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NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

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CAPELA DE NOSSA SENHORA DA MEDALHA MILAGROSA

Uma Capela cheia de segredos !Você quer descobri-la conosco? Saiba, antes de tudo, que a Casa Mãe da Companhia das Filhas da Caridade era o antigo "Hotel de Châtillon". Este, foi concedido à Companhia, em 1813, por Napoleão Bonaparte, depois da tormenta da Revolução Francesa. Imediatamente, começa a construção da Capela.A 8 de agosto de 1813, realizou-se a bênção solene da Capela dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. Em 1830, aconteceram então as aparições. Aumentou o numero de vocações.Foi necessário transformar a Capela, que passa então por várias modificações. Em 1930, por ocasião do centenário das apariçes, uma nova reforma nos mostra a Capela tal como a vemos hoje.Agora, a você a oportunidade de visitá-la!
http://www.chapellenotredamedelamedaillemiraculeuse.com

Visita a Capela da Medalha Milagrosa, localizada na Rue du Bac, 140 - Paris

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sábado, 16 de janeiro de 2016

Papa: fé é dom que muda a vida, não se pode comprar


- OSS_ROM             



Sexta-feira, 15 de janeiro:
Fé é dom que muda a vida, não se pode comprar – esta a mensagem do Papa Francisco na Missa em Santa Marta.
Como é a minha fé em Jesus Cristo? – esta a interrogação do Papa na sua homilia na qual afirmou que para compreender Jesus não devemos ter o “coração fechado”.
Francisco, inspirou-se no Evangelho de S. Marcos que narra a cura do paralítico em Cafarnaum. Havia tanta gente na frente da casa aonde estava Jesus que tiveram que tirar o teto e fazer passar por ali a maca aonde se encontrava o doente.
“Tinham fé – comentou o Papa – a mesma fé daquela senhora que, no meio da multidão, quando Jesus foi à casa de Jairo, conseguiu tocar um pedaço do manto de Jesus, para ser curada”. A mesma fé do centurião para a cura do seu servo. “A fé forte, corajosa, que vai em frente – disse Francisco – o coração aberto na fé”. No episódio do paralítico “Jesus faz um passo mais à frente”: não só cura os doentes, mas perdoa os seus pecados:
“Estavam ali aqueles que tinham o coração fechado, mas aceitavam – até um certo ponto – que Jesus fosse um curandeiro. Mas perdoar os pecados é ‘forte’!”
Segundo o Santo Padre, a linguagem de Jesus acaba mesmo por desencorajar alguns discípulos porque é uma linguagem “dura, quando fala de comer o seu Corpo como caminho de salvação”.
Mas Jesus foi enviado para isto, para nos dar a vida para a nossa salvação – afirmou o Papa Francisco que, a este propósito, colocou uma questão: Como é a minha fé em Jesus Cristo?
“A fé em Jesus Cristo. Como é a minha fé em Jesus Cristo? Creio que Jesus Cristo seja Deus, o Filho de Deus? E esta fé transforma a minha vida? Faz com que no meu coração se abra este ano de graça, este ano de perdão, este ano de aproximação ao Senhor? A fé é um dom. Ninguém ‘merece’ a fé. Ninguém a pode comprar. É um dom. A ‘minha’ fé em Jesus Cristo, leva-me à humilhação? Não digo à humildade: à humilhação, ao arrependimento, à oração que pede: ‘Perdoa-me, Senhor. Tu és Deus. Podes perdoar os meus pecados”.
Na conclusão da sua homilia o Santo Padre disse como prece para o futuro que o Senhor nos faça crescer nesta fé em Jesus Cristo, Deus, que nos perdoa, que nos oferece o ano da graça, e que esta fé nos leve a louvar”.

R Vaticana

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016



 


 “O nome de Deus é Misericórdia” – apresentação do livro

Roberto Benigni com o livro do Papa - AFP
O livro-entrevista de Andrea Tornielli com o Papa Francisco foi apresentado neste dia 12 de janeiro no Instituto Patrístico Augustinianum de Roma. Presentes o Cardeal Parolin, o ator Roberto Benigni e o preso Zhang Agostino Jianquing. A moderadar a apresentação o padre Federico Lombardi e, claro, presente também o autor da conversação com o Santo Padre o vaticanista Andrea Tornielli. Desta apresentação dão-nos conta dos pormenores os nossos colegas do programa brasileiro da Rádio Vaticano Jackson Erpen e Raimundo Lima:
“Um livro para aprofundar o mistério da Misericórdia de Deus e entender o que esta representa na vida e no Pontificado do Papa Francisco. É o significado mais profundo do livro “O nome de Deus é Misericórdia” nascido da entrevista, ou melhor, como precisou Pe. Lombardi, da conversação do Pontífice com o vaticanista Tornielli. Publicado no Ano Santo, o volume – editado em 86 países – representa, segundo o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, um valioso subsídio para o Jubileu da Misericórdia:

"Este livro-conversação é preciosíssimo justamente no contexto deste Ano jubilar. Com esse livro-conversação temos a sua experiência da misericórdia, em sua vida sacerdotal, em seu ministério, em sua espiritualidade.”

“Quem está em busca de revelações – disse o Cardeal Parolin em sua fala – talvez fique desiludido”. Efetivamente, o volume quer “tomar o leitor pela mão para entrar no mistério da Misericórdia, que é a carteira de identidade do cristão”, ressaltou o purpurado.
“O volume, que é de fácil leitura, tem uma característica que é peculiar de seu autor principal, ou seja, o Papa. De fato, é um livro que abre portas, que quer mantê-las abertas e pretende indicar possibilidades; que deseja fazer resplendecer, ou ao menos mostrar, o dom gratuito da infinita misericórdia de Deus, “sem o qual o mundo não existiria” – como disse uma vez uma anciã ao então Dom Bergoglio, pouco após tornar-se bispo auxiliar de Buenos Aires.”
O livro, acrescentou o cardeal, não dá respostas definitivas, nem entra na casuística, mas “alarga o olhar ao encontro com o amor infinito de Deus” que supera as lógicas humanas.
E recordou que Francisco não somente nos recorda que vivemos num mundo que perdeu o sentido do pecado, mas que cada vez mais precisa de misericórdia.
Em seguida, o Cardeal Parolin evidenciou a importância da misericórdia não somente na conversão pessoal, mas também nas relações entre os Estados e os povos. O Papa Francisco tem convicção disso, disse o purpurado, como o tinha São João Paulo II, em particular, após os atentados de 11 de setembro:

A mensagem do Papa, a mensagem cristã da misericórdia e do perdão, as muitas portas santas que são escancaradas, o chamado a deixar-se abraçar pelo amor de Deus é algo que não diz respeito somente à conversão de cada um de nós, à salvação da alma de cada pessoa; é algo que nos diz respeito também como povo, como sociedade, como país e pode ajudar-nos a construir relações novas e mais fraternas porque quem experimentou em si a abundância da graça no abraço de misericórdia, quem foi e continua sendo perdoado, pode restituir ao menos um pouco daquilo que gratuitamente recebeu.”

É um livro comovente porque mostra que o abraço de Jesus nos levanta se nos abandonamos ao amor de Deus, disse ainda o Cardeal Secretário de Estado.
A participação sucessiva suscitou comoção: o testemunho de Zhang Agostino Jianquing, jovem encarcerado de origem chinesa, detido em Pádua – nordeste da Itália –, que contou como após anos de violência encontrou a fé propriamente no cárcere, através de um voluntário que o levou ao encontro com o Senhor:

Após o Batismo entendi toda a misericórdia da qual fui objeto, mesmo quando não me dava conta disso. E este livro do Papa Francisco ajudou-me a compreender melhor aquilo que aconteceu comigo. Eis o motivo do nome ‘Zhang Agostino: Agostino porque pensando em Santo Agostinho, em sua história, comoveu-me particularmente sua mãe, Santa Mônica, por todas as lágrimas que derramou por seu filho, esperando reencontrar o filho perdido. É de certo modo como a minha situação: pensando em minha mãe e no rio de lágrimas que derramou por mim, esperando que eu pudesse reencontrar o sentido da minha vida.”

