ARGENTINA: DESIGUALDADE, DÍVIDA EXTERNA E CORRUPÇÃO

BISPOS ARGENTINOS ADVERTEM PARA A DESIGUALDADE, A DÍVIDA EXTERNA E A CORRUPÇÃO
di De Andrade

Buenos Aires,
– Os bispos argentinos convidaram os cidadãos ao diálogo, nesta sexta-feira, e a um "acordo nacional" para superar os "dramas do país", entre os quais a desigualdade social, o peso da dívida externa, a corrupção e o clientelismo político.

Num documento divulgado ontem, o Episcopado reconhece "uma recuperação na redução dos níveis de pobreza e indigência, após a crise de 2001-2002", mas sublinham que "ainda não se conseguiu reduzir substancialmente o grau de desigualdade social".

"Junto a uma melhora dos índices de desemprego, o flagelo do trabalho precário continua sendo um obstáculo para a realização de milhões de argentinos" _ advertem os prelados.

O documento é o resultado final da assembléia plenária dos bispos argentinos, durante a qual o cardeal-arcebispo de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio, foi eleito para mais um mandato à frente da Conferência Episcopal.

No texto, os bispos manifestam sua preocupação pelo "gravíssimo problema do endividamento do Estado" e afirmam que o pagamento da dívida externa constitui um empecilho que condiciona gravemente o esforço para saldar a dívida social.

Os prelados lamentam ainda, que não se tenham conseguido "erradicar os males históricos da corrupção e do clientelismo político" no país.

No documento, os prelados enumeram, entre os "dramas" da sociedade argentina, a emergência educativa, a marginalização dos indígenas e dos imigrantes pobres, a situação dos jovens que não estudam nem trabalham, o crescente consumo de drogas e o clima de insegurança reinante no país. (AF)

Fonte: RV