Jornada Mundial da Juventude é também ecumênica e inter-religiosa
Sublinhou o cardeal Pell em uma coletiva de imprensa
Sublinhou o cardeal Pell em uma coletiva de imprensa
Por Catherine Smibert
A Jornada Mundial da Juventude 2008 é um evento evidentemente católico, mas seus organizadores estão aproveitando a oportunidade para promover o diálogo com outras denominações cristãs e outros credos.
Uma recente coletiva de imprensa revelou os planos da equipe organizadora para construir pontes entre estes grupos durante o Festival Jovem da JMJ através de atos de solidariedade, exibições artísticas e apresentações teológicas e musicais.
A coletiva de imprensa pareceu tranqüilizar a mídia australiana, que lançou idéias sobre a «ameaça de tentativas de conversão» e potenciais «eventos anti-semíticos», como a Via Sacra.
O Cardeal George Pell e sua equipe não se sentiram intimidados pelas acusações e respondem que o evento é católico, mas inclusivo. Como sublinhou o cardeal aos assistentes da coletiva de imprensa, o fato é que os católicos representam o maior contingente das religiões na nação anfitriã da JMJ 2008, seguidos pelos anglicanos, outros protestantes, judeus e muçulmanos.
O cardeal cedeu logo a palavra a um painel de representantes de cada um desses grupos que, ao contrário, apoiaram o evento de todo coração.
O rabino da Grande Sinagoga de Sydney, Jeremy Lawrence, declarou à Zenit a seguir que a comunidade judaica aprecia verdadeiramente a gentileza e o respeito mostrados pelos organizadores católicos da JMJ. Referindo-se à declaração do Concílio Vaticano II sobre as relações da Igreja com as religiões não-cristãs, ele a qualificou de «tangível continuação do espírito de Nostra Aetate e legado e previsão de João Paulo II».
O rabino Lawrence acrescentou que «a visita de Bento XVI, que criou fortes laços com o rabino chefe de Roma e foi pessoalmente ajuda e guia em tratar de assuntos de doutrina e liturgia com estudantes do rabinato, prioriza e se centra na fé que é importante para a sociedade australiana».
A reverenda Tara Curlewis, presidente do Conselho Ecumênico de Nova Gales do Sul e ministra da Igreja Unida, esteve de acordo, afirmando que «independentemente de como damos culto a Deus, a JMJ é uma oportunidade de acender a chama de Deus no meio de nós».
Recordou aos assistentes que «a religião pode ser uma grande força para unir nosso mundo ao invés de dividir as pessoas». O bispo auxiliar de Sydney, Anthony Fisher, coordenador da JMJ, assinalou de que forma estas palavras foram postas em ação quando «membros de outras Igrejas cristãs, comunidades eclesiais e tradições religiosas abrem suas casas à estadia dos peregrinos ou se unem ao nosso exército – nossos anfitriões celestiais – como voluntários amigáveis [...]; inclusive a Escola Islâmica de Greenacre, Malek Fahed, ofereceu sua disposição para albergar 300 peregrinos».
Ikebal Patel, presidente da Federação Australiana de Conselhos Islâmicos, apoiou esta idéia, dizendo: «Penso que, como muçulmanos na Austrália, queremos demonstrar muito positivamente que somos parte da comunidade».
O bispo Fisher anunciou que alguns dos centros de oração terão uma dimensão ecumênica, especialmente o dirigido pela Comunidade de Taizé. Também está o foro intitulado «Australianos todos: face a face e fé a fé», no qual intervirão líderes católicos, assim como líderes e grupos comunitários judaicos, islâmicos, budistas e hindus. «E sem mencionar todos os 300 eventos – acrescentou o bispo Fisher –, posso mencionar as oficinas de dança de uma mulher judaica; o evento ‘Music Talks Peace’ na sinagoga, onde artistas muçulmanos, judeus e cristãos atuarão juntos, e nossa muito respeitosa e comovedora interpretação das Estações da Cruz é ecumênica, no sentido de que é inteiramente uma versão neotestamentária-escriturística do relato do último dia de Cristo.»
O Cardeal Pell fechou o encontro com a reflexão de que «a JMJ demonstrará que toda verdadeira fé se une à esperança e ao amor, e esta verdadeira religião deve ser uma fonte de paz».
Fonte: ZENIT.org
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