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Visita a Capela da Medalha Milagrosa, localizada na Rue du Bac, 140 - Paris

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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

PAPA FRANCISCO NA AFRICA

Catedral de Bangui escreve uma nova página na sua história


Catedral de Bagui - AP 

A Catedral de Bangui, dedicada à Imaculada Conceição, e onde o Papa abriu neste domingo a Porta Santa, foi construída em 1937. A sua construção durou dois anos e foi tornada possível graças à participação física de missionários, neófitos e catecúmenos que transportavam tijolos à cabeça quando os camiões avariavam.
A consagração da Catedral em 1938 coincidiu com a ordenação do primeiro sacerdote nativo da República Centro-africana, Padre Barthélémy Buganda. O primeiro bispo originário do País, D. Joachim Ndayen foi ali ordenado pelo pró-Núncio Apostólico, D. Luigi Poggi (1969). O evento foi vivido como uma grande festa nacional. Concelebraram 17 bispos e uma centena de sacerdotes, na presença do Chefe de Estado e de cerca de 10 mil fiéis.
O edifício foi restaurado em 1961-62 e, em 1976-77 foi modernizado e enriquecido  com cinco lampadários de cristal pelo Presidente Bokassa que ali se fez coroar como Imperador.  João Paulo II ali celebrou durante a sua visita à RCA em agosto de 1985. E em 1994 a Catedral foi cenário das celebrações do centenário da Igreja no País e da oitava Assembleia plenária das Conferências Episcopais da região Centro-africana (2008).
O actual Arcebispo de Bangui, D. Dieudonné Nzapalainga foi ordenado na Catedral a 22 de Julho de 2012. A estrutura anexa à Catedral inclui um centro de informática, um ambulatório gerido pela Confraternidade de São Vicente de Paulo, uma livraria e um local onde se reúnem os movimentos e grupos pastorais (cerca de 30). Além disso, estão activas na Diocese cinco Comunidades Eclesiais de Base.
Sendo agora escolhida pelo Papa Francisco para abrir neste dia 29 de Novembro a Porta Santa do Ano Jubileu Extraordinário da Misericórdia, a Catedral de Bangui escreve uma nova página na sua história. E o desejo do Papa é que isto representa uma era nova de paz e reconciliação para os povos do País.

Fonte: Radio Vaticano
PAPA FRANCISCO NA AFRICA

Papa aos muçulmanos: não ao ódio e à violência em nome de Deus


Papa Francisco com refugiados em Bangui - ANSA

Na manhã desta segunda-feira (30/11), o Papa Francisco teve encontrou com a comunidade muçulmana, na Mesquita Central de Koudoukou, em Bangui. No seu discurso Francisco agradeceu aprticularmente ao Imã Tidiani Mousa Naibi pelas amáveis palavras de boas-vindas.
Em seguida o Papa sublinhou os legames de fraternidade que unem cristãos e muçulmanos, e o empenho a que são chamados para se comportarem como tais. Na verdade, sabemos bem que as violências que abalaram recentemente o vosso país não se fundavam em motivos propriamente religiosos, antes pelo contrário, quem afirma crer em Deus deve ser também um homem ou uma mulher de paz, e na RCA cristãos, muçulmanos e membros das religiões tradicionais viveram juntos, em paz, durante muitos anos, disse Francisco, tendo também acrescentado:
«Por isso, devemos permanecer unidos, para que cesse toda e qualquer acção que, dum lado e doutro, desfigura o Rosto de Deus e, no fundo, visa defender, por todos os meios, interesses particulares em detrimento do bem comum. Juntos, digamos não ao ódio, à vingança, à violência, especialmente aquela que é perpetrada em nome duma religião ou de Deus. Deus é paz, salam ».
O Papa recordou depois o importante papel dos líderes religiosos cristãos e muçulmanos nestes momentos difíceis para restabelecer a harmonia e a fraternidade entre todos, e citou em particular os gestos de solidariedade que cristãos e muçulmanos tiveram para com os seus compatriotas, mesmo de outras confissões religiosas, durante a crise no País. E em vista às próximas eleições o Papa disse esperar que elas possam dar ao País Responsáveis que saibam unir os centro-africanos, tornando-se assim símbolos da unidade da nação em vez de representantes duma facção:
« Encorajo-vos vivamente a fazer do vosso país uma casa acolhedora para todos os seus filhos, sem distinção de etnia, filiação política ou confissão religiosa. A República Centro-Africana, situada no coração da África e graças à colaboração de todos os seus filhos, poderá dar a todo o continente um impulso nesta direcção, e poderá influenciá-lo positivamente e ajudar a extinguir os focos de tensão presentes nele e que impedem os africanos de beneficiar do desenvolvimento que merecem e a que têm direito ».
A terminar o Papa convidou a comunidade muçulmana a rezar e a trabalhar pela reconciliação, a fraternidade e a solidariedade entre todos, sem esquecer as pessoas que mais sofreram com estes acontecimentos. « Que Deus vos abençoe e proteja! » - concluiu Francisco.
Fonte: R. Vaticano
PAPA FRANCISCO NA AFRICA

Papa com jovens em Bangui: resistir à guerra e à divisão


Jovens saudam o Papa Francisco - AP

Foi depois da Missa na Catedral de Bangui e da Solene Abertura da Porta Santa da Catedral, com a qual foi inaugurado o Jubileu da Misericórdia na República Centro-Africana que o Papa deu início à Vigília de Oração com os jovens na noite deste domingo dia 29 de novembro.
O Santo Padre, antes de confessar alguns jovens no átrio da Catedral discursou de improviso à multidão. Disse-lhes:
“A estrada que lhes é proposta neste momento difícil de guerra e divisão é a estrada da resistência. Fugir dos desafios da vida jamais é uma solução. É preciso resistir, ter a coragem para resistir e lutar pelo bem! Quem foge, não tem coragem de dar vida”.
Como podemos resistir? – perguntou o Papa.
“Antes de tudo: a oração. A oração é poderosa. A oração vence o mal. A oração nos aproxima de Deus que é Todo-Poderoso”.
“Em segundo lugar: trabalhar pela paz. A paz não é um documento que se assina e fica na gaveta. A paz faz-se todos os dias. A paz é um trabalho de artesãos, faz-se com as mãos. Faz-se com a própria vida”.
“Não odiar, jamais! Se alguém te faz mal, procure perdoar. Nada de ódio. Muito perdão. Digamos juntos, nada de ódio, muito perdão!”
“Se você não tiver ódio no coração, se perdoares, serás um vencedor! Porque serás vencedor da mais difícil batalha da vida: vencedor no amor! E pelo amor, vem a paz”.
“Somente se vence pela estrada do amor. É possível amar o inimigo? Sim! Podemos perdoar quem nos fez mal? Sim! Assim, com o amor e com o perdão, vocês serão vencedores”.
“Com o amor, vocês serão vencedores na vida e darão vida sempre. O amor jamais fará de vocês derrotados. Corajosos no amor, no perdão e na paz!”,
Ao dizer que estava muito contente de poder encontrar os jovens, Francisco finalizou:
“Hoje abrimos esta Porta, isto significa a Porta da Misericórdia de Deus. Confiem em Deus, porque ele é misericordioso. Ele é amor. Ele é capaz de dar a vocês a paz”.

