Estados Unidos rezam cada vez mais em espanhol
Em menos de 40 anos, o número de católicos hispanos aumenta
Por Carmen Elena Villa Betancourt
Em menos de 40 anos, o número de católicos hispanos aumenta
Por Carmen Elena Villa Betancourt
WASHINGTON,
- Segundo a Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos, desde 1960 o número de fiéis dessa religião no país cresceu mais de 70%. O fenômeno migratório dos hispanos é um dos fatores que mais influencia esse crescimento.
A maioria chega buscando melhores condições por falta de oportunidades de trabalho em seus países, ou também em busca de sua família, quando algum de seus membros migra para o norte.
Dos mais de 35 milhões de hispanos residentes nos Estados Unidos, cerca de 73% deles são católicos. Muitos deles chegam a um país com costumes sumamente diferentes e procuram, portanto, algo que os identifique.
Alguns, nessa nova etapa, descobrem, como diz São Paulo, que nem a angústia nem a tribulação poderá separá-los do amor de Cristo (Rm 8, 31). «A fé em Jesus fez com que os povos pudessem enriquecer tanto sua cultura como seu humanismo», comenta à Zenit o porto-riquenho Daniel Cádiz, que trabalha na diocese de Dalton (Georgia), na pastoral hispana.
Por isso, cada vez mais paróquias americanas se unem à celebração de missas e atividades pastorais em espanhol.
«Há 10 anos, começamos um pequeno grupo de voluntários ajudando os imigrantes a adaptar-se à nova cultura. Isso nos levou a vários grupos que podemos chamar de ministério da oração, que inclui os doentes e os defuntos», comenta a colombiana Estela Rendón, da paróquia Saint Joseph, na diocese de Brigdeport (Connecticut).
Uma Igreja que acolhe
Em 1972, os bispos desse país decidiram realizar o primeiro encontro hispano de pastoral para começar com a reflexão sobre como a Igreja deveria acolher o tesouro da fé que os fiéis traziam de seus países. Isso deu abundantes frutos na pastoral com os hispanos: uma maior participação dos membros dessa comunidade na vida e na missão da Igreja, já que muitos deles fazem parte de posições de liderança e tomada de decisões.
A reflexão foi amadurecendo. João Paulo II, na exortação apostólica pós-sinodal Ecclesia in America, convidou os sacerdotes e religiosos residentes nos Estados Unidos a se esforçarem por «desenvolver, com todos os meios, a própria ação pastoral entre estes imigrantes, para favorecer o seu estabelecimento no território, e para suscitar, ao mesmo tempo, uma atitude de acolhida por parte das populações locais, convencida de que da mútua abertura trará um enriquecimento para todos» (nº 65).
Os bispos das dioceses fronteiriças com o México levaram ao debate nacional o tema da imigração, sublinhando elementos importantes do ensinamento sócia da Igreja, como a unidade familiar e a situação de trabalho, «sobretudo nos últimos anos, em que há mais desconfiança, e por isso mais segurança nas fronteiras. Isso obedece ao incremento do terrorismo, mas também é uma resistência às mudanças socais», garante o Pe. Amando Trujillo-Cano, que trabalhou em várias dioceses do estado de Texas.
A fé dos hispanos se converte, assim, em um tesouro que é, ao mesmo tempo, compartilhado com muitos americanos: «Na minha paróquia, por exemplo, os anglos souberam valorizar os bons costumes que os hispanos têm. Cotamos com uma missa bilíngüe. Trabalhamos juntos em diferentes atividades da paróquia», acrescenta Daniel Cádiz.
Assim se concretizam as palavras de Bento XVI, quando, em sua viagem aos Estados Unidos, garantiu que a Igreja nesse país, «acolhendo em seu seio tantos dos seus filhos migrantes, foi crescendo graças também à vitalidade do testemunho de fé dos fiéis de língua espanhola».
