Palavra, que lá aconteceu». Sim, aqui está a novidade desta noite: a Palavra pode ser vista, porque Se fez carne. Aquele Deus de quem não se deve fazer qualquer imagem, porque toda a imagem poderia apenas reduzi-Lo, antes desvirtuá-Lo, aquele Deus tornou-Se, Ele mesmo, visível n’Aquele que é a sua verdadeira imagem, como diz Paulo (cf. 2 Cor 4, 4; Col 1, 15). Na figura de Jesus Cristo, em todo o seu viver e operar, no seu morrer e ressuscitar, podemos ver a Palavra de Deus e, consequentemente, o próprio mistério do Deus vivo. Deus é assim. O Anjo dissera aos pastores: «Isto vos servirá de sinal: achareis um Menino envolto em panos e deitado numa manjedoura» (Lc 2, 12; cf. 16). O sinal de Deus, o sinal que é dado aos pastores e a nós não é um milagre impressionante. O sinal de Deus é a sua humildade. O sinal de Deus é que Ele Se faz pequeno; torna-Se menino; deixa-Se tocar e pede o nosso amor. Quanto desejaríamos nós, homens, um sinal diverso, imponente, irrefutável do poder de Deus e da sua grandeza! Mas o seu sinal convida-nos à fé e ao amor e assim nos dá esperança: assim é Deus. Ele possui o poder e é a Bondade. Convida a tornarmo-nos semelhantes a Ele. Sim, tornamo-nos semelhantes a Deus, se nos deixarmos plasmar por este sinal; se aprendermos, nós mesmos, a humildade e deste modo a verdadeira grandeza; se renunciarmos à violência e usarmos apenas as armas da verdade e do amor. Orígenes, na linha de uma palavra de João Batista, viu expressa a essência do paganismo no símbolo das pedras: paganismo é falta de sensibilidade, significa um coração de pedra, que é incapaz de amar e de perceber o amor de Deus. Orígenes diz a respeito dos pagãos: «Desprovidos de sentimento e de razão, transformam-se em pedras e madeira» (In Lc 22, 9). Mas Cristo quer nos dar um coração de carne. Quando O vemos, ao Deus que Se tornou um menino, abre-se-nos o coração. Na Liturgia da Noite Santa, Deus vem até nós como homem, para nos tornarmos verdadeiramente humanos. Escutemos uma vez mais Orígenes: «Com efeito, de que te aproveitaria Cristo ter vindo uma vez na carne, se Ele não chegasse até à tua alma? Oremos para que venha diariamente a nós e possamos dizer: vivo, contudo já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim (Gal 2, 20)» (In Lc 22, 3).Sim, por isto queremos rezar nesta Noite Santa. Senhor Jesus Cristo, Vós que nascestes em Belém, vinde a nós! Entrai em mim, na minha alma. Transformai-me. Renovai-me. Fazei que eu e todos nós, de pedra e madeira que somos, nos tornemos pessoas vivas, nas quais se torna presente o vosso amor e o mundo é transformado.

Fonte: RV

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

REFLEXÃO PARA A NOITE DE NATAL


REFLEXÃO PARA A NOITE DE NATAL


Cidade do Vaticano, 24 dez (RV)

- A 1ª leitura da noite de hoje deve ser refletida à luz do nascimento, da morte e da ressurreição de Jesus, como devem ser relidos todos os texto do Antigo Testamento. Mas vejamos Isaías: “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz, uma luz raiou para os que habitavam uma terra sombria como a morte.” Situamo-nos diante de uma nova criação. Deus vai restaurar a justiça, pondo ordem no caos. É a nova criação!“Porque o jugo que pesava sobre eles, a canga posta sobre seus ombros, o bastão do opressor, tu o despedaçaste como no dia de Madiã.” Na nova sociedade não haverá opressão. Deus elimina os instrumentos que a possibilita. Serão eliminados os instrumentos de opressão e o ressentimento, pois tudo aquilo que causa opressão e a faz reviver no coração, tudo aquilo que faz perenizar a dor, será eliminado.“Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado..., e lhe foi dado este nome: Conselheiro maravilhoso, Deus-forte, Pai-eterno, Príncipe-da-paz,” A razão deste júbilo, desta esperança, está na chegada de um menino que é identificado como gestor da nova sociedade na qual o pobre, o pequeno serão respeitados e a justiça imperará. No Evangelho, vemos a chegada desse menino já mudando os conceitos desde seu nascimento. Ele nasce como migrante, em um estábulo, em meio a animais, porque não havia lugar para acomodá-lo; seu berço não é o certamente preparado por José, mas uma manjedoura, e suas visitas são pobres pastores. A história do nascimento de Jesus é bem diferente do que costumamos ouvir quando se trata do nascimento de príncipes e filhos de classes abastadas. Também é muito diferente do nascimento do filho de classe pobre. Jesus nasceu durante uma viagem, fora da proteção de uma casa e longe dos parentes.A única diferença é que seu nascimento, como Salvador, como o Messias, é anunciado por anjos, mas aos pastores e não aos poderosos. Mais ainda, aos pastores é dada a missão de comunicá-la ao povo.Ora, a grande novidade, a notícia mais importante que o mundo poderia receber, vem diretamente de Deus e vai aos desprestigiados, aos impuros, aos marginalizados, e são eles que deverão levá-la aos demais. A Carta a Tito nos fala da mudança de nossa vida por causa vinda de Jesus. Peçamos ao Senhor, para nós e para as pessoas que amamos, uma mudança de valores. Que deixemos aquilo que traduz a riqueza deste mundo, que é passageira e caduca, e assumamos de vez as riquezas anunciadas pelo Menino de Belém, porque elas nos satisfazem plenamente e para sempre. São eternas!
Feliz Natal!

Fonte: RV

MISSA DO GALO

MISSA DO GALO PRESIDIDA POR BENTO XVI

Cidade do Vaticano, 24 dez (RV)

– Últimos preparativos para realizar, esta noite, na Basílica vaticana, a celebração da Santa Missa na Solenidade do Natal do Senhor.Este ano, a Missa presidida por Bento XVI terá início às 22h, horário italiano (19h, horário de Brasília), e será retransmitida pela Rádio Vaticano com comentários em português.Na Praça S. Pedro, o tradicional presépio que fica ao lado da árvore de natal será inaugurado hoje, e poderá ser admirado até meados de fevereiro.No Angelus de domingo passado, Bento XVI recordou que, como nos tempos de Jesus, o Natal não é uma fábula para crianças, mas a resposta de Deus ao drama da humanidade em busca da verdadeira paz. "Ele mesmo será a paz!" – diz o profeta Miquéias, referindo-se ao Messias.A nós, cabe abrir, descerrar as portas para acolhê-Lo, aprender com Maria e José a nos colocar a serviço do desígnio de Deus: "Mesmo que nós não o compreendamos plenamente, confiemo-nos à sua sabedoria e bondade. Procuremos, antes de tudo, o Reino de Deus, e a Providência nos ajudará. Bom Natal a todos!".

Fonte: RV

NOITE DE NATAL NO VATICANO

Papa abre festa de Natal no Vaticano com Círio da Paz e presépio

Pessoas observam decoração de Natal na Praça de São Pedro, no Vaticano, a algumas horas da Missa do Galo

da Folha Online
O papa Bento 16 apareceu na janela de seu aposento nesta quarta-feira para acender o Círio da Paz e inaugurar o Portal de Belém, dois ritos que dão início à festa de Natal no Vaticano. À meia-noite, o papa celebra a Missa do Galo, na Basílica de São Pedro.
Neste ano, o Portal de Belém, da Praça de São Pedro, é ambientado na Belém do nascimento de Jesus. O presépio foi colocado em uma humilde pousada, coberto de feixes de lenha, e em um cantinho da muralha da cidade. Há, ao fundo do portal, uma torre e, ao longo da muralha, várias casas de camponeses.
O presépio possui 20 figuras de tamanho natural criadas em 1842.
Com a escolha, o portal retoma a tradição que havia sido quebrada ano passado, quando a decoração foi ambientada em Nazaré.

Outras autoridades do Vaticano também participaram da inauguração do portal. O secretário de Estado, cardeal Tarcisio Bertone, fez uma oração pela paz na qual lembrou as famílias que sofrem com a crise econômica e os cristãos perseguidos ao redor do mundo, como os que vivem no Estado de Orissa, na Índia, ou no Iraque.
Construir presépios é muito popular na Itália e, para homenagear esta tradição, o papa João Paulo 2º adotou, em 1982, a iniciativa de instalar um na Praça de São Pedro.
Na Basílica de São Pedro, à 0h (21h no horário de Brasília), 32 cardeais irão celebrar a Missa do Galo em latim, italiano, espanhol, inglês, francês, hindi, ewondo (língua camaronesa), alemão e português. Haverá transmissão direta a TVs do mundo todo que, pela primeira vez, não vão pagar pelos direitos de imagem.
Na TV aberta brasileira, a transmissão será feita pela Cultura e pela Globo.