Fonte: R. Vaticano
PAPA FRANCISCO NA AFRICA

Papa: depor instrumentos de morte, armar-se de amor e misericórdia


Papa Francisco no início da celebração em Bangui - AP                            

 
Na tarde deste I domingo do Advento (29/11), na Catedral de Bangui, o Papa Francisco procedeu à abertura da Porta Santa, dando assim início ao Jubileu Extraordinário do Ano da Misericórdia na República Centro-Africana, Jubileu proclamado pelo Papa a 11 de abril deste ano. Na homilia da Missa, participada por sacerdotes, religiosos, seminaristas e milhare de fiéis da RCA, o Papa disse ante de tudo que Deus guiou os seus passos até esta terra, precisamente quando a Igreja universal se prepara para inaugurar o Ano Jubilar da Misericórdia. E na pessoa dos presentes Francisco saudou o pvo da RCA:
“Através de vós, quero saudar todos os centro-africanos, os doentes, as pessoas idosas, os feridos pela vida. Talvez alguns deles estejam desesperados e já não tenham força sequer para reagir, esperando apenas uma esmola, a esmola do pão, a esmola da justiça, a esmola dum gesto de atenção e bondade».
Em seguida o Papa convidou a todos a confiar na força e no poder de Deus que curam o homem, convidando-os a «passar à outra margem», como diz o moto da visita do Papa à RCA, uma travessia, reiterou o Papa, que não faremos sozinhos mas juntamente com Jesus. E Francisco sublinhou :
« Devemos estar cientes de que esta passagem para a outra margem só se pode fazer com Ele, libertando-nos das concepções de família e de sangue que dividem, para construir uma Igreja-Família de Deus, aberta a todos, que cuida dos mais necessitados. Isto pressupõe a proximidade aos nossos irmãos e irmãs, isto implica um espírito de comunhão. Não se trata primariamente duma questão de recursos financeiros; realmente basta compartilhar a vida do Povo de Deus, dando a razão da esperança que está em nós e sendo testemunhas da misericórdia infinita de Deus”.
Na verdade, depois de nós mesmos termos feito a experiência do perdão, devemos perdoar, pois uma das exigências essenciais da vocação à perfeição é o amor aos inimigos, um amor que nos protege contra a tentação da vingança e contra a espiral das retaliações sem fim, disse Francisco que também acrescentou:
“Consequentemente os agentes de evangelização devem ser, antes de mais nada, artesãos do perdão, especialistas da reconciliação, peritos da misericórdia. É assim que podemos ajudar os nossos irmãos e irmãs a «passar à outra margem», revelando-lhes o segredo da nossa força, da nossa esperança, e da nossa alegria que têm a sua fonte em Deus, porque estão fundadas na certeza de que Ele está connosco no barco”.
Comentando os textos litúrgicos do domingo, o Papa falou de algumas características da salvação anunciada por Deus. Antes de tudo a felicidade de Deus é justiça. Aqui, como noutros lugares, muitos homens e mulheres têm sede de respeito, justiça, equidade, sem avistar no horizonte qualquer sinal positivo para eles, o Salvador vem trazer o dom da sua justiça, vem tornar fecundas as nossas histórias pessoais e colectivas, as nossas esperanças frustradas e os nossos votos estéreis, reiterou Francisco.
A salvação de Deus tem igualmente o sabor do amor, continuou o Papa,  e o Filho nos veio revelar um Deus que não é só Justiça mas também e antes de tudo Amor. Em todos os lugares, mas sobretudo onde reinam a violência, o ódio, a injustiça e a perseguição, os cristãos são chamados a dar testemunho deste Deus que é Amor.
E por último, a salvação de Deus é força invencível que triunfará sobre tudo. Deus é mais forte que tudo, e esta convicção dá ao crente serenidade, coragem e força de perseverar no bem frente às piores adversidades. E Papa Francisco concluiu com um importante apelo:
“A todos aqueles que usam injustamente as armas deste mundo, lanço um apelo: deponde esses instrumentos de morte; armai-vos, antes, com a justiça, o amor e a misericórdia, autênticas garantias de paz».
E aos discípulos de Cristo, sacerdotes, religiosos, religiosas ou leigos comprometidos na RCA, este desafio e missão: «a vossa vocação é encarnar o coração de Deus no meio dos vossos concidadãos».

Fonte: R. Vaticano

PAPA FRANCISCO NA AFRICA

Porta Santa de Bangui: o início do Jubileu da Misericórdia


Papa Francisco abre a Porta Santa da Catedral de Bangui - REUTERS                            

O Papa Francisco abriu a Porta Santa da Catedral de Bangui na tarde deste domingo. Nas palavras pronunciadas antes da abertura solene o Santo Padre declarou Bangui a capital espiritual do mundo neste dia 29 de novembro. Francisco deu, assim, início ao Jubileu da Misericórdia em Bangui. Segue-se a Missa na Catedral com bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas da República Centro Africana.
Depois do Acto penitencial, Francisco introduziu o rito da abertura da Porta Santa da Catedral sublinhando que na RCA, terra sofredora, estão todos os País do mundo que passam pela experiência da guerra.
Bangui torna-se hoje a capital da oração pela paz, continuou Francisco, a capital spiritual do mundo, peçamos todos paz, misericórdia, reconciliação, perdão, amor.
Papa Francisco disse ainda que para a RCA e para todos os Países que sofrem pela guerra pedimos a paz. E a todos pediu para repetirem: “doyé siriri” (dá-nos a paz).
Em seguida o Santo Padre fez a oração de abertura da Porta da misericórdia:
“Senhor Deus, Pai de misericórdia,
Tu concedes à tua Igreja
Este tempo de penitência e perdão,
para que ele tenha a alegria
de se renosa interiormente
pela obra do Espírito Santo
e caminhar sempre mais fielmente pelos teus camino
permanecendo no mundo
como sinal de salvação e redenção;
digna-te responder às nossas esperanças:
abre-nos completamente
a porta da tua misericórdia,
para nos abri rum dia
as pirtas da tua morada no céu
onde Jesus, teu Filho e primeiro de entre os homens,
nos precedeu, para te podermos, todos juntos,
por toda a eternidade.
Por Cristo, Nossos Senhor »
R/. Amen

Fonte: R. Vaticano
PAPA FRANCISCO NA AFRICA

Deus não faz diferença entre os que sofrem – Papa em Bangui


- REUTERS          

 
Na tarde deste domingo o Papa foi à Faculdade de Teologia Evangélica de Bangui para um encontro ecuménico com as comunidades evangélicas da RCA. Faculdade fundada em 1977 pela Associação dos Evangélicos em África para servir todas as Igrejas na proclamação da mensagem do Reino de Deus, explicou o Decano da Faculdade, Napanga Weanzana ao acolher o Santo Padre. Ele disse apreciar a simplicidade, humildade e generosidade do Papa Francisco que vai na linha do caminho traçado por Cristo. Acrescentou que a visita do Papa trará certamente à RCA uma era nova na via da paz e da reconciliação.
Por sua vez, o Presidente da Aliança dos Evangélicos na RCA, Nicolas Guerekoyame Gbangou manifestou a grande alegria de todos pela visita do Papa Francisco nesta hora difícil que o país está a viver devido às turbulências político-militares  que envenenam as condições de vida da população. Uma visita que acontece 30 anos depois da de João Paulo II, em 1985, o que levou Nicolas Gbangou a dizer que mais vale tarde do que nunca, mas a agradecer, contudo, a Deus por ter tornado possível esta visita do Papa Francisco.
Neste momento em que o país se prepara para as eleições, Gbangou frisou que as esperanças ligadas à visita do Papa se prendem com a de levar o país à normalidade democrática; à restauração da paz através do perdão; à tolerância, à coesão social; à esperança de ver restabelecidas no país as condições de segurança favoráveis ao desenvolvimento sócio-económico.
Expectativas – disse – que se inscrevem bem na linha de acção do Papa e relacionadas com o ambiente, a reforma do governo da Igreja e o Sínodo sobre a família.
Gbangou disse ainda que a Igreja na RCA, através da Plataforma Inter-religiosa está a trabalhar a favor da paz e que com esta sua visita o Papa manifesta a sua compaixão para com o povo centro-africano, oferecendo-lhe um modelo de amor a ser vivido quotidianamente. Só o amor de Deus – acrescentou – pode unir os corações divididos e gerar o perdão, a tolerância e a paz.
E solicitou o apoio do Santo Padre sobretudo no que toca ao desarmamento dos grupos armados; à reabilitação das Forças Armadas Centro-africanas; à reabilitação de certos projectos da Plataforma das Confissões Religiosas, de modo particular a criação de uma estação de rádio, de escolas e de centros de saúde inter-comunitários.
**
O Papa Francisco “num profundo sentimento de amor fraterno” declarou-se feliz por ter a ocasião de encontrar os Evangélicos, dizendo “Estamos todos aqui ao serviço do mesmo Senhor ressuscitado” e recordou que pelo baptismo comum os cristãos são todos convidados “a anunciar a alegria do Evangelho aos homens e mulheres deste amado país da África Central”. E no contexto de sofrimento em que vivem os centro-africanos o anuncio do Evangelho se torna ainda mais urgente e necessário.
Dizendo que “Deus não faz diferença entre aqueles que sofrem, o Papa voltou a usar a expressão “ecumenismo de sangue”  para dizer que “todos no país, sem distinção, sofrem com a injustiça e o ódio cego que o diabo desencadeia”. E exprimiu a sua “proximidade e solidariedade ao Pastor Nicolas, cuja casa foi recentemente saqueada e queimada bem como a sede da sua comunidade” .
Este sofrimento comum e esta missão comum são, para o Papa Francisco, “uma oportunidade providencial para fazer avançar no caminho da unidade, sendo, para isso mesmo, um meio espiritual indispensável”.
 “A divisão dos cristãos é um escândalo”, porque contrária à vontade de Deus” e perante este mundo dilacerado por ódios e violências – disse o Papa, que exprimiu apreço pelo espírito de respeito mútuo e de colaboração que existe entre os cristãos da RCA. E encorajou-os a avançarem por este caminho num serviço comum de caridade. É um testemunho prestado a cristo, que constrói a unidade.
E exortou-os a juntarem cada vez mais “à perseverança e à caridade, o serviço da oração e da reflexão em comum, procurando um melhor conhecimento recíproco, uma maior confiança e amizade rumo á plena comunhão”

Fonte: R. Vaticano

domingo, 29 de novembro de 2015


PAPA FRANCISCO NA AFRICA

Papa no Uganda: síntese informativa do último dia da visita



Papa Francisco com os jovens no Uganda - ANSA

 

De Kampala, no Uganda, o nosso colega de redação, Filomeno Lopes, enviado especial da Rádio Vaticano ao Uganda, fez uma síntese das atividades do Santo Padre no dia 28 de novembro.
 
