JORNAL VATICANO AVALIA POSITIVAMENTE DISCURSO DE OBAMA NO CAIRO
- O jornal vaticano, L'Osservatore Romano, avaliou positivamente o discurso pronunciado ontem pelo presidente dos EUA, Barack Obama, na universidade AL Azhar, na capital egípcia, Cairo. Para o jornal, "trata-se de um novo início nas relações com o mundo muçulmano", pois Obama foi além das fórmulas políticas, evocando interesses comuns concretos em nome de uma mesma humanidade e das comuns aspirações do homem. Essas aspirações, acrescentou o diário vaticano, são "viver em paz e segurança, receber uma educação comum, trabalhar com dignidade, amar a família, a comunidade e Deus".Também o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, ressaltou as palavras de Obama, afirmando que a política externa dos Estados Unidos coincide em muitos pontos com a política da Santa Sé. Para Pe. Lombardi, tratou-se de um discurso muito significativo, não somente para as relações entre Estados Unidos e mundo árabe, mas na perspectiva da paz internacional. Em seu aguardado discurso, o presidente norte-americano disse que busca "um novo começo entre os Estados Unidos e os muçulmanos de todo o mundo" e que o país "não está, e nunca estará, em guerra contra o Islã". "Nós rejeitamos a mesma coisa que pessoas de qualquer religião: a morte de homens, mulheres e crianças inocentes." "Eu vim buscar um novo começo baseado no interesse mútuo e no respeito mútuo, baseado no fato de que os EUA e o Islã não são excludentes e não precisam competir - acrescentou. Em vez disso, eles se sobrepõem e dividem princípios comuns: princípios de justiça e progresso, tolerância e dignidade de todos os seres humanos."O discurso foi recebido de modo positivo, inclusive por outros expoentes eclesiásticos, como o bispo caldeu do Cairo, Dom Giuseppe Sarraf, o vigário apostólico dos latinos de Beirute, Dom Paul Dahdah, e o custódio da Terra Santa, Fr. Pierbattista Pizzaballa. O governo do Iraque o qualificou de "histórico e importante", e o grupo radical palestino Hamas disse, por meio de um porta-voz, que as palavras de Obama eram diferentes das de seus antecessores na Casa Branca, mas que "desejos, esperanças e boas palavras não são suficientes perante a agressão israelense". O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Abu Mazen, cujo mandato não é reconhecido pelo rival Hamas, também elogiou o discurso de Obama. Do lado israelense, o diretor do gabinete de imprensa do governo, Danny Seaman, recebeu o discurso de forma mais reticente e disse que a apresentação "não foi ruim". (BF)
Fonte: RV
Nenhum comentário:
Postar um comentário