QUEM NÃO ACOLHE JESUS COM CORAÇÃO DE CRIANÇA NÃO COMPREENDE O MISTÉRIO DO NATAL

PAPA: QUEM NÃO ACOLHE JESUS COM CORAÇÃO DE CRIANÇA NÃO COMPREENDE O MISTÉRIO DO NATAL

Cidade do Vaticano,

Jesus Menino é o Deus-Amor "inerme", que não vem para conquistar o mundo "externamente", mas "para ser acolhido pelo homem na liberdade". Está nisso o significado espiritual do Natal: Bento XVI dedicou à iminente festa da Natividade a audiência geral desta manhã na Sala Paulo VI, no Vaticano. O papa centralizou a catequese, em particular, na antiga tradição natalina do presépio de Greccio, que São Francisco de Assis idealizou quase 800 anos atrás.A cena assistida pelos habitantes de uma pequena localidade do alto Lácio, na noite de Natal de 1223, mudou para sempre a percepção da Natividade na sensibilidade dos cristãos que haveriam de vir.O presépio vivo montado por São Francisco na simplicidade de uma estrebaria de Greccio deu pela primeira vez uma imagem "viva e tocante" do nascimento de Jesus. Com São Francisco o Natal se abre a "uma nova dimensão" – afirmou com clareza Bento XVI:"De fato, a noite de Greccio deu ao cristianismo a intensidade e a beleza da festa do Natal, e educou o Povo de Deus a acolher nela a mensagem mais autêntica, o calor particular, e a amar e adorar a humanidade de Cristo (...) Com São Francisco e o seu presépio foram evidenciados o amor inerme de Deus, a sua humildade e a sua benignidade, que na Encarnação do Verbo se manifesta aos homens para ensinar um novo modo de viver e de amar."O pontífice ressaltou que o Santo de Assis sempre alimentou o desejo de "experimentar de modo concreto, vivo e atual a humildade e a grandeza do evento do nascimento". E essa percepção se faz ainda mais importante se considerarmos que "a festa mais antiga do cristianismo" não é o Natal, mas a Páscoa – recordou o papa.Bento XVI explicou que o 25 de dezembro como data da Natividade remonta aproximadamente ao ano 204 e se deve a Hipólito de Roma, enquanto a celebração do Natal se afirma numa "forma definida" mais tarde, no Séc. IV, quando toma o lugar da festa pagã do "Sol invictus", o sol invencível.O Santo Padre observou que se com a Páscoa se "havia concentrado a atenção no poder de Deus que vence a morte", com o Natal "colocou-se desse modo em evidência que o nascimento de Cristo é a vitória da verdadeira luz sobre as trevas do mal e do pecado. Todavia, a particular e intensa atmosfera espiritual que circunda o Natal se desenvolveu na Idade Média graças a São Francisco de Assis, que era profundamente apaixonado pelo homem Jesus, pelo Deus-conosco"."Graças a São Francisco o povo cristão pôde perceber que no Natal Deus verdadeiramente se tornou o "Emanuel", o Deus-conosco, de quem nenhuma barreira e nenhuma distância nos separa. Naquele Menino, Deus tornou-se tão próximo de cada um de nós, tão próximo, que podemos chamá-lo de você e manter com ele uma relação confidencial de profundo afeto, assim como fazemos com um recém-nascido."E é naquele Menino que se manifesta a condição "pobre e desconcertante" do Deus-Amor:"Deus vem sem armas, sem a força, porque não pretende conquistar, por assim dizer, externamente, mas pretende, sobretudo, ser acolhido pelo homem na liberdade; Deus se faz menino inerme para vencer a soberba, a violência, a sede de posse do homem."O papa concluiu afirmando que o próprio Jesus nos ensina no Evangelho o modo como "podemos encontrar Deus e gozar de Sua presença", ou seja, o converter-se e tornar-se como crianças:"Quem não acolhe Jesus com coração de criança não pode entrar no reino dos céus: isso foi o que Francisco quis recordar ao cristianismo de seu tempo e de todos os tempos, até hoje. Peçamos ao Pai que conceda ao nosso coração aquela simplicidade que reconhece no Menino o Senhor, justamente como fez Francisco em Greccio (...) São os votos que faço com afeto a tocos vocês, às suas famílias e a todos que lhes são caros. Bom Natal para todos vocês!"Como de costume neste período, ressoaram na Sala Paulo VI algumas melodias natalinas. E o pensamento do Natal iminente inspirou também as tradicionais saudações do papa no final da audiência:"Que o amor que Deus manifesta à humanidade no nascimento de Cristo possa fazer crescer em vocês, caros jovens, o desejo de servir generosamente os irmãos. Seja para vocês, caros irmãos enfermos, fonte de conforto e de serenidade. Inspire vocês, caros recém-casados, a consolidarem a sua promessa de amor e de recíproca fidelidade."Por fim o Santo Padre fez, em várias línguas, um resumo de sua catequese, com uma saudação aos diversos grupos presentes.Eis o que disse em português: "Queridos irmãos e irmãs, a tradição natalícia mais bela, que é o presépio, foi criada por São Francisco de Assis, para recordar a todos como Deus Se revela nos ternos braços dum Menino. A sua condição de criança indica-nos como podemos encontrar Deus e gozar da sua presença. É à luz do Natal que melhor se compreendem estas palavras do Senhor: «Se não vos converterdes e não vos tornardes como as crianças, não entrareis no reino dos Céus». Amados peregrinos de língua portuguesa, a todos desejo um Santo Natal, portador das consolações e graças do Deus Menino, a quem vos encomendo ao dar-vos a minha Bênção". Bento XVI concluiu a audiência concedendo a todos a sua Bênção apostólica.

Fonte: RV

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

PRESENTE DE NATAL

PRESENTE DE NATAL
Cidade do Vaticano,

- Temos o hábito de trocar presentes por ocasião do Natal ou apenas dar ou só receber, o fato é que o dom ou presente circula em nosso ambiente.
Vamos refletir sobre isso:Jesus é o grande presente de Deus para nós, aliás ele é o “Emanuel”, Deus Conosco, Deus Presente! Vemos aí a etimologia da palavra presente, isto é, estar ao lado contemporaneamente.
Mas presente é também um dom, um regalo, simbolizando que a pessoa não pode estar contemporaneamente, mas enviou uma dádiva que o simbolizasse.
No caso de Jesus, ele é o presente de Deus para nós que revela o Pai em sua plenitude, no sentido de que é um dom e, ao mesmo tempo, traduz a misericórdia de Deus.
Quando no Natal fazemos o "presente” circular, estamos sinalizando que o Dom de Deus, o próprio Deus está presente em nosso meio, nos é contemporâneo.
Por isso não importa o valor econômico do agrado, mas importa, acima de tudo, seu significado. Por outro lado, não podemos perverter o sentido do “dom”, ao fazê-lo com intenção de suborno, de corromper quem irá recebê-lo e nem fazê-lo com algo ofensivo.
De fato isso seria a perversão do gesto.Tratando-se de um dom material, posso escolher algo de que alguém esteja precisando ou simplesmente que lhe seja útil, ou apenas algo simbólico, mas que traduza fielmente minha intenção.
Se é algo imaterial, que traduza então a bondade e a generosidade de Deus e que de fato me comprometa junto a Deus e à pessoa agraciada.
Falando em agraciada, agraciado, somos todos agraciados por Deus. Recebemos o dom da vida, da fé, de uma família, da saúde, da profissão, dos amigos, os dons da inteligência, da criatividade, enfim, o dom que é o próprio Deus.
Que graça pedirei a Ele neste Natal? Certamente a graça deque sinto mais precisar para ser feliz, que é a graça de estar em paz com Ele, o Príncipe da Paz, de estar em paz com os meus irmãos, de estar em paz com minha consciência.
A paz do dever cumprido não por obrigação, mas por amor.
A Paz de perdoar seja quem for e por qualquer que tenha sido o motivo.
A graça de sentir-me filho e irmão. Então mais uma vez será Natal, porque Deus se fez Presente em minha vida e na dos meus circunstantes.
Mas, certamente, se sou cristão, devo assemelhar-me ao Cristo e, como ele, ser um presente para meus irmãos.
Isso significa que deverei oferecer-me como dom, como presente de Deus para os outros, presente nos dois sentidos, como regalo e como presença do Senhor.
O ato de escutar as pessoas, de ir ao encontro delas, de acolhê-las como são, com seus defeitos e limitações, de gastar com elas o tempo precioso que não volta, isso é ser presença de Deus na vida delas e na de quem proporcionou a escuta, é torná-lo presente! (CAS)

Fonte: RV

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

UM NATAL SOB O SIGNO DO ROSÁRIO

Um Natal sob o signo do Rosário

A cada ano, no Natal, diferente é o contexto em que se celebra aquela Luz que um dia brilhou nas trevas. Em 2002, nós o comemoramos sob o benéfico influxo da Carta Apostólica de João Paulo II, sobre o Rosário.