«Somente se estiverdes unidos a Cristo e entre vós – acrescentava o Papa, falando em espanhol, na homilia que pronunciou no ‘Nationals Stadium’ de Washington –, vosso testemunho evangelizador será confiável e florescerá em copiosos frutos de paz e de reconciliação em meio a um mundo muitas vezes marcado por divisões e enfrentamentos. (cf. Zenit, 17 de abril de 2008)»
Fonte: ZENIT.org
A maioria chega buscando melhores condições por falta de oportunidades de trabalho em seus países, ou também em busca de sua família, quando algum de seus membros migra para o norte.
Dos mais de 35 milhões de hispanos residentes nos Estados Unidos, cerca de 73% deles são católicos. Muitos deles chegam a um país com costumes sumamente diferentes e procuram, portanto, algo que os identifique.
Alguns, nessa nova etapa, descobrem, como diz São Paulo, que nem a angústia nem a tribulação poderá separá-los do amor de Cristo (Rm 8, 31). «A fé em Jesus fez com que os povos pudessem enriquecer tanto sua cultura como seu humanismo», comenta à Zenit o porto-riquenho Daniel Cádiz, que trabalha na diocese de Dalton (Georgia), na pastoral hispana.
Por isso, cada vez mais paróquias americanas se unem à celebração de missas e atividades pastorais em espanhol.
«Há 10 anos, começamos um pequeno grupo de voluntários ajudando os imigrantes a adaptar-se à nova cultura. Isso nos levou a vários grupos que podemos chamar de ministério da oração, que inclui os doentes e os defuntos», comenta a colombiana Estela Rendón, da paróquia Saint Joseph, na diocese de Brigdeport (Connecticut).
Uma Igreja que acolhe
Em 1972, os bispos desse país decidiram realizar o primeiro encontro hispano de pastoral para começar com a reflexão sobre como a Igreja deveria acolher o tesouro da fé que os fiéis traziam de seus países. Isso deu abundantes frutos na pastoral com os hispanos: uma maior participação dos membros dessa comunidade na vida e na missão da Igreja, já que muitos deles fazem parte de posições de liderança e tomada de decisões.
A reflexão foi amadurecendo. João Paulo II, na exortação apostólica pós-sinodal Ecclesia in America, convidou os sacerdotes e religiosos residentes nos Estados Unidos a se esforçarem por «desenvolver, com todos os meios, a própria ação pastoral entre estes imigrantes, para favorecer o seu estabelecimento no território, e para suscitar, ao mesmo tempo, uma atitude de acolhida por parte das populações locais, convencida de que da mútua abertura trará um enriquecimento para todos» (nº 65).
Os bispos das dioceses fronteiriças com o México levaram ao debate nacional o tema da imigração, sublinhando elementos importantes do ensinamento sócia da Igreja, como a unidade familiar e a situação de trabalho, «sobretudo nos últimos anos, em que há mais desconfiança, e por isso mais segurança nas fronteiras. Isso obedece ao incremento do terrorismo, mas também é uma resistência às mudanças socais», garante o Pe. Amando Trujillo-Cano, que trabalhou em várias dioceses do estado de Texas.
A fé dos hispanos se converte, assim, em um tesouro que é, ao mesmo tempo, compartilhado com muitos americanos: «Na minha paróquia, por exemplo, os anglos souberam valorizar os bons costumes que os hispanos têm. Cotamos com uma missa bilíngüe. Trabalhamos juntos em diferentes atividades da paróquia», acrescenta Daniel Cádiz.
Assim se concretizam as palavras de Bento XVI, quando, em sua viagem aos Estados Unidos, garantiu que a Igreja nesse país, «acolhendo em seu seio tantos dos seus filhos migrantes, foi crescendo graças também à vitalidade do testemunho de fé dos fiéis de língua espanhola».
«Somente se estiverdes unidos a Cristo e entre vós – acrescentava o Papa, falando em espanhol, na homilia que pronunciou no ‘Nationals Stadium’ de Washington –, vosso testemunho evangelizador será confiável e florescerá em copiosos frutos de paz e de reconciliação em meio a um mundo muitas vezes marcado por divisões e enfrentamentos. (cf. Zenit, 17 de abril de 2008)»
Fonte: ZENIT.org
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