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NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

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CAPELA DE NOSSA SENHORA DA MEDALHA MILAGROSA

Uma Capela cheia de segredos !Você quer descobri-la conosco? Saiba, antes de tudo, que a Casa Mãe da Companhia das Filhas da Caridade era o antigo "Hotel de Châtillon". Este, foi concedido à Companhia, em 1813, por Napoleão Bonaparte, depois da tormenta da Revolução Francesa. Imediatamente, começa a construção da Capela.A 8 de agosto de 1813, realizou-se a bênção solene da Capela dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. Em 1830, aconteceram então as aparições. Aumentou o numero de vocações.Foi necessário transformar a Capela, que passa então por várias modificações. Em 1930, por ocasião do centenário das apariçes, uma nova reforma nos mostra a Capela tal como a vemos hoje.Agora, a você a oportunidade de visitá-la!
http://www.chapellenotredamedelamedaillemiraculeuse.com

Visita a Capela da Medalha Milagrosa, localizada na Rue du Bac, 140 - Paris

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segunda-feira, 27 de outubro de 2008

SANTO ANTÔNIO DE SANT'ANNA GALVÃO - 3ª PARTE - CAP. 1

3ª PARTE - CANONIZAÇÃO - CAP. 1




No dia 11 de maio, em Missa celebrada pelo Papa Bento XVI no Campo de Marte, na cidade de São Paulo, foi canonizado o primeiro brasileiro nato, o popularmente conhecido e venerado Frei Galvão. Ele nasceu em Guaratinguetá, Estado de São Paulo, em 1739.
Exerceu suas atividades apostólicas, sobretudo, na cidade de São Paulo. Grande devoto da Virgem Maria Imaculada exerceu as funções de Pregador, Confessor, Porteiro, Orientador Espiritual da Ordem Terceira Secular de São Francisco e Guardião do Convento do mesmo nome.
Fundou o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Divina Providência, hoje, Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz. Distinguiu-se por uma vida apostólica e missionária, sendo chamado homem da paz e da caridade. Morreu em São Paulo, aos 23 de dezembro de 1822.
Tive o privilégio de participar da abertura do quarto e definitivo processo de beatificação de Frei Galvão, em 1981, como Vice-Postulador da Causa.
Por isso, é com alegria que, diante da canonização do Bem-aventurado Antônio de Sant’Ana Galvão, tomo a iniciativa de lançar uma luz sobre vários temas ligados ao culto dos santos na Igreja, como a compreensão do que seja um santo ou santa na Igreja e o processo de beatificação e de canonização.