Mons. João Clá Dias, EP

O caro leitor já se perguntou alguma vez por que razão Jesus veio ao mundo naquela época? Não poderia Ele ter nascido logo após o pecado de Adão e Eva? Ou, pelo contrário, por que não adiou sua vinda para cerca do fim do mundo, pouco antes da volta de Henoc e Elias? No primeiro caso, pareceria haver várias vantagens. Por exemplo, a efusão das graças da Redenção já no início da humanidade poderia evitar muito morticínio, muitas crueldades, crimes e calamidades comuns no tempo do paganismo. Teria evitado mesmo? É muito de se duvidar. Basta analisar a História do Ocidente cristão, especialmente nos últimos três séculos, para verificar que a vinda de Nosso Senhor . embora tenha suavizado notavelmente o relacionamento entre os homens . não evitou esses males.
Quanto à hipótese da vinda de Cristo no fim do mundo, os benefícios seriam menos claros, mas uma análise meticulosa não deixará de encontrá-los. Uma coisa, porém, é certa. Deus faz tudo perfeito. Logo, Jesus só pode ter nascido no momento mais adequado, em todos os sentidos.
Comentando esta questão, o renomado teólogo espanhol, Pe. Antonio Royo Marín, OP, confirma a tese acima, baseando-se no ensinamento de São Paulo, de que Deus enviou seu Filho ao mundo .quando chegou a plenitude dos tempos. (Gl 4, 4).

O que significa plenitude dos tempos.? Na homilia de abertura da Quaresma de 2001, o Papa João Paulo II explicou que significa. tempo favor ável (…) isto é, o tempo em que Deus, através de Jesus, satisfez e socorreu o seu povo, realizando plenamente as promessas dos profetas.
Do ponto de vista histórico . continuou o Santo Padre . aquele era o momento favor ável para se anunciar o Evangelho a todos os povos.

Realmente o mundo antigo se sentia decrépito e esgotado, afundado numa corrupção de costumes nunca vista, desgastado por escândalos, corroído pela idolatria, dureza de coração, ganância, crueldade, trato impiedoso entre os homens, tirania, etc. Caminhava, pois, inexoravelmente para a ruína. Segundo os comentadores, essas eram as .trevas . nas quais brilhou a luz do Salvador (segundo o Evangelho de São João).

Recordações da Luz que brilhou nas trevas
De cada vez a comemoração é feita com características próprias, com graças particulares, quase sempre relacionadas com a situação da Igreja e da Cristandade na respectiva época. Todo Natal recorda essa Luz que brilhou nas trevas há dois mil anos.

As graças de Natal no tempo das catacumbas, por exemplo, deviam ter aspectos especiais que a diferenciavam muito daquelas da época de Carlos Magno. E as da Idade Média . tempo assinalado por um auge de fervor católico . foram diferentes das do século XX, um século .caracterizado de maneira particular pelo mistério da iniqüidade., conforme as palavras do Papa João Paulo II na homilia de 18/8/2002.

Neste segundo ano do Terceiro Milênio, a comemoração do Natal se dá numa conjuntura muito feliz. Est á ele aureolado pela Carta Apost ólica de João Paulo II, O Rosário da Virgem Maria.
Estreita relação com o Natal nós os acompanhamos através dos olhos da Virgem Maria, recitando o Rosário.

Ele é propriamente uma .oração evangélica, centrada sobre o mistério da Encarnação redentora. . diz o Papa ., segundo a experiência vivida pela Santíssima Virgem, que trouxe em seu seio, nutriu, criou e acompanhou os passos de seu Divino Filho.

Em sua oportuna Carta Apostólica, o Santo Padre mostra ainda que Maria é para nós a Mestra que melhor conhece seu Filho Jesus e pode levar-nos ao conhecimento d.Ele: Percorrer com Ela as cenas do Rosário é como freqüentar a “escola” de Maria para ler Cristo, penetrar nos seus segredos, compreender a sua mensagem.

Uma escola, a de Maria, ainda mais eficaz, quando se pensa que Ela a dá obtendo-nos os dons do Espírito Santo com abundância e, ao mesmo tempo, propondo-nos o exemplo daquela .peregrinação da fé., na qual é mestra inigualável.

Nas situações aflitivas da Igreja

Também no nível dos povos e da nações, ele ganha um brilho especial nos momentos em que a Igreja está em aflitiva situação. Foi assim já no seu nascedouro, quando Nossa Senhora o recomendou a São Domingos de Gusmão. No ano de 1214, a heresia dos maniqueus, ou albigenses, estava se espalhando por todo o Languedoc, região meridional da França, arrancando à Igreja Cat ólica multidões de fiéis.

A doutrina maniquéia não causava dano apenas no campo espiritual, mas estendia seus malefícios também a toda a sociedade temporal.

Uma cruzada da qual participaram cavaleiros de toda a Europa, não foi suficiente para estancar o mal. Como obter de Deus o fim dessa grave situação e a conversão daquele pobre povo? O grande São Domingos . fundador da Ordem dos Irmãos Pregadores (os frades dominicanos) mediu toda a extensão da tragédia e sentiu-se inspirado a intervir. Retirou- se para um local ermo, próximo de Tolosa (capital do Languedoc), onde passou três dias e três noites em oração e penitência, implorando ao Senhor que interviesse para salvar aquelas populações.
Em conseqüência de seu esforço, acabou por cair desfalecido. E eis que então apareceu- lhe Maria Santíssima, resplandecente de glória, dizendo-lhe que, pelo Rosário, ele poderia ganhar para Deus aqueles .corações endurecidos .. E assim foi. Pregando essa devoção, São Domingos não só obteve numerosas conversões, como também uma grande mudança nos costumes religiosos e morais dos habitantes da região.

São Domingos mereceu passar para a História como o primeiro grande pregador do santo Rosário e, praticamente, seu instituidor.

Na batalha de Lepanto

Era urgente formar uma aliança dos príncipes católicos e armar uma esquadra capaz de fazer frente ao inimigo da Fé cristã. Com este objetivo, o Papa São Pio V fez o que pô- de nos terrenos diplomático, logístico e militar. Mas pôs sua confiança sobretudo na intervenção da Auxiliadora dos Cristãos, à qual recorria por meio do Rosário, levando os outros a imitá-lo.

No dia 7 de outubro daquele ano, ao largo do Estreito de Lepanto, no litoral grego, travou-se a maior batalha naval da História até então. A esquadra católica, composta de pouco mais de 200 navios e 80 mil combatentes, colocada sob a proteção de Nossa Senhora do Rosário, derrotou de modo fragoroso a frota maometana, entretanto mais poderosa que a cristã. Graças a essa vitória, ficou afastada de uma vez por todas a ameaça turca.

Desejoso de reconhecer e agradecer o decisivo auxílio de Maria nessa batalha, o senado veneziano mandou colocar no Palácio dos Doges um quadro comemorativo, com a inscrição: .Non virtus, non arma, non duces, sed Maria Rosarii, victores nos fecit. . .Não foi o valor, nem as armas, nem os chefes, mas sim a Senhora do Rosário que nos tornou vitoriosos.

Na França do século XVIII

A sociedade francesa achava-se minada em suas bases pelo iluminismo, pelo indiferentismo religioso e por um lamentável afrouxamento dos costumes, sobretudo nas classes superiores. Para agravar o quadro, espalhava-se pela França o jansenismo, astuta heresia que apresentava de maneira deformada a doutrina católica, evitando atacá-la de frente, com o que tornava difícil sua refuta ção.

Pregando uma ardente devoção a Nossa Senhora e incentivando a oração diária do Rosário, São Luís Grignion conseguiu transformar a Bretanha e a Vandéia (províncias do oeste da França), em regiões ardorosamente católicas, a tal ponto que, dois séculos após, foram essas duas províncias as que maior resistência opuseram ao assalto das tropas anticlericais da Revolução Francesa.

Em Fátima

Na primeira aparição, a 13 de maio de 1917, aconselhou aos três videntes que rezassem diariamente o Terço para pedir o fim da guerra e a paz do mundo. Renovou com insistência, na segunda e na terceira aparições, a recomendação de rezar o Terço todos os dias.

