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Visita a Capela da Medalha Milagrosa, localizada na Rue du Bac, 140 - Paris

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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

PALAVRAS DO CARDEAL SODANO PARA BENTO XVI

Ardiam os nossos corações enquanto caminhamos com Sua Santidade

As palavras do cardeal Sodano, decano dos cardeais, dirigidas a Bento XVI

Às 11 horas de hoje, último dia de seu pontificado, na Sala Clementina do Palácio Apostólico Vaticano, o papa Bento XVI encontrou-se com os cardeais presentes em Roma para despedir-se.

O cardeal Angelo Sodano, decano dos cardeais, dirigiu-se ao papa em nome de todos os presentes, com as palavras que reproduzimos a seguir.
Santo Padre,
Com grande comoção, os cardeais presentes em Roma se unem hoje em torno a Sua Santidade para mais uma vez lhe expressar o profundo afeto e a viva gratidão pelo testemunho de abnegado serviço apostólico, em prol da Igreja de Cristo e da humanidade inteira.
No sábado passado, ao final dos exercícios espirituais no Vaticano, Sua Santidade agradeceu aos seus colaboradores da cúria romana com estas palavras comoventes: "Meus amigos, eu gostaria de agradecer a todos vocês não só por esta semana, mas pelos últimos oito anos, durante os quais vocês carregaram comigo, com grande competência, afeto, amor e fé, o peso do ministério petrino".
Amado e venerado Sucessor de Pedro, somos nós que devemos agradecer-lhe pelo exemplo que nos deu nestes oito anos de pontificado.
Em 19 de abril de 2005, Sua Santidade vinha juntar-se à longa corrente de sucessores do apóstolo Pedro, e hoje, 28 de fevereiro de 2013, está prestes a partir, esperando que o comando da Barca de Pedro passe para outras mãos. Continuará assim a sucessão apostólica, que o Senhor prometeu à sua Igreja Santa, até que se ouça sobre a terra a voz do anjo do apocalipse, que proclamará: "Tempus não erit amplius... consummabitur mysterium Dei" (Ap 10, 6-7): "Não há mais tempo: o mistério de Deus está cumprido". Terminará, assim, a história da Igreja, juntamente com a história do mundo, com o advento de novos céus e de uma nova terra.
Santo Padre, com profundo amor nós tentamos acompanhá-lo em sua jornada, revivendo a experiência dos discípulos de Emaús, que, depois de caminhar com Jesus durante um bom trecho de estrada, disseram um para o outro: "Não é que ardia o nosso coração enquanto ele nos falava ao longo do caminho?" (LC24, 32).
Sim, Santo Padre, saiba que ardiam os nossos corações enquanto caminhamos com Sua Santidade nos últimos oito anos. Hoje, queremos mais uma vez expressar a nossa gratidão.
Repetimos em coro uma expressão típica da sua querida terra natal: “Vergelt’s Gott”: que Deus lhe pague!

Fonte: Zenit.org

COMO SIMPLES PEREGRINO INICIO MINHA ÚLTIMA PEREGRINAÇÃO NA TERRA

Bento XVI: sou um simples peregrino que inicia a última etapa de sua peregrinação na terra




 
 
 
O Papa havia chegado a Castel Gandolfo às 17h23, ao heliporto das Vilas Pontifícias, acolhido pelo som dos sinos da Diocese de Albano Laziale.

De fato, Bento XVI havia deixado o Vaticano de helicóptero às 17h07, também ao som dos sinos e dando a volta sobre a Praça São Pedro para saudar os muitos fiéis reunidos para dirigir-lhe a última comovida saudação de Roma expressando o seu muito obrigado ao Papa.

O helicóptero sobrevoou o Coliseu e a Basílica de São João de Latrão – sede da Diocese de Roma –, com imagens transmitidas pelo Centro Televisivo Vaticano (CTV).

Pouco antes das 17h locais, no pátio São Damaso, Bento XVI fora saudado pelos superiores da Secretaria de Estado, conduzidos pelo Cardeal Tarcisio Bertone, pelos cardeais AgostinoVallini e Angelo Comastri, respectivamen"Obrigado, caros amigos, estou feliz por encontrar-me com vocês, circundado pela beleza da Criação e pela simpatia de vocês que me fazem muito bem. Obrigado pela amizade de vocês, do seu afeto!" Essas foram as primeiras palavras de Bento XVI dirigidas aos fiéis reunidos diante da residência apostólica de Castel Gandolfo.

"Vocês sabem que este dia é para mim diferente dos dias precedentes: serei Sumo Pontífice da Igreja Católica até às 20h desta noite, depois não mais o serei". "Sou simplesmente um peregrino – prosseguiu – que inicia a última etapa de sua peregrinação nesta terra. Mas gostaria ainda com o meu coração, com o meu amor, com a minha oração, com a minha reflexão, com todas as minhas forças interiores, de trabalhar em prol do bem comum e do bem da Igreja e da humanidade. E me sinto muito apoiado pela simpatia de vocês. Sigamos adiante com o Senhor para o bem da Igreja e do mundo. Obrigado!"

Em seguida, emocionado, o Santo Padre concedeu a sua Bênção apostólica aos presentes.

 te, vigário-geral do Papa para a Diocese de Roma, e vigário do Papa para o Estado da Cidade do Vaticano, e pelo piquete da Guarda Suíça.

Passando de automóvel diante da Gruta de Lourdes, nos Jardins Vaticanos, chegou em seguida ao heliporto vaticano, onde foi acolhido pelo Cardeal decano Angelo Sodano e pelo Cardeal Giovanni Lajolo.

Em Castel Gandolfo o Papa foi acolhido pelo Cardeal Bertello, Dom Schiacca, pelo bispo de Albano Laziale, Dom Marcello Semeraro, pelo diretor das Vilas Pontifícias, Saverio Petrillo, bem como pelo prefeito de Castel Gandolfo.

Bento XVI permanecerá na residência de Castel Gandolfo por cerca de dois meses, para em seguida retornar ao Vaticano como Papa emérito e residir no mosteiro "Mater Ecclesiae", uma vez restaurado. Às 20h conclui-se o seu Pontificado e se inicia a sé vacante.

Bento XVI publicou o seu último tweet no momento de deixar, às 17h locais, o Vaticano, retirando-se para Castel Gandolfo, na qual enviou a seguinte mensagem: "Obrigado pelo vosso amor e o vosso apoio! Possais viver sempre na alegria que se experimenta quando se põe Cristo no centro da vida". (RL)


Fonte: RV

Bento XVI teve encontro com o Colégio Cardínalistico

Bento XVI garante reverência e obediência ao novo Papa




Cidade do Vaticano

– Após ouvir a saudação do Decano do Colégio Cardinalício, Bento XVI tomou a palavra para se despedir dos Cardeais.

Assim como o Card. Sodano, o Papa também citou a experiência dos discèipulos de Emaús, afirmando que também para ele foi uma alegria caminhar em companhia dos cardeais nesses anos na luz da presença do Senhor ressuscitado.

Como disse ontem diante de milhares de fiéis que lotavam a Praça S. Pedro, a solidariedade e o conselho do Colégio foram de grande ajuda no seu ministério. “Nesses oito anos, vivemos com fé momentos belíssimos de luz radiosa no caminho da Igreja, junto a momentos em que algumas nuvens se adensaram no céu. Buscamos servir Cristo e a sua Igreja com amor profundo e total. Doamos a esperança que nos vem de Cristo e que é a única capaz de iluminar o caminho. Juntos, podemos agradecer ao Senhor que nos fez crescer na comunhão. Juntos, podemos pedir para que nos ajude a crescer ainda nessa unidade profunda, de modo que o Colégio dos Cardeais seja como uma orquestra, onde as diversidades, expressão da Igreja universal, concorrem à superior e concorde harmonia.

Aos Cardeais, o Papa expressou “um pensamento simples” sobre a Igreja e sobre o seu mistério, que constitui para todos nós a razão e a paixão da vida, escrita por Romano Guardini. Ou seja, de que a Igreja não é uma instituição excogitada, mas uma realidade viva. Ela vive do decorrer do tempo, transformando-se, mas em sua natureza permanece sempre a mesma. O seu coração é Cristo.

“Parece que esta foi a nossa experiência ontem na Praça. Ver que a Igreja é um corpo vivo, animado pelo Espírito Santo, e vive realmente da força de Deus. Ela está no mundo, apesar de não ser do mundo. É de Deus, de Cristo, do Espírito Santo e nós o vimos ontem. Por isso é verdadeira e eloquente a outra famosa expressão de Guardini:

A Igreja se desperta no ânimo das pessoas. A Igreja vive, cresce e se desperta nos ânimos que, como a Virgem Maria, acolhem a palavra de Deus e a concebem por obra do Espírito Santo. Oferecem a Deus a própria carne e o próprio trabalho em sua pobreza e humildade, se tornando capazes de gerar Cristo hoje no mundo.

