CRIMES DA GUERRA CIVIL NA GUATEMALA CONTINUAM IMPUNES: DENUNCIA IGREJA LOCAL.
- As vítimas da guerra civil que dilacerou a Guatemala durante 36 anos, de 1960 a 96, são ao menos 200 mil.
O balanço ainda provisório (vez que as escavações nos cemitérios clandestinos continuam dando ulteriores provas de massacres) conta 55 mil violações dos direitos humanos e 422 massacres de civis.
E a maior parte desses crimes permanece impune.É o que denuncia o Departamento para os Direitos Humanos do Arcebispado de Guatemala _ em Cidade da Guatemala _, cuja intensa atividade em defesa da justiça levou, em 1998, ao assassinato de seu diretor, o bispo auxiliar da capital, Dom Juan José Geradi Conedera.
Quem hoje dirige o referido departamento é Nery Rodenas, que, participando de uma coletiva de imprensa intitulada “Guatemala nunca mais: recuperação da memória histórica sobre a guerra civil”, evidenciou as graves omissões institucionais.
“Na Guatemala, os acordos de paz, aos quais o Parlamento deu valor legal, continham intenções muito boas em nível político, mas não transformaram o país como se esperava. 99% dos crimes permanecem impunes: falamos em particular do assassinato de dirigentes estudantis e de ‘camponeses’, pelos quais ninguém foi levado diante da justiça” _ frisou Rodenas.
“Continuam igualmente impunes os militares responsáveis por 80% dos crimes cometidos _ acrescentou ele _, enquanto as iniciativas voltadas a ressarcir as vítimas e a formar comissões de busca dos ‘desaparecidos’ permanecem sendo iniciativas administradas pela sociedade civil.” (RL)
Fonte: RV
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