A longa jornada do segundo e penultimo dia, sabado 28 de novembro de 2015,  desta visita apostolica do Papa Francisco aqui na terra do sangue ecuménico dos martires da Africa moderna e contemporanea, iniciou, tal como fora programado, com a  visita ao santuario catolico dos martires de Namugongo onde o Papa rezou  diante do altar onde estao conservadas, as reliquias do S. Carlos Lwanga antes de proceder depois a  celebraçao da santa missa. Mais de trezentas mil pessoas, entre fieis e peregrinos provenientes de todos os cantos da regiao da Africa do Leste e do Comesa, e dentre eles também o presidente da republica  Youweri Museveni, sua esposa e os descendentes da dinastia dos Reis dos povos Buganda, o Rei Ronald Mwenda Mutebi, assistiram a santa missa, animada com cantos e danças liturgicas tipicas das mais variadas tradiçoes que compoem o mosaico da cultura liturgica da Africa do Leste.
Na sua homilia o Papa Francisco recordou aos presentes que “desde a Idade apostolica até aos nossos dias, surgiu um grande numero de testemunhas que proclamam Jesus e manifestam a força do Espirito Santo. Hoje, prosseguiu Francisco, lembramos, com gratidao, o sacrificio dos martires ugandeses, cujo testemunho de amor a Cristo e à sua Igreja chegou, justamente, até aos confins do mundo. Recordamos também, prosseguiu o Santo Padre, os martires anglicanos, cuja morte por Cristo da testemunho do ecumenismo do sangue. Todas estas testemunhas, disse ainda Francisco, cultivaram o dom do Espirito Santo na sua vida e, livremente, deram testemunho da sua fé em Jesus Cristo, mesmo a preço da vida”. Ora, hoje a fé destes martires, sublinhou o Santo Padre, “tornou-se testemunho; venerados hoje como martires, o seu exemplo continua a inspirar muitas pessoas no mundo” que continuam a proclamar Jesus Cristo e a força da Cruz” na historia da salvaçao da humanidade hodierna.
 Por conseguinte, aos fieis cristaos africanos, chamados mais do que nunca hoje a serem embaixadores dos valores da fé libertadora de Jesus Cristo numa Africa e num mundo em violentos conflitos permanentes de varia ordem, “se nos, disse o Papa, como cristaos reavivarmos diariamente o dom do Espirito que habita nos nossos coraçoes, tornar-nos-emos certamente naqueles discipulos missionarios que Cristo nos chama a ser”. Sobretudo, “selo-emos para as nossas familias e os nossos amigos, mas também para aqueles que nao conhecemos, especialmente para quantos poderiam ser pouco benevolos e até mesmo hostis para connosco”. Este espirito de abertura, lembrou Francisco, “começa na familia, nos nossos lares, onde se aprende a caridade e o perdao, e onde, no amor dos nossos pais, se aprende a conhecer a misericordia e o amor de Deus”. Mas sobretudo, advertiu o Papa, “a referida abertura exprime-se também no cuidado pelos idosos e os pobres, as viuvas e os orfaos”.
Finalmente, Francisco lembrou a todos os presentes “que nao tomamos posse desta herança com uma comemoraçao passageira” nem tao pouco como algo par ser “conservado num museu como se fosse uma joia preciosa. Mas honramo-la verdadeiramente, quando levamos o seu testemunho de Cristo para os nossos lares e a para os nossos vizinhos, para os locais de trabalho e a sociedade civil, quer em nossas casas, quer tenhamos de ir  até ao canto mais remoto do mundo”.
Na parte da tarde eis, finalmente, a realizaçao do tao almejado encontro do Papa Francisco com os jovens em Kololo, onde estavam ja reunidos desde 5 horas da manha, alguns até desde às duas horas de madrugada. Mediante um discurso improvisado, Francisco quis assim, mais que pronunciar um discurso aos jovens, dialogar com eles sobre a responsabilidade que lhes cabe pelo fato de serem herdeiros do sangue ecuménico dos martires da Africa moderna e contemporanena. Enfim, tratou-se de uma ocasiao para os jovens presentes de reponder a questao “o que é que a esperança na herança do sangue ecuménico dos martires africanos significa em termos de responsabilidade social, na construçao de uma futura Africa e humanidade, se nao melhor, pelo menos,  menos pior do presente que nos é dado viver hoje.
  Foi depois a vez do abraço com os aflitos, os paraliticos do sistema mundo na casa da caridade de Nalukolongo aos quais Francisco sublinhou enfaticamente, “que Cristo esta presente no meio de vos, nesta casa, pois, Ele proprio disse que onde estao presentes os doentes, os aflitos, os pobres e os marginalizados Ele esta presente no meio deles”.
Finalmente o encontro com sacerdotes, religiosos, religiosas e seminaristas aos quais o Papa pediu também maior testemunho de vida e sobretudo, maior atençao e empenho misericordioso para com os fieis e de modo particular para com os jovens chamados  a testemunharem a  “razao da sua esperança” em Cristo numa Africa desejosa de paz, de justiça e de reconciliaçao.

Fonte: Radio Vaticano
 

PAPA FRANCISCO NA AFRICA

Papa e os refugiados: impacto na imprensa ugandesa


Papa Francisco na Primeira Página do Jornal "New Vision" do Uganda - RV

Na terra do sangue ecuménico dos mártires africanos, Francisco recorda ao continente a sua responsabilidade pela diáspora. “Papa Francisco adverte Uganda sobre a situação dos refugiados”. Esta é a manchete deste sábado dia 28 de novembro, do jornal “New Vision”, o mais lido em Uganda.
Como demonstra a história do continente, evidenciada antes pela OUA e hoje pela União Africana,  “a realidade que  hoje chamamos  África é, na sua essência ‘diasporina’ e a África e as Áfricas não se realizarão jamais sem a sua diáspora”.
Eis que Francisco, no seu primeiro dia da visita apostólica aqui na terra do sangue ecuménico dos mártires da África moderna e contemporânea quis recordar esse traço histórico de ‘diasporicidade’ que caracteriza a essência da natureza do continente africano e dos seus diversos povos, chamando atenção do pais à situação dos migrantes, de modo particular dos refugiados que são, hoje em dia, os crucificados da globalização da indiferença.
Afinal, a primeira viagem apostólica realizada pelo Papa Francisco logo após a sua eleição à cátedra de Pedro, foi, de fato, para visitar a diáspora africana e por conseguinte os migrantes e refugiados africanos, em Lampedusa em 8 de julho de 2013.
Na ocasião, o Santo Padre levou o pesar, o conforto e a sua proximidade pessoal e da Igreja católica às vitimas da tragédia do naufrágio de Lampedusa e a toda a família da diáspora africana enlutada. Mais de 99% das vitimas da tragédia de Lampedusa eram efetivamente africanos, filhos deste continente ‘diasporiano’ por natureza e essência.
Hoje, Francisco encontra finalmente os africanos no território continental e é normal, então, que não podia deixar de evocar a realidade daquilo que constitui o drama do século XXI e, ao mesmo tempo, chamar atenção do próprio continente a não esquecer a essência da sua natureza ‘diasporiana’ e por conseguinte a sua responsabilidade para com a diáspora africana dentro e fora do território continental.
De recordar que a União Africana dividiu o continente africano em cinco regiões de desenvolvimento incluindo a diáspora como a sexta região do desenvolvimento continental justamente para recordar a história da natureza ‘diasporiana’ deste continente berço da humanidade.
A África é hoje o  continente não só de emigração, mas também de imigração e migração interna: o primeiro lugar por onde os “excluídos da historia” ou melhor os “danados da terra” decidiram desafiar a cartografia mundial elaborada pela Europa, com as suas fronteiras e divisões.
Na espera, então, que os dirigentes africanos possam finalmente escutar essa chamada de atenção do Pontífice sobre a sua responsabilidade em relação a situação dos migrantes e refugiados, nos despedimos aqui da capital ugandesa Kampala, para a Rádio Vaticano, Filomeno Lopes, paz e bem.

Fonte: R. Vaticano
PAPA FRANCISCO NA AFRICA

Uganda: Discurso do Papa Francisco na Casa da Caridade de Nalukolongo


Uganda: Papa Francisco na Casa da Caridade em Nalukolongo - REUTERS

                              

