PAPA SE DESPEDE DE ANGOLA
Luanda, 23 mar (RV)
- Último dia de viagem apostólica de Bento XVI em território africano. Esta manhã, o papa celebrou Missa em particular na Capela da Nunciatura Apostólica de Luanda, Angola.
A seguir, despediu-se dos presentes e se transferiu, de papamóvel, ao aeroporto internacional de Luanda, onde deu-se a cerimônia de despedida de Angola.
Bento XVI foi recebido pelo Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, e por algumas autoridades políticas e civis. Pelos bispos angolanos e por um grupo de jovens.
Depois dos hinos pontifício e angolano, e da saudação do Presidente de Angola, o Santo Padre tomou a palavra, a fim de agradecer, vivamente e sensibilizado, pelo tratamento fidalgo que lhe foi reservado e as disposições tomadas para facilitar seus encontros.
A todas as autoridades civis e militares, aos Pastores e responsáveis das comunidades e instituições eclesiais, o papa fez seus mais cordiais agradecimentos pela amável acolhida durante estes dias.
O pontífice expressou seu reconhecimento também aos agentes de comunicação social, ao serviço de segurança e a todos os voluntários que, com generosidade, eficiência e discrição, contribuíram para o bom êxito da sua visita: “Estou grato a Deus por ter encontrado uma Igreja viva e, apesar das dificuldades, cheia de entusiasmo, que soube carregar a sua cruz e a dos outros, testemunhar perante todos a força salvífica da mensagem evangélica.
Ela continua a anunciar que chegou o tempo da esperança, empenhando-se na pacificação dos ânimos e convidando ao exercício duma caridade fraterna que saiba abrir-se ao acolhimento de todos, no respeito das idéias e sentimentos de cada um. É hora de me despedir para voltar a Roma, triste por vos deixar, mas feliz por ter conhecido de perto um povo corajoso e decidido a renascer.
Não obstante as resistências e os obstáculos, este povo pretende construir o seu futuro caminhando por sendas de perdão, justiça e solidariedade”.
A seguir, o papa fez um apelo final, pedindo que a justa realização das aspirações fundamentais das populações mais necessitadas constitua a preocupação principal dos que ocupam cargos públicos, visto que a sua intenção é desempenhar a missão recebida, não para si mesmos, mas em vista do bem comum.
O nosso coração, disse o pontífice, não pode estar em paz, enquanto virmos irmãos sofrerem por falta de alimento, de trabalho, de teto ou de outros bens fundamentais.
Entretanto para se oferecer uma resposta concreta a estes nossos irmãos, o primeiro desafio deve ser o da solidariedade: solidariedade entre as gerações, solidariedade entre países e entre continentes, que dê origem a uma partilha cada vez mais equitativa das riquezas da terra entre todos os homens. “E de Luanda estendo o olhar para a África inteira, despedindo-me, até o próximo mês de Outubro na Cidade do Vaticano, quando nos reunirmos para a II Assembléia Especial do Sínodo dos Bispos dedicada a este continente, onde o Verbo de Deus humanizado em pessoa encontrou refúgio”.
Depois, o papa pediu a Deus que faça sentir a sua proteção e ajuda aos inúmeros refugiados e deslocados que vagueiam à espera de um retorno a casa. É como filhos e filhas que Deus os ama; Ele vela sobre seus dias e sobre suas noites, sobre as suas fadigas e aspirações. Bento XVI concluiu seu discurso de despedida, em Angola, dizendo:“Irmãos e amigos de África, queridos angolanos, coragem! Não vos canseis de fazer progredir a paz, cumprindo gestos de perdão e trabalhando pela reconciliação nacional, para que jamais prevaleça a violência sobre o diálogo, o medo e o desânimo sobre a confiança, o rancor sobre o amor fraterno”.
Tudo isso só poderá ser possível, disse por fim o Santo Padre, se vocês se reconhecerem, uns aos outros, como filhos do mesmo e único Pai do Céu. “Deus abençoe Angola! Abençoe cada um dos seus filhos e filhas! Abençoe o presente e o futuro desta querida Nação. Ficai com Deus!”. Depois da cerimônia de despedida, no aeroporto internacional de Luanda, Bento XVI tomou o avião, um Boeing 777 da Alitalia, que o levou de volta a Roma, onde sua chegada está prevista para as 18 horas locais, após percorrer uma distância de 5.630 km.Assim, o Santo Padre concluiu mais uma viagem internacional, a 11ª de seu pontificado, a primeira em território africano. (MT)
Fonte: RV
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