BENTO XVI PEDE FIM DA MANIPULAÇÃO IDEOLÓGICA DA RELIGIÃO
Amã, 09 mai (RV)
– O terceiro compromisso de Bento XVI neste sábado, na Jordânia, foi a visita ao Museu Hascemita e à Mesquita Al-Hussein Bin-Talal e, a seguir, o encontro, sempre na mesquita, com os líderes religiosos muçulmanos, com o corpo diplomático e com os reitores das universidades jordanianas.Bento XVI dedicou seu discurso à relação entre cristãos e muçulmanos. Hoje, disse o pontífice, a religião é acusada de falir na sua pretensão de ser, por sua natureza, construtora de unidade e de harmonia. "De fato, muitos afirmam que a religião é necessariamente uma causa de divisão no nosso mundo. Certamente, reconhece o papa, o contraste de tensões e divisões entre fiéis de diferentes religiões não pode ser negado. Todavia, isso não é o fruto de manipulação ideológica da religião, às vezes com fins políticos, o real catalisador das tensões e das divisões e também das violências em nossa sociedade?" – questionou Bento XVI.É por isso que hoje cristãos e muçulmanos devem se empenhar para serem reconhecidos como adoradores de Deus fiéis à oração, desejosos de comportar-se e viver segundo as disposições do Onipotente.A seguir, o papa citou uma série de iniciativas promovida pelo Reino da Jordânia na promoção do diálogo inter-religioso, afirmando que o país constitui um exemplo persuasivo para a região e para todo o mundo da contribuição positiva e criativa que a religião pode e deve dar à sociedade civil.Neste testemunho, cristãos e muçulmanos podem contribuir de maneira especial, pois reconhecem o vasto potencial da razão humana, principalmente quando iluminada pela fé. Portanto, afirma o pontífice, a adesão genuína à religião – longe de restringir as nossas mentes – amplia os horizontes da compreensão humana. Isso protege a sociedade civil dos excessos de um ego ingovernável, que tende a absolutizar o finito e a eclipsar o infinito.Por fim, o papa se dirigiu ao patriarca de Bagdá, Sua Beatitude Emmanel II Delly, presente no encontro como representante da comunidade cristã iraquiana que vive na Jordânia."Mais uma vez, peço com insistência a diplomatas e á comunidade internacional, aos líderes políticos e religiosos locais, que façam todo o possível para garantir à antiga comunidade cristã daquela nobre terra o direito fundamental da coexistência pacífica com os próprios concidadãos" – concluiu Bento XVI.Na parte da tarde de hoje, está previsto um único compromisso: a celebração das Vésperas com os sacerdotes, os religiosos e as religiosas, os seminaristas e os movimentos eclesiais na Catedral Greco-melquita de São Jorge de Amã. (BF)
Fonte: RV
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