E no dia 13 de setembro, a Virgem Santíssima insistiu mais uma vez na necessidade da recitação diária do Terço, como meio de alcançar o fim da guerra mundial que ensangüentava o mundo.
Foi somente na última aparição, em 13 de outubro, que Nossa Senhora consentiu em revelar sua identidade às três crianças, utilizando estas simples palavras: Eu sou a Senhora do Rosário.. Não poderia haver maior prova de apreço da Mãe de Deus por essa devoção.

Em pleno século XX

Assim como o restante da Europa centro-oriental, também a Áustria fora ocupada pelas tropas soviéticas, ao término da 2ª Guerra Mundial. Angustiados pela probabilidade de perderem sua independência no dom ínio comunista, os austríacos se voltaram filialmente para Nossa Senhora.
Um franciscano, frei Petrus Pavlicek, formou a .Cruzada Reparadora do Rosário pela Paz no Mundo. e passou a organizar grandes procissões anuais em honra do Nome de Maria. Sempre com a participação de milhares de pessoas, cada uma dessas procissões seguia pelas ruas do centro de Viena, rogando pela libertação do país. Um movimento geral de entusiasmo pelo Rosário percorreu toda a nação, e uma torrente de preces jorrou sobre as portas do Céu. E então aconteceu o milagre: pouco após a Páscoa de 1955, o governo moscovita retirou suas tropas da Áustria.
O país inteiro acorreu para agradecer a maternal proteção da Santíssima Virgem, destacando-se a grande solenidade no dia 10 de setembro, festa do Nome de Maria, ocasião em que o Ministro das Relações Exteriores declarou: .Todos nós que aqui estamos hoje reunidos e que com humildade, mas também com ufania, nos declaramos católicos, pudemos conhecer o poder da oração. (…) Nossas orações foram nossas armas e nossa fortaleza. (…) Ganhamos a liberdade! Oh! Maria! nós vos agradecemos. Paz no mundo e nas famílias

Daí o empenho do Papa João Paulo II em incentivar essa devoção. No início de um Milênio que começou com as cenas assustadoras do atentado de 11 de setembro de 2001 - diz o Santo Padre na Carta Apostólica - e que registra, cada dia, em tantas partes do mundo, novas situações de sangue e violência, descobrir novamente o Rosário significa mergulhar na contemplação do mistério d.Aquele que .é a nossa paz., tendo feito .de dois povos um só, destruindo o muro da inimizade que os separava. (Ef 2, 14)..

Se o mundo de hoje está submerso num oceano de males e exposto a perigos que o rondam de todos os lados, isto não se deve tão-só às disputas econômicas e políticas, mas principalmente a uma grave crise moral e religiosa. É dela que surgem as angústias, as incertezas, a desorientação generalizada. Contudo, assim como nas situações críticas anteriores, a solução está ao alcance de nossas mãos… e de nossos corações: a devoção do Santo Rosário.

Depois de ressaltar que deseja confiar a causa da paz à oração do Rosário, o Papa exprime sua paternal aflição: .Pouco valem as tentativas da política, se as almas continuam exacerbadas e não são capazes de um novo olhar do coração.. E indaga: .Quem pode, porém, infundir tais sentimentos, senão o próprio Deus? ….

Exatamente nessa perspectiva, o Rosário se revela uma oração particularmente indicada.
Falta a paz, hoje em dia, não somente entre as nações, mas, muitas vezes, até no recinto do lar. .Quanta paz estaria assegurada nas relações familiares, se fosse retomada a recitação do Santo Rosário em família!. . exclamou o Papa na audiência de 29 de setembro passado, quando anunciou o Ano do Rosário. E na citada Carta Apostólica ele alerta: A família, célula da sociedade, está cada vez mais ameaçada por forças desagregadoras a nível ideológico e prático, que fazem temer pelo futuro dessa instituição fundamental e imprescindível e, conseqüentemente, pela sorte da sociedade inteira..

Para sanar esse mal, que remédio aconselha o Vigário de Cristo?
O relançamento do Rosário nas famílias cristãs, no âmbito de uma pastoral mais ampla da família, propõe-se como ajuda eficaz para conter os efeitos devastadores desta crise da nossa época.
Uma prece diante do presépio

Diante do presépio, dirijamos nossas ardentes súplicas ao adorável Menino Jesus, por intermédio da imaculada Virgem Maria e do puríssimo São José, pedindo que as exortações do Santo Padre na Carta Apostólica O Rosário da Virgem Maria tenham amplo desenvolvimento por todo o mundo católico. E que aquela Luz que brilhou nas trevas há cerca de dois mil anos resplandeça não só neste Natal, mas ilumine toda a nossa vida.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

JESUS NO PRESÉPIO - UMA GRANDE ALEGRIA

Uma grande alegria

Assim como os pastores encontraram aquele adorável Menino reclinado sobre as palhas do presépio, nós também podemos reencontrá-Lo “reclinado” nos Tabernáculos de todo o mundo.

Por: Clara Isabel Morazzani Arráiz

Era noite. Os pastores que apascentavam seus rebanhos tinham acabado de ouvir o anúncio da Boa Nova que o Anjo lhes fizera, e disseram entre si: “Vamos até Belém e vejamos o que se realizou e o que o Senhor nos manifestou” (Lc 2, 15). Partiram então”com grande pressa” (Lc 2, 16) para a gruta, a fim de adorar o Verbo feito carne e servir de testemunhas do grande acontecimento para as épocas futuras.

Docilidade à voz do Anjo

Ao compreenderem o significado da notícia – a chegada do Messias – os pastores haviam sido tomados de um misto de temor reverencial e de consolação, mas não duvidaram sequer um segundo. Bastou a mensagem transmitida pelo celeste embaixador para robustecê-los na fé e confirmar suas esperanças.

Sem dúvida, a luminosa aparição do Anjo veio acompanhada de uma graça especial que os fazia pressentir a grandeza do acontecimento anunciado. Flexíveis à voz do sobrenatural, não manifestaram reservas, não opuseram objeções; pelo contrário, deixaram tudo, abandonando com presteza até mesmo os rebanhos confiados à sua guarda e se dirigiram sem demora em busca do “Recém-nascido, envolto em faixas e posto numa manjedoura” (Lc 2, 12).

Ali, como os Apóstolos que, anos mais tarde, seriam chamados de bem-aventurados pelo Divino Mestre, também eles poderiam ter ouvido dos lábios do Salvador: “Felizes os vossos olhos porque vêem! Ditosos os vossos ouvidos porque ouvem!” (Mt 13, 16).

A humildade dos pastores atraiu o olhar de Deus

Aqueles rudes camponeses foram objeto dessa predileção, por parte da Bondade Divina, muito mais por serem pobres de espírito do que por sua modesta condição social. A virtude da humildade, que os tornava aptos para compreender os mistérios de Deus, sem opor ceticismos arrogantes, atraiu sobre eles os olhares do Altíssimo, da mesma forma como Maria Santíssima, por Sua insuperável despretensão, foi escolhida para ser Mãe do Redentor.

Já em Seu nascimento Jesus mostrava, assim, Seu amor pelos mais pequeninos, por aqueles que, reconhecendo seu nada ou até mesmo sua falência espiritual, põem toda a sua confiança no poder de Deus.

Há quem possa ver nessa atitude de submissão diante de Deus, tão própria aos santos de todos os tempos, uma desprezível manifestação de ignorância ou insuficiência.
Mas essa é a opinião daqueles que o próprio Jesus denominaria como os “sábios e entendidos” (Mt 11, 25) deste mundo e que, por conseguinte, acham-se privados do conhecimento das coisas divinas, por cegarem- se a si mesmos.

A sabedoria verdadeira – esta sim, possuíam-na os pastores -, alcançaraa em altíssimo grau a virginal Senhora que Se inclinava em adoração ante a mísera manjedoura transformada em trono real. Movidos por essa “sabedoria da humildade”, os pastores haviam corrido até o estábulo e contemplavam a Sabedoria em Pessoa, que repousava placidamente sobre as palhas: “Ela apareceu sobre a terra, e habitou entre os homens” (Br 3, 38).

O presépio de Belém e os altares da Igreja

Hoje, de certo modo, se repete a cada dia o mistério de Belém. Dois milênios depois do nascimento de Cristo, as igrejas se encontram multiplicadas pelo mundo, e nos seus Tabernáculos repousa Jesus, verdadeiramente presente, embora oculto sob os véus do Pão Eucarístico, assim como repousou outrora sobre as palhas da manjedoura, envolto nos panos que Maria Santíssima Lhe preparara.

A mesma presteza que admiramos nos pastores deve impelir-nos, também nós, a deixar tudo e correr para o altar, a fim de encontrar o Senhor que desce do Céu. Nos altares da Igreja, obediente à voz do sacerdote, nasce Nosso Senhor Jesus Cristo uma vez mais, fazendo-nos lembrar a maneira como Ele Se apresentou ante os olhares maravilhados da Virgem Mãe, de São José e dos pastores, naquela noite santa.