Através da Igreja, disse o Papa, o mistério da encarnação permanece presente sempre. E fez um apelo aos Cardeais:

“Permaneçamos unidos, queridos irmãos, neste mistério, na oração, especialmente na Eucaristia cotidiana, e assim serviremos a Igreja e toda a humanidade. Esta é a nossa alegria que ninguém pode nos tirar. Antes de saudá-los pessoalmente, desejo dizer que continuarei próximo com a oração, especialmente nos próximos dias, para que sejais plenamente dóceis à ação do Espírito Santo na eleição do novo Papa. Que o Senhor vos mostre quem Ele quer. E entre vós, entre o Colégio dos cardeais, está também o futuro Papa, ao qual já hoje prometo a minha incondicionada reverência e obediência.”

Fonte: RV

Último dia de Sua Santidade Papa Bento XVI

Bento XVI: último dia do Pontificado em oração



Cidade do Vaticano 


 Termina hoje quinta-feira, 28, o pontificado de Bento XVI, que no último dia 11 anunciou a sua renúncia à Sé de Pedro.
Depois da audiência geral desta quarta, 27, quando diante de 150 mil fiéis na Praça São Pedro o Papa explicou que em seu Pontificado a Igreja viveu ‘momentos difíceis’ e que com sua renúncia ele ‘não desce da Cruz’, esta manhã Papa Ratzinger se despede dos cardeais que já estão em Roma para o conclave.

Como informou o Diretor da Sala de Imprensa, Padre Federico Lombardi, o dia de hoje será passado em oração e preparação para sua transferência a Castel Gandolfo. O “Papa emérito” deve passar 2 meses nesta residência, enquanto será reformado o mosteiro de clausura nos Jardins Vaticanos, onde passará a morar.

Às 16h55 (hora local), no pátio de São Damaso, Bento XVI recebe as honras de um piquete da Guarda Suíça. Saúda o Secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone e outros colaboradores, e no heliporto, recebe a saudação do Cardeal Angelo Sodano, decano do Colégio Cardinalício.

Em sua chegada a Castel Gandolfo, às 17h15, o Papa será acolhido pelo Cardeal Giuseppe Bertello, Presidente do governo do Estado da Cidade do Vaticano, e por Dom Giuseppe Sciacca, Secretário. Também estarão lá o bispo da diocese de Albano, Dom Marcello Semeraro, e autoridades civis da cidade.

Em seguida, Bento XVI fará uma saudação aos fiéis, do balcão do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo.

Às 20h, começa a Sé Vacante. A Guarda Suíça que presta serviço em Castel Gandolfo cessará o serviço e a segurança do Papa Emérito estará a cargo da Gendarmaria do Vaticano.

O momento em que o Papa deixará o Vaticano, em helicóptero, rumo à residência de Castel Gandofo, poderá ser acompanhado no site da RV: www.radiovaticano.va, através do link “Vatican Player”. A transmissão das imagens será acompanhada pelo áudio original, em italiano. O evento está programado para as 16h30 locais (12h30 de Brasília).
(CM)

Fonte: RV

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

"Amar a Igreja significa ter a coragem de fazer opções difíceis"

"Amar a Igreja significa ter a coragem de fazer opções difíceis" - Bento XVI aos mais de 150 mil fieis na Praça de S. Pedro



“Amar a Igreja significa também ter a coragem de fazer opções difíceis, árduas, tendo sempre em vista o bem da Igreja e não nós mesmos” – recordou Bento XVI, na serena e ao mesmo tempo vibrante alocução que constituiu a última palavra pública do seu pontificado.
Na véspera de deixar o ministério petrino (amanhã, quinta-feira, 28 de fevereiro, às 20 horas), o Papa quis, antes de mais, “dar graças de todo o coração a Deus, que guia e faz crescer a Igreja, que semeia a sua Palavra, alimentando assim a fé no seu Povo”.

Bento XVI alargou o seu olhar a toda a Igreja e a todo o mundo, assegurando levar a todos no coração, na oração, confiando tudo e todos ao Senhor. E declarou viver este momento com “grande confiança”, na certeza de que “a Palavra de verdade do Evangelho é a força da Igreja, é a sua vida”. “É esta a minha confiança, a minha alegria”.

Foi neste contexto que Bento XVI evocou o dia 19 de abril de 2005, quando assumiu o ministério de Pedro. Ouçamos as palavras com que, mais adiante nesta audiência, o Papa resumiu em português o essencial desta sua alocução:

Queridos irmãos e irmãs,
No dia dezanove de Abril de dois mil e cinco, quando abracei o ministério petrino, disse ao Senhor: «É um peso grande que colocais aos meus ombros! Mas, se mo pedis, confiado na vossa palavra, lançarei as redes, seguro de que me guiareis». E, nestes quase oito anos, sempre senti que, na barca, está o Senhor; e sempre soube que a barca da Igreja não é minha, não é nossa, mas do Senhor. Entretanto não é só a Deus que quero agradecer neste momento. Um Papa não está sozinho na condução da barca de Pedro, embora lhe caiba a primeira responsabilidade; e o Senhor colocou ao meu lado muitas pessoas que me ajudaram e sustentaram. Porém, sentindo que as minhas forças tinham diminuído, pedi a Deus com insistência que me iluminasse com a sua luz para tomar a decisão mais justa, não para o meu bem, mas para o bem da Igreja. Dei este passo com plena consciência da sua gravidade e inovação, mas com uma profunda serenidade de espírito.
Na alocução mais desenvolvida, em italiano, Bento XVI convidou todos a renovarem a sua firme confiança no Senhor, a confiarem-se “como crianças nos braços de Deus (disse), na certeza de que esses braços sempre nos sustentam, permitindo-nos caminhar dia após dia, apesar da fadiga”.

“Agradeçamos ao Senhor por cada um dos nossos dias, com a oração e com uma vida cristã coerente. Deus ama-nos, mas espera também que nós o amemos!”

Mas não foi só a Deus que Bento XVI quis agradecer neste momento especial da sua vida e antes da conclusão do seu pontificado. Na verdade – recordou – “um Papa nunca está sozinho na condução da barca de Pedro, embora lhe toque a primeira responsabilidade”.

“Nunca me senti sozinho na (responsabilidade) de levar a alegria e o peso do ministério petrino. O Senhor pôs ao meu lado muitas pessoas que, com generosidade e amor a Deus e à Igreja, me ajudaram com a sua proximidade”.

E aqui o Papa mencionou expressamente: os cardeais, cuja “sageza, conselhos e amizade foram preciosos”, prosseguindo com os colaboradores mais diretos, desde o Secretário de Estado mas incluindo todos os que estão ao serviço da Santa Sé, muitos deles “na sombra, no silêncio e na dedicação quotidiana, com espírito de fé e de humildade”, “um apoio seguro e fiável”. Uma palavra de gratidão também ao Corpo Diplomático, representantes das Nações, e a “todos os que trabalham para uma boa comunicação”, um “importante serviço”. Menção de especial e afetuosa gratidão à “sua” diocese de Roma, a todos os irmãos no episcopado e no presbiterado, todos e todas as consagradas, e todo o Povo de Deus…

“nas visitas pastorais, nos encontros, nas audiências, nas viagens, sempre adverti grande atenção e profundo afeto; mas também eu quis bem a todos e a cada um, sem distinções, com aquela caridade pastoral que é o coração de cada Pastor, sobretudo do Bispo de Roma, do Sucessor do Apóstolo Pedro. Cada dia levei na oração cada um de vós , com coração de pai”.

Bento XVI agradeceu também de todo o coração as numerosas pessoas de todo o mundo que nas últimas semanas lhe enviaram – disse – “comoventes sinais de atenção, amizade e oração”.

“Sim, o Papa nunca está só, experimento-o agora uma vez mais, de um modo tão grande que toca o coração. O Papa pertence a todos e tantíssimas pessoas sentem-se muito perto dele”.

Não foram só os “grandes do mundo” (chefes de Estado, chefes religiosos, representantes do mundo da cultura…) a escrever – esclareceu Bento XVI. Chegaram-lhe “também muitas cartas de pessoas simples”, que exprimem o que o coração lhes dita mostrando “todo o seu afeto, que nasce do estar conjuntamente com Cristo Jesus, na Igreja”…

“Escrevem como irmãos e irmãs ou como filhos e filhas, com o sentido de um elo familiar muito afetuoso. Aqui se pode tocar com a mão o que é a Igreja – não uma organização, não uma associação com fins religiosos ou humanitários, mas um corpo vivo, uma comunhão de irmãos e irmãs no Corpo de Jesus Cristo, que nos une a todos. Experimentar a Igreja neste modo e poder assim com que poder tocar com as mãos a força da sua verdade e do seu amor, é motivo de alegria, num tento em que tantos falam do seu declínio”.