Santo e santidade
A primeira questão a ser analisada é o conceito de santo e de santidade.
Por falta de conceitos claros, os meios de comunicação deixam muito a desejar nesse campo.
A Igreja não faz os santos, nem os santifica através da canonização. Nem os eleva à honra dos altares. Os santos hoje são colocados em pedestais e não sobre altares.
Com sua suprema autoridade a Igreja declara a santidade de alguém e o propõe como modelo de seguimento de Cristo.
O termo “santo” pode ser substantivo ou adjetivo.
Deus é o Santo e Deus é santo. Em cada Celebração eucarística, a Igreja, diante do numinoso, do Absoluto, de Deus, exclama: “Santo, santo, santo, Senhor Deus do universo. O céu e a terra estão cheios da vossa glória”.
Após esta aclamação de Deus Santo, a Oração eucarística II continua: “Na verdade, ó Pai, vós sois santo e fonte de toda a santidade. Santificai, pois, estas oferendas...”.
Deus é santo e santifica pessoas e coisas. Ela celebra os Santos.
Falamos também dos santos Evangelhos, da Semana Santa. Além disso, somos chamados a ser santos, não só na outra vida, mas já no nosso peregrinar terrestre.
A santidade parece, pois, uma realidade complexa que diz respeito ao mistério de Deus, mas também ao culto e à moral. Engloba as noções de sacro e de puro, mas as transcende.
Por um lado parece reservada ao Deus inacessível, mas é constantemente atribuída a criaturas.
No Antigo Testamento, a Bíblia define a santidade na sua própria fonte, em Deus, de quem deriva toda santidade.
No fundo a santidade, em última análise, é o mistério de Deus e de sua comunicação aos homens.A santidade de Deus expressa a sua separação do profano, sua transcendência, mas inclui tudo que Deus tem de riqueza e de vida, de glória, de poder e de bondade.
É mais que um atributo de Deus, é a própria característica de Deus. Deus e Santo chegam a ser sinônimos.
Deus santifica, comunica a santidade a pessoas, ritos e coisas na medida da ligação que elas adquirem ou estabelecem com Deus, o Santo.
A santidade das pessoas e objetos consagrados, porém, não é da mesma natureza que a de Deus. É preciso distinguir entre a verdadeira santidade, que é próprio de Deus, e o caráter sacro que subtrai ao profano certas pessoas ou objetos, situando-os num estado intermediário, que vela e ao mesmo tempo manifesta a santidade de Deus.
Assim temos, por exemplo, o Povo Santo, o Povo de Deus do Antigo Testamento, povo escolhido por Deus, tornando-se um povo de sacerdotes, um povo santo.
Neste povo Deus manifesta a sua majestade, o seu poder, a sua glória. Israel deve, pois, santificar-se e corresponder ao Deus santo por uma vida consagrada ao Santo de Israel, observando os mandamentos, praticando a justiça e a caridade, exigências da Aliança entre Deus e o povo eleito.
A comunidade apostólica assimilou a compreensão da santidade revelada no Antigo Testamento, mas a superou em Cristo Jesus, a partir do Pentecostes, manifestação do Espírito de Deus, o Espírito Santo.
No Novo Testamento, o Deus santo manifesta-se e se comunica através de Jesus Cristo, o Santo de Deus.
A santidade de Cristo está intimamente ligada à sua filiação divina e à presença do Espírito de Deus, o Espírito Santo, com o qual ele é ungido.
Seus milagres e ensinamentos não querem tanto ser sinais de poder que se admirem quanto sinais de sua santidade.
A santidade de Cristo é idêntica à de Deus, seu Pai santo.
Cristo, por sua vez, pelo Espírito Santo, santifica os cristãos, comunicando-lhes realmente a santidade, a adoção de filhos de Deus.
Os cristãos participam da vida do Cristo ressuscitado pela fé e pelo batismo que lhes confere a unção vinda do Santo.
No Espírito Santo, os remidos são templos do Espírito Santo, templos de Deus. No novo testamento o termo “santo” designa também os cristãos.
Paulo pode dirigir cartas “a todos os amados de Deus, chamados a ser santos” (Rm 1,7), “aos santificados em Cristo Jesus, chamados a ser santos” (1Cor 1,2), “à Igreja de Deus que está em Corinto e a todos os santos de toda a Acaia” (2Cor 1,1), “aos santos e fiéis em Cristo Jesus” (Ef 1,1), “todos os santos em Cristo Jesus” (Fl 1,1), “aos santos e fiéis irmãos em Cristo, que moram em Colossos” (Cl 1,2).
Pedro escreve: “Vós sois a geração escolhida, sacerdócio régio, nação santa, povo que ele conquistou para proclamar os grandes feitos daquele que vos chamou das trevas para a sua luz admirável.
Vós, que outrora não éreis povo, agora sois Povo de Deus.
Não havíeis alcançado misericórdia, mas agora conseguistes misericórdia” (1Pd 2,10).
Por isso ele pode exortar: “Como filhos obedientes, não vos guieis pelas paixões de antigamente, quando vivíeis na ignorância.
Mas, assim como é santo aquele que vos chamou, sede também santos em todas as ações, pois está escrito: ‘Sede santos porque eu sou santo’”. (1Pd 1,16).
Em suma, pelo Espírito Santo o cristão participa da própria santidade divina. Assim, os cristãos devem render a Deus o culto verdadeiro, oferecendo-se com Cristo num sacrifício santo (cf. Rm 12,1).
Esta exigência de vida santa, de vida divina, está na base de toda a tradição ascética cristã, fundamentando-se não no ideal de uma lei ainda exterior, mas no fato de que o cristão atraído por Cristo, deve participar em seus sofrimentos e em sua morte para chegar à sua ressurreição (cf. Fl 3,10-14).
Não é a Igreja que santifica uma pessoa, mas é Deus, o Santo que a santifica, une-a a si, divinizando-a. Santificar, no fundo é divinizar.
A Igreja aparece como instrumento dessa santificação do ser humano, sobretudo, através da Sagrada Liturgia, como prolongamento da presença de Cristo em sua ação salvadora e santificadora, na força do Espírito Santo.