O Natal não é uma mera recordação histórica

A festa de Natal encerra um significado litúrgico extraordinário: embora o Santo Sacrifício seja oferecido todos os dias nos altares de tantas igrejas espalhadas pelo mundo, ele se reveste de uma unção e densidade simbólicas particulares na noite de 24 para 25 de dezembro.

Não se trata apenas da recordação de fatos históricos envoltos nas brumas do passado, mas de uma realidade mais profunda do que aquela que captamos através dos sentidos.
A Liturgia do Natal traz um conjunto de graças vinculadas a esse mistério, as quais se derramam sobre nossos corações quando o celebramos com fervor sincero.

“O ano litúrgico – ensinava o Sumo Pontífice Pio XII – que a piedade da Igreja alimenta e acompanha, não é uma fria e inerte representação de fatos que pertencem ao passado, ou uma simples e nua evocação da realidade de outros tempos.
É, antes, o próprio Cristo, que vive sempre na sua Igreja e que prossegue o caminho de imensa misericórdia por Ele iniciado, piedosamente, nesta vida mortal, quando passou fazendo o bem, com o fim de colocar as almas humanas em contato com os Seus mistérios e fazê-las viver por eles, mistérios que estão perenemente presentes e operantes, não de modo incerto e nebuloso, de que falam alguns escritores recentes, mas porque, como nos ensina a doutrina católica e segundo a sentença dos doutores da Igreja, são exemplos ilustres de perfeição cristã e fonte de graça divina pelos méritos e intercessão do Redentor”.1

A Fé em Nosso Senhor, deitado na manjedoura e presente na Eucaristia

Hoje não vemos, como os pastores, o Divino Menino deitado sobre as palhas, mas contemplamo-Lo, com os olhos da Fé, na Hóstia imaculada que o sacerdote apresenta para a adoração dos fiéis; não ouvimos as vozes dos anjos fazendo ecoar o “Glória!” pelas vastidões dos céus, mas chega até nós o apelo da Igreja, convidando seus filhos: “Venite gentes et adorate!”.

Se grande foi a Fé daqueles homens simples ao acreditarem que, naquele pequenino vindo à terra em tal despojamento, e aquecido tão-só pelo bafo dos animais, ocultava-Se o próprio Deus, a nossa Fé poderá alcançar grau mais elevado se considerarmos esse mesmo Deus escondido na Eucaristia. E poderemos, nós também, ser contados entre os homens que o Senhor chamou de bem-aventurados: “Felizes aqueles que crêem sem ter visto!” (Jo 20, 29).

Jesus, a Beleza suprema, vela-Se em vão aos olhos de quem tem Fé: apesar da infância à qual O reduziu seu amor, seu poder se manifesta nesse dia, e só Ele – quer sob a figura de frágil criança, quer sob as espécies eucarísticas – derrota os infernos e resgata a humanidade da vil escravidão do pecado.

Natal: uma “clareira” alegre e luminosa

Quantas graças de alegria e consolação concedidas por ocasião do Natal! A cada ano, em todas as épocas da Era Cristã, esta festa máxima abre uma “clareira” alegre e luminosa no curso normal, por vezes tão cheio de sofrimentos e angústias, da vida de todos os dias.
Dominados pelas preocupações concretas ou pela ilusão deste mundo passageiro, os homens esquecem-se facilmente da eternidade que os espera e olham para esta terra como para seu fim último.

Todos se afanam em busca da felicidade; entretanto, só uma é a verdadeira, e o Divino Menino vem para apontar o único caminho que a ela conduz: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14, 6). E nessa noite silenciosa, todos param diante da gruta de Belém, gozando, ainda que por alguns instantes, dessa alegria envolvente, trazida pelo Redentor. “Ali, os maus cessam seus furores, ali, repousam os exaustos de forças, ali, os prisioneiros estão tranqüilos, já não mais ouvem a voz do exator.

Ali, juntos, os pequenos e os grandes se encontram, o escravo ali está livre do jugo do seu senhor” (Jó 3, 17-19).

De onde vem a felicidade que sentimos no Natal?

Prolonguemos esses momentos de alegria vividos aos pés da manjedoura ou em torno do altar. De onde nos vem, ao certo, essa felicidade? Onde a poderemos encontrar?
Encarnando-Se, Deus quis fazer- Se um de nós, para tornar essa felicidade ainda mais acessível, mais atraente, mais encantadora. Ao entrar neste mundo, o Divino Infante abre seus braços num gesto que prenuncia Sua missão salvadora e parece exclamar: “Eis que venho. [...] Com prazer faço a vossa vontade” (Sl 39, 8-9), manifestando neste ato Sua perfeita obediência ao Pai, selada no Getsêmani: “Faça-se a vossa vontade e não a minha” (Lc 22, 42).

Assim, na esplendorosa noite de Natal inicia-se o grande mistério da Redenção, em sua dupla perspectiva: é o perdão concedido ao homem réu, manchado pela culpa de Adão e por suas más ações; e também a elevação desse mesmo homem à ordem sobrenatural, convidando-o a participar da Família Divina, pelo dom da graça.

Nessa adorável Criança vemos nossa pobre natureza galgar alturas inimagináveis, às quais seria incapaz de subir por suas próprias forças, e entrar na intimidade do Deus inacessível e infinito.

Celebramos a nossa própria deificação

O santo Papa Leão Magno, em seu célebre sermão sobre o Natal, mostrou, com palavras inspiradas, essa alegria universal que nos traz o nascimento de Cristo: “Ninguém está excluído da participação nesta felicidade. A causa da alegria é comum a todos, porque Nosso Senhor, vencedor do pecado e da morte, não tendo encontrado ninguém isento de culpa, veio libertar a todos.

Exulte o justo, porque se aproxima da vitória; rejubile o pecador, porque lhe é oferecido o perdão; reanime-se o pagão, porque é chamado à vida”.2
No Redentor, reclinado no presépio, vemos nossa humanidade, reconhecemos nEle um Irmão, “em tudo semelhante a nós, exceto no pecado” (Hb 4, 15); nos pastores, e em todos aqueles que circundam a manjedoura ou o altar, admiramos uma luz, de fulgor até então desconhecido, que brilha, expulsando as trevas da maldição do pecado no qual estavam envoltos.

“Oh admirável intercâmbio! O Criador do gênero humano, assumindo corpo e alma, quis nascer de uma Virgem; e, tornando-Se homem sem intervenção do homem, nos doou sua própria divindade!”.3 Celebramos, pois, no Natal, a nossa própria deificação.

É preciso retribuir todo esse amor

Quem não corresponderá com amor ao próprio Amor em Pessoa? Quem, remido, não se ajoelhará em adoração ante a fragilidade de um Redentor que Se faz pequeno para engrandecer os homens? Também nós, resta-nos retribuir esse mesmo amor ao Pequeno Rei que hoje Se nos entrega no mistério do altar.

O amor torna o amante semelhante ao amado, afirma o grande místico São João da Cruz. Para consolidar essa união é necessário, entretanto, que Um desça até o outro pela ternura, ou que o segundo suba até o Primeiro pela veneração. Jesus já desceu até nós pela compaixão, pelo afeto, pela ternura…

Subamos até Ele, ou melhor, peçamos, por intercessão de sua Mãe Santíssima, que Ele mesmo nos faça subir. Bem junto ao altar, entoando com os lábios o “Venite gentes et adorate” da Liturgia, cantemos com o coração nossa entrega sem reservas ao Menino Salvador.
Por: Clara Isabel Morazzani Arráiz

1 Pio XII, Mediator Dei, n. 150.
2 Sermo 1 in Nativitate Domini.
3 Liturgia das Horas. Antífona da Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, I Vésperas.
(Revista Arautos do Evangelho, Dez/2008, n. 84, p. 20 a 23)

domingo, 20 de dezembro de 2009

"RESOSTA DE DEUS AO DRAMA DA HUMANIDADE EM BUSCA DA VERDADEIRA PAZ"

Natal - resposta de Deus ao drama da humanidade em busca da verdadeira paz: Bento XVI, por ocasião do Angelus