CAMPALA: DISCURSO DO PAPA FRANCISCO NA CASA
DA CARIDADE DE NALUKOLONGO
 
 No Uganda o Papa Francisco visitou, na tarde deste sábado, 28 de Novembro a Casa da caridade de Nalukolongo. Trata-se de uma estrutura fundada em 1978 e que foi confiada às Irmãs do Bom Samaritano. Sob a designação de casa de Mapeera Bakateyamba abriga, atualmente, 100 pessoas, dentre idosos, portadores de deficiências e pessoas sem-tecto, independentemente da sua religião.
 A iniciativa da fundação dessa casa de caridade partiu  do falecido cardeal ugandês Dom Emmanuel Kikwanuda Nsubuga, por muitos anos arcebispo de Campala e que o Papa Francisco recordou no seu discurso que em seguida sintetizamos.
“Queridos amigos!
São essas as palavras com que o papa Francisco iniciou o seu discurso tendo prosseguido nestes termos:
Obrigado pela vossa calorosa recepção. Grande era o meu desejo de visitar esta Casa da Caridade, que o Cardeal Nsubuga fundou aqui em Nalukolongo. Este lugar sempre apareceu associado com o empenho da Igreja a favor dos pobres, dos deficientes e dos doentes. Aqui, nos primeiros tempos, foram resgatadas da escravidão mulheres e crianças que aqui receberam uma educação religiosa. Saúdo as Irmãs do Bom Samaritano, que continuam esta obra estupenda, e agradeço os seus anos de serviço silencioso e feliz no apostolado.
Em seguida o Papa Francisco dirigiu-se aos diversos grupos de apostolado ai presentes com essas palavras:
Saúdo também os representantes de muitos outros grupos de apostolado, que cuidam das necessidades dos nossos irmãos e irmãs na Uganda. Penso, em particular, no grande e frutuoso trabalho feito com as pessoas doentes de aids. Saúdo de modo especial a quem habita nesta Casa e noutras como esta, e a quantos beneficiam das obras da caridade cristã. É que esta é mesmo uma casa! Aqui pode-se encontrar carinho e solicitude; aqui pode-se sentir a presença de Jesus, nosso irmão, que ama cada um de nós com o amor próprio de Deus.
Mais adiante o Papa Francisco dirigiu um apelo a todas as paroquias ugandesas, nestes termos
 A partir desta Casa, quero hoje dirigir um apelo a todas as paróquias e comunidades presentes na Uganda e no resto da África – para que não esqueçam os pobres. O Evangelho impõe-nos sair para as periferias da sociedade a fim de encontrarmos Cristo na pessoa que sofre e em quem passa necessidades.
O Papa prosseguiu em tom grave naquilo que tem sido uma constante nos seus discursos, isto é, o cuidado dos anciãos, os pobres e a nova escravatura de trafico de seres humanos, nestes termos: 
O Senhor nos diz, em termos inequívocos, que nos julgará sobre isto. É triste quando as nossas sociedades permitem que os idosos sejam descartados ou esquecidos. É reprovável quando os jovens são explorados pela escravidão actual do tráfico de seres humanos.
Se olharmos atentamente para o mundo ao nosso redor, parece que em muitos lugares prevalecem o egoísmo e a indiferença. Quantos irmãos e irmãs são vítimas da cultura actual do ‘usa e bota fora’, que gera desprezo, sobretudo para com crianças nascituras, jovens e idosos.
Como cristãos, não podemos ficar simplesmente a olhar. Alguma coisa tem de mudar! As nossas famílias devem tornar-se em sinais ainda mais evidentes do amor paciente e misericordioso de Deus não só pelos nossos filhos e os nossos idosos, mas por todos aqueles que passam necessidades.
As nossas paróquias não devem fechar as portas e os ouvidos ao grito dos pobres. Trata-se da via-mestra do discipulado cristão. É assim que damos testemunho do Senhor que veio, não para ser servido, mas para servir. Assim mostramos que as pessoas contam mais do que as coisas, e que aquilo que somos é mais importante do que o que possuímos. De fato, é justamente naqueles que servimos que Cristo Se nos revela cada dia a Si mesmo e prepara a recepção que esperamos ter um dia no seu Reino eterno.
Queridos amigos, com gestos simples, com actos simples e devotos que honram a Cristo nos seus irmãos e irmãs mais pequeninos, façamos entrar a força do seu amor no mundo, para mudá-lo realmente.
 Ao terminar o seu discurso o Papa agradeceu a generosidade e caridade dos ugandeses e a todos estendeu a Sua bênção com estas palavras:
Mais uma vez agradeço a vossa generosidade e caridade. Lembrar-me-ei de vós nas minhas orações e peço, por favor, que rezeis por mim. Confio-vos a todos à ternurenta protecção de Maria, nossa Mãe, e concedo a todos a minha bênção. Omukama Abakuume! (Que Deus vos proteja!)”.
Fonte: R. Vaticano
 
PAPA FRANCISCO NA AFRICA

Papa aos religiosos: 'sim' a Jesus e um 'sim' ao seu povo


Encontro com do Papa Francisco com os religiosos na Catedral do Sagrado Coração de Jesus, de Kampala - AFP

 

Depois de um intenso dia de actividades, o Papa Francisco terminou o seu segundo dia no Uganda encontrando o clero, religiosos e seminaristas. O Papa manifestou-se feliz por este encontro, também por se realizar na véspera do Advento, tempo que convida a olhar para um novo começo, e tempo em que iniciará o Ano do Jubilar extraordinário da Misericórdia.
A propósito do Jubileu, o Papa fez-lhes duas perguntas sobre a sua identidade e missão: quem sois vós e a que mais sois chamados a fazer na vivência da vossa vocação? Certamente sois homens e mulheres cujas vidas foram moldadas por um encontro pessoal com Jesus Cristo, disse Francisco, para O seguirdes, de coração indiviso, ao serviço do seu povo santo. E Francisco convidou-os a continuar a herança de tantas testemunhas (fiéis leigos, catequistas, sacerdotes e religiosos) que deixaram tudo, e outros até a própria vida, para seguir Jesus:
“Na vossa vida gasta tanto no ministério sacerdotal como na consagração religiosa, sois chamados a continuar esta grande herança, sobretudo através de actos simples de serviço humilde. Jesus quer servir-Se de vós para continuar a tocar os corações de cada vez mais pessoas: quer servir-Se da vossa boca para proclamar a sua palavra de salvação, dos vossos braços para abraçar os pobres que Ele ama, das vossas mãos para construir comunidades de autênticos discípulos-missionários. Oxalá nunca esqueçamos que o nosso «sim» a Jesus é um «sim» ao seu povo”.
As nossas portas, portanto, e as portas das nossas igrejas e dos nossos corações devem permanecer sempre abertas ao povo de Deus, sublinhou Francisco que exortou os religiosos a fazer algo mais, a percorrer mais uma milha no caminho da vivência da vocação. E o Papa dirigiu uma súplica para o povo do Burundi:
“Rezo, antes de mais nada, pelo amado povo do Burundi, para que o Senhor suscite nas Autoridade e em toda a sociedade sentimentos e propósitos de diálogo e colaboração, de reconciliação e paz”.
E Francisco reiterou que o nosso dever é acompanhar os que sofrem e deixar que a força sanadora de Deus passe por nós, e deixarmos que a sua misericórdia nos purifique para podermos levar a mesma misericórdia aos outros, sobretudo aos que se encontram nas periferias geográficas e existenciais.
O Papa falou em seguida da África como continente da esperança. A Igreja nestas terras, disse, é abençoada com a abundância de vocações religiosas e encorajou aos seminaristas e noviços  presentes reafirmando que a  vocação de Deus é uma fonte de alegria e um apelo a servir, e convidando-os a anunciar o Evangelho com integridade de vida e convicção. E concluiu dizendo:
“Na verdade, deixarei a África com grande esperança na colheita que a graça de Deus está a preparar no vosso meio! Peço a cada um de vós para rezar por uma abundante efusão de zelo apostólico, por uma jubilosa perseverança na vocação que recebestes, e sobretudo pelo dom dum coração puro sempre aberto às necessidades de todos os nossos irmãos e irmãs”.
E a todos o Papa prometeu recordar na oração e pediu para que rezem por ele.
Fonte: R. Vaticano
 
PAPA FRANCISCO NA AFRICA

Papa com os jovens do Uganda: sangue dos mártires nas vossas veias


Papa Francisco com os jovens do Uganda - AFP                     
  
   
                

 
Grande momento na tarde deste sábado dia 28 de Novembro em Kampala no Uganda: o encontro do Papa Francisco com milhares de jovens no Kololo Air Strip, um espaço dedicado a grande eventos que já foi um aeroporto.
E foi falando de improviso que a mensagem do Papa Francisco esvoaçou pelos corações do jovens que acolheram o Santo Padre com grande alegria. Disse-lhes para sempre lutarem e a terem esperança. Nas palavras que proferiu o Papa sublinhou que uma experiência negativa pode ser sinal de esperança com a força de Jesus:
“Diante de uma experiência negativa, sempre há a possibilidade de abrir um novo horizonte, de abrir com a força de Jesus. Transformar a amargura em esperança. Isso não é magia, é obra de Jesus, que tudo pode. Ele é o Senhor. Jesus sofreu a experiência mais negativa da história: foi insultado, recusado e assassinado. E Jesus, com o poder de Deus, ressuscitou. Ele pode fazer em cada um de nós o mesmo com cada uma das experiências negativas” – afirmou o Papa que perguntou ainda aos jovens se estão prontos para transformar o ódio em amor.
“Nas vossas veias corre o sangue dos mártires, e por isso têm a fé e a vida que têm agora”. Abram as portas dos vossos corações e deixem Jesus entrar, exortou o Papa.
“Quando Jesus entra na tua vida ele ajuda a lutar contra todos os problemas, contra uma depressão, contra a sida. Pedir ajuda para superar esta situação. Mas sempre lutar. Lutar com meu desejo, e lutar com minha oração” – afirmou o Papa na conclusão do seu discurso aos jovens.
Fonte: R. Vaticano

sábado, 28 de novembro de 2015

PAPA FRANCISCO NA AFRICA

Papa na Missa no Uganda: homenagem ao ecumenismo de sangue


Papa na Missa no Santuário de Namugongo em Kampala no Uganda - ANSA                            

Na manhã deste sábado, dia 28 de novembro, o Papa Francisco presidiu à Eucaristia no Santuário de Namugongo na cidade de Kampala, capital do Uganda. Homenageou o ecumenismo de sangue de católicos e anglicanos durante as perseguições aos cristãos.
Nos 50 anos da canonização dos mártires do Uganda, dos quais se destaca S. Carlos Lwanga, o Papa Francisco afirmou que o que dá alegria e paz duradouras são a honestidade e a integridade e não os prazeres mundanos e os poderes terrenos.
Primeiro foi a visita do Santo Padre ao Santuário anglicano onde o Papa prestou homenagem aos mártires torturados e mortos no final do séc. XIX. O abraço ao bispo anglicano e a oração em silêncio. Depois a Missa no Santuário católico consagrado por Paulo VI no lugar onde S Carlos Lwanga foi queimado juntamente com os seus 21 companheiros a 3 de Junho de 1886. Uma herança cristã para levar Cristo ao mundo:
“ Não nos aproximamos desta herança com uma recordação de circunstância ou conservando-a num museu como se fosse uma jóia preciosa, Honrámo-la verdadeiramente e honramos todos os Santos, quando levamos o seu testemunho a Cristo nas nossas casas e aos nossos vizinhos, nos lugares de trabalho e na sociedade civil, quer fiquemos nas nossas casas, quer andemos no mais remoto canto do mundo.”
“Não apenas a sua vida foi ameaçada mas foi-o também a vida dos rapazes mais jovens confiados aos seus cuidados (…) não tiveram temor de levar Cristo aos outros, mesmo com o custo da vida. A sua fé tornou-se testemunho; hoje, venerados como mártires o seu exemplo continua a inspirar tantas pessoas no mundo.”
O testemunho destes mártires – disse o Santo Padre – mostra como não são os prazeres humanos ou os poderes terrenos que nos dão paz e alegria, mas a honestidade e integridade. “Construir uma sociedade mais justa, que promova a dignidade humana, sem excluir ninguém, que defenda a vida, dom de Deus, e proteja as maravilhas da natureza, a criação, a casa comum” – afirmou o Papa na conclusão da sua homilia tendo recordado ainda que tudo começa na família, escola de amor e misericórdia, onde se exprime o cuidado com os idosos, os pobres, viúvas e órfãos.

