BENTO XVI MENSAGEIRO DE PAZ PARA A TERRA SANTA
Jerusalém 8 mai (RV)
- Após Paulo VI e João Paulo II, Bento XVI é o terceiro Pontífice da era moderna a visitar a Terra Santa. O Santo Padre visitará os lugares da vida de Cristo, fazendo-se portador da paz que infelizmente falta naquela região.
Passados 45 anos da histórica viagem de Paulo VI e 9 anos da visita de João Paulo II, outro Para retorna como peregrino aos lugares santos da vida de Jesus. E o faz em um momento de forte tensão para a atormentada Terra Santa onde a trégua após o conflito em Gaza, é um sub-rogado da paz verdadeira.
E Bento XVI chega – como disse na véspera da sua partida – “para rezar pelo dom da paz e da unidade”.
O clima de grande esperança sócio-política que suscitou a visita de João Paulo II no ano 2000 parece ter desaparecido; na população local adverte-se um sentimento de resignação. Parece também que desapareceram as polêmicas sobre Ratisbona, por parte dos muçulmanos e sobre o caso Williamson no que diz respeito aos judeus.
Nos Territórios Autônomos Palestinos aguardam o Papa as autoridades políticas, divididas após a ruptura com Hamas em Gaza e os refugiados do Campo de Aida, que desde 1948 vivem em condições de extrema pobreza: um gesto para manifestar a proximidade do Papa aos sofrimentos do povo palestino.
De Gaza mais de 200 árabes cristãos receberam a permissão para entrar em Israel para as missas em Jerusalém e Belém. Diverso tratamento para os cristãos da Jordânia: dos 15 mil pedidos, foram acolhidos 11 mil.
Nesta Terra onde Jesus realizou a sua missão, o Papa deverá dar novamente esperança aos cristãos locais: somente em Jerusalém no momento da criação do Estado de Israel viviam cerca de 24 mil cristãos, hoje são pouco mais de 6 mil.
Cristãos que emigram por causa da falta de casa, por causa da incerteza do trabalho, o precário futuro dos filhos, em uma sociedade muitas vezes a eles hostil. A tudo isso se deve acrescentar o desmembramento de muitas famílias por causa do muro de separação construído por Israel, que dividiu os casais que tinham a residência nos Territórios palestinos.
As autoridades israelenses atribuem à viagem uma grande importância e destinaram 10 milhões de euros para a organização; outros 10 milhões de euros para as 44 escolas católicas de modo que possam prepara para a visita, os seus 24 mil estudantes, cristãos e muçulmanos. O presidente israelense Peres fala de “evento tocante e de importância primária do qual brota um ar de paz e de esperança”.
Os jornais centralizam mais a sua atenção na preparação do que nos comentários enquanto a rádio estatal continua a divulgar spots com os eventos da visita papal.
O programa em Jerusalém prevê também a etapa ao Yad Vashem, o memorial do Holocausto, para uma cerimônia em recordação das vítimas da Shoah. Porém, o Pontífice não entrará na sala do museu que contém uma escrita ofensiva a Pio XII.
Portanto, Bento XVI se fará peregrino de paz para reafirmar – como disse na sua Mensagem de Páscoa – que “Cristo tem necessidade de homens e mulheres, que o ajudem em todo tempo e lugar a afirmar a sua vitória com as armas da justiça e da verdade, da misericórdia, do perdão e do amor”. (SP)
Fonte: RV
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