IGREJA CATÓLICA E OS JOGOS OLÍMPICOS DE PEQUIM
Pequim, 08 ago (RV)
– Estão para serem inaugurados os Jogos Olímpicos em Pequim, na China.
Em vista deste grande evento esportivo mundial, a Igreja local se mobilizou para dar assistência espiritual, formação, acolhimento e segurança aos atletas e turistas.
As 20 igrejas católicas de Pequim, o maior Seminário e a diocese local abrem suas portas aos visitantes: foi o que declarou o Padre Matthew Zhen Xuebin, responsável diocesano, para a assistência durante os Jogos Olímpicos.
Os voluntários leigos foram treinados para o acolhimento dos fiéis católicos no país. “Tudo está pronto, disse o Padre Matthew Zhen.
Um dos principais objetivos é a segurança também para as igrejas: elas têm que ser vigiadas para prevenir eventuais incêndios, roubos e atividades terroristas.
Neste sentido, a Igreja Católica terá uma "significativa presença" nos Jogos Olímpicos de Pequim, graças à "abertura que a China está demonstrando”, disse, por sua vez, o Padre Kevin Lixey, Diretor do Setor Igreja e Esporte do Pontifício Conselho para os Leigos.
Em declarações à imprensa, o Padre Lixey assinalou que "embora não tenha havido convite formal aos representantes do Vaticano, por parte do Comitê Olímpico Internacional, os Bispos locais marcarão presença no evento esportivo.
Em relação à participação da Igreja Católica de outros países, estarão presentes nos Jogos de Pequim capelães de várias nações, como Itália, Polônia, Alemanha, acrescentou Padre Kevin Lixey, que revelou ainda que o Arcebispo de Colônia (Alemanha), Cardeal Joachim Meisner, acompanha a equipe olímpica alemã até a capital chinesa.
"Esta presença é possível porque, com os Jogos Olímpicos, a China abre as portas ao mundo e o mundo vai para a China", declarou o representante do Pontifício Conselho para os Leigos, que assinalou, por fim, que o Vaticano viu com agrado "a decisão de que se celebrem Missas, em algumas Igrejas e em diversos idiomas, em Pequim, para os fiéis presentes nos Jogos".
No último domingo, foi celebrada a primeira Missa em espanhol na capital chinesa, para a delegação de atletas e diretores que participavam dos jogos paraolímpicos.
Contrariamente ao que os meios de comunicação afirmavam, os estrangeiros puderam levar consigo objetos ou material religioso para uso pessoal durante os Jogos de Pequim.
Isso significa que nada mudou em relação às regras habituais relativas às atividades religiosas, que, por exemplo, não permitia a distribuição de Bíblias ou livros religiosos em território chinês.
Desde que foi eleito Papa a 19 de Abril de 2005, Bento XVI tem expressado a sua esperança no reatamento das relações entre o Vaticano e a China, interrompidas desde a Revolução Cultural e a subida ao poder de Mao Tsé-Tung. Desde o início deste pontificado registaram-se vários sinais de aproximação e de expressão de mútua boa vontade.
Por outro lado, a realização dos Jogos Olímpicos de Pequim, a partir de hoje até o próximo dia 28, tem sido ocasião para Bento XVI enviar suas mensagens para o bom êxito do acontecimento esportivo, na paz e na fraternidade.
Domingo passado, recordamos, o Papa aproveitou a oração do Angelus, em Bressanone, onde se encontra de férias, para enviar a sua saudação à China, aos organizadores dos Jogos e a todos os participantes, “em primeiro lugar aos atletas, com os votos de que cada um possa dar o melhor de si, no genuíno espírito olímpico”: Sigo com profunda simpatia este grande encontro esportivo – o mais importante e aguardado em nível mundial – e exprimo os mais vivos votos de que ele ofereça à comunidade internacional um válido exemplo de convivência entre pessoas das mais diversas proveniências, no respeito pela dignidade comum.
Que o esporte possa, mais uma vez, ser penhor de fraternidade e de paz entre os povos. Tal interesse do Santo Padre pela China foi expresso também, na última quarta-feira, ao visitar a casa natal de São José Freinademetz (1852-1908), missionário que dedicou toda a sua vida à evangelização da China.
Na ocasião, o Bispo de Roma declarou que “a China mostra ter um papel importante na vida política, econômica e também ideológico no contexto mundial”. Aqui, Bento XVI fez votos de que “este grande país se abra ao Evangelho”.
Os Jogos Olímpicos de Pequim coincidem com a celebração do centenário de morte de São José Freinademetz, da Congregação dos Missionários do Verbo Divino, que dedicou sua existência à evangelização da China.
Com efeito, parte dos jogos olímpicos, isto é, as regatas marítimas, será em Qingdao, um lugar na história dos Missionários Verbitas, graças à ação apostólica de São José Freinademetz.
Qingdao era um território ocupado pelos alemães em 1897. Ali o santo missionário Verbita trabalhou por 30 anos.
Enfim, no mês de maio passado, dia 7, quando a Orquestra Filarmônica da China ofereceu um concerto ao Papa, no Vaticano, o Pontífice se dirigiu a “todos os habitantes da China", recordando a importância dos Jogos de Pequim 2008, uma manifestação que vai além do esporte.
Os chineses, disse, “se preparam para viver um momento de grande valor para toda a humanidade". (MT)
Fonte: RV
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