“Nestes últimos meses senti que as minhas forças tinham diminuído (confessou Bento XVI),, e pedi a Deus com insistência, na oração, que me iluminasse com a sua luz para me fazer tomar a decisão mais justa, não para o meu bem, mas para o bem da Igreja”.

“Dei este passo na plena consciência da sua gravidade e também novidade, mas com uma profunda serenidade de espírito. Amar a Igreja significa também ter a coragem de fazer escolhas difíceis, dolorosas, tendo sempre presente o bem da Igreja, e não nós próprios”.

Na parte final da sua alocução, Bento XVI voltou uma vez mais com o espírito ao início do seu pontificado, há oito anos atrás, ao dia 19 de abril de 2005, para sublinhar que com a sua renúncia não regressa a uma vida “privada”. “A gravidade da decisão (de assumir o ministério petrino) – observou ainda o Papa – estava precisamente também no facto de que a partir daquele momento ficava empenhado sempre e para sempre com o Senhor”.

“Sempre – quem assume o ministério petrino já não tem qualquer privacidade. Pertence sempre a totalmente a todos, a toda a Igreja. A sua vida vem, por assim dizer, totalmente retirada a dimensão privada. Pude experimentar, e experimento-o agora, que uma pessoa recebe a vida precisamente quando a dá”.

“O sempre – insistiu Bento XVI – é também um para sempre – não é um regresso ao privado. A minha decisão de renunciar ao exercício ativo do ministério, não revoga isto”.

“Não regresso à vida privada, a uma vida de viagens, encontros, recepções, conferências, etc. Não abandono a cruz, mas permaneço de modo novo junto do Senhor Crucificado”.

Embora “já sem o poder de ofício para o governo da Igreja”, Bento XVI declarou permanecer “no serviço da oração”, ficando “por assim dizer, no recinto de São Pedro”. E invocou o grande exemplo de São Bento, neste ponto. São Bento “mostrou a via para uma vida, que, ativa ou passiva, pertence totalmente à obra de Deus”.

E Bento XVI concluiu convidando todos a viver o caminho da Igreja numa atitude fé:

“Caros amigos! Deus guia a sua Igreja, sustenta-a sempre também e sobretudo nos momentos difíceis. Nunca percamos de vista esta visão de fé, que é a única verdadeira visão do caminho da Igreja e do mundo. No nosso coração, no coração de cada um de vós, haja sempre a jubilosa certeza de que o Senhor está ao nosso lado, não nos abandona, está perto de nós envolvendo-nos com o seu amor. Obrigado!"

Antes das palavras pronunciadas pelo Papa em português, Bento XVI foi saudado na nossa língua, por Mons. Ferreira da Costa…

Não faltou como sempre a saudação aos peregrinos lusófonos:

Amados peregrinos de língua portuguesa, agradeço-vos o respeito e a compreensão com que acolhestes a minha decisão. Continuarei a acompanhar o caminho da Igreja, na oração e na reflexão, com a mesma dedicação ao Senhor e à sua Esposa que vivi até agora e quero viver sempre. Peço que vos recordeis de mim diante de Deus e sobretudo que rezeis pelos Cardeais chamados a escolher o novo Sucessor do Apóstolo Pedro. Confio-vos ao Senhor, e a todos concedo a Bênção Apostólica.
Fonte: RV

Continuará a ser chamado de Sua Santidade Bento XVI

Ratzinger continuará Sua Santidade Bento XVI

Usará batina branca, simples e não mais os sapatos vermelhos


Ratzinger continuará a ser chamado de Sua Santidade Bento XVI. E pela primeira vez na história haverá um Papa Emérito ou Romano Pontífice Emérito. Informou o porta voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, nesta manhã de quarta-feira, 26 de fevereiro, durante coletiva de imprensa.

Bento XVI usará batina branca, simples e sem o mantelete que cobre os ombros. Os sapatos não serão mais os vermelhos. “O Papa ficou muito satisfeito com os sapatos que lhe presentearam no México, em Leon”, disse Pe. Lombardi.
O anel do pescador bem como o selo de chumbo do pontificado deverá ser inutilizado pelo Camerlengo conforme prevê a Constituição Universi Domici Gregis.
Padre Lombardi explicou que ao iniciar o período de Sé Vacante, o decano dos cardeais, D. Angelo Sodano, vai enviar aos cardeais uma carta de convocação para as Congregações gerais. Os trabalhos poderão começar na segunda-feira 04 de março. Durante as Congregações será determinada a data de início do Conclave.
Os cardeais que estarão em Roma durante o período das Congregações podem se hospedar onde preferirem. Ao se aproximar o Conclave eles irão para a Domus Santa Marta, no Vaticano. O número e a localização dos quartos dos cardeais serão sorteados durante as Congregações gerais.

 Fonte: Zenit.org

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

CONCLAVE: aos cardiais a faculdade de antecipar

Bento XVI deixa aos cardeais a faculdade de antecipar o Conclave



Cidade do Vaticano (RV) - Foi publicada nesta segunda-feira a Carta Apostólica de Bento XVI em forma de Moto Proprio "Normas nonnullas", sobre algumas modificações nas regras relativas à eleição do Romano Pontífice.

No documento, Bento XVI faz algumas alterações nas normativas precedentes para "garantir o melhor desempenho de respeito, mesmo com ênfase diferente, da eleição do Sumo Pontífice e uma mais correta interpretação e aplicação de algumas disposições.

"Nenhum cardeal eleitor poderá ser excluído tanto da eleição ativa quanto da passiva por nenhum motivo ou pretexto, exceto conforme previsto nos números 40 e 75 da Constituição Apostólica Universi Dominici gregis", afirma Bento XVI.

Foi estabelecido que a partir do momento em que a Sé Apostólica estiver legitimamente vacante, espera-se quinze dias para ter início o Conclave.

O Papa deixa ao Colégio Cardinalício a faculdade de antecipar o início do Conclave se consta da presença de todos os cardeais eleitores, como também a faculdade de prolongar, se existirem motivos graves, o início da eleição por alguns outros dias. Passados ao máximo vinte dias do início da Sé Vacante, todos os cardeais eleitores presentes devem proceder à eleição.

Especificam-se as normas para o sigilo do Conclave: "Todo o território da Cidade do Vaticano e também a atividade ordinária dos escritórios dentro de seu âmbito deverão ser regulados, no dito período, a fim de garantir a discrição e o desempenho livre de todas as operações ligadas à eleição do Sumo Pontífice. Em particular deverá ser previsto, com a ajuda de prelados clérigos, que ninguém se aproxime dos cardeais eleitores durante o percurso da Casa Santa Marta à Residência Apostólica Vaticana.

Todas as pessoas que por qualquer motivo e em qualquer momento ficarem sabendo do que diretamente ou indiretamente concerne aos atos relativos à eleição, sobretudo em relação aos votos na própria eleição, são obrigadas ao segredo absoluto com qualquer pessoa que não faça parte do Colégio dos Cardeais eleitores. Para esse objetivo, antes do início da eleição, eles deverão fazer juramento segundo modalidades precisas na consciência de que uma sua infiltração levará a excomunhão "latae sententiae", reservada à Sé Apostólica.

Foram abolidas as eleições por aclamação e por compromisso. A única forma reconhecida de eleição do Romano Pontífice é a de voto secreto.

"Se as votações referidas nos números 72, 73 e 74 da Constituição Apostólica Universi Dominici gregis não tiverem êxito, ficou estabelecido que se dedique um dia de oração, reflexão e diálogo. Nas votações sucessivas, "terão voz passiva somente os dois nomes que na votação precedente obtiveram o maior número de votos, nem poderá retirar-se da disposição que para a eleição válida é exigida a maioria qualificada de pelo menos dois terços dos votos dos cardeais presentes e votantes. Nessas votações, os dois nomes que têm voz passiva não têm voz ativa".

