Oitavo Jubileu de Fundação da Ordem Franciscana
800 anos do carisma Franciscano
4ª Parte
800 anos do carisma Franciscano
4ª Parte
São Francisco e sua forma de vida continuam a ser atuais
São Francisco não é certamente o santo mais popular, mas é com certeza o santo mais universal e atual. De sua universalidade dão testemunho os milhares de seguidores espalhados por todo o mundo, não só na Igreja católica, mas também em outras Igrejas irmãs. São Francisco não é patrimônio exclusivo dos franciscanos ou dos católicos; na realidade, é um santo para todos os homens e mulheres de boa vontade. De sua atualidade falava-nos João Paulo II em sua mensagem ao Capítulo de Pentecostes de 2003: “A atração de São Francisco é muito grande”. Com razão foi eleito o homem do II milênio. Diante dessa constatação, é lógico que também nós lhe perguntemos: “Por que a ti? Por que a ti?”. Pessoalmente, fiz-me essa pergunta muitas vezes e a resposta que encontro é sempre a mesma: o segredo do fascínio que Francisco continua a despertar após 800 anos está em sua “inatualidade”. Francisco, como todo o profeta, é “inatual”, vai sempre além, antecipa o futuro, não se deixa aprisionar pelo presente. É a sorte das sentinelas (cf. Is 21,11-12) e de quem se sente realmente “peregrino e forasteiro neste mundo” (1Pd 2,11; cf. RB 6,2); é a condição do homo viator ou in statu viae, do crente em busca constante, do seguidor de Jesus e de quem, como Francisco, faz do Evangelho sua regra e vida (cf. RB 1,1); é o destino do todo o peregrino que faz sua esta lei: “hospedar-se sob teto alheio, ansiar pela pátria, andar pacificamente”. O que é presente, passa; mas o Evangelho, como forma de vida, não passa: “Jesus Cristo [evangelho do Pai à humanidade] é o mesmo ontem, hoje e sempre” (Hb 13,8). Como não sai de moda quem, como o Poverello, assume o Evangelho como regra e vida, como exigência de totalidade.
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1. João Paulo II, Mensagem ao Capítulo geral, n. 5.
2. LM, VII,2,5.
Trecho do Relatório do Ministro Geral Frei José Rodríguez Carballo, OFM, “Com Lucidez e Audácia, em tempos de refundação”
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