Fonte: R. Vaticano

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

PAPA FRANCISCO NA AFRICA


Papa agradece catequistas ugandeses por ensinarem a rezar


Ugandeses dão as boas vindas ao Papa - REUTERS          

Eis na íntegra as palavras do Papa no encontro com catequistas e professores
"Queridos catequistas e professores,
Queridos amigos!
Com afecto, vos saúdo a todos em nome de Jesus Cristo, nosso Senhor e Mestre.
«Mestre»: como é belo este título! O nosso primeiro e maior mestre é Jesus. Diz-nos São Paulo que Jesus deu à sua Igreja não só apóstolos e pastores, mas também mestres, para edificar o Corpo inteiro na fé e no amor. Juntamente com os bispos, os presbíteros e os diáconos, que foram ordenados para pregar o Evangelho e cuidar do rebanho do Senhor, vós, como catequistas, tendes parte relevante na missão de levar a Boa Nova a todas as aldeias e lugares do vosso país.
Quero, antes de mais nada, agradecer-vos pelos sacrifícios que fazeis, vós e as vossas famílias, e pelo zelo e devoção com que realizais a vossa importante tarefa. Ensinais o que Jesus ensinou, instruís os adultos e ajudais os pais a fazer crescer os seus filhos na fé e, a todos, levais a alegria e a esperança da vida eterna. Obrigado pela vossa dedicação, pelo exemplo que dais, pela proximidade ao povo de Deus na sua vida quotidiana e pelos mais variados modos como plantais e cultivais as sementes da fé em todo este vasto território. Obrigado especialmente por ensinardes as crianças e os jovens a rezar.
Sei que o vosso trabalho, embora gratificante, não é fácil. Por isso vos encorajo a perseverar, pedindo aos vossos bispos e sacerdotes que vos ajudem com uma formação doutrinal, espiritual e pastoral capaz de vos tornar mais eficazes na vossa acção. Mesmo quando a tarefa se apresenta gravosa, os recursos pouquíssimos e os obstáculos enormes, far-vos-á bem lembrar que o vosso é um trabalho santo. O Espírito Santo está presente onde o nome de Cristo é proclamado. Está entre nós sempre que elevamos os corações e as mentes para Deus na oração. Ele dar-vos-á a luz e a força de que precisais. A mensagem, que transmitis, enraizar-se-á tanto mais profundamente no coração das pessoas quanto mais fordes não só mestres, mas também testemunhas. Que o vosso exemplo faça ver a todos a beleza da oração, o poder da misericórdia e do perdão, a alegria de partilhar a Eucaristia com todos os irmãos e irmãs.
A comunidade cristã no Uganda cresceu enormemente graças ao testemunho dos mártires. Eles deram testemunho da verdade que nos liberta; estavam prontos a derramar o seu sangue, para permanecer fiéis àquilo que sabiam ser bom, belo e verdadeiro. Estamos hoje aqui em Munyonyo, no lugar onde o rei Mwanga decidiu eliminar os seguidores de Cristo. Mas o seu objectivo faliu, tal como o rei Herodes não conseguiu matar Jesus. A luz brilhou nas trevas, e as trevas não prevaleceram (cf. Jo 1, 5). Depois de ter visto o corajoso testemunho de Santo André Kaggwa e seus companheiros, os cristãos do Uganda tornaram-se ainda mais convictos das promessas de Cristo.
Que Santo André, vosso padroeiro, e todos os catequistas mártires ugandeses vos obtenham a graça de serdes mestres sábios, homens e mulheres cujas palavras sejam cheias de graça, dando testemunho convincente do esplendor da verdade de Deus e da alegria de Evangelho. Ide sem medo por cada cidade e aldeia deste país espalhar a boa semente da Palavra de Deus e tende confiança na sua promessa de que voltareis, em festa, carregando os feixes duma seara abundante.
Peço-vos para rezardes por mim e que peçais às crianças para rezarem por mim
Omukama Abawe Omukisa! [Deus vos abençoe!]
Fonte: R. Vaticano

PAPA FRANCISCO NA AFRICA

Papa: bom governo e desenvolvimento integral para todos


Papa Francisco no Uganda - RV

No Uganda o Papa Francisco teve um encontro com as autoridades e o Corpo Diplomático. No seu discurso Francisco disse que objectivo da visita era comemorar os 50 anos da canonização dos Mártires do Uganda e também como sinal de amizade, estima e encorajamento para todos.
Os Mártires ugandenses, disse em seguida Francisco, tanto católicos como anglicanos, são verdadeiros heróis nacionais que deram a vida por Deus e pelo próprio País:
“Lembram-nos a importância que a fé, a rectidão moral e o serviço ao bem comum desempenharam e continuam a desempenhar na vida cultural, económica e política do país. Recordam-nos também que, apesar das nossas crenças religiosas e convicções diferentes, somos todos chamados a procurar a verdade, a trabalhar pela justiça e a reconciliação, e a respeitar-nos, proteger-nos e ajudar-nos uns aos outros como membros da única família humana”.
Estes ideais, sublinhou ainda Francisco, são pedidos particularmente a homens e mulheres como vós que tendes o dever de assegurar com critérios de transparência um bom governo, um desenvolvimento humano integral, uma ampla participação na vida pública da nação e também uma sábia e justa distribuição dos recursos que o Criador derramou tão abundantemente sobre estas terras.
Um outro objectivo da visita ao Uganda é chamar a atenção para a África no seu todo, para a promessa que representa, as suas esperanças, as suas lutas e as suas conquistas. “O mundo olha para a África como o continente da esperança”, disse ainda Francisco, e o Uganda foi abençoado por Deus com abundantes recursos naturais que os ugandenses devem administrar como guardiões responsáveis. E acrescentou:
Mas a nação foi abençoada sobretudo no seu povo: através das suas famílias sólidas, da sua juventude e dos seus idosos. Anseio pelo meu encontro de amanhã com os jovens, a quem dirigirei palavras de encorajamento e estímulo. Como é importante que lhes sejam oferecidas a esperança, a oportunidade de receber uma instrução adequada e um trabalho remunerado e sobretudo a oportunidade de participar plenamente na vida da sociedade!”
E Francisco falou também dos idosos, memória viva de cada povo. A sua sabedoria e experiência – sublinhou o Santo Padre - deveriam ser sempre valorizadas como uma bússola capaz de permitir que a sociedade encontre a orientação certa para enfrentar os desafios do presente com integridade, sabedoria e clarividência.
Por fim, o Papa manifestou o desejo de encorajar, com a sua presença no Uganda, os muitos e silenciosos esforços realizados no País para dar assistência aos pobres, os doentes e às pessoas em dificuldade, de modo particolar os refugiados:
“Aqui na África Oriental, o Uganda demostrou um empenhamento excepcional na recepção dos refugiados, permitindo-lhes reconstruir as suas vidas em segurança e experimentar a dignidade que provém de ganhar a própria subsistência com um trabalho honesto. O nosso mundo, imerso em guerras, violência e várias formas de injustiça, é testemunha dum movimento migratório de povos sem precedentes. O modo como enfrentamos este fenómeno é um teste da nossa humanidade, do nosso respeito pela dignidade humana e, acima de tudo, da nossa solidariedade para com os irmãos e irmãs necessitados”.
Deste modo, finaliza o Papa, a visita será um forte sinal de solidariedade num mundo caracterizado pela globalização da «cultura do descarte», que nos torna cegos aos valores espirituais, endurece os nossos corações à vista das necessidades dos pobres e priva os jovens da esperança.
O Papa concluiu com a esperança e oração para todo o amado povo do Uganda para que esteja sempre à altura dos valores que moldaram a alma da nação. E sobre todos invocou a abundância das bênçãos do Senhor: Mungu awubariki! (Deus vos abençoe!).