"Realizada canonicamente a eleição, o último dos Cardeais diáconos chama na sala da eleição o secretário do Colégio Cardinalício, o mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias e dois Mestres de Cerimônias. Então o Cardeal Decano ou o primeiro dos cardeais por ordem e ancianidade, em nome de todo o Colégio dos eleitores pede o consenso do eleito com as seguintes palavras: Aceita a sua eleição canônica como Sumo Pontífice? E apenas recebido o consenso ele pergunta: Como gostaria de ser chamado? Então o Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, atuando como tabelião e tendo como testemunhas dois Mestres de Cerimônias, redige um documento sobre a aceitação do novo Papa e o nome tomado por ele". (MJ)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

 
 
 
 

Papa aprova mudanças que podem antecipar conclave,

afrirma Vaticano
 
O Papa Bento XVIx realizou neste domingo (24) seu último Ângelus (Foto: Alberto Pizzoli/AFP)O Papa Bento XVI realizou no domingo (24) o último
Ângelus do pontificado (Foto: Alberto Pizzoli/AFP)
 
O Vaticano infomou nesta segunda-feira (25) que Bento XVI aprovou mudanças na legislação da Igreja Católica para que os cardeais possam iniciar o conclave antes do prazo anteriormente estipulado para escolha do novo Papa, de 15 dias após a morte ou renúncia de um pontífice. Apesar da mudança, no entanto, não há confirmação de que a reunião será antecipada nem existe uma data marcada para o início do ritual de escolha do sucessor.
Em sua decisão, Bento XVI afirmou que "é preciso se esperar quinze dias completos para começar o conclave", mas abriu a possibilidade dos cardeais avaliarem a possibilidade de antecipar o processo. "Mas deixo ao Colégio Cardinalício a faculdade de antecipar o início do conclave se constar que estão presentes todos os cardeais eleitores, como também a possibilidade de atrasá-lo se há motivos graves. No entanto, transcorridos vinte dias do início da Sé Vacante, todos os cardeais presentes têm que proceder a eleição", explicou o Papa.
Bento XVI deixa oficialmente o comando da Igreja Católica às 20h da próxima quinta (28) no horário de Roma (16h em Brasília). O período chamado de Sé Vacante, 15 dias em que não há Papa nem conclave, faria com que a escolha do próximo líder mundial da Igreja Católica começasse no dia 15 de março. Agora, há possibilidade da eleição ser iniciada antes desse prazo, desde que os cardeais estejam reunidos no Vaticano.
De acordo com a Santa Sé, Bento XVI expediu um "Motu Proprio" – uma espécie de decreto elaborado diretamente pelo Papa – em que modifica alguns pontos do processo do conclave. Permanece, porém, a possibilidade de adiar o início da votação por até 20 dias após o início da Sé Vacante, caso seja necessário para a chegada dos cardeais.
O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, afirmou que será preciso esperar o início da Sé Vacante e a reunião dos cardeais para saber quando vai começar o conclave. A primeira congregação de cardeais será realizada em 1º de março, horas depois da saída definitiva de Bento XVI. A partir desse dia, eles poderão anunciar a data da eleição.
Para eleger o novo Papa continua sendo necessário que um dos nomes tenha pelo menos dois terços dos votos. Cerca de 117 cardeais com menos de 80 anos terão o direito de entrar no conclave, que é realizado na Capela Sistina, no Vaticano.
Cardeais de todo o mundo já começaram consultas informais por telefone e por e-mail para a construção de um perfil do homem que eles acham que seria mais adequado para liderar a Igreja em um período de crise contínua. As últimas regras do conclave – encontro em que os cardeais, secretamente, escolhem o novo Papa – haviam dido estabelecidas por João Paulo II, antecessor de Bento XVI, em 1996.
Fonte: G1 - Globo

domingo, 24 de fevereiro de 2013

"Para o bem da Igreja "

Editorial da Revista Arautos do Evangelho
Março 2013.
 
"Para o bem da Igreja "
Sem dúvida, o governo de Bento XVI se caracterizou, do ponto de vista humano, por uma atitude discreta e despretensiosa muito bem expressa nas palavras iniciais do seu Pontificado: "Os Senhores Cardeais elegeram-me, simples e humilde trabalhador na vinha do Senhor: Consola-me saber que o Senhor sabe trabalhar e agir também com instrumentos insuficientes. E, sobretudo, recomendo-me às vossas orações ".
Esses quase oito anos de Papado foram marcados também pelo temperamento reflexivo, lógico e coerente de Joseph Ratzinger, sempre propício a uma análise serena e profunda dos acontecimentos, sem fugir dos problemas mais complexos da realidade contemporânea. Esse modo de ser aliou-se, desde o seu tempo de professor na Universidade de Tubinga, com uma admirável ciência teológica e uma cultura humanística que o levaram a ser considerado como um dos principais intelectuais de nossa época.
Sobre estas inegáveis qualidades humanas, unidas a um espírito sempre voltado para o sobrenatural, paira, porém, algo mais elevado e decisivo: a assistência do Espírito Santo, que se derrama em abundância sobre o sucessor de Pedro.
Todas estas circunstâncias são fundamentais para se interpretar a renúncia de Bento XVI ao Papado e não podem, de modo algum, ser postas de lado ao analisá-la, sob pena de se incorrer em comentários frívolos, injustos ou fantasiosos.
Além do mais, as razões desse ato não são segredo. Elas foram claramente expressas no Consistório Público do dia 11 de fevereiro e repetidas em ocasiões sucessivas. Bento XVI renuncia, explicou no início da Audiência Geral de 13 de fevereiro, "para o bem da Igreja ".
Haverá outros motivos que Bento XVI tenha considerado prudente não revelar? Terá influído nessa decisão alguma preocupação concreta sobre o rumo que poderia tomar doravante o seu pontificado? Querer dar uma resposta a tais perguntas é, a nosso juízo, uma temeridade, pois nossas cogitações podem não corresponder hoje à realidade dos fatos.
Enquanto isso, cabe-nos manifestar com ênfase um entranhado amor pelo Sucessor de Pedro e pensar, como ele, unicamente no bem da Igreja. Eram esses, sem dúvida, os sentimentos dos fiéis que acolheram com longas e calorosas ovações suas palavras na mencionada Audiência Geral, e durante a Santa Missa desse mesmo dia. Igual reação tiveram os sacerdotes da diocese de Roma ao serem recebidos pelo Papa no dia seguinte, na Sala de Audiências do Vaticano.
"Tanto quanto o Céu domina a Terra, tanto a minha conduta é superior à vossa e meus pensamenios ultrapassam os vossos" (Is 55, 9), diz o Senhor pela voz do Profeta. Bem poderia fazer suas essas palavras o Vigário de Cristo, na presente conjuntura.
O fato é que, para além do operar dos homens, devemos considerar com toda a confiança o futuro da Igreja. Ela é "a árvore de Deus que vive para sempre, a portadora da eternidade e da verdadeira herança: a vida eterna "(Lectio Divina no Pontificio Seminário Romano Maior, 8/2/2013).

Bento XVI no último dia dos exercícios espirituais

Bento XVI agradeceu os 8 anos de colaboração da Curia Romana - no último dia dos exercícios espirituais



Conclui-se esta manhã, no Vaticano, o retiro quaresmal do Papa e da Cúria Romana. Depois da última reflexão do pregador dos Exercícios Espirituais deste ano, Card. Gianfranco Ravasi, o Papa Bento XVI tomou a palavra para agradecer: “No final dessa semana espiritualmente tão densa, permanece somente uma palavra: obrigado, obrigado a vocês por esta comunidade orante em escuta, que me acompanharam esta semana. Obrigado principalmente ao senhor, eminência, por essas caminhadas tão belas no universo da fé e no universo dos salmos. Ficamos fascinados pela riqueza, profundidade e beleza desse universo da fé e estamos gratos porque a palavra de Deus nos falou de modo novo, com nova força.”
Bento XVI recordou que a “arte de crer, arte de rezar” foi o fio condutor dessas meditações, e lhe veio em mente o facto que os teólogos medievais traduziram a palavra logos não somente como verbo, mas também como arte. “O logos não é somente uma razão matemática. O logos tem um coração, o logos é também amor.” A verdade é bela, explicou. Verdade e beleza caminham juntas. A beleza é o sigilo da verdade. Todavia, o mal e o sofrimento estão comprometendo a criação. “Parece que o maligno quer permanentemente sujar a criação para contradizer Deus e para tornar irreconhecível a sua verdade e a sua beleza.
O Filho encarnado é coroado com uma coroa de espinhos e justamente nesta figura sofredora do filho de Deus começamos a ver a beleza mais profunda do nosso Criador e Redentor. Podemos no silêncio da noite escura ouvir a palavra. E acreditar nada mais é do que, na obscuridade do mundo, tocar a mão de Deus e assim, no silêncio, ouvir a Palavra, ver o amor. Gostaria de agradecer a todos vocês não somente por esta semana, mas por esses oito anos em que carregaram comigo com grande competência, afeto, amor e fé o peso do ministério petrino. Permanece em mim esta gratidão e mesmo que agora acabe esta visível comunhão exterior, permanece a proximidade espiritual, fica uma profunda comunhão na oração. Nesta certeza prosseguimos, certos da vitória de Deus, certos da verdade da beleza e do amor. Obrigado a todos vós.”
Bento XVI conclui afirmando que o Senhor saberá recompensar o Card. Ravasi pelo seu trabalho, que ele desempenhou “brilhantemente”, garantindo-lhe suas orações e seu afecto.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