“O Natal não é uma fábula para meninos. É a resposta de Deus ao drama da humanidade em busca da verdadeira paz”. Na alocução do meio-dia, por ocasião do Angelus, na Praça de São Pedro, com um sol radiante, não obstante o frio gélido, Bento XVI recordou o anúncio do profeta Miqueias proposto pela liturgia deste quarto domingo do Advento. A profecia refere Belém, a cidade de David, como a terra onde terá lugar um misterioso nascimento ligado a um tempo de reconciliação e de paz entre os filhos de Israel.“Existe um projecto divino que compreende e expõe os tempos e lugares da vinda do filho de Deus no mundo. É um projecto de paz, como anuncia ainda o profeta falando do Messias: ‘Levantar-se-á e apascentará com a força do Senhor, com a majestade do nome do Senhor seu Deus… Ele próprio será a paz!”. E o Papa prosseguiu detendo-se neste “último aspecto da profecia – o que diz respeito à paz messiânica”, ligada ao simbolismo de Belém.“Belém é também uma cidade - símbolo da paz, na Terra Santa e no mundo inteiro. Infelizmente, nos nossos dias, Belém não representa uma paz alcançada e estável, mas uma paz arduamente procurada e aguardada”.Em todo o caso, Deus não se resigna a este estado de coisas:“Também este ano, em Belém e no mundo inteiro, se renovará na Igreja o mistério do Natal, profecia de paz para cada homem, que empenha os cristãos a inserir-se nos bloqueios, nos dramas, muitas vezes desconhecidos e escondidos, e nos conflitos do contexto em que se vive, com os sentimentos de Jesus, para se tornarem por toda a parte instrumentos e mensageiros de paz, para levar amor onde há ódio, perdão onde há ofensa, alegria onde há tristeza e verdade onde há erro, segundo as belas expressões de uma conhecida oração franciscana”. “Hoje, como nos tempos de Jesus, o Natal não é uma fábula para meninos, mas a resposta de Deus ao drama da humanidade em busca da verdadeira paz. ‘Ele mesmo será a paz!’ – diz o profeta referindo-se ao Messias. Toca a nós abrir, de par em par, as portas, para O acolher”.

Fonte: RV

NATAL - PAZ! ONDE ESTÁS?

Paz! Onde estás?

Evangelho de Natal

Quando os anjos se retiraram deles para o Céu, os pastores diziam entre si: “Vamos até Belém e vejamos o que é que lá aconteceu e o que é que o Senhor nos manifestou”. 16 Foram a toda pressa, e encontraram Maria, José e o Menino deitado na manjedoura. 17 Vendo isto, contaram o que lhes tinha sido dito acerca deste Menino. 18 E todos os que ouviram, se admiraram das coisas que os pastores lhes diziam. 19 Maria conservava todas estas coisas, conferindo-as no seu coração. 20 Os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, conforme lhes tinha sido dito.” (Lc 2, 15-20).

Nascendo numa época corroída por misérias morais e sociais, Jesus veio renovar o mundo. E os primeiros anunciadores da boa nova foram os humildes pastores de Belém.








Mons. João Clá Dias, E.P.
IAs conseqüências do pecado original

Ao lermos o Gênesis, entristecenos a história do primeiro pecado do homem, sobretudo ao nos darmos conta de que ali surgiu a fonte da progressiva brutalidade que se espalhou sobre a Terra.
No início, o equilíbrio moral de nossos primeiros pais, Adão e Eva, era vigorosamente forte e robusto, pois eles “foram constituídos em um estado ‘de santidade original’ [...] O homem estava intacto e ordenado em todo seu ser, porque livre da tríplice concupiscência que o submete aos prazeres dos sentidos, à cobiça dos bens terrenos e à auto-afirmação contra os imperativos da razão” 1.

Para romper essa barreira e ser lançada a humanidade num maremagno de desordens, de fato, bastou um só pecado: o original.

O pecado leva à idolatria

“A partir do primeiro pecado, uma verdadeira ‘invasão’ do pecado inunda o mundo: o fratricídio cometido por Caim contra Abel; a corrupção universal em decorrência do pecado” 2.

Daí o mal ter se difundido por toda parte numa crescente voracidade, a ponto de conferir realidade à afirmação do poeta Plautus, quando este fez uma descrição do relacionamento entre os seres humanos, na sociedade de seus dias: “Homo homini lupus” 3.
Não tardou muito o homem em substituir o verdadeiro Deus – seu companheiro de conversa e passeio das tardes no Paraíso – por deuses falsos, ídolos materiais e sem vida.
Foi com fundamento que Horácio, pela voz de um desses deuses, Príapo (deus da masculinidade e da fertilidade), ridicularizou essa apostasia: “Tempos atrás, eu era o tronco de uma figueira selvagem, madeira imprestável, quando o marceneiro, hesitando sobre o que fazer de mim, se um banco ou um Príapo, preferiu que eu me tornasse o deus” 4.

Os homens querem se fazer adorar

A idolatria não exigiu para si somente figuras materiais, mas esse delírio se estendeu ao endeusamento de certas personalidades. Governantes inúmeros fizeram-se adorar por seus súditos. O título de Augusto, conferido pelo Senado Romano ao Imperador Otávio, tornou-se uma amostra do desequilíbrio de espírito daqueles tempos.

Digna é de nota a proskynesis (o ósculo da poeira do chão pelos súditos, diante do soberano). Um exemplo clamoroso nessa linha deu-se com Alexandre Magno que “com a ‘proskynesis’ [...] exigia o reconhecimento de que oficialmente, em sua qualidade de rei [...], ele não era mais um homem, mas sim, um deus. Em outras palavras, quando Alexandre exigiu que gregos e macedônios se prostrassem a seus pés e osculassem a poeira diante dele, queria que o reconhecessem como deus” 5.

Por trás dessas práticas encontrava- se, evidentemente, a idolatria ao próprio Satanás, denunciada por São Paulo em sua primeira Epístola aos Coríntios: “Considerai Israel segundo a carne: não entram em comunhão com o altar os que comem as vítimas? Que quero afirmar com isto? Que a carne sacrificada aos ídolos ou o próprio ídolo são alguma coisa? Não! As coisas que os pagãos sacrificam, sacrificam-nas a demônios e não a Deus. E eu não quero que tenhais comunhão com os demônios.

Não podeis beber ao mesmo tempo o cálice do Senhor e o cálice dos demônios.
Não podeis participar ao mesmo tempo da mesa do Senhor e da mesa dos demônios” (1 Cor 10, 18-21).

Infame humilhação das mulheres

E como não poderia deixar de ser, todo esse culto era acompanhado de abjetas depravações, como por exemplo a “prostituição sagrada”, perpetrada no interior dos templos babilônicos e assírios, conforme nos relata o próprio Heródoto 6. Esse mesmo costume era comum e corrente nos templos de Afrodite e de Vênus, na Grécia, como também nos de Astarte, na Síria.

E qual a fonte “vocacional” dessas “sacerdotisas”? Basta percorrer os números 181 e 182 do conhecido “Código de Hamurábi” (aproximadamente 1793 a 1750 a.C.), tão exaltado por certos historiadores, para conhecermos a regulamentação de como deviam os pais proceder para doarem suas filhas aos templos.
Ademais, relata Heródoto que, em Babilônia, todas as mulheres nativas, sem qualquer exceção, pelo menos uma vez na vida deviam passar por essa infame humilhação no templo de Melita 7.
Esse horroroso costume era rigorosamente observado também na ilha de Chipre. O mesmo se dava na Fenícia, entre os adoradores de Baal; idem na Frígia, no culto a Cibele e Átis. E não nos esqueçamos de que se atribuíam, aos deuses do Olimpo, não poucos roubos, parricídios, raptos, incestos, infanticídios, etc.

Horrores no trato dispensado às crianças

Se injusto e brutal era o trato dispensado às mulheres, melhor não era o dado às crianças. Heródoto nos faz chegar ao conhecimento os horrores nessa matéria, como por exemplo ter sido prática legal na Grécia, permitida aos tutores das crianças, a pedofilia, que posteriormente foi copiada pela Pérsia 8.
Um famoso historiador francês assim nos narra como deveriam ser consideradas as crianças que nascessem defeituosas: “O Estado tinha o direito de não tolerar que seus cidadãos fossem disformes ou mal constituídos. Por isso ele ordenava ao pai, ao qual nascesse um filho nessa situação, que o fizesse morrer. Essa lei se encontrava nos antigos códigos de Esparta e de Roma” 9.

Falta de amor na família

E quanto à constituição familiar “os adultérios e divórcios estavam na ordem do dia; havia mulheres que tinham se casado vinte vezes” 10. O que evidentemente conduzia a um trato social despótico e injusto. “A falta de amor na família levou à desumanidade para com os escravos, os pobres e os trabalhadores” 11.

