Defesa da família exige agora união de esforços
Segundo a diretora do Congresso Internacional da Família, Claudia Sánchez
Por Miriam Díez i Bosch
ROMA, domingo, 18 de maio de 2008 -Bento XVI convidou a sociedade civil a unir esforços para que a família receba apoio, também no âmbito político. Com este espírito se convocou o congresso internacional que acontecerá em Roma nos dias 28 e 29 de novembro de 2008, com o lema «Pais construtores da família».
Participantes do mundo inteiro se reunirão com os educadores, acadêmicos e ONGs para discutir sobre os desafios e oportunidades que a família encontra na atualidade e em um contexto mundial.
Claudia Sánchez, diretora executiva do Congresso Internacional da Família, que é a continuação do Congresso Europeu da Família de 2007, promovido pelo Instituto de Estudos Superiores da Mulher em Roma, explica à Zenit que o encontro responde ao apelo do Papa com a vontade de sair com propostas concretas.
--O que esperam de um congresso dedicado aos pais como construtores da família?
--Sánchez: Esperamos muitas coisas: é o terceiro congresso que o Instituto de Estudos Superiores da Mulher organiza em Roma sobre a família e os frutos desses congressos são cada vez maiores.
Um dos benefícios que esperamos do International Family Congress (Congresso Internacional da Família) é alentar e unir esforços entre aqueles que trabalham a favor da família.
Há muitas pessoas, associações e grupos no mundo inteiro que estão realizando um trabalho valiosíssimo pela família em diversos aspectos e setores da sociedade. Dar a conhecer esses esforços para encontrar os pontos de convergência entre os diversos grupos, países, ações, e uni-los em uma frente comum que tenha mais influência na cultura e ofereça sólidos avanços em benefício da família.
Juntos podemos conseguir muito mais. Quando nos unimos, o benefício e o efeito do trabalho não somente se soma, mas se multiplica.
--Você acha que a família na Europa está mais desintegrada que em outros lugares?
--Sánchez: A família sempre teve de enfrentar desafios para manter-se forte, saudável e unida. Mas é verdade que a família hoje, e particularmente a européia, encontra-se em uma situação muito difícil.
Há uma corrente social que tende fortemente ao individualismo e ao materialismo. Também em muitos países da Europa, falta um apoio real e prático à família por parte dos governos.
O informe 2008, publicado pelo Instituto de Política Familiar, demonstra que somente 2,1% do PIB da Europa estão destinados à família.
Na Polônia, Malta, Espanha, Bulgária, Lituânia, Itália e Portugal, somente 1,2%. Isso nos faz ver que se dá pouco valor ao que a família oferece à sociedade.
Infelizmente, muitos jovens europeus têm certa «desilusão» ou «ceticismo» com relação ao matrimônio ou a família; uma das causas é que eles sofreram a desintegração de suas famílias.
--Segundo algumas estatísticas, a família influencia hoje somente 20% na transmissão de valores, enquanto a mídia tem uma influência de 45%.
--Sánchez: Este dado em particular é de um estudo elaborado no México em 1996 (realizado pela Fundação Cultural Banamex, no México, por Enrique Alducin), e que buscava identificar os fatores que influenciam na transmissão de valores.
O dado é um pouco antigo, mas expressa uma tendência que é muito atual: vemos que alguns meios de comunicação podem diferir no lineamento de educação que os pais estão dando aos seus filhos: ressaltam anti-valores, hedonismo, materiallismo...
Dessa forma, reduz a efetividade na influência educativa dos pais sobre seus filhos. Penso, por exemplo, em um estudo feito pela Universidade de Kansas (EUA) que demonstra que 54% das crianças americanas têm uma televisão em seu quarto.
Segundo Brent Bozell, fundador e presidente do Conselho Televisivo dos Pais (Parents Television Council), uma criança passa uma média de 4-6 horas por dia vendo TV; esta mesma criança passa somente 15 minutos de tempo diário de qualidade com seu pai. Isso diz muito! Se somamos a isso 2h30 de internet, as horas dedicadas a ouvir música ou ao videogame, e a estar em contato com seus amigos e ainda desconhecidos, através de todas as telas ao seu alcance, podemos afirmar que seu mundo, seus temas de interesse e motivações, os estímulos e idéias que recebe de todo este entorno mediático são poderosamente superiores aos que os pais de família exercem hoje.
--Como chegaram à certeza, ilustrada no folheto informativo do congresso, de que os filhos provenientes das famílias de pais casados são menos propensos a ter problemas com drogas, delinqüência ou doenças psicológicas?
--Sánchez: Tudo isso está comprovado, ainda que isso não significa que uma criança cujos pais não estão casados, automaticamente vão ter esses problemas.
No entanto, os estudos e a evidência recolhidos por diferentes instituições em diversos países do mundo demonstram que há maior probabilidade de que surja este tipo de problemas nos filhos quando falta uma estrutura familiar natural e saudável.
Citamos, por exemplo, um documento de 2005, feito pelo Instituto para o Casamento e as Políticas Públicas (Institute for Marriage and Public Policy) nos Estados Unidos, no qual são avaliados cerca de 25 estudos elaborados entre 2000-2005 sobre o crime e a estrutura familiar; também o estudo, assinado por Gunilla Ringbäck Weitoft, da Comissão Nacional de Saúde e Bem-Estar da Suécia, em 2003, sobre a monoparentalidade e a saúde mental.