Fonte: R. Vaticano

PAPA FRANCISCO NA AFRICA

Papa Francisco já está no Uganda


Papa Francisco na sua chegada ao Uganda - RV

 

O Papa Francisco já está no Uganda. A acolhe-lo estava o Presidente Kaguta Museveni. São estes os principais encontros e momentos que o Santo Padre viverá no Uganda:
Sexta-feira dia, 27 de novembro
- Visita de cortesia ao Presidente da República do Uganda pelas 15.30 horas de Roma.
- pelas 16 horas está previsto o protocolar encontro com as autoridades do Uganda e com o Corpo Diplomático no Salão das Conferências do Palácio Presidencial; presentes também personalidades da economia e da cultura do país;
- no final do encontro com as autoridades, o Papa Francisco viaja até à cidade de Munyonyo a 38 quilómetros da capital. Trata-se do lugar onde o rei Mwanga em 1886 tomou a decisão de exterminar os cristãos. A 25 e 26 de maio desse ano foram mortos os primeiros quatro mártires do Uganda, entre eles Santo André Kaggwa. Em Munyonyo o Santo Padre será acolhido pelos franciscano conventuais, Ordem a quem está confiado o Santuário onde todos os anos se encontram catequistas e educadores, que saudarão e se encontrarão com o Papa.
- pelas 18 horas o regresso a Kampala e o jantar na Nunciatura Apostólica;
Sábado, dia 28 de Novembro
- na manhã do dia 28 o Santo Padre terá uma agenda muito intensa de encontros: começa por visitar o Santuário anglicano dos Mártires de Namugongo – lugar onde jazem os restos mortais dos 25 mártires do Uganda;
- pelas 9 horas locais (7 horas em Roma) o Papa visita o Santuário Católico de Namugongo dedicado a S. Carlos Lwanga, o mais famoso dos mártires ugandeses, que era o chefe dos pajens do rei da corte de Buganda Mwanga e que foi morto durante as perseguições anti-cristãs de finais do século XIX;
- de seguida será a Santa Missa presidida pelo Papa Francisco naquele Santuário;
- na tarde deste sábado dia 28 de Novembro destaque para o encontro com os jovens no Kololo Air Strip de Kampala, onde antes era um aeroporto é agora um espaço para grandes eventos;
- de seguida o Santo Padre segue para Nalukolongo on de visitará a Obra “Casa da Caridade”;
- depois encontra-se com os bispos do Uganda na Catedral de Kampala;
- no final do dia 28, na mesma Catedral dedicada ao Sagrado Coração de Jesus, o Santo Padre encontra-se com o clero, os religiosos e religiosas e os seminaristas do Uganda.
- o Papa Francisco parte já no dia 29 de Novembro, domingo, para a República Centro-Africana.

Fonte: R. Vaticano
PAPA FRANCISCO NA AFRICA

Nairobi: Papa Francisco aos jovens quenianos


Jovens quenianos saudam o Papa - EPA

 
Um dos momentos mais significativos da visita do Papa ao Quénia, foi o encontro com os Jovens quenianos, que teve lugar na manhã desta sexta-feira às 10 horas locais, 8 horas de Roma no Estádio de Kasarani. No discurso, em forma de diálogo, o Papa Francisco pediu aos 70 mil jovens presentes que se dessem as mãos, de modo a formar uma grande corrente humana, em representação de toda a nação Queniana. Em seguida o Papa exortou os jovens a rejeitarem aquilo que chamou de “açúcar da corrupção” que dissipa a alegria e a paz interior.
Disse aos jovens que deveriam ter sempre esperança: E para melhor ilustrar o seu pensamento, o Santo Padre tirou do bolso o rosário e um livrinho preto com as 14 estações da Via Sacra, e disse que aqueles eram instrumentos que dão sempre esperança”.
Em seguida, e como resposta ao testemunho pessoal de dois jovens que lhe fizeram algumas perguntas sobre as dificuldades sociais que a juventude de hoje atravessa, o Papa Francisco deixou aos jovens os seguintes interrogativos: “Porque é que os jovens, cheios de ideais, se deixam arrastar pelo radicalismo religioso? Porque se distanciam da família, dos amigos, da pátria e da vida? Porque aprendem a matar?
E perguntou ainda: “Se um jovem ou uma jovem não tiver trabalho e não puder estudar o que é que poderia fazer?” E retorquiu: “Poderia correr o risco de cair na dependência da droga, praticar actividades criminosas e até suicidar-se”.
 Na sequência desses interrogativos e ilustração de algumas respostas a dar aos problemas dos jovens Francisco disse-lhes  que a primeira coisa que um jovem deveria fazer, para evitar cair em tais erros, é “ter uma boa educação e um trabalho”. Se não tiver trabalho (disse o Papa) qual futuro terá? Se não tiver educação ou qualquer actividade qual será o seu fim? Eis o perigo social que depende de um sistema injusto, cujo centro não é Deus, mas o dinheiro, disse.

Fonte: R. Vaticano
PAPA FRANCISCO NA AFRICA

No bairro de lata de Kangemi o Papa pede água, casa e trabalho


Habitantes do bairro de Kangemi, em Nairobi, no Quénia, saudam o Papa - REUTERS         
 


Nairobi, 27 de Novembro – um início de manhã especial para o bairro de Kangemi, um dos 7 bairros de lata de Nairobi: grande entusiasmo entre os habitantes; presentes também muitas pessoas vindas de outros bairros da capital. O Papa Francisco foi à Igreja Paroquial de S. José Operário, animada por uma comunidade de jesuítas.
O Santo Padre ouviu os testemunhos de alguns dos habitantes do bairro e de uma religiosa que vive naquele lugar. Destaque para um filme que foi apresentado ao Papa onde se podem ver esgotos a céu aberto, barracas e estradas na lama, os pequenos negócios com que as pessoas vivem, e também as comunidades em oração e as crianças que jogam à bola.
Nas palavras que proferiu o Papa não poderia ter sido mais direto: “sinto-me em casa” – disse:
“Sinto-me em casa, partilhando este momento com irmãos e irmãs que têm um lugar preferencial na minha vida e nas minhas opções, não me envergonho de o dizer. Estou aqui porque quero que saibais que as vossas alegrias e esperanças, as vossas angústias e as vossas dores não me são indiferentes. Conheço as dificuldades que encontrais dia-a-dia! Como podemos não denunciar as injustiças?”
O Papa denunciou as injustiças e a marginalização promovida por “minorias que concentram o poder e a riqueza” e declarou ainda “que todas as famílias tenham um teto digno, acesso à água potável, instalações sanitárias, energia segura para iluminar, cozinhar, que possam melhorar as suas casas, que todos os bairros tenham estradas, praças, escolas, hospitais”.
O Papa Francisco denunciou ainda a “apropriação de terras por parte de investidores privados sem rosto, que pretendem mesmo apoderar-se do pátio das escolas”. Ao mesmo tempo denunciou a criminalidade organizada que usa os mais jovens nas suas atividades ilícitas.
O Santo Padre recordou também que o mundo tem uma “grave dívida social” para com os pobres que não têm acesso à água potável, criticando quem acaba por lucrar com a exploração daquele que é um direito universal.
Mas o Papa quis colocar em realce um aspecto nem sempre reconhecido e que é a sabedoria dos bairros populares: uma sabedoria que provêm de uma “obstinada resistência daquilo que é autêntico”, e que uma frenética sociedade de consumo parece ter esquecido:
“Reconhecer estas manifestações de vida boa que crescem cada dia entre vós, não significa, de modo algum, ignorar a terrível injustiça da marginalização urbana. São as feridas provocadas pelas minorias que concentram o poder, a riqueza e perduram egoisticamente, enquanto a crescente maioria tem que refugiar-se em periferias abandonadas, poluídas e descartadas.”
O Papa Francisco fez um apelo especial a todos os cristãos, em particular aos pastores, a renovarem o  ímpeto missionário e a tomarem iniciativas contra as tantas injustiças e a envolverem-se nos problemas dos cidadãos e a acompanhá-los nas suas lutas, a apoiarem os frutos do seu trabalho coletivo e a celebrarem com eles cada pequena ou grande vitória.