As trevas do pecado invadiam todos os povos

Seria um não mais terminar se procurássemos nos aprofundar na recordação do ambiente social e moral dos últimos tempos da Antiguidade.
Para formarmos uma idéia de síntese desse período histórico, basta correr os olhos sobre o primeiro capítulo da Epístola aos Romanos: “Deus os entregou a paixões degradantes [...] E é assim que fazem o que não devem. Estão repletos de toda espécie de injustiça, perversidade, ambição, maldade; cheios de inveja, homicídios, discórdia, falsidade, malícia; são difamadores, maldizentes, orgulhosos, arrogantes, engenhosos para o mal, rebeldes para com os pais, estúpidos, desleais, inclementes, impiedosos” (Rm 1, 26.28-31).
Essa era a terrível noite que, como um negro manto de drama, sofrimento e dor, envolvia a humanidade daqueles tempos como um dos frutos do pecado original. Entre o próprio povo eleito, raros escapavam das influências da ambição dos fariseus hipócritas, que iam ao Templo por pura vanglória e exibicionismo, em busca de honras. As trevas do pecado envolviam todos os povos, e o domínio de Satanás se estendia por toda a Terra.

Como reparar tanto horror? Como de certa forma restabelecer a antiga ordem e reabrirem-se as portas do Céu? Nesse caos tão generalizado, onde encontrar, na face da Terra, criaturas humanas que dessem a Deus um louvor puro e inocente?

II – O Menino que reverteu a História

Entremos numa certa gruta e ali veremos um Menino adorado por sua Mãe Santíssima e São José, reunidos em família, oferecendo mais glória a Deus do que toda a humanidade idólatra, e até mesmo mais do que os próprios anjos do Céu em sua totalidade.
Já em seu nascimento, numa singela manjedoura, aquele Divino Infante reparava os delírios de glória egoísta sofregamente procurada pelos pecadores.

Ele se encarnava para fazer a vontade do Pai e, assim, dar-nos o perfeitíssimo exemplo de vida.
Nenhum pensamento, desejo, palavra ou ação surgida de sua alma divinamente santa terá outro fim que não seja o de glorificar o Pai, a quem tudo consagrou desde o primeiro instante.
Não tardarão muitos séculos, depois daquele natal, para os altares dos falsos deuses serem arrasados, os ídolos quebrados, os templos pagãos destruídos – ou convertidos em santuários – e os próprios demônios se calarem.
Sim, aquele Menino nascido numa gruta reverterá o trabalho realizado por Satanás durante milênios, e a Roma pagã será a sede do Cristianismo; transformada na Cidade Eterna, dentro de suas muralhas, sobre uma pedra inabalável, se estabelecerá até o fim dos tempos uma infalível cátedra da moral e da verdade.

Os pastores são convidados pelos Anjos

Mas, por outro lado, onde encontrariam os anjos, homens dignos de serem convidados para adorar o Menino? Na própria Belém, o berço de Isaí (1 Sm 16, 1) e de seu filho Davi, o humilde e jovem pastor “louro e de formosos olhos” (1 Sm 16, 12). Nos campos daquelas regiões, escolheram os anjos os destinatários do grande anúncio, pessoas pertencentes à mesma condição

social do Rei e Profeta: os pastores de ovelhas. Assim, dois cortesãos do mais nobre sangue – Maria e José -, junto com os pastores de condição humilde e a própria Corte Celeste constituiriam os adoradores do Menino- Deus recém-nascido. Do Templo, nenhum representante.

Os escribas e fariseus desprezavam aquela classe de homens que, dia e noite, no verão ou no inverno, guardavam os rebanhos naquelas pastagens de Belém. Pelo seu teor de vida, os pastores não se enquadravam nas minuciosas práticas e abluções religiosas dos cerimoniais farisaicos.

Os terrenos por eles ocupados não eram suficientemente irrigados e, por isso, não lhes assistia um escrupuloso asseio. Ademais, a instrução era por eles acolhida diretamente na própria natureza que não lhes ensinava o uso de vasilhas, a escolha dos alimentos puros etc. Formavam eles uma comunidade à margem da sociedade, que vivia do pasto e no pasto, portanto um povo da terra, totalmente desprezado pelos fariseus. Além disso, eram excluídos do normal procedimento dos tribunais, sendo considerados inválidos seus testemunhos em juízo.
Paradoxalmente, os excluídos dos pleitos farisaicos são agora convidados, pelos anjos do Supremo Juiz, a penetrar na corte de um príncipe herdeiro do trono de Davi.

IIIA adoração dos pastores

15 Quando os anjos se retiraram deles para o Céu, os pastores diziam entre si: ‘Vamos até Belém e vejamos o que é que lá aconteceu e o que é que o Senhor nos manifestou’.

A flexibilidade de alma daqueles pastores era plena, submissa e toda feita de prontidão. O anjo lhes dissera para não temerem (cf. Lc 2, 10) e não consta nesse relato de Lucas que tenham passado por algum espanto ao longo do contato com aqueles puros espíritos.
Ora, sabemos pela História o quanto os judeus se amedrontavam com as aparições angélicas, julgando que a morte com certeza se lhes seguiria (cf. Jz 6, 22-23; Jz 13, 20-22; Tb 12, 16-17). Mas esses pastores, apesar de homens de pouquíssimo conhecimento, intuíram rapidamente que, por fim, nascera o Messias.

Sem conhecer as amplas e profundas explicações doutrinárias dos fariseus, eles como todo e qualquer judeu, sabiam da promessa feita por Deus e anunciada pelos profetas aos antigos sobre o futuro aparecimento de um Salvador. Não seria quiçá esse o tema de suas conversas durante as noites de pastoreio? Restou-nos apenas uma síntese das palavras do anjo a eles. Entretanto não será exagerado crer que ele lhes tenha esclarecido qual deveria ser o lugar e o caminho de acesso à gruta, tanto mais que lhes indicou os sinais distintivos: “Encontrareis um Menino envolto em panos e posto no Presépio” (Lc 2, 12).

As grutas da região lhes deviam ser muito familiares, pois eram os locais de refúgio onde buscavam proteção contra as intempéries. Tampouco se pode descartar a hipótese de ter havido antecedentes de partos ocorridos em circunstâncias análogas às do Natal. O certo é que em nenhum momento lhes passa pela alma a menor dúvida e, por isso, comentam entre si, em meio a muita alegria, o fato narrado pelo anjo, e convictamente concluem e decidem empreender a caminhada rumo ao “que o Senhor nos manifestou” (v. 15).

Receberam com fervor a boa nova
16 Foram a toda pressa, e encontraram Maria, José e o Menino deitado na manjedoura.

O amor não admite lentidão. A pressa dos pastores comprova o grande fervor com que receberam a boa nova. Como não conheciam o emaranhado conceitual dos fariseus, não se levantou em suas almas a menor objeção sobre a realidade do Messias que se lhes manifestava diante de todos e de cada um. Trinta e poucos anos mais tarde, a cega doutrina dos escribas e fariseus se uniria aos conceitos dos saduceus e herodianos – sem excluir os do próprio Sinédrio – para se opor ao senso comum e sobrenatural dos humildes de espírito e assim, com entranhado ódio, empregar todos os recursos com vistas à condenação do “Salvador, que é Cristo e Senhor, [nascido] na cidade de Davi” (v. 11).

Ali na gruta, naquele momento, estavam presentes o Pai Eterno e o Divino Espírito Santo, que viam naquele tenro, delicado e ao mesmo tempo grandioso Menino, a realização de um plano idealizado desde todo o sempre: “Tu és meu filho muito amado, em quem coloco todas as minhas complacências” (cf. Lc 4, 22 e Mc 1, 11). Como também Maria Santíssima, que através de seus altíssimos dons, de maneira inigualável penetrava os mistérios daquele Nascimento. José a acompanhava muito de perto. Abismados ambos pela incomensurável humildade de Deus em fazer- se homem - à diferença da soberba dos demônios -, concentravam-se para adorar o Divino Infante.

Foi-lhes concedido um dom de fé flexível e obediente

Lá chegam agora também os pastores, em simplicidade e pobreza, atraídos e amados por Deus devido a seu espírito de obediência, e por serem contemplativos. Não era a pobreza material que os tornava diletos de Deus, pois pobres os havia em situação ainda mais deficiente e em maior número. Ademais, não podemos nos esquecer de que essa não era a condição social dos Reis Magos, que paralelamente estavam se pondo a caminho para adorar o Divino Infante.

Por outro lado, seria outro erro querer atribuir ao portentoso milagre da aparição dos anjos, durante a noite, o fator decisivo para a crença daqueles homens toscos e talvez iletrados.
Quão maiores e incontáveis seriam os milagres operados por aquele Menino em sua vida pública! Entretanto, muitos judeus não creram.

O fator decisivo foi um especial dom de fé que lhes foi concedido.
A Teologia nos ensina que há uma fé que se poderia denominar puramente intelectual: a pessoa crê em Deus, mas chega a odiá-Lo e temê- Lo como fazem os demônios e os precitos. Há, ainda, os que crêem, mas não traduzem em obras sua fé.

Os fatos, como nos são narrados por Lucas, fazem-nos concluir que os pastores possuíam uma fé flexível e obediente, colocando em prática tudo aquilo em que acreditaram. Sem perda de tempo, submeteram todo o seu entendimento e vontade ao que lhes anunciou o sobrenatural.