Em seguida, com palavras comoventes, Zhang Agostinho agradeceu ao Papa, a quem pôde encontrar propriamente com a publicação do livro, por sua constante atenção e cuidado para com os encarcerados:

“Caro Papa Francisco, obrigado pelo afeto e a ternura que jamais deixa de nos testemunhar. Obrigado por seu incansável testemunho. Obrigado pelas páginas deste livro das quais emerge o coração de um pastor misericordioso. E nós o recordamos sempre em nossas orações.”

Da comoção suscitada pelo detento passou-se à alegria contagiante: a última participação, muito aguardada, foi a do ator e diretor cinematográfico Roberto Benigni, que arrancou o efusivo aplauso dos presentes. O ator iniciou ressaltando os sentimentos que teve com a leitura do livro:

“É um livro – digamos – que nos acaricia, que nos abraça, que nos ‘misericordia’, que é um termo inventado pelo Papa. Misericórdia – atenção! – não é uma virtude assim, que está sentada na poltrona... é uma virtude ativa, que se move: olhem para o Papa, jamais está parado! Move não somente o coração, mas também os braços, as pernas, os calcanhares, os joelhos, move o corpo e a alma, jamais está parado! Vai ao encontro dos míseros, da pobreza, não fica parado um segundo...”

Benigni prosseguiu sua reflexão sobre a Misericórdia evidenciando que esta, junto ao perdão, é a mensagem mais forte que está emergindo do Pontificado de Francisco.

E a misericórdia para Francisco – atenção! – não é uma visão adocicada, condescendente ou, pior ainda, ‘bondosista’ da vida: não! É uma virtude severa, é um verdadeiro desafio, mas não somente religioso-teológico: é um desafio social, político! Aquilo que Francisco está fazendo é impressionante. E o que Francisco faz para vencer esse desafio, digamos, incrível? O que é que lhe dá forças? É propriamente a medicina da misericórdia. Vejam só, ele vai buscá-la entre os derrotados, entre os últimos dos últimos. Aonde foi publicamente quando começou seu Pontificado? Foi a Lampedusa, propriamente aonde chegam os últimos dos últimos. E onde abriu a Porta Santa do Jubileu? Na República Centro-Africana, em Bangui, no lugar mais pobre dos pobres dos pobres do mundo: justamente no lugar mais pobre Francisco vai ao encontro da proximidade, da dor do mundo, do sofrimento, porque ali, no meio da dor nasce a misericórdia.”

Num mundo que pede a condenação, ressaltou Benigni, Francisco quer, ao invés, a misericórdia. E não vê contraposição com a justiça:

E então, diz, porém, se se perdoa tudo, para que serve a justiça? Mas a misericórdia – nos diz o Papa Francisco – é a justiça maior. A justiça é o mínimo da misericórdia. A misericórdia não elimina a justiça: não a suprime, não a corrompe. Vai além. Um mundo somente com a justiça seria um mundo frio, não? E se sente que o homem não precisa somente de justiça: precisa também de algo diferente. No livro se sente que Francisco nos faz perceber exatamente isso, porque a misericórdia é propriamente a fonte de seu Pontificado...”

Por fim, o autor do livro com o Papa, o vaticanista do diário “La Stampa” Andrea Tornielli agradeceu aos que – a começar pelo editor – acreditaram neste projeto editorial e quis unir a figura de Bergoglio à de São João XXIII, que sabia olhar com misericórdia para os pecadores, abraçando todos, inclusive os encarcerados, como faz hoje o Papa Francisco.”

Fonte: R Vaticana

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

O MILAGRE DA ORAÇÃO

Papa: a oração faz milagres e impede que o coração endureça


Missa matutina começa às 7h diariamente - OSS_ROM

Cidade do Vaticano (RV) –

A oração faz milagres e impede que o coração endureça, esquecendo a piedade: foi o que disse o Papa Francisco na homilia da missa celebrada na Casa Santa Marta na manhã de terça-feira (12/01).
Podemos ser pessoas de fé e perder o sentido da piedade sob as cinzas dos juízo, das infinitas críticas. Este é o sentido da narração comentada pelo Papa. Os protagonistas são Ana – mulher angustiada com a própria esterilidade, que suplica a Deus o dom de um filho - e um sacerdote, Eli, que a observa distraidamente de longe, sentado numa cadeira do templo. A cena descrita no livro de Samuel relata primeiro as palavras de Ana e, depois, os pensamentos do sacerdote, que não conseguindo ouvir o que ela diz, sentencia de que se trata de uma “bêbada”. Mas, ao invés, aquele choro copioso faz com que Deus realize o milagre suplicado:
“Ana rezava em seu coração e somente os lábios se moviam, mas não se escutava a voz. Esta é a coragem de uma mulher de fé que, com a sua dor, com as suas lágrimas, pede a graça ao Senhor. Tantas mulheres corajosas são assim na Igreja, muitas! Que rezam como se fosse uma aposta…. Pensemos somente numa grande mulher, Santa Mônica, que com as suas lágrimas conseguiu obter a graça da conversão do seu filho, Santo Agostinho. Existem muitas mulheres assim”.
Eli, o sacerdote, é ”um pobre homem” pelo qual, admite Francisco, sinto uma “certa simpatia” porque “também vejo em mim defeitos que me aproximam dele e me fazem entende-lo melhor”. “Com quanta facilidade – afirma o Papa – nós julgamos as pessoas, com quanta facilidade não temos respeito e dizemos ‘O que terá em seu coração?’ Não sei... mas não digo nada...”. Quando “falta piedade no coração, sempre se pensa mal” e não se entende aqueles que rezam “com dor e angústia” e “confiam a dor e a angústia ao Senhor”:
“Jesus conheceu esta oração no Jardim das Oliveiras, quando eram tamanhas a dor e a angústia que Jesus suou sangue e não repreendeu o Pai: “Pai, se quiser, tire-me isto, mas seja feita a sua vontade”. E Jesus respondeu do mesmo jeito que a mulher: com a mansidão. Às vezes, nós rezamos, pedimos ao Senhor, mas muitas vezes não sabemos chegar à luta com o Senhor, às lágrimas, a pedir, a pedir a graça”.
O Papa lembra ainda a história do homem de Buenos Aires que, com a filha de 9 anos hospitalizada em fins de vida, ia a Virgem de Lujàn e passou a noite grudado nos portões do Santuário para pedir a graça da cura para a menina. E na manhã seguinte, ao voltar ao hospital, encontrou a filha curada:
“A oração faz milagres, faz milagres também para os cristãos, sejam leigos, como sacerdotes e bispos que perderam a devoção e a piedade. A oração dos fiéis muda a Igreja: não somos nós, os Papas, os bispos, os sacerdotes, as religiosas a levar avante a Igreja... são os santos! E os santos são estes, como esta mulher. Os santos são aqueles que têm a coragem de crer que Deus é o Senhor e que tudo pode fazer”.

Fonte R Vaticana

Papa encontra o Corpo diplomático junto da Santa Sé


- AP

<<De coração vos dou as boas-vindas a este encontro anual, em que tenho oportunidade de vos apresentar os meus votos para o novo ano e refletir convosco sobre a situação deste nosso mundo, abençoado e amado por Deus e todavia atribulado e aflito por tantos males. Agradeço ao novo Decano do Corpo Diplomático, senhor Armindo Fernandes do Espírito Santo Vieira, Embaixador de Angola, as amáveis palavras que me dirigiu em nome de todo o Corpo Diplomático acreditado junto da Santa Sé>>.