ROMA, domingo, 18 de maio de 2008 -Bento XVI convidou a sociedade civil a unir esforços para que a família receba apoio, também no âmbito político. Com este espírito se convocou o congresso internacional que acontecerá em Roma nos dias 28 e 29 de novembro de 2008, com o lema «Pais construtores da família».
Participantes do mundo inteiro se reunirão com os educadores, acadêmicos e ONGs para discutir sobre os desafios e oportunidades que a família encontra na atualidade e em um contexto mundial.
Claudia Sánchez, diretora executiva do Congresso Internacional da Família, que é a continuação do Congresso Europeu da Família de 2007, promovido pelo Instituto de Estudos Superiores da Mulher em Roma, explica à Zenit que o encontro responde ao apelo do Papa com a vontade de sair com propostas concretas.
--O que esperam de um congresso dedicado aos pais como construtores da família?
--Sánchez: Esperamos muitas coisas: é o terceiro congresso que o Instituto de Estudos Superiores da Mulher organiza em Roma sobre a família e os frutos desses congressos são cada vez maiores.
Um dos benefícios que esperamos do International Family Congress (Congresso Internacional da Família) é alentar e unir esforços entre aqueles que trabalham a favor da família.
Há muitas pessoas, associações e grupos no mundo inteiro que estão realizando um trabalho valiosíssimo pela família em diversos aspectos e setores da sociedade. Dar a conhecer esses esforços para encontrar os pontos de convergência entre os diversos grupos, países, ações, e uni-los em uma frente comum que tenha mais influência na cultura e ofereça sólidos avanços em benefício da família.
Juntos podemos conseguir muito mais. Quando nos unimos, o benefício e o efeito do trabalho não somente se soma, mas se multiplica.
--Você acha que a família na Europa está mais desintegrada que em outros lugares?
--Sánchez: A família sempre teve de enfrentar desafios para manter-se forte, saudável e unida. Mas é verdade que a família hoje, e particularmente a européia, encontra-se em uma situação muito difícil.
Há uma corrente social que tende fortemente ao individualismo e ao materialismo. Também em muitos países da Europa, falta um apoio real e prático à família por parte dos governos.
O informe 2008, publicado pelo Instituto de Política Familiar, demonstra que somente 2,1% do PIB da Europa estão destinados à família.
Na Polônia, Malta, Espanha, Bulgária, Lituânia, Itália e Portugal, somente 1,2%. Isso nos faz ver que se dá pouco valor ao que a família oferece à sociedade.
Infelizmente, muitos jovens europeus têm certa «desilusão» ou «ceticismo» com relação ao matrimônio ou a família; uma das causas é que eles sofreram a desintegração de suas famílias.
--Segundo algumas estatísticas, a família influencia hoje somente 20% na transmissão de valores, enquanto a mídia tem uma influência de 45%.
--Sánchez: Este dado em particular é de um estudo elaborado no México em 1996 (realizado pela Fundação Cultural Banamex, no México, por Enrique Alducin), e que buscava identificar os fatores que influenciam na transmissão de valores.
O dado é um pouco antigo, mas expressa uma tendência que é muito atual: vemos que alguns meios de comunicação podem diferir no lineamento de educação que os pais estão dando aos seus filhos: ressaltam anti-valores, hedonismo, materiallismo...
Dessa forma, reduz a efetividade na influência educativa dos pais sobre seus filhos. Penso, por exemplo, em um estudo feito pela Universidade de Kansas (EUA) que demonstra que 54% das crianças americanas têm uma televisão em seu quarto.
Segundo Brent Bozell, fundador e presidente do Conselho Televisivo dos Pais (Parents Television Council), uma criança passa uma média de 4-6 horas por dia vendo TV; esta mesma criança passa somente 15 minutos de tempo diário de qualidade com seu pai. Isso diz muito! Se somamos a isso 2h30 de internet, as horas dedicadas a ouvir música ou ao videogame, e a estar em contato com seus amigos e ainda desconhecidos, através de todas as telas ao seu alcance, podemos afirmar que seu mundo, seus temas de interesse e motivações, os estímulos e idéias que recebe de todo este entorno mediático são poderosamente superiores aos que os pais de família exercem hoje.
--Como chegaram à certeza, ilustrada no folheto informativo do congresso, de que os filhos provenientes das famílias de pais casados são menos propensos a ter problemas com drogas, delinqüência ou doenças psicológicas?
--Sánchez: Tudo isso está comprovado, ainda que isso não significa que uma criança cujos pais não estão casados, automaticamente vão ter esses problemas.
No entanto, os estudos e a evidência recolhidos por diferentes instituições em diversos países do mundo demonstram que há maior probabilidade de que surja este tipo de problemas nos filhos quando falta uma estrutura familiar natural e saudável.
Citamos, por exemplo, um documento de 2005, feito pelo Instituto para o Casamento e as Políticas Públicas (Institute for Marriage and Public Policy) nos Estados Unidos, no qual são avaliados cerca de 25 estudos elaborados entre 2000-2005 sobre o crime e a estrutura familiar; também o estudo, assinado por Gunilla Ringbäck Weitoft, da Comissão Nacional de Saúde e Bem-Estar da Suécia, em 2003, sobre a monoparentalidade e a saúde mental.
Mais informação sobre o congresso: csanchez@inteducators.org
Fonte: ZENIT.org
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