PAPA: SANTIDADE É DEIXAR-SE AMAR POR DEUS E ACOLHER SUA LUZ EM NOSSA VIDA
- Bento XVI acolheu milhares de fiéis e peregrinos, na Sala Paulo VI, no Vaticano, na manhã desta quarta-feira, dia de Audiência Geral.Na catequese de hoje, o Papa falou sobre São João da Cruz que nasceu em Fontiveros, perto de Ávila, na Espanha, em 1542, e foi ordenado sacerdote na Ordem Carmelita depois de concluir seus estudos na Universidade de Salamanca.
São João da Cruz colaborou com Santa Teresa de Ávila na reforma do Carmelo, que lhe rendeu muito sofrimento, até ser preso. Ele é um dos maiores poetas líricos espanhóis.
Os seus livros como "A subida do Monte Carmelo", "Noite escura", "Cântico Espiritual" e "Chama viva do amor" de grande profundidade mística, nos propõe uma viagem espiritual para alcançar a santidade.
Tais obras fornecem uma maneira de purificar a alma para chegar a uma união de amor com Deus através da ação misteriosa do Espírito Santo, mas este processo exige a colaboração dos homens.
Enquanto se preparava para ir para o México, São João da Cruz ficou seriamente doente e morreu, dando um exemplo de serenidade e paciência em meio a sua dor.
São João da Cruz foi proclamado Doutor da Igreja pelo Papa Pio XI, em 1926, e cognominado na tradição, Doctor mysticus, "Doutor místico".
Bento XVI frisou em seu discurso que "a santidade é deixar-se amar por Deus e acolher a sua luz em nossa vida".
A seguir, o Papa fez um resumo de sua catequese em português, saudou os fiéis lusófonos presentes na audiência e concedeu a todos a sua bênção apostólica.
Queridos irmãos e irmãs,
Há duas semanas apresentei a figura da grande mística espanhola Teresa de Jesus; hoje gostaria de falar de São João da Cruz, reformador junto com ela da Ordem Carmelita.
Nasceu em uma família pobre, tendo ficado órfão de pai ainda jovem.
Devido às suas qualidades humanas e resultados no estudo, foi admitido no Colégio dos Jesuítas em Medina do Campo.
Terminada a sua formação, decidiu fazer-se Carmelita. Após ter sido ordenado sacerdote, conheceu Santa Teresa, a qual lhe expôs o plano reformador para a sua ordem religiosa, que daria origem aos Carmelitas Descalços.
Contudo, a sua adesão à reforma, devido a injustiças e incompreensões, causou-lhe muito sofrimento.
Por fim, depois de fazer parte do governo geral da família teresiana, morreu em 1591 [mil quinhentos e noventa e um], dizendo aos seus confrades que recitavam o Ofício Matutino: “Hoje vou cantar o Ofício no céu”. Suas principais obras, nas quais apresenta a sua profunda doutrina mística, são: Subida ao Monte Carmelo; Noite Escura; Cântico Espiritual e Chama viva de Amor.
Amados peregrinos de língua portuguesa: a todos saúdo cordialmente e recordo, com São João da Cruz, que a santidade não é privilégio de poucos, mas vocação a qual todo cristão é chamado.
Por isso, exorto-vos a entrardes de modo sempre mais decidido no caminho de purificação do coração e da vida, para irdes ao encontro de Cristo. Somente nele jaz a verdadeira felicidade. Ide em paz! (MJ)
Fonte: RV
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