Com estas palavras, o Papa Francisco iniciou esta manhã, às 10,30 horas de Roma,  na Sala Regia, do Vaticano, o tradicional encontro com o Corpo Diplomático acreditado na Santa Sé, para dirigir à todos, os votos de bom ano 2016.
Eis na íntegra, o discurso do Santo Padre:
Aproveito a ocasião também para dirigir uma saudação particular a quantos participam pela primeira vez neste encontro, notando com satisfação que, no decurso do ano passado, aumentou ainda mais o número de Embaixadores residentes em Roma. Trata-se de um sinal importante da atenção com que a comunidade internacional segue a actividade diplomática da Santa Sé. E outra prova disso mesmo são os Acordos internacionais assinados ou ratificados durante o ano findo. Em particular, desejo mencionar aqui as convenções específicas em matéria de tributação assinadas com a Itália e os Estados Unidos da América, que demonstram o crescente empenho da Santa Sé em prol duma maior transparência nas questões económicas. Não menos importantes, porém, são os acordos de carácter geral, visando regular aspectos essenciais da vida e da actividade da Igreja nos diferentes países, como o Acordo assinado em Díli com a República Democrática de Timor-Leste.
De igual modo, desejo recordar a troca dos Instrumentos de Ratificação do Acordo com o Chade sobre o estatuto jurídico da Igreja Católica no país, bem como o Acordo assinado e ratificado com a Palestina. Trata-se de dois acordos que, juntamente com o Memorando de Entendimento entre a Secretaria de Estado e o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Kuwait, demonstram, para além do mais, que a convivência pacífica entre membros de religiões diferentes é possível quando se reconhece a liberdade religiosa e se assegura uma real possibilidade de colaborar para a edificação do bem comum, no respeito mútuo da identidade cultural de cada um.
Aliás toda a experiência religiosa, vivida autenticamente, só pode promover a paz. Assim no-lo recorda o Natal que há pouco celebrámos, contemplando o nascimento dum menino indefeso, cujo «nome é: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz» (cf. Is 9, 5). O mistério da Encarnação mostra-nos o verdadeiro rosto de Deus, para quem o poder não significa força e destruição, mas amor; a justiça não significa vingança, mas misericórdia. Precisamente nesta perspectiva, quis proclamar o Jubileu extraordinário da Misericórdia, inaugurado excepcionalmente em Bangui durante a minha viagem apostólica ao Quénia, Uganda e República Centro-Africana. Num país longamente atribulado pela fome, a pobreza e os conflitos, onde a violência fratricida dos últimos anos deixou feridas profundas nos espíritos, dilacerando a comunidade nacional e gerando miséria material e moral, a abertura da Porta Santa da Catedral de Bangui pretendeu ser um sinal de encorajamento para erguerem o olhar, retomarem o caminho e reencontrarem as razões do diálogo. Lá onde se abusou do nome de Deus para cometer injustiça, quis reiterar, juntamente com a comunidade muçulmana da República Centro-Africana, que «quem afirma crer em Deus deve ser também um homem ou uma mulher de paz»[1] e, consequentemente, de misericórdia, porque nunca se pode matar em nome de Deus. Só uma forma ideologizada e extraviada de religião pode pensar fazer justiça em nome do Omnipotente, massacrando deliberadamente pessoas indefesas, como aconteceu nos sanguinários ataques terroristas dos meses passados na África, Europa e Médio Oriente.
A misericórdia foi, de certo modo, o «fio condutor» que guiou as minhas viagens apostólicas já no ano passado. Refiro-me, antes de mais nada, à visita a Sarajevo, cidade profundamente ferida pela guerra nos Balcãs e capital dum país, a Bósnia-Herzegovina, que se reveste dum significado especial para a Europa e o mundo inteiro. Como encruzilhada de culturas, nações e religiões, tem-se esforçado, com resultados positivos, por construir sem cessar novas pontes, valorizar aquilo que une e olhar as diferenças como oportunidades de crescimento no respeito por todos. Isto é possível através dum diálogo paciente e confiante, que sabe assumir os valores da cultura de cada um e acolher o bem proveniente das experiências alheias.[2]
Depois, penso na viagem à Bolívia, Equador e Paraguai, onde encontrei povos que não se rendem diante das dificuldades e, com coragem, determinação e espírito de fraternidade, enfrentam os numerosos desafios que os afligem, a começar pela pobreza generalizada e as desigualdades sociais. Durante a viagem a Cuba e aos Estados Unidos da América, pude abraçar dois países que, depois de prolongada divisão, decidiram escrever nova página na história, empreendendo um caminho de avizinhamento e reconciliação.
Em Filadélfia, por ocasião do Encontro Mundial das Famílias, bem como durante a viagem ao Sri Lanka e às Filipinas e com o recente Sínodo dos Bispos, recordei a importância da família, que é a primeira e mais importante escola de misericórdia, na qual se aprende a descobrir o rosto amoroso de Deus e onde cresce e se desenvolve a nossa humanidade. Conhecemos os numerosos desafios que, infelizmente, a família tem de enfrentar neste tempo em que está «ameaçada pelos crescentes esforços de alguns em redefinir a própria instituição do matrimónio mediante o relativismo, a cultura do efémero, a falta de abertura à vida».[3] Hoje há um medo generalizado à condição definitiva que a família supõe e, quem o paga, são sobretudo os mais novos, muitas vezes frágeis e desorientados, e os idosos que acabam por ser esquecidos e abandonados. Pelo contrário, «da fraternidade vivida na família, nasce a solidariedade na sociedade»,[4] que nos leva a ser responsáveis uns pelos outros. Isto só é possível se nas nossas casas, bem como na sociedade, não deixarmos sedimentar incómodos e ressentimentos, mas dermos lugar ao diálogo, que é o melhor antídoto contra o individualismo tão largamente espalhado na cultura do nosso tempo.
Queridos Embaixadores!
Um espírito individualista é terreno fértil para medrar aquele sentido de indiferença para com o próximo, que leva a tratá-lo como mero objecto de comércio, que impele a ignorar a humanidade dos outros e acaba por tornar as pessoas medrosas e cínicas. Porventura não são estes os sentimentos que muitas vezes nos assaltam à vista dos pobres, dos marginalizados, dos últimos da sociedade? E são tantos os últimos na nossa sociedade! Dentre eles, penso sobretudo nos migrantes, com o peso de dificuldades e tribulações que enfrentam diariamente à procura, por vezes desesperada, dum lugar onde viver em paz e com dignidade.
Por isso, hoje, queria deter-me a reflectir convosco sobre a grave emergência migratória que temos estado a enfrentar, para discernir as suas causas, perspectivar soluções, vencer o medo que inevitavelmente acompanha um fenómeno assim grande e impressionante, que, durante o ano de 2015, interessou sobretudo a Europa, mas também várias regiões da Ásia e o Norte e Centro da América.
«Tem coragem, não tremas, porque o Senhor, teu Deus, estará contigo para onde quer que fores» (Js 1, 9). É a promessa feita por Deus a Josué, que mostra como o Senhor acompanha cada pessoa, sobretudo quem vive numa situação de vulnerabilidade como esta de quem procura refúgio num país estrangeiro. Na verdade, toda a Bíblia nos conta a história duma humanidade a caminho, pois é conatural ao homem estar em movimento. A sua história é feita de muitas migrações, às vezes amadurecidas como consciência do direito a uma livre escolha, mas frequentemente ditadas por circunstâncias externas. Do desterro do paraíso terreal até Abraão em marcha para a terra prometida, da história do Êxodo até à deportação para Babilónia, a Sagrada Escritura narra incómodos e sofrimentos, desejos e esperanças, que são comuns aos de centenas de milhares de pessoas em marcha nos nossos dias, com a mesma determinação de Moisés de alcançar uma terra onde corra «leite e mel» (cf. Ex 3, 17), onde possam viver livres e em paz.
E assim, hoje como então, ouvimos o grito de Raquel que chora pelos seus filhos, que já não existem (cf. Jr 31, 15; Mt 2, 18). É a voz dos milhares de pessoas que choram enquanto fogem de guerras horríveis, de perseguições e violações dos direitos humanos, da instabilidade política ou social, que frequentemente lhes tornam impossível a vida na própria pátria. É o grito de quantos se vêem constrangidos a fugir para evitar barbáries indescritíveis contra pessoas indefesas como crianças e deficientes, ou evitar o martírio por simples filiação religiosa.
Como então, ouvimos a voz de Jacob que – tendo ouvido dizer que havia trigo à venda no Egipto – diz aos seus filhos: «Ide lá comprá-lo, para nós continuarmos vivos e não morrermos» (Gn 42, 2). É a voz daqueles que fogem da miséria extrema, sem possibilidades de alimentar a família ou ter acesso aos cuidados médicos e à instrução, fogem da degradação sem perspectivas de qualquer progresso ou mesmo por causa das alterações climáticas e de condições climáticas extremas. Sabe-se que, infelizmente, a fome é ainda uma das chagas mais graves do nosso mundo, com milhões de crianças que morrem anualmente por causa dela. É triste, porém, constatar que muitas vezes estes migrantes não se enquadram nos sistemas de protecção baseados nos acordos internacionais.
Como é possível não ver, em tudo isto, o resultado daquela «cultura do descarte» que põe em perigo a pessoa humana, sacrificando homens e mulheres aos ídolos do lucro e do consumo? É grave habituar-se a estas situações de pobreza e necessidade, aos dramas de tantas pessoas, fazendo com que se tornem «normalidade». As pessoas já não são vistas como um valor primário a respeitar e tutelar, especialmente se são pobres ou deficientes, se «ainda não servem» (como os nascituros) ou «já não servem» (como os idosos). Tornamo-nos insensíveis a qualquer forma de desperdício, a começar pelo alimentar, que aparece entre os mais deploráveis, vistas as inúmeras pessoas e famílias que padecem fome e subalimentação.[5]
A Santa Sé espera que a I Cimeira Humanitária Mundial, convocada pelas Nações Unidas para o próximo mês de Maio, possa ter sucesso, no actual quadro sombrio de conflitos e desastres, na sua pretensão de colocar a pessoa humana e a sua dignidade no coração de cada resposta humanitária. É preciso um compromisso comum que inverta decididamente a cultura do descarte e da violação da vida humana, para que ninguém se sinta negligenciado ou esquecido nem sejam sacrificadas mais vidas pela falta de recursos e sobretudo de vontade política.
Infelizmente, hoje como então, ouvimos a voz de Judá sugerir que se venda o próprio irmão (cf. Gn 37, 26-27). É a arrogância dos poderosos que instrumentalizam os fracos, reduzindo-os a objectos para fins egoístas ou por cálculos estratégicos e políticos. Onde é impossível uma migração regular, os migrantes vêem-se muitas vezes forçados a tomar a opção de se dirigirem a quem pratica o tráfico ou o contrabando de seres humanos, embora estejam em grande parte cientes do perigo de perder, durante o percurso, os bens, a dignidade e até mesmo a vida. Nesta perspectiva, renovo uma vez mais o apelo a deter o tráfico de pessoas, que mercantiliza os seres humanos, especialmente os mais fracos e indefesos. Nas nossas mentes e nos nossos corações, permanecerão indelevelmente gravadas as imagens das crianças mortas no mar, vítimas dos homens sem escrúpulos e da inclemência da natureza. Depois, quem sobrevive e chega a um país que o acolhe leva consigo indelevelmente as cicatrizes profundas destas experiências, além das relacionadas com os horrores que sempre acompanham guerras e violências.
Como então, também hoje se ouve o Anjo repetir: «Levanta-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egipto e fica lá até que eu te avise» (Mt 2, 13). É a voz escutada pelos inúmeros migrantes que nunca deixariam o seu país se, a isso mesmo, não fossem constrangidos. Entre eles, há numerosos cristãos que, no decurso dos últimos anos, têm abandonado de forma cada vez mais maciça as suas terras, onde habitaram desde as origens do cristianismo.
