BÉLGICA: ENCONTRO EUROPEU DE CRISTÃOS E MUÇULMANOS
Bruxelas, 23 out (RV)
- A Europa tem o dever de divulgar a reconciliação e a paz no mundo. Um impulso essencial neste sentido pode chegar da colaboração entre os cristãos e os muçulmanos na Europa. Foi o que sublinhou o cardeal francês Jean-Pierre Ricard, arcebispo de Bordeaux e vice-presidente do Conselho das Conferências Episcopais Européias (CCEE), que explicou aos jornalistas os elementos essenciais para uma colaboração entre cristãos e muçulmanos, que está sendo discutinda na reunião em andamento neste dias em Bruxelas, na Bélgica.O cardeal usou palavras claras sobre o que é a Europa: “Nós acreditamos que a Europa seja mais do que uma aventura econômica. Cremos que seja um projeto espiritual historicamente ligado a um desejo de reconciliação após duas guerras mundiais”. O objetivo da unidade dos povos na Europa está baseado na convicção de que o conflito entre culturas diferentes não resolve nada, ou melhor, somente complica os problemas. O projeto europeu – continuou o cardeal Ricard – demonstra que os rancores históricos podem ser superados e que a reconciliação é possível.Do mesmo parecer é o presidente da Conferência das Igrejas na Europa, KEK, o pastor protestante Jean Arnold De Clermont, que sublinhou o papel fundamental do diálogo intercultural na Europa. Um diálogo que não pode deixar de lado o elemento espiritual. “Não podemos imaginar uma Europa fechada em si mesma quando a sua cultura se construiu nos séculos graças ao intercâmbio de idéias e de recursos”, acresentou.Em nome dos representantes muçulmanos, ao invés, falou Franco Bertamé, responsável pela menor comunidade islâmica da Europa, a de Luxemburgo, que conta 2 mil muçulmanos.“A característica do encontro é a possibilidade não de falar um do outro, mas de falar com o outro”, disse Bertramé, que acrescentou: “Para o Islã, não há alternativa: preferimos o diálogo ao ao silêncio”.Os 18 participantes das comunidades islâmicas de vários países da Europa e os 22 interlocutores das confissões cristãs irão trabalhar até amanhã em pequenos grupos de reflexão sobre o “papel das religiões em uma sociedade secularizada”, sobre “a promoção do respeito na educação das jovens gerações” e como “construir pontes entre as comunidades”. (SP)
Fonte: RV
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