PAPA NA MISSA DE CORPUS CHRISTI: "A REVOLUÇÃO CRISTÃ É A MAIS PROFUNDA DA HISTÓRIA HUMANA"
Cidade do Vaticano, 23 mai (RV) - Depois de vários dias de chuva em Roma, finalmente ontem o céu se abriu pouco antes de o papa deixar o Vaticano para celebrar, na Basílica de São João de Latrão, a Solenidade de Corpus Christi. A celebração reúne todos os anos milhares de fiéis da Diocese de Roma, num evento que se tornou tradição. A liturgia foi animada pelo coral diocesano, dirigido por Monsenhor Marco Frisina.Em sua homilia, Bento XVI explicou que depois do tempo forte do ano litúrgico - primeiro os quarentas dias da Quaresma, depois os cinqüenta dias do Tempo Pascal - a liturgia nos faz celebrar três festas que tem um caráter significativo: A Santíssima Trindade, Corpus Christi e por fim o Sagrado Coração de Jesus.
Ilustrando o significado desta solenidade, ele afirmou que a Eucaristia é o “sacramento de Deus, que não abandona o homem no caminho, mas fica ao seu lado e lhe indica a direção”. “Não basta ir em frente, é necessário ver para onde se vai. Não basta o progresso se não existem pontos de referência. Se se corre fora da estrada, pode-se cair em um precipício ou afastar-se mais rapidamente da meta. Deus nos criou livres, mas não nos deixou sós”, afirmou. Bento XVI acrescentou que Deus acompanha sempre o homem, “para que nossa liberdade tenha critério para discernir o caminho justo e percorrê-lo”, e pediu aos católicos que olhem para além de diferenças como nacionalidade e classe social para concentrarem-se na fé comum que os une todos.O papa ressaltou os gestos fundamentais da celebração de Corpus Christi, que se realiza em três períodos: a primeira, a missa, a reunião de todos os fiéis ao redor do Altar; a segunda, a procissão do Santíssimo, ou seja, caminhar com Deus, e a terceira, ajoelhar-se perante o Santíssimo, a adoração. Sobre a primeira etapa, lembrou as palavras do apóstolo Paulo: “Não há judeus nem gregos, nem escravos nem livres, nem homens nem mulheres, já que todos são um em Cristo". O papa disse que nessas palavras "sente-se a verdade e a força da revolução cristã, a revolução mais profunda da história humana”.
Bento 16 ressaltou que a Eucaristia jamais pode ser uma coisa privada, mas é um culto público, que não tem nada de esotérico, de exclusivo. Em relação à procissão, o papa disse que significa fazer o caminho com Cristo, com a força que dá, e sobre a terceira, a adoração, afirmou que quem se ajoelha perante Jesus não pode e não deve se prostrar perante qualquer poder terreno, por mais forte que seja. A celebração se encerrou com a Procissão Eucarística, até a Basílica de Santa Maria Maior, onde um grande número de fiéis aguardava, desde as 18h, a chegada da procissão. Havia bandeiras das cores do Vaticano, da Itália e até do Brasil, expostas nas janelas dos prédios nas redondezas da Basílica. Bento XVI participou do evento levado por um veículo especial. Os fiéis percorreram a Rua Merulana fazendo orações, cantando e meditando os Salmos. Ajoelhado diante do Santíssimo, o Santo Padre seguiu silenciosamente em adoração, e do patamar da Basílica Santa Maria Maior, concedeu a bênção eucarística. (CM)
Fonte: Rádio Vaticano
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