FOME E POBREZA SE ALASTRAM EM PORTUGAL

FOME E POBREZA SE ALASTRAM EM PORTUGAL. BISPOS PREOCUPADOS

Fátima,

- Reunidos em Assembléia Plenária desde ontem e até quinta-feira, os bispos portugueses discutem sobre “A escola em Portugal” e a prioridade às crianças; e examinam relatórios de suas Comissões para reformular a pastoral.

De acordo com o presidente da Conferência Episcopal, dom Jorge Ferreira da Costa Ortiga, na era da globalização é necessário permanecer sempre atentos e aproximar-se o máximo possível da realidade cotidiana, oferecendo uma pastoral de respostas aos problemas sociais concretos.

Ontem, no discurso de abertura, dom Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, disse que o governo deve proteger mais as famílias e fazer do combate à pobreza a sua principal preocupação.

“Os bispos portugueses não vão se calar na luta contra a pobreza” - disse - e alertam para o fato de haver cada vez mais famílias passando fome em Portugal.

“Numa sociedade dita avançada é constrangedor deparar com as dificuldades vividas no interior de muitos lares.

Começam a faltar bens essenciais e a vergonha torna a pobreza mais angustiante”, afirmou dom Jorge.

O presidente da CEP ressaltou que não se pode ignorar e desconsiderar as grandes dificuldades econômicas de muitas famílias, dos mais jovens e dos aposentados. E recordou também as responsabilidades da Igreja neste campo, pedindo que as comunidades eclesiais, das paróquias às dioceses, incrementem uma pastoral de maior sensibilidade sócio-caritativa.

A generalização da pobreza, que se tem verificado nos últimos meses, é uma das maiores preocupações dos bispos católicos. Uma sondagem recente demonstrou que o número de pessoas que pede ajuda às estruturas sociais da Igreja duplicou no último ano.

Dom Carlos Azevedo, presidente da Comissão da Pastoral Social, explicou que as pessoas pedem de tudo, de roupas a alimentos.

Enfim, os bispos portugueses admitem que, “casos de pobreza e fome estão ao nosso lado; problemas muito graves que exigem reflexão adequada de todos, sem interesses partidários ou confessionais”. (CM)

Fonte: RV