É naquela noite que, diante do Presépio, encontramos os primeiros cristãos adorando a Cristo, o Absoluto abnegado, despido das manifestações da glória que Lhe é devida. Os pastores, ao serem capazes de adorá-Lo na manjedoura, não teriam dificuldade de fazê-lo no Calvário, tal como Maria o fez de modo tão sublime.

Nós também, nos dias atuais, temos o nosso presépio. O mesmo Unigênito Filho de Deus, reclinado sobre as palhas no interior da gruta em Belém, está presente debaixo das Espécies

Eucarísticas. Será que igualmente nos movemos “apressadamente” em busca do Salvador, como o fizeram os pastores?

Proclamaram maravilhas de que tinham sido testemunhas

17 Vendo isto, contaram o que lhes tinha sido dito acerca deste Menino.

O bem é de si eminentemente difusivo, e por isso, os pastores, de adoradores transformam-se em arautos das maravilhas contempladas por eles, antecedendo de muito os apóstolos e até mesmo o Precursor, João Batista, em suas missões.
Esse inesquecível Natal, pela mesma razão, fará cantar o coração dos pregadores, santos e Doutores: “Nós nos reunimos para admirar o aniquilamento do Verbo e gozarmos do piedoso espetáculo de ver como Deus desce para nos levantar, se rebaixa para fazer-nos crescer, e se empobrece para repartir-nos seus tesouros” 12 – afirma Bossuet.

Também São Boaventura proclama as maravilhas da graça operadas no Natal: “Para curar, Deus teve de unir-se à natureza humana, sem exceção de nenhuma parte, pois ela toda estava enferma. Diz-se que se ‘encarnou’ por ser a carne o que é mais enfermo e para indicar melhor a humilhação de Deus” 13.

E São Tomás assim explica o nascimento d’Aquele que é eterno: “Podese afirmar que Cristo nasceu duas vezes, segundo seus dois nascimentos; porque assim como se diz que corre duas vezes o que corre em dois momentos, assim também se pode dizer que nasce duas vezes o que nasce uma vez na eternidade e outra no tempo; porque a eternidade e o tempo diferem muito mais que dois momentos, ainda que um e outro designem una medida de duração” 14.

18 E todos os que ouviram, se admiraram das coisas que os pastores lhes diziam.

Após ter sido a própria Virgem Santíssima a primeira anunciadora da Boa Nova junto à sua prima Santa Isabel, agora os pastores movem-se para proclamar as maravilhas das quais tinham sido testemunhas.

A aparição do anjo e sua mensagem, a multidão de outros puros espíritos entoando cânticos celestiais, a constatação da realidade dos fatos na própria gruta, ao encontrarem Maria, José e o Menino, devem ter sido acontecimentos que arrebatavam a todos quantos deles tomavam conhecimento.

Tanto mais que provavelmente os pastores deviam estar tomados pelo sopro do Espírito Santo e iluminados em sua missão.

Maria conferia tudo o que acontecia no seu coração

19 Maria conservava todas estas coisas, conferindo-as no seu coração.

A propósito da afirmação feita por Lucas nesse versículo, ouçamos o que nos comenta Maldonado: “Observava, sim, como creio, todas as coisas, não como se desconhecesse o mistério delas, mas vendo com gozo como se confirmava com novos prodígios e pelo testemunho daqueles pastores, o que ela tinha conhecido antes, pelo anjo Gabriel.


Este é o significado das palavras do evangelista, quando ele diz: Ela as conferia em seu coração; ou seja, comparava estas coisas com as que haviam precedido, via a coincidência de todas elas, para confirmar a fé neste mistério, como diz Eutímio. [...]
Segundo São Beda, Maria comparava as coisas que aconteciam com as palavras das antigas profecias:
‘Como lia as Sagradas Escrituras e conhecia muito bem os profetas, comparava consigo o que ia acontecendo acerca do Senhor, com o que d’Ele mesmo via escrito pelos profetas; e conferindo ambas as coisas, via que coincidiam admiravelmente, com uma luz comparável à dos próprios Querubins.

Havia dito Gabriel: Eis que conceberás e darás à luz um filho. E antes Isaías havia predito: Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho. Havia profetizado Miquéias (4-8) que viria o Senhor à filha de Sion, na Torre do Rebanho, e então voltaria o antigo império. E dizem agora os pastores que lhes apareceram milícias da cidade celestial, na Torre do Rebanho, cantando a vinda do Messias.
Maria havia lido (Is 1, 3) que o boi conheceu seu dono e o asno, o presépio de seu senhor; e via o Filho de Deus dar vagidos no presépio, vindo para salvar os homens e animais. E em todas e em cada uma dessas coisas comparava o que havia lido, com o que ouvia e via’.

Diz em seu coração para indicar que guardou tudo em seu interior, sem revelar a ninguém. Exemplo admirável de humildade e modéstia virginal, como nota Santo Ambrósio: ‘Aprendamos a castidade da Virgem em todas as coisas, a qual, não menos recatada em seus lábios que em sua carne, conferia em seu coração esses mistérios divinos’.A mesma coisa comentou São Bernardo.” 15.

Maternal acolhida

20 Os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, conforme lhes tinha sido dito.

Não pode deixar de ser que a Santíssima Virgem os tivesse acolhido com maternal afeto e bondade.
Se os anjos condescenderam em lhes aparecer, tal seria que Maria não completasse, com sua nota de Rainha e Mãe, a missão de seus celestiais súditos, acentuando nas almas daqueles homens simples, mas cheios de fé, as graças que Deus lhes concedera.

Deveriam eles retomar os cuidados dos respectivos rebanhos, mas tudo leva a crer que não lhes foi fácil cumprir, de imediato, com seus deveres de ofício. Percebe-se, pela manifestação piedosa de sua alegria, o quanto estavam tomados por graças superabundantes e místicas.

IV – Considerações finais

Os anjos cantam e proclamam a instituição do Reino de Cristo que nasce na gruta em Belém. A manifestação desse Reino constitui a glória reparadora, e os que o dão a conhecer glorificam-no, assim como ao próprio Deus e Sumo Bem.O adorável Menino nasceu para tornar conhecido o Pai entre os homens e, assim, poder d’Ele receber a devida glória: “Glorifiquei-Te sobre a terra; acabei a obra que me deste a fazer” (Jo 17, 4).

Ali também, sob certo ponto de vista, com o nascimento de seu Fundador, nasce a Santa Igreja, como afirma Santo Ambrósio: “Vede as origens da Igreja nascente” 16. Uma nova luz brilhou sobre a terra: “Este povo, que jazia nas trevas, viu uma grande luz, e uma luz levantou-se para os que jaziam na sombra da morte” (Mt 4, 16).

Viverá o mundo de hoje sob os influxos dessas graças, ou terá dado as costas a esse incomensurável benefício obtido pela maternal mediação de Maria? A segunda hipótese parece ser a mais provável, infelizmente.

Neste caso encontrará a humanidade a tão desejada, necessária e propalada paz? Jamais, se não a procurar onde realmente ela se encontra: “Deixemos, pois, as obras das trevas, e revistamo-nos das armas da luz” (Rm 13, 12).


1) CIC, nº 375-377.

2) Idem, nº 401.

3) PLAUTUS. Titus Macci, Asinaria, II. iv, 495.

4) QUINTUS, Horatius Flaccus. Satyrarum libri, livro 1, poema 8.

5) FERGUSON, William Scott. Greec Imperialism. Kitchener (Canadá): Batoche Books, 2001, pp. 68 e 69.

6) Cf. HERODOTUS. Book 1, Clio, nº 181. In Kitson, J., Herodotus Website, www.herodotuswebsite.co.uk, 2003.

7) Cf. Idem, 199.

8)- Ibidem.

9) COULANGES, Fustel de. La Cité Antique, l. 3, c. 17. Paris: Flammarion, 1984, p. 78.

10) WEISS, Juan Bautista, Historia Universal.Barcelona: La Educación, 1928, v. III, p. 653.

11) Idem, p. 654.

12) BOSSUET, Sermão de Natal ed.Lebarq, t. 2 p. 274, Paris, Desclée, 1929.

13) SAN BUENAVENTURA. Breviloquio, p. 4ª: BAC, Obras de San Buenaventura, t. 1 p. 335.

14) AQUINO, São Tomás de. S.T. III q.35 a. 2 ad 4.

15) MALDONADO, P. Juan de, S. J.Comentarios a los Cuatro Evangelios.Madrid: BAC, 1951, v. II, p. 393-394.

16) Lib. 2, in c. 2 Lc. (Exposição do Evangelho segundo Lucas)

Mons. João Clá Dias, EP