Fonte: R. Vativcano

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

PAPA FRANCISCO NA AFRICA

O Clima é um bem comum - Papa na ONU em Nairobi


Papa Francisco discursando na ONU em Nairobi - AFP


O última actividade do Papa na tarde desta quinta-feira no Quénia, foi a visita à sede das Nações Unidas em Nairobi. O Papa foi acolhido pela Directora Geral, a senhora Saleh Work Zewede, e pelos responsáveis pelas questões do Ambiente e do Habitat, os dois aspectos de que se ocupa essencialmente essa sede da ONU.
Depois da assinatura do livro de ouro, o Papa foi levado num pequeno carro eléctrico para o parque, onde foi convidado a plantar uma árvore, gesto, cujo significado simbólico, serviu-lhe depois de ponta pé de saída no seu discurso, em espanhol, aos cerca de três mil delegados, diplomatas e pessoal da ONU, que o escutavam. Um discurso dirigido à África, ao mundo, em que o Papa abarcou, sempre na esperança duma melhoria, diversos temas: desde o ambiente, às injustiças sociais que provocam tanta violência no mundo, à urbanização descontrolada com todas as suas consequências, à Organização Mundial do Comércio.
Plantar uma árvore – disse – é um convite a perseverar na luta contra a desflorestação e a desertificação, a proteger a biodiversidade de pulmões do planeta como a bacia fluvial do Congo; é uma incitação a continuar unidos e confiantes na capacidade humana de “inverter  todas as situações de injustiça e deterioração de que sofremos hoje”.
O tom estava, portanto, dado para abordar a questão ambiental, um dilema perante o qual se encontra a humanidade – disse o Papa: “melhorar ou destruir o meio ambiente”.
“O clima é um bem comum, um bem de todos” e por isso as mudanças climáticas são um problema global que requerem o empenho responsável de todos para o seu melhoramento – insistiu Francisco, exprimindo apreço pelas iniciativas neste sentido. E considerou importante o encontro internacional que vai ter lugar nos próximos dias em Paris, o chamado COP21, sobre a questão das energias renováveis e não poluidoras. O Papa convidou a evitar a “tentação de cair num nominalismo declamatório com efeito tranquilizador sobre as consciências “ e a dar um sinal claro do “grande compromisso político e económico de reconsiderar e corrigir as falhas e distorções no modelo actual de desenvolvimento”
“Por isso espero que a COP21 leve à conclusão dum acordo global e “transformador” baseado nos princípios de solidariedade, justiça, equidade e participação, e vise a consecução de três objectivos complexos e, ao mesmo tempo, interdependentes: a redução do impacto das alterações climáticas, a luta contra a pobreza e o respeito pela dignidade humana”.
Retomando várias vezes conceitos expressos na sua encíclica sobre o ambiente, Laudato Si, como a ideia de planeta como casa comum, pátria de toda a humanidade, o Papa disse que devemos aceitar humildemente a nossa interdependência, mas não como “sinónimo de imposição ou submissão de uns em função dos interesses de outros, do mais fraco em função do mais forte”
“É necessário um diálogo sincero e franco, com a colaboração de todos”: políticos, cientistas, empresas, sociedade civil.
Confiante de que, não obstante os males do passado, o ser humano é capaz de ultrapassar-se a si mesmo e “voltar a escolher o bem, a regenerar-se”, e a “assumir com generosidade as suas graves responsabilidades”, o Papa disse que isto requer, que se coloque “a economia e a política ao serviço dos povos” e em harmonia com a natureza.
O caminho indicado pelo Papa para essa mudança de rumo, tão necessária é, ao lado das soluções políticas e económicas, a educação e a formação, por forma a promover novos estilos de vida e fazer com que crianças, jovens e adultos adoptem a cultura do cuidado (de si próprio, do outro, do meio ambiente). Nada da cultura do descarte que tem levado a sacrificar pessoas no altar no lucro e do consumo. É um desafio cultural, espiritual e educativo, o que o Papa propõe à humanidade e acredita “que estamos a tempo de o impulsionar”. Caso contrário será a “globalização da indiferença” ou, pior ainda, a resignação a diversas formas de tráfico, escravaturas, trabalho forçado, prostituição, tráfico de órgãos, fluxos migratórios… insistiu Francisco, mencionando os chamados migrantes económicos, que, “não sendo reconhecidos como refugiados nas convenções internacionais, carregam o peso da sua vida abandonada sem qualquer tutela normativa”
“São muitas vidas, muitas histórias, muitos sonhos que naufragam nos nossos dias. Não podemos ficar indiferentes perante isto. Não temos o direito”.
O Papa passou depois a falar do rápido processo de urbanização que leva ao crescimento desmedido e descontrolado das cidades e que se tornam pouco saudáveis, com preocupantes sintomas duma trágica ruptura dos vínculos de integração e comunhão social que leva à violência, ao narcotráfico, ao desenraizamento, ao anonimato social.
Bergoglio encorajou “quantos trabalham a nível local e internacional por garantir que o processo de urbanização se torne num instrumento eficaz para o desenvolvimento e a integração”. A este respeito referiu-se à próxima Conferência Mundial Habitat-III a ter lugar em Quito, no Equador em Outubro de 2016, esperando que seja um momento para identificar formas de responder a estas problemáticas.
Por fim referiu-se à X Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio que vai ter lugar daqui a poucos dias, precisamente em Nairobi. A este respeito Francisco disse que muito se tem trabalhado neste sector no sentido de fazer com que as relações comerciais entre os Estados contribuam para o desenvolvimento dos povos, mas que “ainda não se chegou a um sistema de comercio internacional equitativo e totalmente ao serviço da luta contra a pobreza e a exclusão.”
“Espero que as decisões da próxima Conferência de Nairobi não sejam um mero equilíbrio de interesses contrapostos, mas um verdadeiro serviço ao cuidado da casa comum e ao desenvolvimento integral das pessoas, sobretudo das mais abandonadas”.
O Papa sugeriu uma adequação ordenada e não traumática das normas comerciais de modo que a interdependência e a integração das economias não se faça em prejuízo de sectores sociais importantes como a saúde, recordando que a eliminação de doenças como a malária e a tuberculoses, a cura das chamas doenças “órfãos” e sectores desfavorecidos da medicina tropical reclamam uma atenção política primária, acima de qualquer outro interesse comercial ou político.
O Papa concluiu chamando atenção para a beleza e a riqueza natural da África, que levam a louvar o Criador; um património da humanidade, que enfrenta, todavia, o constante risco de destruição devido ao egoísmo humano. E reiterando um desejo já expresso na ONU em Nova Iorque, também desta fez, o Papa manifestou a vontade de que as obras das Organização das Nações Unidas e as relações multilaterais sejam “penhor dum futuro seguro e feliz para gerações futuras”, pondo de lado interesses sectoriais e ideologias e procurando o interesse comum. E concluiu com estas palavras:
“Asseguro uma vez mais o apoio da Comunidade Católica e o meu de continuar a rezar e colaborar para que os frutos da cooperação regional, que se expressam hoje na União Africana e nos múltiplos acordos africanos de comércio, cooperação e desenvolvimento, sejam vividos com vigor e tendo sempre em conta o bem comum dos filhos desta terra. A bênção do Altíssimo esteja com todos e cada um de vós e dos vossos povos. Obrigado”.
(DA)

Fonte: R. Vaticano

PAPA FRANCISCO NA AFRICA

Papa aos consagrados: não há espaço para ambições de poder


Papa fotografado pelos consagrados e consagradas presentes em Nairobii - ANSA

 
No início da tarde desta quinta-feira dia 26 de novembro o Papa Francisco encontrou o clero, os religiosos, as religiosas e os seminaristas do Quénia. O evento realizou-se na Escola de Santa Maria, em Nairóbi.
“Alguns não sabem porque Deus os chamou, mas sentem que Deus os chamou. Existem outros que seguem o Senhor por interesse”, disse o Santo Padre.
“No seguimento de Jesus não há espaço para aqueles com ambições de poder e riqueza, e que querem ser uma pessoa importante no mundo. O Senhor escolheu-os a todos, iniciou a sua obra no dia em que nos olhou. Na sequela de Jesus no sacerdócio e na vida consagrada entra-se pela porta e a porta é Cristo. Foi ele quem iniciou o caminho, não nós”, disse o Papa  que recordou ainda que a “Igreja não é uma empresa, não é uma ONG. A Igreja é um mistério, mistério do olhar de Jesus sobre cada um que Ele diz: segui-me”. 
Jesus única resposta
“Todos somos pecadores, eu em primeiro lugar, porém temos diante de nós o amor e a ternura de Jesus. Nunca deixem de chorar. Quando num sacerdote, num religioso ou religiosa as lágrimas se secam, algo não funciona. Chorar pela própria infidelidade, pela dor do mundo, chorar pelas pessoas descartadas, pelos idosos abandonados, pelas crianças assassinadas, pelas coisas que não entendemos”, sublinhou o Santo Padre que declarou que “Jesus é a única resposta para certas situações da vida”, frisou o Papa. “Cada vez que eu saúdo uma criança com uma doença rara, me pergunto: por que aquela criança? Não tenho resposta, somente olho para Jesus”, disse. 
O Papa convidou os consagrados a não deixarem de rezar. A colocarem-se diante de Jesus. Se um consagrado deixa a oração de lado a alma seca e fica com uma aparência feia. “A alma de um sacerdote que não reza é feia”, sublinhou.
Oração
O Papa Francisco recordou aos sacerdotes e consagrados que eles foram escolhidos por Jesus para servir. “Servir ao povo de Deus, aos pobres, aos descartados, servir as crianças e os idosos, e servir também as pessoas que não são conscientes da soberba. Servir e não servir-se da Igreja”, disse ainda o Papa.
Aos seminaristas Francisco disse: “se algum de vocês não tem vocação para esse caminho, não perca tempo. Procure um trabalho, case-se e forme uma família”.
O Papa agradeceu aos consagrados do Quénia por seguirem Jesus, por todas as vezes que se sentem pecadores, por toda carícia de ternura que eles dão e pelas vezes que ajudaram alguém a morrer em paz. “Obrigado por darem esperança na vida. Obrigado por ajudar, corrigir e perdoar a cada dia”, concluiu.

