PADRES SINODAIS ILUSTRAM REALIDADES LOCAIS
Rangun,
- “Mianmar não recebe a visita de um papa desde os tempos de São Pedro”: brincando, o arcebispo de Rangun, o salesiano dom Charles Maung Bo, abriu ontem seu pronunciamento no Sínodo convidando Bento XVI a ser o primeiro papa na história a visitar o seu país.
Em seguida, dom Charles passou da ironia ao drama e ilustrou a trágica situação que a ex-Birmânia teve que enfrentar recentemente, com a passagem do ciclone Nargis, que deixou dois milhões de sem-teto. “Perdemos tudo, mas não a esperança, que distribuímos em abundância” – disse o arcebispo.
“As igrejas se transformaram em acampamentos, onde celebrávamos uma única liturgia: o anúncio da Palavra, através de nosso acompanhamento e da compartilha do pão, em forma de assistência”.
Ainda no Sínodo, ontem, foi lançado um apelo para que se evitem temas da atualidade política nas homilias.
Durante o debate, um dos 253 padres sinodais convidou seus irmãos à prudência ao enfrentar argumentos que podem dividir os fiéis, e de modo especial, aconselhou a não abordarem questões políticas.
Entretanto, em outros pronunciamentos, foi dito que a humanidade hoje está muito estressada, ou é pobre ou rica demais para escutar.
“As pessoas andam tão preocupadas que não são capazes de ouvir; estão imersas em rumores contínuos e confusos, não têm mais ouvidos nem para seus semelhantes e nem para a Palavra de Deus” – observou um delegado africano.
“A distração causada pela pobreza e as preocupações com as coisas essenciais da vida, assim como a excessiva riqueza, dificultam até mesmo a escuta durante a missa” – denunciaram. Já um bispo sul-americano recordou que as pessoas vivem oprimidas e dispersas, e isso torna difícil desenvolver a capacidade de escuta.
“A prática da escuta, em meio aos homens e mulheres de nosso tempo – disse – é da maior importância: escutar a partir das necessidades e do sofrimento, assim como fazia Jesus Cristo”. (CM)
Fonte: RV
Nenhum comentário:
Postar um comentário