"Universi Dominici Gregis" - esclarecimentos

A Constituição Apostólica "Universi Dominici Gregis" - importantes esclarecimentos



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A Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis de João Paulo II esteve no centro da conferência de Imprensa realizada, nesta sexta-feira dia 22, na Sala de Imprensa da Santa Sé. O Secretário do Pontifício Conselho para a Interpretação dos Textos Legislativos, Dom Juan Ignacio Arrieta, ofereceu aos jornalistas acreditados na Vaticano, uma releitura dessa a Constituição Apostólica sobre a vacância da Sé Apostólica e da eleição do Sumo Pontífice permitindo assim colher alguns importantes esclarecimentos.
A Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, promulgada pelo Papa João Paulo II em 22 de fevereiro de 1996, estabelece as regras, hoje vigentes, para a eleição do Pontífice. Na Constituição está previstra a Sé Vacante também para a renúncia do Papa. Durante este perído específico de vacância, ao Colégio Cardinalício é confiado o governo da Igreja apenas para o desempenho de assuntos ordinários. No período de Sé Vacante estão previstos dois tipos de Congregações dos cardeais. A primeira é geral e participam todos os cardeais. A outra Congregação, chamada de "particular" e reservada para assuntos de menor importância, participam o cardeal camerlengo e três outros cardeais eleitores que são escolhidos por sorteio a cada três dias. Na Constituição é recordado que é 120 o número máximo de cardeais eleitores. Estão excluídos da votação os purpurados que completaram 80 anos no dia em que tem início a Sé Vacante. A Constituição prevê também que a eleição do Pontífice continue a ser realizada na Capela Sistina e que os cardeais se hospedem na Casa Santa Marta, na Cidade do Vaticano. A única forma reconhecida de eleição é a de voto secreto.
Sobre as questões relativas ao Conclave e sobre a possibilidade de antecipar o início, Dom Juan Ignacio Arrieta recordou que Bento XVI poderá emitir um Motu Proprio antes da Sé Vacante. "O Papa pode modificar a lei do Conclave, antes da Sé Vacante. O pontífice poderia decidir isso com uma alteração da Constituição, para evitar que os cardeais permaneçam 15 dias a mais fora da própria sé. Isso é possível, mas não se sabe se o Papa irá fazê-lo", ressaltou Dom Arrieta.

Segundo a Constituição Universi Dominici Gregis vigente, passados 15 dias, no máximo 20, do início do período de Sé Vacante, todos os cardeais eleitores devem proceder à eleição. No primeiro dia está prevista apenas uma votação. Estão previstas, depois, quatro votações por dia, duas de manhã e duas à tarde. Os cardeais devem abster-se de correspondência com pessoas que estão fora do âmbito do procedimento da eleição. Em relação à cédula eleitoral, ela tem uma forma retangular. Na parte superior aparecem as palavras: 'Eligo in Summum Pontificem'. Na metade inferior o cardeal escreve o nome do eleito. A cédula deve ser preenchida secretamente pelo cardeal eleitor que escreverá claramente o nome da pessoa escolhida.
A única mudança na Constituição Universi Dominici Gregis foi introduzida por Bento XVI, em 2007, com o Motu Proprio 'De Aliquibus mutationibus in normis de eletione Romani Pontifici', que restaura, em todas as votações, o quorum de dois terços para uma eleição válida. Depois da 34ª votação passa-se para o segundo turno entre os dois cardeais que obtiveram o maior número de votos na votação anterior. Para que a eleição seja válida, é sempre necessária a maioria de pelo menos dois terços dos votantes. (RS)

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Informações sobre Bento XVI

Informações sobre Bento XVI veiculadas nas Coletivas com Pe. Lombardi

Cidade do Vaticano (RV) – Desde o anúncio da renúncia do Papa Bento XVI, em 11 de fevereiro, a Sala de Imprensa da Santa Sé vem promovendo diversas coletivas de imprensa com o objetivo de responder às tantas dúvidas dos jornalistas. Abaixo apresentamos as diversas questões levantadas nestas coletivas, respondidas pelo Diretor da Sala de Imprensa, Pe. Federico Lombardi.

Qual será o nome do Papa após deixar o cargo em 28 de fevereiro: continuará a se chamar Bento XVI

Como deverá ser chamado o Papa: “Seguramente será Bispo emérito de Roma”. Excluindo que possa ser Cardeal, mas não existe ainda uma regra oficial.

Vestes do papa: Não se sabe ainda como Bento XVI se vestirá.

Anel: Poderá ser destruído, como o selo papal.
O anel do pescador é o sinal visível da autoridade do Papa, que ele recebe no momento solene no início do Pontificado e que usa no dedo anular direito. Esta insígnia papal é documentada desde o tempo de Clemente IV (por volta de 1.265) e era utilizada como selo secreto para correspondências privadas. Durante a solene celebração do início do Pontificado o Cardeal Decano do Sacro Colégio o coloca no anular da mão direita do novo Papa. O anel, confeccionado em ouro, além de gravado o nome do Pontífice, tem a imagem em relevo do Apóstolo Pedro pescando sobre uma barca. Com a morte de cada Papa, o Cardeal Camerlengo o retira do dedo e, na presença dos representantes do Colégio dos Cardeais quebra-o, indicando com tal gesto o final do pontificado.

Quarta Encíclica sobre a Fé: Não será publicada até o final de fevereiro. “Não estava num ponto de preparação que pudesse, em um tempo tão curto, ser traduzida, publicada, finalizada. Assim, este permanece como um documento que esperávamos, mas que, na verdade, não o teremos, ao menos não na forma de Encíclica”.

Moradia: Bento XVI residirá em Castel Gandolfo de 28 de fevereiro até o final de abril, início de maio. Poderá residir no habitual aposento pontifício, pois este não foi lacrado, como ocorre quando morre um Papa. Depois de Castel Gandolfo, Bento XVI residirá no Mosteiro ‘Mater Ecclesia’, no Vaticano. Até outubro de 2012 residiam alí as Irmãs de Clausura visitandinas. Os trabalhos de reforma foram iniciados em novembro de 2012 e serão concluídos nos próximos meses. Bento XVI encontrou as Irmãs visitandinas em duas ocasiões: celebrou a Missa no Mosteiro em 14 de dezembro de 2010, por ocasião da celebração do 4º centenário da fundação da Ordem da Visitação. E posteriormente recebeu as religiosas na Residência Apostólica em 14 de outubro de 2012, uma semana antes de deixarem o Vaticano.

Assessores: Quer em Castel Gandolfo, quer no Mosteiro ‘Mater Ecclesia’, Bento XVI será acompanhado por Dom Georg Gaenswein, que permanece no cargo de Prefeito da Casa Pontifícia e pelas “Memores”, que ainda hoje o acompanham no dia-a-dia.

Aparições Públicas de Bento XVI: Não estão previstas após 28 de fevereiro. “Bento XVI permanecerá no Vaticano por motivos compreensíveis de caráter logístico e organizativo”.

Conclave: Previsto para começar entre 15 e 20 de março, mas seu início poderá ser antecipado. “A Constituição ‘Universi Domini Gregis’ prevê um tempo de espera para a chegada dos Cardeais a Roma. Como todos sabem que em 28 de fevereiro a Santa Sé fica Vacante, não faz sentido esperar todo este tempo para iniciar o Conclave, uma vez que todos os Cardeais tenham chegado a Roma”. “O Papa está considerando a publicação de um Motu Proprio nos próximos dias, obviamente antes da Sé Vacante, para precisar alguns pontos particulares da Constituição Apostólica sobre o Conclave que nos últimos anos foram apresentadas. Não sei se será oportuno ou necessário precisar sobre questões do tempo de início do Conclave. ‘Se’ e ‘quando’ o documento será publicado o veremos. Me parece, por exemplo, que pode ser sobre qualquer detalhe, buscando uma plena harmonização com outro documento que diz respeito ao Conclave, isto é o Ordo Rituum Conclavis. De qualquer modo, a questão depende da avaliação do Papa e, se existir este documento, será comunicado na forma apropriada”.