Finalmente, também hoje escutamos a voz do Salmista que repete: «Junto aos rios de Babilónia nos sentamos a chorar, recordando-nos de Sião» (Sal 137/136, 1). É o pranto daqueles que de boa vontade regressariam aos seus países, se lá encontrassem adequadas condições de segurança e de subsistência. Também aqui penso nos cristãos do Médio Oriente desejosos de contribuir, como cidadãos de pleno direito, para o bem-estar espiritual e material das respectivas nações.
Desde há muito tempo que se poderia ter enfrentado grande parte das causas das migrações; e, deste modo, teria sido possível prevenir tantas desgraças ou, pelo menos, mitigar as suas consequências mais atrozes. E hoje, antes que seja tarde demais, muito se pode fazer para impedir as tragédias e construir a paz. Mas isto significaria pôr em discussão hábitos e práticas consolidadas, a começar pelas problemáticas relacionadas com o comércio dos armamentos, até ao problema da conservação de matérias-primas e energia, aos investimentos, às políticas de financiamento e apoio ao desenvolvimento, até à grave chaga da corrupção. Além disso, devemos estar cientes da necessidade que há, em tema de migração, de estabelecer projectos de médio e longo prazo que ultrapassem a resposta de emergência; deveriam ajudar realmente à integração dos migrantes nos países de acolhimento e, ao mesmo tempo, favorecer o desenvolvimento dos países de origem com políticas solidárias, mas sem condicionar as ajudas a estratégias e práticas ideologicamente alheias ou contrárias às culturas dos povos a que se destinam.
Sem esquecer outras situações dramáticas – nomeadamente a que se vive na fronteira entre o México e os Estados Unidos da América, que tocarei ao de leve quando for a Ciudad Juárez no próximo mês –, gostaria de dedicar um pensamento especial à Europa. Na verdade, ao longo do ano passado, viu-se afectada por um fluxo impressionante de refugiados (tendo muitos deles encontrado a morte na tentativa de a alcançar), que não tem precedentes na sua história recente, nem mesmo no final da II Guerra Mundial. Muitos migrantes, originários da Ásia e da África, vêem na Europa um ponto de referência por princípios, como a igualdade perante a lei, e valores inscritos na própria natureza de cada ser humano, como a inviolabilidade da dignidade e da igualdade de cada pessoa, o amor ao próximo sem distinção de origem nem de raça, a liberdade de consciência e a solidariedade com o seu semelhante.
Todavia estes desembarques maciços nas costas do Velho Continente parecem fazer vacilar o sistema de acolhimento laboriosamente construído sobre as cinzas do segundo conflito mundial, que constitui ainda um farol de humanidade a servir de referência. Perante a imensidão dos fluxos e os problemas inevitavelmente relacionados, surgiram muitas dúvidas sobre as reais possibilidades de recepção e adaptação das pessoas, sobre a mudança do meio cultural e social dos países de acolhimento, bem como a redefinição de alguns equilíbrios geopolíticos regionais. Relevantes são igualmente os temores pela segurança, exacerbados desmedidamente pela difusa ameaça do terrorismo internacional. A vaga migratória actual parece minar as bases daquele «espírito humanista» que a Europa ama e defende desde sempre.[6] Mas não se pode dar ao luxo de perder os valores e os princípios de humanidade, de respeito pela dignidade de cada pessoa, de subsidiariedade e de mútua solidariedade, mesmo que, em alguns momentos da história, possam constituir um fardo difícil de levar. Por isso, desejo reiterar a minha convicção de que a Europa, ajudada pelo seu grande património cultural e religioso, possui os instrumentos para defender a centralidade da pessoa humana e encontrar o justo equilíbrio entre estes dois deveres: o dever moral de tutelar os direitos dos seus cidadãos e o dever de garantir a assistência e o acolhimento dos migrantes.[7]
Ao mesmo tempo, sinto a necessidade de exprimir gratidão por todas as iniciativas tomadas para favorecer uma recepção digna das pessoas, nomeadamente o Fundo Migrantes e Refugiados do Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa, e também pelo empenhamento dos países que demonstraram uma generosa atitude de partilha; refiro-me, antes de mais nada, às nações vizinhas da Síria, que deram respostas imediatas de assistência e acolhimento, sobretudo o Líbano, onde os refugiados constituem um quarto da população total, e a Jordânia, que não fechou as fronteiras, apesar de abrigar já centenas de milhares de refugiados. De igual modo, não devemos esquecer os esforços doutros países empenhados na vanguarda, entre os quais se conta especialmente a Turquia e a Grécia. Desejo expressar um agradecimento particular à Itália, cujo decidido empenho salvou muitas vidas no Mediterrâneo e que ainda se ocupa no seu território dum grande número de refugiados. Espero que o tradicional sentido de hospitalidade e solidariedade que caracteriza o povo italiano não fique enfraquecido pelas inevitáveis dificuldades do momento presente, mas, à luz de sua milenária tradição, seja capaz de acolher e integrar a contribuição social, económica e cultural que os migrantes possam prestar.
É importante não deixar sozinhas as nações que, na vanguarda, estão enfrentando a situação actual de emergência, tornando-se igualmente indispensável dar início a um diálogo franco e respeitoso entre todos os países implicados no problema – países de origem, de trânsito ou de recepção – procurando, com maior audácia criativa, soluções novas e sustentáveis. Realmente, na actual conjuntura, não se pode pensar em soluções perseguidas de forma individualista por um Estado, porque as consequências das opções de cada um recaem inevitavelmente sobre toda a comunidade internacional. Com efeito, sabe-se que as migrações constituirão uma pedra angular do futuro do mundo, mais do que o têm sido até agora, e que as respostas só poderão ser fruto dum trabalho comum, que respeite a dignidade humana e os direitos das pessoas. A Agenda de Desenvolvimento, adoptada em Setembro passado pelas Nações Unidas para os próximos 15 anos, que aborda muitos dos problemas que impelem à migração, bem como outros documentos da comunidade internacional visando gerir a questão migratória, poderão encontrar uma aplicação coerente com as expectativas se souberem colocar a pessoa no centro das decisões políticas a todos os níveis, olhando a humanidade como uma única família e os homens como irmãos, no respeito pelas diferenças e convicções de consciência de cada um.
Com efeito, ao abordar a questão migratória não se poderão negligenciar as relativas implicações culturais, a começar pelas relacionadas com a pertença religiosa. O extremismo e o fundamentalismo encontram terreno fértil não só numa instrumentalização da religião para fins de poder, mas também no vazio de ideais e na perda de identidade – inclusive religiosa – que contradistingue dramaticamente o chamado Ocidente. De tal vazio nasce o medo que impele a ver o outro como um perigo e um inimigo, a fechar-se em si mesmo, refugiando-se em posições preconceituosas. Por isso o fenómeno migratório põe um sério interrogativo cultural, ao qual não nos podemos eximir de responder. Assim o acolhimento pode ser ocasião propícia para uma nova compreensão e abertura de horizonte, tanto para quem é acolhido, que tem o dever de respeitar os valores, as tradições e as leis da comunidade que o acolhe, como para esta última chamada a valorizar aquilo que cada imigrante pode oferecer para benefício de toda a comunidade. Neste contexto, a Santa Sé renova o seu compromisso de estabelecer, em campo ecuménico e inter-religioso, um diálogo sincero e leal que, valorizando as peculiaridades e a identidade própria de cada um, favoreça uma convivência harmoniosa entre todas as componentes sociais.
Ilustres Membros do Corpo Diplomático!
O ano de 2015 viu a conclusão de acordos internacionais importantes, que permitem olhar com esperança para o futuro. Penso, em primeiro lugar, no chamado Acordo sobre o nuclear iraniano que espero possa contribuir para favorecer um clima de desanuviamento na região, bem como na obtenção do esperado acordo sobre o clima na Conferência de Paris. Trata-se de um entendimento significativo que representa um resultado importante para toda a comunidade internacional e evidencia uma forte tomada de consciência colectiva sobre a grave responsabilidade que cada um – tanto indivíduos como nações – tem de salvaguardar a criação, promovendo «uma cultura do cuidado que permeie toda a sociedade».[8] Naturalmente é fundamental que os compromissos assumidos não representem apenas um bom propósito, mas constituam para todos os Estados uma real obrigação de pôr em prática as medidas necessárias para salvaguardar a nossa amada Terra, em benefício da humanidade inteira, sobretudo das gerações futuras.
Por sua vez, o ano há pouco iniciado preanuncia-se cheio de desafios, tendo já assomado ao horizonte não poucas tensões. Penso sobretudo nos graves contrastes surgidos na região do Golfo Pérsico, bem como na preocupante experimentação militar realizada na Península Coreana. Espero que as contraposições dêem lugar à voz da paz e à boa vontade de procurar acordos. Nesta perspectiva, destaco, com satisfação, a presença de gestos significativos e particularmente encorajadores; refiro-me em particular ao clima de pacífica convivência em que se desenrolaram as recentes eleições na República Centro-Africana, constituindo um sinal positivo da vontade de prosseguir o caminho rumo a uma plena reconciliação nacional. Além disso, penso nas novas iniciativas lançadas em Chipre para resolver uma divisão de longa data e aos esforços empreendidos pelo povo colombiano para superar os conflitos do passado e alcançar a tão anelada paz. Além disso todos olhamos com esperança para os passos importantes empreendidos pela comunidade internacional para alcançar uma solução política e diplomática da crise na Síria, que ponha termo aos sofrimentos, demasiado longos, da população. Igualmente encorajadores são os sinais provenientes da Líbia, que permitem esperar num renovado compromisso para fazer cessar as violências e reencontrar a unidade do país. Por outro lado, revela-se cada vez mais claramente que só uma acção política conjunta e concorde poderá contribuir para conter a propagação do extremismo e do fundamentalismo, com as suas consequências de matriz terrorista, que ceifam inumeráveis vítimas quer na Síria e na Líbia, quer noutros países, como o Iraque e o Iémen.
Que este Ano Santo da Misericórdia seja também uma ocasião de diálogo e reconciliação, visando a edificação do bem comum no Burundi, na República Democrática do Congo e no Sudão do Sul. E sobretudo que seja um tempo propício para pôr definitivamente termo ao conflito nas regiões orientais da Ucrânia; de importância fundamental é o apoio que a comunidade internacional, os vários Estados e as organizações humanitárias poderão oferecer ao país, sob os mais variados pontos de vista, para que ele supere a crise actual.
Mas o desafio maior de todos que nos espera é o de vencer a indiferença para juntos construirmos a paz,[9] que permanece um bem a perseguir sem cessar. E, entre as muitas partes deste nosso amado mundo que por ela anseiam ardentemente, conta-se, infelizmente, a Terra que Deus olhou com predilecção e escolheu para mostrar a todos o rosto da sua misericórdia. A minha esperança é que este novo ano possa curar as feridas profundas que separam israelitas e palestinenses, permitindo a convivência pacífica de dois povos, que – tenho a certeza! – do fundo do coração nada mais pedem senão paz.
Excelências,
Senhoras e Senhores!
A nível diplomático, a Santa Sé não deixará jamais de trabalhar para que a voz da paz possa ser ouvida até aos últimos confins da terra. Assim, renovo a plena disponibilidade da Secretaria de Estado para colaborar convosco na promoção dum diálogo constante entre a Sé Apostólica e os países que representais em benefício de toda a comunidade internacional, com a íntima certeza de que este ano jubilar poderá ser a ocasião propícia para que a fria indiferença de tantos corações seja vencida pelo calor da misericórdia, dom precioso de Deus, que transforma o temor em amor e nos torna artesãos de paz. Com estes sentimentos, renovo a cada um de vós, às vossas famílias, aos vossos países os votos mais ardentes de um ano cheio de bênçãos.
Obrigado!

