IMPRESSÕES DE BENTO XVI SOBRE SUA PEREGRINAÇÃO NA TERRA SANTA
Cidade do Vaticano,
- Durante o vôo de retorno da peregrinação apostólica na Terra Santa, concluída ontem, sexta-feira, Bento XVI teve um breve encontro com os jornalistas, no qual lhes agradeceu pelo trabalho realizado.O papa deteve-se também sobre as impressões suscitadas pela peregrinação nos lugares de Jesus, ressaltando, em particular, a necessidade de alimentar o desejo comum de paz. "Não devemos esconder as dificuldades, mas encorajar mais para a reconciliação" – disse.O pontífice recordou aos jornalistas algumas imagens inesquecíveis de sua peregrinação na Terra Santa: entre elas, "a comovente descida ao ponto mais profundo da terra, no Jordão, símbolo da descida de Cristo aos pontos mais profundos da existência humana".Outros momentos evocados pelo Santo Padre foram a visita ao Santo Sepulcro e ao Cenáculo, "onde o Senhor nos deu a Eucaristia, onde teve lugar o Pentecostes". Bento XVI uniu essas imagens ao significado de sua viagem apostólica à Terra Santa:"Vim como peregrino de paz. O peregrino é um elemento essencial de muitas religiões, como no Islã, na religião judaica e no Cristianismo. É também a imagem da nossa existência, que é um caminhar avante, rumo a Deus e, assim, rumo à comunhão da humanidade. Vim como peregrino e espero que muitos sigam essas pegadas e, assim, encorajem a unidade dos povos desta Terra Santa e se tornem, por sua vez, mensageiros de paz."Em seguida, o pontífice afirmou que "as impressões fundamentais" suscitadas pela peregrinação na Terra Santa foram três: "A primeira é que em todos os ambientes – muçulmano, cristão e judeu - encontrei uma firme disponibilidade ao diálogo inter-religioso, ao encontro e à colaboração entre as religiões. E é importante que todos vejam isso, não somente como uma ação inspirada por motivos políticos suscitados pela situação, mas como fruto do próprio núcleo de fé, porque acreditar no único Deus que criou todos nós, Pai de todos nós, acreditar neste Deus que criou a humanidade como uma família, acreditar que Deus é amor e quer que o amor seja a força dominante no mundo, implica esse encontro, essa necessidade do encontro, do diálogo, da colaboração como exigência da própria fé."Bento XVI ainda acrescentou ter encontrado "um clima ecumênico muito encorajador": "Tivemos muitos encontros com o mundo ortodoxo, com grande cordialidade; tive a oportunidade de falar com um representante da Igreja Anglicana e dois representantes luteranos, e se vê que exatamente esse clima da Terra Santa encoraja também o ecumenismo."A terceira impressão suscitada pela viagem foi a constatação das "enormes dificuldades" ao lado de "um profundo desejo de paz por parte de todos": "As dificuldades são mais visíveis e não devemos escondê-las; existem e devem ser esclarecidas. Mas não é tão visível o desejo comum da paz e de fraternidade, e creio que devemos falar também disso, encorajar todos nesta vontade de encontrar as soluções certamente não fáceis para essas dificuldades." (RL)
Fonte: RV
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