Cardeais eleitores: No Conclave, entrarão 117, dos quais 67 criados por Bento XVI. Também os Cardeais que cumprirão 80 anos no mês de março (como Kaspar e Poletto) participarão do Conclave. O limite previsto, para o voto, é para quem já atingiu esta idade até o primeiro dia da Sé Vacante (como Husar, que cumpre 80 anos em 26 de fevereiro).

Acomodação dos cardeais Eleitores: Os cardeais eleitores ficarão alojados no Vaticano, na Domus Sanctae Marthae, a partir de 1º de março.
O Cardeal decano do Colégio cardinalício é o Cardeal Angelo Sodano. Já que o Cardeal Sodano tem mais de 80 anos, a ele diz respeito todas as funções que as normas atribuem ao decano até o momento em que os cardeais entram no Conclave. Após o início do Conclave, quando estarão reunidos somente os bispos eleitores, o decano passa a ser o Cardeal Giovanni Battista Re, baseado na sua idade e por pertencer à ordem mais elevada dos bispos. (n.d.r. – É o Bispo-cardeal com mais idade).

Em 27 de fevereiro será a última Audiência Geral de Bento XVI. Em 27 de abril de 2005, por sua vez, foi realizada a primeira. Em quase 8 anos de pontificado, Bento XVI presidiu 348 Audiências Gerais, das quais participaram 4.982.600 fiéis (dados até dezembro de 2012). A maior participação foi em 2006, quando, das 45 audiências, participaram 1.031.500 fiéis.
A seguir, os dados de cada ano:
Em 2005, 32 Audiências Gerais, 810.000 fiéis
Em 2006, 45 Audiências Gerais, 1.031.500 fiéis
Em 2007, 44 Audiencias Gerais, 729.100 fiéis
Em 2008 , 42 Audiencias Gerais, 534.500 fiéis
Em 2009, 44 Audiencias Gerais, 537.500 fiéis
Em 2010, 45 Audiencias Gerais, 493.000 fiéis
Em 2011, 45 Audiencias Gerais, 400.000 fiéis
Em 2012, 43 Audiencias Gerais, 447.000 fiéis
Em 2013, 8 Audiências Gerais (sem dados)

Bento XVI é exemplo de fé também para os luteranos

Pastor Kruse: "Bento XVI é exemplo de fé também para os luteranos"



Roma (RV) - O Pastor da comunidade evangélica luterana de Roma, Jens-Martin Kruse, publicou um documento intitulado "Bento XVI, exemplo de fé também para os luteranos".

O Pastor escreve que "Já no dia seguinte a sua eleição como Papa, realizada em 19 de abril de 2005, Bento XVI declarou, na mensagem aos cardeais, que o ecumenismo era um dos temas fundamentais do seu pontificado, definindo o seu compromisso prioritário «trabalhar incansavelmente para a reconstrução da unidade plena e visível de todos os seguidores de Cristo». Ciente de que, para fazer isto não são suficientes apenas as manifestações de boa vontade, mas são necessários «gestos concretos que entrem nos ânimos e mudem as consciências, chamando a cada um a uma conversão interior que é o pressuposto de qualquer progresso no caminho do ecumenismo»". Continuando a mensagem, diz Kruse, "desejo recordar três gestos do Papa Bento XVI porque, segundo a minha percepção e avaliação de pastor luterano em Roma, eles têm uma importância permanente para o ecumenismo, capaz de indicar o caminho”.

“O primeiro foi a visita, em 14 de março de 2010, à Comunidade Evangélica Luterana de Roma, com a qual Bento XVI, naquele dia, celebrou o culto na nossa igreja, a Christuskirche. Para nós foi um sinal muito especial de vínculo ecumênico. Em pequena escala, indica que lugar, para Bento XVI, ocupa o ecumenismo. Porque o Papa, como chefe da Igreja Católica romana, disponibilizou-se a celebrar, com a nossa pequena comunidade de Roma, um culto na nossa tradição luterana. O que mais impressionou algumas pessoas da minha comunidade na ocasião, foi a personalidade do Papa: o seu modo de apresentar-se, modesto e gentil; a cordialidade com que encontrou as pessoas e a sua devoção."

"Quem encontra o Papa – continua a mensagem - encontra um cristão que não coloca no centro a si mesmo nem o seu ministério, mas Jesus Cristo. É ele que quer conhecer sempre mais de perto e quer conduzir outras pessoas ao encontro d´Ele, porque experimentou por si mesmo como a fé dá sustentação, conforto e sentido à vida. Justamente isto que Bento XVI fez com suas pregações, com a catequese e com as visitas pastorais, no seu jeito discreto e humilde, mas também convincente, o que o torna um exemplo de fé também para os luteranos".

O Pastor Kruse, considera Bento XVI uma das personalidades mais importantes da nossa época, destacando sua preocupação e empenho pelas grandes questões do mundo contemporâneo. O Pastor destacou, em Bento XVI, as relações com as outras religiões, o empenho em favor da paz no Oriente Médio, os apelos em favor dos valores e tradições da sociedade e tantos gestos concretos de Bento XVI para com os mais desfavorecidos.

Em seguida, o representante da comunidade de Roma, voltou a recordar o segundo gesto que mostra a importância do ecumenismo em Bento XVI. Ele considerou de grande significado "a visita de Bento XVI ao ex-convento dos Agostinianos em Erfurt, a 23 de Setembro de 2011. Pela primeira vez um Papa visitou o lugar onde Martinho Lutero (1483-1546) foi ordenado sacerdote e celebrou a primeira missa. Alí, o Papa e os bispos da Igreja evangélica na Alemanha reuniram-se para um encontro e celebraram juntos o culto". O Pastor Krause destacou o discurso de Bento XVI neste histórico local onde o Santo Padre disse: "A pergunta: qual é a posição de Deus nos meus confrontos, como eu me encontro diante de Deus? Esta pergunta de Lutero deve se tornar de novo, e certamente de uma forma nova, também a nossa pergunta, não acadêmica, mas concreta. Penso que este seja o primeiro apelo que deveremos sentir no encontro com Martinho Lutero".

“Sobre a situação ecumênica atual – escreveu o Pastor – o papa indicou dois desafios. Diante das pressões da secularização, as Igrejas deveriam, como primeira coisa, cuidar para não perder 'as grandes coisas que temos em comum, e que nos caracterizam como cristãos e que nos foram dadas como dom e como tarefa'. Em segundo lugar, as Igrejas deveriam ajudar-se mutuamente ‘a crerem de modo mais profundo e mais vivo. Não serão as táticas a salvar-nos, a salvar o cristianismo, mas uma fé repensada e revivida em modo novo, mediante a qual Cristo, e com Ele o Deus vivo, entre neste mundo' “. A este ponto, Krause destacou que pela primeira vez um papa visitou um local central da Reforma luterana e celebrar um culto ecumênico, o que deu um impulso importante ao ecumenismo.

Em seguida, o Pastor falou do terceiro gesto ecumênico de Bento, que 'o comoveu muito'. Durante a oração para a abertura do Encontro Europeu dos jovens, na Praça de São Pedro a 29 de dezembro de 2012, no lugar onde, habitualmente, se encontra a cátedra do Papa, havia uma cruz. Como os irmãos de Taizé, também o Papa se ajoelhou diante da cruz, permanecendo assim por alguns minutos em oração e meditação. Um gesto impressionante da concepção que o Papa tem de si e um indício claro da mensagem fundamental da fé: há um só Cristo, para o qual olhamos juntos. E também neste gesto, Bento XVI, no seu discurso, ligou-o a uma clara declaração em favor do ecumenismo: “Vos asseguro o compromisso irrevogável da Igreja católica em prosseguir na busca de caminhos de reconciliação para atingir a unidade visível dos cristãos”. (JE)

XII ANOS DE APROVAÇÃO PONTIFÍCIA

Solene Missa na Basílica dos Arautos do Evangelho em São Paulo comemora XII anos da aprovação Pontificia
 
São Paulo (Sexta-feira, 22-02-2013)
 