Os diversos tipos de santos
A partir do que vimos na Bíblia, podemos elencar diversos tipos ou categorias de santos e santas.

Os santos são os cristãos: - Para o Novo Testamento, sobretudo para São Paulo, santos são os cristãos. Santos são todos os que vivem a fé em Cristo Jesus, participando de sua vida, através dos sacramentos e da caridade.
Sobretudo, através do Batismo e da Eucaristia, os cristãos são santificados, e como se expressam muitos santos Padres do Oriente, são “divinizados”. Pela fé e pelo Batismo temos santos e santas também nas confissões evangélicas.

Os santos vivos: - São aqueles e aquelas que hoje vivem em Cristo, sacramentalmente pela fé, a vida sacramental e a caridade. São santos também todos os que procuram fazer o bem e desta forma vivem em comunhão com o Santo, com Deus, pois onde o amor e a caridade, Deus está. São santos e santas que ainda vivem neste mundo.

Santos da glória dos céus: - São todos os homens e mulheres que desde Adão e Eva e do justo Abel até nossos companheiros e companheiras de caminhada terrestre já participam definitivamente da vida, do amor e da glória de Deus, que já estão mergulhados no Santo para sempre, na Jerusalém celeste, no paraíso definitivo.
Ser santo não é privilégio dos cristãos que viveram explicitamente a fé em Cristo, na Igreja e pela Igreja.
Cristo Jesus morreu e ressuscitou para santificar a todos os seres humanos, a toda a humanidade. Assim, todos os homens de boa vontade que procuraram o bem, a honestidade e a justiça também foram santos.
Mesmo os que não conheceram a Cristo. Quem não reconhece, por exemplo, que Gande foi um grande santo? Pensemos em outras figuras humanas das grandes religiões.
Existiram outros tantos homens e mulheres, mártires do bem e da justiça, nos povos primitivos, entre os nossos povos autóctones, os índios.
Também eles e elas são santos e santas. São todos comemorados na Festa de Todos os Santos.

Os santos bem-aventurados ou beatificados: - São aquelas pessoas falecidas, de reconhecidas virtudes, que são incluídas no rol dos bem-aventurados pela autoridade pontifícia. Ainda que de modo restrito, eles podem ser cultuados.
Como veremos mais adiante, com o tempo, a beatificação tornou-se um passo no processo da canonização dos santos.
Os santos canonizados: - São as pessoas falecidas inscritas solenemente no cânon ou no rol dos santos.

Canonização dos santos
O que é canonização ou canonizar. O termo “canonizar ou canonização” vem de cânon. Cânon significa “regra geral de onde se inferem regras especiais”; relação, catálogo, tabela; padrão modelo, norma, regra.

Daí, canonizar significa “inscrever no cânon ou rol dos santos; declarar santo, proceder à canonização”. Canonização é o ato de canonizar. Em relação aos santos, canonização é a decisão papal que inscreve, solenemente, um membro do Corpo da Igreja, de excepcionais virtudes cristãs e pelos quais se operaram reconhecidos milagres, no número dos santos honrados pelo culto público.
Portanto, na canonização, não se trata de fazer santos, de santificar, mas de declarar alguém santo, inscrevendo-o na lista dos santos, que assim são propostos como modelos de vida cristã e por isso, objeto de culto público da Igreja.