Fonte: R. Vaticano

PAPA FRANCISCO NA AFRICA

Papa Francisco confia sua viagem à África à proteção de Nossa Senhora

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco encontra-se em terras quenianas desde as 16h45 locais (11h45 de Brasília) desta quarta-feira (25/11), dando assim início à visita ao país da costa leste da África, no âmbito da 11ª viagem apostólica internacional de seu Pontificado, a primeira ao continente africano.
Trata-se de uma viagem de seis dias, na qual visitará também Uganda e a República Centro-Africana. Em Bangui, capital centro-africana, abrirá a Porta Santa do Jubileu da Misericórdia, nove dias antes do início oficial do Ano Santo.
Na saudação aos jornalistas a bordo do avião A330 da companhia aérea Alitalia que o levou de Roma a Nairóbi, o Pontífice disse ir com alegria a este continente para encontrar os quenianos, os ugandenses e os irmãos da República Centro-Africana, fazendo votos de que esta viagem possa dar frutos espirituais e materiais.
Respondendo a um jornalista que lhe perguntara se sentia preocupado com a questão da segurança, Francisco disse, com um sorriso, estar preocupado com as muriçocas.
O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, destacou aos jornalistas que, como de costume antes de uma viagem apostólica internacional, na noite desta terça-feira o Papa foi até a Basílica de Santa Maria Maior (uma das basílicas papais de Roma) detendo-se em oração, de forma privada, na qual pediu a proteção de Nossa Senhora para esta viagem. (RL)
(Fonte Vatican Radio)
PAPA FRANCISCO NA AFRICA

Papa: religião não justifica ódio e violência


Papa Francisco no Encontro Inter-Religioso em Nairobi - ANSA

 
Nesta quinta-feira dia 26 de Novembro, o Papa Francisco começou o dia com um Encontro Ecuménico e Inter-Religioso na Nunciatura Apostólica de Nairobi no Quénia. Presentes com o Santo Padre, para além do Núncio Apostólico, o Mons. Peter Kairo, o Arcebispo Eliud Wabukala e o representante muçulmano o senhor Abdulghafur El-Busaidy, entre outras  confissões cristãs, tais como, a anglicana, a evangélica, a metodista  e outras de outras crenças religiosas.
Nas palavras que proferiu o Papa Francisco afirmou que a religião “jamais deve ser usada para justificar o ódio e a violência”. O Santo Padre disse ainda que “os jovens se tornam extremistas em nome da religião para semear discórdia e terror, para dilacerar o tecido das nossas sociedades”.

O diálogo é fundamental “neste mundo tão ferido por conflitos e divisões” – ressaltou o Papa que recordou os quatro atentados mais graves ocorridos no Quénia nos últimos quatro anos, cometidos pelo grupo jihadista Al Shabab: o ataque ao centro comercial de Westgate que provocou 67 mortos, os dois ataques na cidade de Mandera, com 64 mortos e o massacre na Universidade de Garissa que deixou atrás de si um rasto de 148 mortos.
“Permanece viva, em vós, a memória deixada pelos bárbaros ataques ao Westgate Mall, ao Garissa University College e a Mandera. Com muita frequência, tornam-se os jovens extremistas em nome da religião para semear discórdia e terror, para dilacerar o tecido das nossas sociedades. Como é importante que nos reconheçam como profetas de paz, pacificadores que convidam os outros a viver em paz, harmonia e respeito mútuo! Que o Todo-Poderoso toque os corações de quantos estão envolvidos nesta violência e conceda a sua paz às nossas famílias e comunidades.”
Recordando o cinquentenário do encerramento do Concílio Vaticano II, no qual a Igreja Católica se comprometeu no diálogo ecuménico e inter-religioso ao serviço da compreensão e da amizade o Papa Francisco reiterou o compromisso do diálogo:
“Pretendo reiterar este compromisso, que nasce da nossa convicção da universalidade do amor de Deus e da salvação que Ele oferece a todos. O mundo espera, e com razão, que os crentes trabalhem juntamente com as pessoas de boa vontade para enfrentar os numerosos problemas da família humana.”
Com os olhos no futuro, rezemos para que todos os homens e mulheres se considerem irmãos e irmãs, unidos pacificamente nas suas diferenças e através delas” – afirmou o Papa Francisco concluindo o seu discurso convocando todos a rezarem “pela paz”.

Fonte: R. Vaticano
PAPA FRANCISCO NA AFRICA

    
         Papa Francisco \ Celebrações

                 Papa na Missa em Nairobi: não ao egoísmo e indiferença


Papa Francisco na Missa em Nairobi - REUTERS

 
Nairobi, 26 de Novembro – uma manhã diferente no Campus da Universidade de Nairobi: presente a cátedra de Pedro para celebrar com os quenianos – o Papa Francisco na sua homilia referiu-se às famílias e rejeitou a cultura do materialismo e da indiferença. O Santo Padre apelou aos jovens da nação pedindo-lhes para viverem com a Palavra de Deus, na sabedoria e nos grandes valores da tradição africana.
“A palavra de Deus toca-nos no mais íntimo do coração. Hoje, Deus diz-nos que Lhe pertencemos. Foi Ele quem nos fez, somos a sua família, e Ele estará sempre ao nosso dispor” – estas as palavras do Papa Francisco invocando a profecia de Isaías e referindo as famílias como importantes no plano de Deus.
“Para nosso próprio bem e para bem da sociedade, a nossa fé na Palavra de Deus chama-nos a sustentar a missão das famílias na sociedade, a acolher as crianças como uma bênção para o nosso mundo, e a defender a dignidade de cada homem e mulher, pois somos todos irmãos e irmãs na única família humana.”
“Obedecendo à Palavra de Deus, somos chamados também a resistir a práticas que favorecem a arrogância nos homens, ferem ou desprezam as mulheres e ameaçam a vida dos inocentes nascituros” – continuou o Santo Padre que afirmou assistirmos “ao crescimento de novos desertos criados por uma cultura de egoísmo e indiferença para com os outros.”
Dirigindo-se, em particular aos jovens, o Papa Francisco apelou-lhes a viverem com os “grandes valores da tradição africana”, na “sabedoria” e na “verdade da Palavra de Deus”
Construir a “casa” sobre a “rocha” que é Deus – eis a proposta de Jesus para construirmos “a nossa vida sobre o alicerce firme da sua Palavra” – disse o Papa destacando a tarefa que o Senhor nos dá: “sermos discípulos missionários”:
“… discípulos missionários, homens e mulheres que irradiem a verdade, a beleza e a força do Evangelho que transforma a vida. Homens e mulheres que sejam canais da graça de Deus, que permitam à sua misericórdia, benevolência e verdade tornar-se os elementos de construção duma casa que quer permanecer firme. Uma casa que é um lar, onde irmãos e irmãs vivem, finalmente, em harmonia e respeito mútuo, obedecendo à vontade do verdadeiro Deus, que nos mostrou, em Jesus, o caminho para a liberdade e a paz a que aspiram todos os corações.”
O Papa Francisco concluiu a sua homilia pedindo a bênção de Deus para as famílias quenianas em língua kiswahili:
Mungu awabariki!                 [Deus vos abençoe!]
Mungu abariki Kenya!                  [Deus abençoe o Quénia!]

Fonte: R Vaticano

quarta-feira, 25 de novembro de 2015


PAPA FRANCISCO NA AFRICA

Papa às autoridades do Quénia: pobreza alimenta o terrorismo

Papa Francisco discursando para as autoridades do Quénia - REUTERS
 


O Papa Francisco já está no Quénia, na cidade de Nairobi, capital daquele país africano. Depois das cerimónias protocolares, o Santo Padre teve um encontro com as autoridades do país e com o corpo diplomático na State House do Quénia.
Nas palavras que proferiu o Santo Padre afirmou que a pobreza alimenta o terrorismo e pediu atenção para com os jovens e os pobres. Referiu-se também à defesa do ambiente e à promoção de modelos responsáveis de desenvolvimento económico.
No discurso que proferiu o Papa Francisco começou por agradecer a “calorosa recepção” nesta sua primeira visita à África. Agradeceu também “as amáveis palavras” do Presidente da República Uhru Kenyatta e afirmou que o  Quénia é uma nação que procura construir “sobre as bases sólidas do respeito mútuo, do diálogo e da cooperação, uma sociedade multiétnica que seja verdadeiramente harmoniosa, justa e inclusiva.”
“A vossa é também uma nação de jovens” – continuou o Santo Padre que reafirmou a sua vontade de se encontrar com a juventude. Refreiu-se também às belezas naturais do Quénia  e afirmo que a “grave crise do meio ambiente, que o mundo enfrenta, exige uma sensibilidade ainda maior pela relação entre os seres humanos e a natureza.” O Papa Francisco sublinhou a responsabilidade para com a natureza e o valor que isso tem na alma africana:
“Temos a responsabilidade de transmitir a beleza da natureza, na sua integridade, às gerações futuras e a obrigação de exercer uma justa administração dos dons que recebemos. Estes valores estão profundamente arraigados na alma africana. Num mundo que continua mais a explorar do que proteger a nossa casa comum, tais valores devem inspirar os esforços dos governantes para promover modelos responsáveis de desenvolvimento económico.”
Estas palavras do Santo Padre abriram caminho para uma citação da Encíclica “Laudato Si”:
“Com efeito, há uma ligação clara entre a protecção da natureza e a construção duma ordem social justa e equitativa. Não pode haver renovação da nossa relação com a natureza, sem uma renovação da própria humanidade (cf. Laudato si’, 118).
Trabalhar pela reconciliação e pela paz foi outro tema salientado pelo Papa Francisco no seu discurso declarando que a violência e o terrorismo alimentam-se do medo e da pobreza:
“A experiência demonstra que a violência, os conflitos e o terrorismo se alimentam com o medo, a desconfiança e o desespero que nascem da pobreza e da frustração. Em última análise, a luta contra estes inimigos da paz e da prosperidade deve ser conduzida por homens e mulheres que, destemidamente, acreditam e, honestamente, dão testemunho dos grandes valores espirituais e políticos que inspiraram o nascimento da nação.”
Na conclusão do seu discurso o Papa Francisco exortou os políticos quenianos a trabalharem pelo “bem comum” manifestando uma “autêntica preocupação com as necessidades dos pobres” e com as “aspirações dos jovens”, desenvolvendo uma “distribuição justa dos recursos naturais e humanos”.
E que “Deus abençoe o Quénia” – afirmou o Papa Francisco em kiswahili: Mungu abariki Kenya!

Fonte: R. Vaticano