Organismo divulga nota de solidariedade aos migrantes
Por Alexandre Ribeiro
BRASÍLIA,
- A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) divulgou essa quinta-feira uma nota em que repudia as medidas que criminalizam os migrantes nos países mais desenvolvidos.Ao final da reunião do Conselho Episcopal Pastoral da CNBB, órgão executivo formado pela presidência e mais 10 bispos, o episcopado expressou sua «apreensão e preocupação» com a adoção, por países para onde afluem numerosos grupos de migrantes, de medidas que ferem princípios básicos dos direitos humanos dos migrantes e suas famílias».
«Sem desconsiderar a complexidade das questões que envolvem o tema, constata-se que há medidas que dão margem a sentimentos xenófobos e fortalecem a criminilização do ato de migrar», afirmam os bispos.
«Tais medidas podem representar retrocesso no caminho de integração dos povos e da construção de uma cultura de paz. A acolhida à diversidade cultural, religiosa e social é condição fundamental para o estabelecimento da justiça e da paz.»
Ao recordar que os movimentos migratórios «são fatores de desenvolvimento humano e social», a CNBB enfatiza que «países que atualmente restringem a entrada de migrantes são os mesmos que outrora assistiram a emigração em massa de seus cidadãos».
«Aqueles que no Brasil aportaram, foram acolhidos e, gradativamente, integraram-se à sociedade local, contribuindo na construção da identidade e cultura nacionais», recorda.
A CNBB afirma repudiar «medidas que criminalizam os migrantes». «Muitas vezes, o tratamento dado aos migrantes é injusto e humilhante, envolvendo detenção e prisão, perda da moradia, do emprego e dos bens, separação dos cônjuges e dos filhos. A vergonha da expulsão pode impedir até mesmo a volta à família de origem».
«Manifestamos nossa solidariedade a todos os migrantes, aos brasileiros e brasileiras no exterior, e, de modo especial, aos que se encontram em situação de maior vulnerabilidade, com dificuldade de obter a documentação de permanência, vivendo e trabalhando em clima de insegurança e medo.»
O episcopado brasileiro apela «aos países e à comunidade internacional que implementem medidas para cessar as guerras, superar a fome e a miséria, eliminar as desigualdades sociais».
Pede também que se adote «uma política migratória que leve em consideração os direitos das pessoas em mobilidade».
«Rogamos que prevaleça a solidariedade, baseada nos princípios da dignidade da pessoa, da proteção dos direitos humanos e da fraternidade universal», encerra o texto.
Fonte: ZENIT.org
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