O culto dos santos
Para compreendermos melhor o sentido de um ato de canonização de um santo pela Igreja, convém apresentar um breve retrospecto sobre o culto dos santos na Igreja. O culto dos santos nasceu da devoção popular.
Nos primeiros séculos da Igreja eram venerados e celebrados os santos mártires, aqueles e aquelas que testemunharam sua fé derramando o seu sangue, morrendo por causa da fé, por causa do testemunho de Cristo.
As Igrejas locais celebravam o dia natalício ou o natal dos santos, ou seja, o dia do seu nascimento para Deus, o dia de sua morte e nascimento para o céu. Todos eram santos e santas. Não existia a categoria dos bem-aventurados.
Santo e bem-aventurado significavam a mesma coisa. O santo é bem-aventurado, feliz, para sempre.
Só os mártires eram considerados santos a merecerem um culto especial. A partir do século IV homenagem semelhante à dos mártires começa a ser prestada também a outras categorias de fiéis. São os mártires, as testemunhas da caridade.
Introduziu-se inicialmente a memória de bispos que manifestaram eminentes qualidades de pastores: fidelidade à oração e à ascese, zelo na pregação, amor aos pobres, acolhimento aos irmãos, coragem na defesa do direito.
Tudo indica que o primeiro santo não mártir tenha sido São Martinho de Tours, falecido no ano de 397.Com a superação do tempo dos mártires, a Igreja foi descobrindo ao lado dos bispos, formas substitutivas do martírio, na ascese, na virgindade e na viuvez.
Distinguem-se, sobretudo, os padres do deserto, as virgens consagradas e os monges. Muitos de seus nomes são inscritos nos calendários locais, sem, contudo, lhes atribuir igual importância dada aos mártires.

A regulamentação canônica do culto dos santos:
Durante os primeiros séculos, estamos sempre diante de uma iniciativa da Igreja local, onde o sentimento do povo é ratificado pelo bispo depois de processo rudimentar. Até o século X não se registra intervenção alguma da Sé Apostólica no reconhecimento do culto prestado aos santos.

Canonização:
- Para dar maior brilho à exaltação dos santos, alguns bispos começaram a pedir que a proclamação fosse presidida pelo papa.
O termo canonização não é anterior aos anos de 1120. Por volta de 1175, o papa Alexandre III declarou que não era permitido venerar publicamente alguém como santo sem a autorização da Igreja romana.
Em 1134 as Decretais de Gregório IX reservaram ao papa o julgamento na matéria. Mesmo assim, algumas Igrejas particulares continuaram por vários séculos a efetuar canonizações.
Em 1588, após o Concílio de Trento, Sisto V instituiu a Congregação dos Ritos, dando-lhe a incumbência de exercer diligente cuidado em matéria de canonização dos santos e reservou à Congregação a direção exclusiva dos processos.
Ao término de cada um desses processos, durante uma missa solene, o papa celebrava a canonização, já que o ato é essencialmente de ordem litúrgica.

Beatificação:
- A beatificação, como primeira etapa no caminho da canonização, é instituída em 1630.
A beatificação autoriza o culto a um servo de Deus dentro de um determinado território ou família religiosa.
Sabe-se que o primeiro a ser beatificado foi Francisco de Sales, em 1665, falecido em 1622.
A pesquisa canônica do processo trata particularmente de três pontos: a ortodoxia manifestada, sobretudo, nos escritos; o exercício heróico das virtudes teologais e cardeais; os milagres obtidos por sua intercessão.
No caso dos mártires, são dispensados os milagres.
Até Paulo VI os papas reservavam para si apenas a celebração da canonização, ao passo que a beatificação consistia na simples leitura do decreto.
Paulo VI quis salientar o caráter litúrgico também da beatificação.
Ele mesmo passou a fazer a proclamação dos bem-aventurados durante a Missa.
Bento XVI vem delegando Cardeais para presidirem a celebração da beatificação.
Quanto ao título dos beatificados, no Brasil, prefere-se o termo Bem-aventurado, Bem-aventurada, em vez de Beato, Beata.
Beato e beata entre nós têm uma conotação pejorativa de pessoa exageradamente devota, de pessoa piegas.


Fonte: Franciscanos

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