Na ONU, Bento XVI se volta para questões globais nesta sexta.
Bento XVI discursa diante da Assembléia, onde deve destacar valores da paz e direitos humanos
Bento XVI discursa diante da Assembléia, onde deve destacar valores da paz e direitos humanos
O papa Bento XVI deve abordar questões globais no seu discurso desta sexta-feira, 18, na sede da ONU, em Nova York. Os três dias anteriores da sua viagem aos EUA foram dominados pela questão do escândalo sexual envolvendo o clero católico norte-americano. No pronunciamento da sexta-feira, ele deve atacar a idéia de que "o poder dá razão" e destacar os valores da paz e dos direitos humanos.
Em seguida, participa de um culto ecumênico com cerca de 250 cristãos protestantes e ortodoxos numa igreja de Manhattan fundada por imigrantes da Alemanha, país de origem do pontífice. Bento XVI encerrou os três dias de visita a Washington com um surpreendente encontro com vítimas de abusos sexuais do clero. Três dos participantes falaram à imprensa elogiando a iniciativa e a franqueza do papa.
O arcebispo Celestino Migliore, observador permanente do Vaticano na Organização das Nações Unidas (ONU), disse que o pontífice não terá tempo para discutir detalhadamente as crises mundiais. "Mas certamente, vindo à ONU como um peregrino da paz, ele dirá que não podemos basear nossas relações na falsa noção de que o poder dá razão, que não podemos construir nosso futuro sobre um simples equilíbrio de poder", afirmou ele a jornalistas na semana passada. "Não, nosso futuro deve se basear no respeito pelas verdades universais e na nossa humanidade comum.
O arcebispo Celestino Migliore, observador permanente do Vaticano na Organização das Nações Unidas (ONU), disse que o pontífice não terá tempo para discutir detalhadamente as crises mundiais. "Mas certamente, vindo à ONU como um peregrino da paz, ele dirá que não podemos basear nossas relações na falsa noção de que o poder dá razão, que não podemos construir nosso futuro sobre um simples equilíbrio de poder", afirmou ele a jornalistas na semana passada. "Não, nosso futuro deve se basear no respeito pelas verdades universais e na nossa humanidade comum.
" Essa será a quarta visita de um papa à ONU. Paulo VI esteve lá em 1965, por ocasião do 20o aniversário da entidade. João Paulo II foi duas vezes, em 1979 e em 1995, no cinquentenário da ONU. "É bastante normal esperar que, a exemplo de seus predecessores, o papa Bento XVI vá falar de paz", disse Migliore.
Presidente Jimmy Carter com papa João Paulo II na Casa Branca em 1979
Presidente John F. Kennedy com papa Paulo VI no Vaticano em 1963
Presidente John F. Kennedy com papa Paulo VI no Vaticano em 1963
Presidente Lyndon B. Johnson com papa Paulo VI em Nova York em 1965
Presidente Bush (filho) com papa João Paulo II no Vaticano em 2004
O Vaticano tem status de observador na ONU. Migliore disse que isso é melhor que a adesão plena, que exigiria da Santa Sé um envolvimento direto em questões políticas, econômicas e militares. O arcebispo lembrou que 2008 marca os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, um tema que o papa sempre menciona -- inclusive para defender a liberdade religiosa. "O pontificado atua na ONU acima de tudo ao destacar e insistir nos valores essenciais e fundamentais", disse Migliore.
Nota: Em nota divulgada após o encontro que tiveram na quarta-feira, Bento XVI e o presidente George W. Bush afirmaram ter discutido "os direitos humanos e a liberdade religiosa, o desenvolvimento sustentável e a luta contra a pobreza e as pandemias, especialmente na África". Eles também teriam conversado sobre a situação do Oriente Médio, especialmente do Líbano, e a necessidade de uma política coordenada para desenvolver a América Latina, de modo a reduzir o estímulo à emigração.
Fonte: REUTERS - O Estado de São Paulo