Para os Arautos do Evangelho, o dia em que a Igreja comemora a Cátedra de Pedro, 22 de fevereiro, é um motivo para mais um grande contentamento.joao_papa.jpg
Em primeiro lugar porque é a data em que o mundo católico agradece a missão que Nosso Senhor Jesus Cristo confiou ao Apóstolo Pedro e aos Pontífices que o sucederam no Papado: "Tu és Pedro e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja... e as portas do inferno não prevalecerão contra ela". (Mateus (16: 18-19).
Para os Arautos do Evangelho o duplo contentamento vem do fato de que nesse mesmo dia, no ano de 2001, no Vaticano, a Santa Sé acolhia a entidade como sendo uma "Associação Internacional Privada de Fiéis de Direito Pontifício".
Era o primeiro reconhecimento de Direito Pontifício que a Igreja fazia no terceiro milênio por um ato de Sua Santidade Papa João Paulo II. Os quase mil Arautos do Evangelho que estavam na Audiência Geral das quartas-feiras, vibraram de entusiasmo ao ouvirem as palavras do Papa.mosenhor_joao_cla_dias.jpg
Doze anos se passaram desde aquele dia. O impulso dado aos Arautos com esse reconhecimento fez com que eles expandissem seu carisma e espiritualidade pelo mundo. O número deles cresceu, a entidade se desdobrou em frutos. Surgiram do seio dos Arautos do Evangelho a "Sociedade de Vida Apostólica de Direito Pontifício Regina Virginum" (Arautos do Setor femenino) e a "Sociedade Clerical de Vida Apostólica de Direito Pontifício Virgo Flos Carmeli (Arautos Sacerdotes).
A ação dos Arautos tomou vulto e hoje eles são vistos como um corpo religioso que presta bons serviços à Igreja e que tendem a crescer mais em número e formação, procurando seguir os conselho evangélico: Sede perfeitos como o Pai celeste é perfeito...
Por tudo isso é que na Festa da Cátedra de Pedro desse ano os Arautos do Evangelho estarão agradecendo à Divina Providencia todas as graças, bênçãos e favores que receberam.
Em todas as Casas dos Arautos do Evangelho pelo mundo afora haverá missas de Ação de Graças celebradas por sacerdotes Arautos.
Em São Paulo, onde está localizada a Casa Mãe dos Arautos do Evangelho, serão várias as comemorações.
A mais solene delas será na Igreja Basílica de Nossa Senhora do Rosário , no Municipio de Caieiras (Grande São Paulo).
Com Santa Missa presidida pelo Fundador e Superior Geral, Monsenhor João Clá Dias, foi concelebrada por mais de 50 sacerdotes Arautos.(JS)
 

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

BENTO XVI: UM SÁBIO HUMILDE

O último encontro com um sábio humilde

Último encontro do Papa Bento XVI com o clero de Roma

No dia 14/02/2013 ocorreu o último encontro do Papa Bento XVI com o clero de Roma, tradicionalmente realizado na primeira quinta-feira da Quaresma. Esse ano foi bem especial, devido à “notícia do século”, como é chamada na Europa a renúncia do Papa ao ministério petrino. A diferença dos outros anos, o evento iniciou com uma peregrinação da Praça São Pedro até a tumba do príncipe dos Apóstolos, guiada pelo cardeal-vigário de Roma, Agostino Vallini. Ao iniciar, eu trazia na memória as recordações da Missa do dia anterior, a última celebrada pelo Papa, na qual ocorreu algo extraordinário: durante a procissão final, todos se despediram do Papa com incessáveis aplausos e lágrimas. E o Papa, repleto de uma paz transbordante, sorria e abençoava a todos docemente[i].

Durante a peregrinação, feita por mais de 1.000 padres de todo o mundo, cantava-se a ladainha dos santos, algo que me fez recordar o funeral do Beato João Paulo II, o último Conclave e o dia da minha Ordenação, quando nos prostramos diante de Deus, abandonando-nos à sua Providência, com a certeza de que não estamos só, pois os santos acompanham e intercedem pela Igreja. Ao chegar diante da tumba de Pedro, rezamos o Símbolo dos Apóstolos (Credo) em italiano. Era curioso que muitos líam o texto, por medo de se equivocar num momento tão solene; logo cantamos o Pai Nosso e Ave Regina caelorumem latim, dessa vez sem receio de errar.
Depois disso nos dirigimos à Aula Paulo VI para o esperado encontro; assistimos então à gravação da lectio divina do Papa aos seminaristas de Roma, ocorrida uma semana antes. Eram impressionantes as palavras de fé do Papa que dizia que devemos evitar tanto o falso pessimismo, o pensar que tudo vai mal e que a Igreja é uma árvore que está morrendo; quanto o falso otimismo, daqueles que vêm os Seminários, conventos e igrejas fechando e dizem que tudo vai bem. Em vez disso, os cristãos devem ser realistas e estar certos de que o futuro é nosso, é de Deus, e que a árvore da Igreja cresce sempre de novo, pois ela sempre se renova; por isso devemos servi-la com a consciência de que ela é de Deus, que a mantém e governa; os sacerdotes devem dizer simplesmente: “somos servos inúteis; fizemos o devíamos fazer” (Lc. 17, 10)[ii]. Essas palavras do Papa são uma grande lição de humildade não só para os padres e seminaristas, mas para todo cristão. De fato, essa foi a mais bela lição do “Papa-professor”, dada desde a cátedra da humildade, que se tornou uma imagem da Cruz de Cristo.
Então assistimos a maravilhosa homilia do Papa no dia anterior e por fim chegou o admirado Pontífice. Entrava no auditório com passos tranquilos e foi acolhido pelo rumor dos aplausos que não queriam terminar. O cardeal Vallini então fez um belíssimo discurso, cheio de emoção, que expressou perfeitamente os sentimentos dos que estavam presentes. Disse que estávamos ali como os anciãos de Éfeso que se despediram de São Paulo com abundantes lágrimas; e trazíamos no coração sentimentos contrastantes: tristeza e respeito, admiração e pesar, carinho e orgulho. Em tudo, porém, adorávamos a vontade de Deus e nos alegravámos por ter conosco uma vez mais o amado Papa. Disse ainda que os padres permanecerão sempre unidos ao doce e forte exemplo do Papa, que o seu Magistério é uma grande riqueza e que nos comprometíamos a rezar por ele nesses dias difíceis. Naquela hora foi impossível controlar a emoção. O cardeal pediu ao Papa então que nos orientasse uma última vez, no contexto do ano da fé, contando-nos as suas recordações e esperanças, ao participar do Concílio Vaticano II.
O Papa mais uma vez surpreendeu a todos porque mostrava a mesma serenidade do dia anterior, alegria e um extraordinário bom humor. Ele arrancou de nós boas gargalhadas[iii]. Disse que era grato pela nossa presença e oração e que mesmo agora que ele se retirava, sabia que através da oração estaria próximo de nós e que tinha a certeza de que também nós estaremos próximos a ele, embora ele passaria a estar escondido para o mundo. Essas palavras nos confortaram, mas nos fizeram sentir antecipadamente as saudades de um grande Papa.
Ele disse então que a sua idade não lhe tinha permitido preparar um verdadeiro discurso e que faria somente uma pequena chiacchierata,uma conversa informal, que na verdade durou mais de 40 minutos[iv].
E ele falou do Concílio Vaticano II, resumindo suas recordações pessoais, as principais discussões teológicas antes e durante o Concílio e os principais pontos doutrinais de cada documento publicado. Expôs as questões centrais da Liturgia, da Eclesiologia, do Ecumenismo e diálogo intereligioso, além de falar da relação da Palavra de Deus e o Magistério e da liberdade religiosa. Fez uma síntese extraordinária e surpreendeu a todos ao falar do “Concílio paralelo”, que foi o dos jornalistas que interpretavam o Concílio não a partir da fé, mas de categorias políticas. E disse que infelizmente esse foi o “Concílio” que se tornou popular naqueles anos difíceis e que o verdadeiro Concílio vem sendo aplicado aos poucos. Pergunto-me se no momento atual os que interpretam a renúncia do Papa a partir de categorias políticas não fazem o mesmo que fizeram os membros daquele falso Concílio.
O Papa nos contou algo que gerou boas risadas e que nos ajuda a entender a sua recente decisão. Disse que em 1961 o cardeal de Colônia, Frings, pediu ao professor mais jovem da Universidade (ele mesmo, professor desde 59) preparar um projeto de texto para uma conferência que seria dada em Gênova, sobre o Concílio e o pensamento moderno. O jovem Ratzinger fez o texto que agradou tanto ao cardeal, que o leu completamente na Itália. Logo depois o cardeal foi chamado pelo Papa João XXIII para uma conversa e pensou que perderia o seu título de cardeal, que usaria a “púrpura” naquele dia por última vez. Na audiência, porém, o Papa João XXII foi ao seu encontro, o abraçou com afeto e disse: “Obrigado, eminência, dissestes o que eu queria dizer, mas não tinha encontrado as palavras”.
A anedota é simpática e nos revela algo profundo, que certamente influenciou o jovem Ratzinger: a humildade do cardeal, que confiou ao mais jovem professor da Universidade (tinha 34 anos) uma importante tarefa; a humildade do Papa João XXIII de agradecer ao cardeal por ter expresso o que ele pensava, sem encontrar as justas palavras. Certamente o exemplo desses homens acompanha o Papa, assim como o do primeiro pároco de quem ele foi vigário, que certo dia levou a Comunhão a um doente e, ao retornar à casa, veio a falecer, pois também estava gravemene enfermo. Esses gestos admiráveis transmitidos ao Papa nos dão a certeza de que a Igreja é uma família, na qual o bem de uns repercute em todos.
O encontro foi um momento de muita graça, no qual o Papa transmitiu serenidade a todos e um forte testemuho de fé, de esperança e de humildade. Saímos de lá agradecidos a Deus e mais convictos de que a Igreja é de Deus, que somos apenas “servos inúteis”, pois só realizamos o bem que Deus nos permite fazer. O Papa Bento XVI, que se considera um “humilde servo na vinha do Senhor”, foi sempre para nós, padres, um exemplo de sabedoria, de vida radicada na Palavra de Deus e de humildade. Por isso estamos imensamente agradecidos a Deus por sua vida e ministério e confiantes de que Jesus Cristo, o Bom Pastor, continuará guiando a sua Igreja até a sua meta.
Pe. Anderson Alves, diocese de Petrópolis.
[i] O vídeo do final da Missa pode ser visto em: http://www.youtube.com/watch?v=c6NyDUMgXoU
[ii] O texto completo está disponível em italiano e em francês. Em breve também em portugues. O discurso foi feito no dia 08/02/2013. Cfr.: http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches/2013/february/index_en.htm
[iii] Alguns momentos importantes desse encontro pode ser visto em: http://www.romereports.com/palio/el-papa-se-despide-de-los-sacerdotes-y-les-dice-que-pronto-estara-escondido-para-el-mundo-spanish-9051.html
[iv] Alguns trechos do discurso em português pode ser visto em: http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=288727 O texto completo está disponível em italiano e em breve estará em português: http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches/2013/february/documents/hf_ben-xvi_spe_20130214_clero-roma_it.html