Fonte: R Vaticana

domingo, 10 de janeiro de 2016

Festa do Batismo do Senhor

Angelus: Espírito Santo liberta do pecado e leva-nos ao reino da luz e do amor


 

Papa Francisco no Angelus na Festa do Batismo do Senhor          
     



Domingo, 10 de Janeiro,

Festa do Batismo do Senhor: Angelus com o Papa Francisco na Praça de S. Pedro. O Santo Padre afirmou que seguir Jesus comporta a mansidão, a humildade e a ternura.
Na sua mensagem antes da oração o Papa convidou os fiéis a fazerem memória do seu Batismo e referiu-se ao Evangelho do dia em que S. Lucas nos revela que Jesus quando foi baptizado nas águas do rio Jordão “o céu abriu-se e desceu sobre Ele o Espírito Santo em forma corpórea, como uma pomba” e uma voz veio do céu que afirmou: “Este é o meu Filho muito amado”.
O Espírito Santo é o artífice principal do batismo cristão – referiu o Papa – é aquele que “queima e destrói o pecado original, restituindo ao batizado a beleza da graça divina”.
“…é Aquele que nos liberta do domínio das trevas, ou seja, do pecado e nos transfere no reino da luz, ou seja, do amor, da verdade e da paz. Pensemos a que dignidade nos eleva o Batismo!”
E seguir Jesus, como Filhos de Deus, comporta uma determinada responsabilidade que se reproduz em “mansidão, humildade e ternura”:
“… mansidão, humildade e ternura. E isto não é fácil, especialmente, se à nossa volta há tanta intolerância, soberba, dureza. Mas com a força que nos vem do Espírito Santo é possível!”
Após a oração do Angelus o Papa Francisco pediu aos fiéis presentes na Praça para descobrirem e saberem o dia do seu batismo, pois, disse o Santo Padre, é um  dia muito importante, o dia em que renascemos para Deus. Francisco disse mesmo que era um trabalho de casa para realizar nesta semana.
Nas saudações referência especial do Papa às crianças batizadas na manhã deste domingo na Capela Sistina, mas também a todos os que foram batizados recentemente e aos jovens e adultos que receberam nos últimos tempos os sacramentos da iniciação cristã.
Como habitualmente, o Santo Padre a todos desejou um bom domingo e um bom almoço e pediu para não se esquecerem de rezar por ele.