Fonte: Zenit.org

"MEU IRMÃO, O PAPA" - LIVRO NARRA DA INFÂNCIA AO PONTIFICADO

Traduzido ao português o livro: "Meu Irmão, o Papa"

Da infância ao pontificado: um tocante relato sobre a vida do papa Bento XVI contado pelo seu irmão Georg Ratzinger

Recentemente a editora Europa lançou em português o livro entrevista "Meu irmão, o Papa", onde Georg Ratzinger, irmão do Papa Bento XVI, abre uma janela para a sua extraordinária família que, graças à fé inabalável, sobreviveu aos horrores do regime nazista e da guerra. O resultado é um belo retrato da vida de uma família cristã.

Não há quem conheça melhor o papa Bento XVI nem seja mais íntimo dele do que seu irmão Georg Ratzinger.
Dono de memória impressionante, Georg Ratzinger é um exímio contador de histórias, que o jornalista Michael Hesemann enriquece ao contextualizá-las com fatos históricos. "Meu irmão, o Papa" é uma inesgotável fonte de inspiração aos católicos do mundo inteiro.
"Acredito inclusive que esse relato permite entender melhor até a renúncia anunciada recentemente", disse em entrevista à ZENIT, o editor da obra em português, Mário Fittipaldi. Publicamos a entrevista na íntegra:
ZENIT: Por que trazer a obra "Meu irmão, o Papa" para os leitores de língua portuguesa?
Mario Fittipaldi: Ao tornar-se papa, Joseph Ratzinger ganhou a atenção do mundo e tornou-se uma personalidade de importância historica. Embora Raztinger tenha sido um dos colaboradores principais do carismático papa João Paulo II, sua historia era muito pouco conhecida, ate por seu caráter introspectivo, típico de um intelectual e grande teólogo. Quando li pela primeira vez a edição em francês (o original é em alemão, que serviu de base para a nossa edição brasileira), fiquei impressionado com o relato feito por Georg, seu irmão. Me parece que a oportunidade de conhecer uma grande personalidade, cujas decisões influenciam ações pelo mundo, a partir do olhar de uma pessoa tão próxima pode ser ainda mais interessante do que ler uma autobiografia, por exemplo.
Editoralmente, nós, da editora Europa acreditamos ainda que a história de Bento XVI, por seu exemplo de fé e devoção, seria uma referência para os brasileiros. Acredito inclusive que esse relato permite entender melhor até a renúncia anunciada recentemente.
ZENIT: Qual relação pode haver entre o Ano da Fé e conhecer melhor a história de vida de Bento XVI?
Mario Fittipaldi: O Ano da Fé instituído por Bento XVI, e que no Brasil foi aberto em 2012, é um período em que o papa conclama os fiéis para meditar e reafirmar sua fé e crença em Deus. O livro tem relação com esse evento na medida em que deixa claro que a fé, em toda a sua plenitude, foi o grande arrimo da família Ratzinger, em especial de Joseph, que desde cedo dedicou sua vida a ser um servo fiel de Deus e da Sua vontade. A fé foi o caminho para que todas as dificuldades que a família enfrentou, desde aquelas oriundas da sua origem humilde até as mazelas sofridas pela Segunda Guerra Mundial, pudessem ser superadas.
ZENIT: O irmão do papa narra algum episódio inédito da vida do papa Ratzinger?
Mario Fittipaldi: O livro narra vários episodios que só ele poderia contar, pois os irmãos Georg e Joseph sempre viveram muito próximos e essa proximidade não se perdeu quando Joseph foi eleito papa. Apesar da distância – Joseph já estava no Vaticano, enquanto que Georg vivia (e vive até hoje) em Regensburg, na Alemanha — ambos se falam quase todo dia e sempre passam as férias juntos. O livro traz vários episódios pitorescos e inusitados da vida do papa e da família, inclusive do tempo em que foram forçados a servir no exército nazista. Mas um de meus preferidos aconteceu quando Joseph, recém eleito papa, fez uma visita à Alemanha e visitou seu irmão, em Regensburg. A governanta de Georg, encarregada do almoço, preparou todo o menu em sua casa, que ficava na mesma rua, mas algumas quadras acima. Quando ia levando tudo à casa de Georg, foi barrada pela polícia, que interditara a rua por questões de segurança. Espirituosa, a governanta não tomou conhecimento da barreira, dizendo "Abram caminho, estou levando a sopa do Santo Padre!". Tanto fez que acabou sendo escoltada para a casa, quando todos puderam ver que ela dizia a verdade!
ZENIT: De toda a vida e aventura dessa família, qual é o momento que mais pode tocar o leitor, na sua opinião?
Mario Fittipaldi: Eu diria que durante a Segunda Guerra, quando Bento XVI enfrentou as maiores dificuldades. Especialmente porque nunca abandonou a Igreja e sua fé, mesmo tendo de se contrapor à doutrina do Nacional-socialismo. Foram tempos muito difíceis, que Joseph enfrentou com bravura e a determinação. No entanto, toda a sua vida é tocante. Oriundo de uma família pobre – seu pai era policial na Baviera, no Sul da Alemanha —, sempre enfrentou muitas dificuldades. Mesmo assim, jamais se resignou. Quando decidiu seguir o caminho da Igreja, jamais parou de se dedicar, e o resultado de tanta dedicação e estudo foi que ele acabou galgando todos os degraus até ser eleito papa - de padre a brilhante aluno de teologia, depois mestre, cardeal e, por fim, o pontificado. Vale dizer que o livro, além do relato de Georg, traz 30 fotografias históricas de família, cobrindo os principais momentos da vida de Bento XVI.
ZENIT: Qual a sua sensação e a da equipe que te ajudou depois de ter traduzido essa obra ao português?
Mario Fittipaldi: Temos a consciência de que o livro é importante documento histórico, que retrata a vida de uma das mais importantes personalidades da Igreja dos últimos séculos e sabemos que esse registro é muito significativo para a comunidade católica no Brasil e também para não católicos, pelos exemplos de fé incondicional.
ZENIT: Houve algum lançamento oficial no Brasil? Há uma busca? Onde adquirir o livro?
Mario Fittipaldi: Não houve um lançamento formal. Mas o livro está disponível nas principais livrarias do País. Também pode ser adquirido diretamente na Editora Europa, pelos telefones (11) 3038-5050 (Grande São Paulo) ou 0800-8888-508 (outras localidades, ligação gratuita), ou ainda pelo site www.livrariaeuropa.com.br. O preço sugerido é de R$ 39,90. O livro está disponível também em versão eletrônica (e-book) para iPad e IPhone (via iTunes ou pelo aplicativo iBooks) e para dispositivos Kindle (no site www.amazon.com.br), por US$ 9,99.

Fonte: Zenit.org