Fonte Radio Vaticana

sábado, 9 de janeiro de 2016


Papa batizará 26 crianças. Acompanhe com a Rádio Vaticano

Francisco batiza criança na Capela Sistina - ANSA
Cidade do Vaticano (RV) –

Neste domingo, 10 de janeiro, a liturgia celebra a festa do Batismo do Senhor. Tradicionalmente, o Papa celebra a Missa com o rito do Batismo na Capela Sistina. Nesta ocasião, Francisco batizará 26 crianças – 13 meninas e 13 meninos – normalmente filhos de funcionários do Vaticano.
O Programa Brasileiro transmite esta cerimônia ao vivo, com comentários em português, a partir das 09h20 – hora local (06h20 no horário de Brasília).

Celebração sugestiva
Trata-se de uma das celebrações mais sugestivas do ano. O choro e o balbuciar das crianças mistura-se às vozes do Coral da Capela Sistina, conferindo uma sonoplastia pouco usual ao ambiente frequentado diariamente  por milhares de turistas para contemplar os afrescos de Michelangelo, e também local onde são eleitos os pontífices.
Na cerimônia do ano passado, uma das crianças era brasileira: Martin, filho da jornalista do Programa Brasileiro Mariangela Jaguraba e de John-Baptist, do Programa Inglês-África da Rádio Vaticano.

A importância do exemplo
Em sua homilia, o Papa Francisco exortou os pais a darem exemplo com a vivência diária da fé, fazendo os filhos crescerem “imersos no Espírito Santo”, recomendando que se rezasse mais ao Espírito.
“Todos os dias, adquiram o hábito de ler um pequeno trecho do Evangelho, pequeninho e levai sempre convosco uma pequena Bíblia no bolso, na bolsa, para poder lê-la. E isto será o exemplo para os filhos, ver o pai, a mãe, os padrinhos, avós, tios, lerem a Palavra de Deus”.

Rezar pelas mães que não podem dar de comer
Francisco incentivou as mães a aleitarem, “também agora, hein? Se choram de fome, amamentem-os, tranquilamente”, convidando também a agradecer o Senhor pelo “dom do leite”. Então pediu:
“Rezemos por aquelas mães – e são tantas, infelizmente – que não estão em condição de dar de comer aos seus filhos. Rezemos e procuremos ajudar estas mães”.

Fonte: R Vaticana

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

A vocação da Igreja nos nossos dias

Papa Francisco: a vocação da Igreja nos nossos dias

- AP                              


Cidade do Vaticano  –

No dia em que a Igreja celebra a Solenidade da Epifania do Senhor, o Papa Francisco presidiu a Santa Missa na Basílica de São Pedro, reiterando que a “Igreja não pode iludir-se de brilhar com a luz própria”, “mas sim com a de Cristo”. A exemplo dos Reis Magos, somos chamados “a sair dos nossos fechamentos, a sair de nós mesmos, para reconhecermos o esplendor da luz que ilumina a nossa existência”.

“Cristo é a luz verdadeira, que ilumina, disse Francisco, e a Igreja, na medida em que permanece ancorada n’Ele, na medida em que se deixa iluminar por Ele, consegue iluminar a vida das pessoas e dos povos”. Por isso – disse -  “os Santos Padres reconheciam, na Igreja, o «mysterium lunae»”, isto é, “é como a lua”, que não brilha com a luz própria. E como cristãos, “temos necessidade desta luz, que vem do Alto, para correspondermos coerentemente com a vocação que recebemos”.

“Anunciar o Evangelho de Cristo não é uma opção que podemos fazer entre muitas, nem é uma profissão. Para a Igreja, ser missionária não significa fazer proselitismo; para a Igreja, ser missionária equivale a exprimir a sua própria natureza: isto é, ser iluminada por Deus e refletir a sua luz. Este é o seu serviço. Não há outra estrada. A missão é a sua vocação: resplandecer a luz de Cristo é o seu serviço. Quantas pessoas esperam de nós este serviço missionário, porque precisam de Cristo, precisam conhecer o rosto do Pai”.

Francisco explicou que os Magos, de que nos fala o Evangelho de Mateus, “são um testemunho vivo de como estão presentes por todo lado as sementes da verdade, pois são dom do Criador que, a todos, chama a reconhecê-Lo como Pai bom e fiel”.

“Os Magos representam as pessoas, dos quatro cantos da terra, que são acolhidas na casa de Deus. Na presença de Jesus, já não há qualquer divisão de raça, língua e cultura: naquele Menino, toda a humanidade encontra a sua unidade. E a Igreja tem o dever de reconhecer e fazer surgir, de forma cada vez mais clara, o desejo de Deus que cada um traz dentro de si".

O Papa observou, que como os Magos, ainda hoje, “há muitas pessoas que vivem com o “coração inquieto”, que continuam a questionar incessantemente sem encontrar respostas certas; existe a inquietude do Espírito Santo que se move nos corações. Também estas pessoas andam à procura da estrela que indica a estrada para Belém”:

“Quantas estrelas existem no céu! E todavia os Magos seguiram uma diferente, uma nova, que – segundo eles – brilhava muito mais. Longamente perscrutaram o grande livro do céu para encontrar uma resposta às suas questões - tinham o coração inquieto - e, finalmente, a luz aparecera. Aquela estrela mudou-os. Fez-lhes esquecer as ocupações diárias e puseram-se imediatamente a caminho. Deram ouvidos a uma voz que, no íntimo, os impelia a seguir aquela luz - é a voz do Espírito Santo, que trabalha em todas as pessoas -; e esta guiou-os até encontrarem o rei dos judeus numa pobre casa de Belém”.

A experiência dos Magos é uma lição para nós hoje, afirmou o Papa. ”Somos chamados, sobretudo num tempo como o nosso, a procurar os sinais que Deus oferece, cientes de que se requer o nosso esforço para os decifrar e, assim, compreender a vontade divina”:

“Somos desafiados a ir a Belém encontrar o Menino e sua Mãe. Sigamos a luz que Deus nos oferece, pequenina! O hino do breviário poeticamente nos diz que os Magos "lumen requirunt lumine", aquela pequena luz. A luz que irradia do rosto de Cristo, cheio de misericórdia e fidelidade. E, quando chegarmos junto d’Ele, adoremo-Lo com todo o coração e ofereçamos-Lhe de presente a nossa liberdade, a nossa inteligência, o nosso amor. A verdadeira sabedoria se esconde no rosto deste Menino. É aqui, na simplicidade de Belém, que a vida da Igreja encontra a sua síntese. Aqui está a fonte daquela luz que atrai a si toda a pessoa no mundo e orienta o caminho dos povos nas sendas da paz”.

Fonte R. Vaticana

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Intenções de oração do Papa em vídeo-mensagem


Papa Francisco gravando uma videomensagem - OSS_ROM                              




A partir deste mês de janeiro o Papa Francisco apresentará as tradicionais intenções de oração de cada mês através de uma vídeo-mensagem. Trata-se de uma iniciativa inédita do Apostolado de Oração que se concretizará com uma primeira mensagem no próximo dia 6 de janeiro. Nas mensagens, a serem divulgadas uma vez por mês também nas redes sociais (Facebook, Twitter, Instagram, Youtube), o Santo Padre falará em espanhol, com legendagem nas diversas línguas. Os vídeos serão realizados pelo CTV-Centro Televisivo Vaticano num trabalho criativo da agência de comunicação “La Machi”. Sobre esta iniciativa, a Rádio Vaticano entrevistou o padre jesuíta Frederic Fornos, Diretor Internacional do Apostolado da Oração:

“O Apostolado da Oração é a rede mundial de oração do Papa; é uma rede de oração ao serviço dos desafios da humanidade e da missão da Igreja, porque são estas as intenções mensais do Papa: ajudam-nos a conhecer melhor os grandes desafios do mundo de hoje. São desafios que nos ajudam a estarmos muito mais envolvidos neste mundo – como dizia o Papa Francisco por ocasião do Dia Mundial da Paz – em espírito de solidariedade, misericórdia e compaixão pelo nosso mundo. Recordo uma mensagem do Papa Francisco na Quaresma, muito forte, e que dizia assim:  “Somos saturados por notícias e imagens desconcertantes que nos narram os sofrimentos humanos e sentimos, ao mesmo tempo, toda a nossa incapacidade de intervir.”
“Neste Jubileu da Misericórdia, para fazer conhecer os desafios colocados pela humanidade à missão da Igreja que o Papa nos confia em cada mês, queremos apresentá-las com um vídeo do Papa: um vídeo de alta qualidade, com uma equipa de todo o mundo, com muito talento e criatividade; cada vídeo será em dez línguas. Porquê? Para ajudar as pessoas, os católicos, mas não apenas, todas as pessoas que desejam rezar e mobilizar-se por estes desafios da humanidade; rezar juntamente com o Papa Francisco por estes desafios ajudar-nos-á muito. Temos um vídeo em cada mês também nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram, Youtube, onde será apresentado este vídeo. É um vídeo no qual será o próprio Papa a falar e que nos ajudará a rezar com ele por este desafio da humanidade.”
(RS/JE)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Papa faz visita surpresa a Greccio, onde São Francisco instituiu o Presépio

Papa Francisco em visita privada ao Santuário de Greccio - AFP                           
Cidade do Vaticano (RV) -

Na tarde desta segunda-feira o Papa Francisco fez uma visita surpresa a Greccio, localizada na região italiana do Lácio (província de Rieti), para visitar o lugar em que São Francisco instituiu – na noite de Natal de 1223 – o Presépio. Ali se deteve por alguns minutos em “oração pessoal”.



De fato, tratou-se de uma visita surpresa, comunicada somente ao prior do Santuário de Greccio e ao bispo de Rieti, Dom Domenico Pompilli. Situada a quase 100Km de Roma, o Pontífice fez a breve viagem de automóvel.
O Santo Padre foi acolhido por cerca de 70 jovens que estão participando de um encontro em andamento no Santuário desde sábado, 2 de janeiro. Antes de visitar a capela do Santuário de Greccio, Francisco havia almoçado com o bispo de Rieti, Dom Pompilli. Após a visita privada, o Papa encontrou também a comunidade franciscana local.
Os jovens saudados pelo Papa estão reunidos num encontro promovido pela Diocese de Rieti. Com participantes de toda a Itália, a iniciativa tem como fio condutor a “Laudato si”, Carta encíclica do Papa Francisco sobre o cuidado da casa comum.
(RL)

Fonte: R Vaticana

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Papa Francisco, 2015: duas ‘fotos’ especiais para recordar


Papa Francisco abrindo a Porta Santa em Bangui - ANSA



2015 com Francisco

Em 2015 muitos foram os encontros, celebrações, viagens, mensagens, homilias, discursos e atitudes que marcaram o pontificado do Papa Francisco: as viagens apostólicas ao Sri Lanka e às Filipinas, à Bolívia, ao Paraguai, ao Equador, a Cuba e aos Estados Unidos da América; a Encíclica “Laudato Si”; o Sínodo dos Bispos sobre a Família e tantos outros momentos excecionais e alguns que se tornaram em absolutamente normais, tais como, as Missas em Santa Marta de cujas homilias a RV dá notícia em primeira mão.
Neste último dia do ano recordamos duas fotos especiais  do Papa Francisco em África: uma no Quénia, na sua visita a Kangemi, o bairro de lata de Nairobi; a outra foto na República Centro Africana na abertura da Porta Santa de Bangui no Jubileu da Misericórdia.

No bairro de lata no Quénia
Nairobi, 27 de Novembro – um início de manhã especial para o bairro de Kangemi, um dos 7 bairros de lata de Nairobi: grande entusiasmo entre os habitantes; presentes também muitas pessoas vindas de outros bairros da capital. O Papa Francisco foi à Igreja Paroquial de S. José Operário, animada por uma comunidade de jesuítas.
O Santo Padre ouviu os testemunhos de alguns dos habitantes do bairro e de uma religiosa que vive naquele lugar. Destaque para um filme que foi apresentado ao Papa onde se podem ver esgotos a céu aberto, barracas e estradas na lama, os pequenos negócios com que as pessoas vivem, e também as comunidades em oração e as crianças que jogam à bola.
Nas palavras que proferiu o Papa não poderia ter sido mais direto: “sinto-me em casa” – disse:
“Sinto-me em casa, partilhando este momento com irmãos e irmãs que têm um lugar preferencial na minha vida e nas minhas opções, não me envergonho de o dizer. Estou aqui porque quero que saibais que as vossas alegrias e esperanças, as vossas angústias e as vossas dores não me são indiferentes. Conheço as dificuldades que encontrais dia-a-dia! Como podemos não denunciar as injustiças?”
O Papa denunciou as injustiças e a marginalização promovida por “minorias que concentram o poder e a riqueza”, pediu trabalho para todos e declarou ainda “que todas as famílias tenham um teto digno, acesso à água potável, instalações sanitárias, energia segura para iluminar, cozinhar, que possam melhorar as suas casas, que todos os bairros tenham estradas, praças, escolas, hospitais”.
O Papa Francisco denunciou ainda a “apropriação de terras por parte de investidores privados sem rosto, que pretendem mesmo apoderar-se do pátio das escolas”. Ao mesmo tempo denunciou a criminalidade organizada que usa os mais jovens nas suas actividades ilícitas.
O Santo Padre recordou também que o mundo tem uma “grave dívida social” para com os pobres que não têm acesso à água potável, criticando quem acaba por lucrar com a exploração daquele que é um direito universal.
Mas o Papa quis colocar em realce um aspeto nem sempre reconhecido e que é a sabedoria dos bairros populares: uma sabedoria que provêm de uma “obstinada resistência daquilo que é autêntico”, e que uma frenética sociedade de consumo parece ter esquecido:
“Reconhecer estas manifestações de vida boa que crescem cada dia entre vós, não significa, de modo algum, ignorar a terrível injustiça da marginalização urbana. São as feridas provocadas pelas minorias que concentram o poder, a riqueza e perduram egoisticamente, enquanto a crescente maioria tem que refugiar-se em periferias abandonadas, poluídas e descartadas.”
O Papa Francisco fez um apelo especial a todos os cristãos, em particular aos pastores, a renovarem o  ímpeto missionário e a tomarem iniciativas contra as tantas injustiças e a envolverem-se nos problemas dos cidadãos e a acompanhá-los nas suas lutas, a apoiarem os frutos do seu trabalho colectivo e a celebrarem com eles cada pequena ou grande vitória.

Jubileu na Catedral – a Porta Santa de Bangui
Neste momento de viragem de 2015 para 2016, recordamos um momento essencial para os próximos tempos da Igreja: o Ano Santo da Misericórdia que começou em África em Bangui. Dulce Araújo e Bernardo Suate recordam-nos esse momento com o trabalho que realizaram na tarde desse domingo dia 29 de novembro de 2015.
Na Catedral de Bangui, o Papa Francisco procedeu à abertura da Porta Santa, dando assim início ao Jubileu Extraordinário do Ano da Misericórdia na República Centro-Africana, Jubileu proclamado pelo Papa a 11 de abril deste ano. Na homilia da Missa, participada por sacerdotes, religiosos, seminaristas e milhare de fiéis da RCA, o Papa disse ante de tudo que Deus guiou os seus passos até esta terra, precisamente quando a Igreja universal se prepara para inaugurar o Ano Jubilar da Misericórdia. E na pessoa dos presentes Francisco saudou o pvo da RCA:
“Através de vós, quero saudar todos os centro-africanos, os doentes, as pessoas idosas, os feridos pela vida. Talvez alguns deles estejam desesperados e já não tenham força sequer para reagir, esperando apenas uma esmola, a esmola do pão, a esmola da justiça, a esmola dum gesto de atenção e bondade».
Em seguida o Papa convidou a todos a confiar na força e no poder de Deus que curam o homem, convidando-os a «passar à outra margem», como diz o moto da visita do Papa à RCA, uma travessia, reiterou o Papa, que não faremos sozinhos mas juntamente com Jesus. E Francisco sublinhou :
« Devemos estar cientes de que esta passagem para a outra margem só se pode fazer com Ele, libertando-nos das concepções de família e de sangue que dividem, para construir uma Igreja-Família de Deus, aberta a todos, que cuida dos mais necessitados. Isto pressupõe a proximidade aos nossos irmãos e irmãs, isto implica um espírito de comunhão. Não se trata primariamente duma questão de recursos financeiros; realmente basta compartilhar a vida do Povo de Deus, dando a razão da esperança que está em nós e sendo testemunhas da misericórdia infinita de Deus”.
Na verdade, depois de nós mesmos termos feito a experiência do perdão, devemos perdoar, pois uma das exigências essenciais da vocação à perfeição é o amor aos inimigos, um amor que nos protege contra a tentação da vingança e contra a espiral das retaliações sem fim, disse Francisco que também acrescentou:
“Consequentemente os agentes de evangelização devem ser, antes de mais nada, artesãos do perdão, especialistas da reconciliação, peritos da misericórdia. É assim que podemos ajudar os nossos irmãos e irmãs a «passar à outra margem», revelando-lhes o segredo da nossa força, da nossa esperança, e da nossa alegria que têm a sua fonte em Deus, porque estão fundadas na certeza de que Ele está connosco no barco”.
“A todos aqueles que usam injustamente as armas deste mundo, lanço um apelo: deponde esses instrumentos de morte; armai-vos, antes, com a justiça, o amor e a misericórdia, autênticas garantias de paz».
2016 será profundamente marcado pelo impulso pastoral que o Ano Santo da Misericórdia propõe e que começou, como acabamos de recordar, no passado mês de novembro no centro da África.
A nossa redação de língua portuguesa da Rádio Vaticano aqui estará durante o ano de 2016, todos os dias e em permanência, para lhe dar o essencial da informação sobre o Papa, a Santa Sé, a Igreja e os principais assuntos que marcam a atualidade internacional.

Para todos um Feliz Ano Novo de 2016!

Fonte: R Vaticana

 

 

 

Papa Francisco: Oração mariana do Ângelus


- RV
 
 



Cidade do Vaticano –

Após presidir  a santa missa na Basílica de S. Pedro, por ocasião da Solenidade da Mãe de Deus, o Papa Francisco procedeu, a celebração da oração mariana do Angelus da janela do aposento Pontifício, com os milhares de fieis reunidos na Praça São Pedro. Neste primeiro dia de 2016, Francisco quis desejar a todos um “augúrio amparado por uma esperança real”.

O Papa observou que a troca de felicitações no fim do ano  é “um sinal da esperança que nos anima e nos convida a acreditar na vida”, de que aquilo que nos espera “seja um pouco melhor”. Recordou entretanto, que todos sabemos “que com o ano novo nem tudo mudará, e que tantos problemas de ontem permanecerão também amanhã”. Apesar desta constatação, a mensagem de Francisco é uma mensagem de esperança.

Inspirado nas palavras da liturgia do dia em que “o Senhor mesmo quis abençoar o seu povo”, Francisco quis dirigir aos presentes os mesmos votos para que, disse “ o Senhor coloque o seu olhar sobre vós e que possais alegrar-vos, sabendo que em cada dia o seu rosto misericordioso, mais radiante do que o sol, resplandece sobre vós e jamais declina”. E o Papa acrescentou:

“Descobrir o rosto de Deus renova a vida. Porque é um Pai enamorado do homem, que não se cansa nunca de recomeçar conosco do início, para nos renovar. Porém, não promete mudanças mágicas. Ele não usa a varinha mágica. Ama mudar a realidade a partir de dentro, com paciência e amor; pede para entrar na nossa vida com delicadeza, como a chuva na terra, para dar fruto. E sempre nos espera e nos olha com ternura. A cada manhã, ao despertar, podemos dizer: “Hoje o Senhor faz resplandecer a sua face sobre mim!””.

O Papa recordou que a Igreja celebra hoje o Dia Mundial da Paz com o tema “Vença a indiferença e conquista a paz”. “A paz que Deus deseja semear no mundo – disse – deve ser cultivada por nós. E não só, mas deve ser também “conquistada””:

“Isto comporta uma verdadeira luta, um combate espiritual, que tem lugar no nosso coração. Porque inimiga da paz não é somente a guerra, mas também a indiferença, que faz pensar só em si mesma e cria barreiras, suspeitas, medos, fechamentos. Temos, graças a Deus, tantas informações; mas às vezes somos tão bombardeados por notícias que ficamos distraídos da realidade, do irmão e da irmã que tem necessidade de nós. Comecemos a abrir o nosso coração, despertando a atenção pelo próximo. Este é o caminho para a conquista da paz”.

Ao concluir a sua reflexão, o Santo Padre dirigiu-se a Rainha da Paz, a Mãe de Deus, cuja Solenidade é celebrada neste 1º de janeiro, perguntando “de que se trata estas coisas que ela guardava, meditando-as em seu coração?”:

“Certamente da alegria pelo nascimento de Jesus, mas também das dificuldades que havia encontrado: teve que colocar o seu Filho numa manjedoura porque para eles não havia lugar no alojamento e o futuro era muito incerto. As esperanças e as preocupações, a gratidão e os problemas: tudo aquilo que acontecia na vida tornava-se, no coração de Maria, oração, diálogo com Deus. Eis o segredo da Mãe de Deus. E ela faz isto também por nós hoje: guarda as alegrias e desata os nós da nossa vida, entregando-os ao Senhor”.

Após recitar a oração do Angelus, o Papa dirigiu-se aos fieis manifestando o seu reconhecimento “pelas inúmeras iniciativas de oração e de ação pela paz organizadas em todas as partes do mundo por ocasião do Dia Mundial da Paz.
O Pontífice também saudou os “Cantores da Estrela” – “crianças e jovens que na Alemanha e na Áustria levam nas casas a bênção de Jesus e fazem uma coleta de ofertas para os pobres”.

Ao concluir, o Santo Padre desejou a todos um “ano de paz na graça do Senhor, rico de misericórdia, e com a proteção materna de Maria, a Santa Mãe de Deus”. (JE/FL)

Fonte: R Vaticana

Abertura da Porta Santa da Basílica de Santa Maria Maior


- AP

Cidade do Vaticano – Hoje às 17 horas de Roma, deste primeiro dia do ano, Solenidade da Mãe de Deus, o Papa Francisco procedeu a abertura da Porta Santa da Basílica Santa Maria Maior. Esta é a quinta Porta Santa a ser aberta pelo Pontífice. A primeira foi na Catedral de Bangui, República Centro Africana, em 29 de novembro, seguida pela da Basílica de São Pedro, no dia 8 de dezembro, com a abertura oficial do Ano Santo da Misericórdia. Já no dia 13, Francisco abriu a Porta Santa da Basílica São João de Latrão, a Catedral do Bispo de Roma, deixando para o Arcipreste James Harvey abrir, no mesmo dia, a Porta Santa da Basílica São Paulo fora-dos-muros. No dia 18, por sua vez, Francisco abriu a Porta Santa da Caridade no Centro da Caritas, no coração de Roma.

O Papa Francisco nutre um especial afeto pela Basílica Santa Maria Maior, pouco distante da Estação Termini, no centro de Roma. Nesta basílica, onde o fundador dos jesuítas Santo Inácio de Loyola celebrou a primeira missa, Jorge Mario Bergoglio foi rezar aos pés da Nossa Senhora Salus Populi Romani na manhã seguinte após a sua eleição à Cátedra de Pedro, e onde sempre se dirige antes e depois de cada viagem internacional.

Fonte: R Vaticama