GRIPE A: IGREJAS MUDAM HÁBITOS
– O temor do contágio do vírus H1N1, responsável pela gripe A que, até agora, fez 30 vítimas mortais no Reino Unido, está obrigando as igrejas católicas e anglicanas, e as mesquitas a alterarem seus ritos. Alguns pastores anglicanos restabeleceram uma prática de 450 anos atrás, época em que a peste bubônica açoitava as ilhas: embeber um pedaço de pão no vinho, ao invés de tomar diretamente do cálice. Segundo o jornal Financial Times, o gesto é autorizado pela "Acta do Sacramento", de 1547, criada no momento em que a epidemia de peste começou a se alastrar. Na diocese católica de Southwark, em Londres, recomenda-se aos paroquianos que se abracem e não se deem as mãos, como sinal de paz. Em várias dioceses, o uso da água benta é desaconselhado. Muitos sacerdotes católicos estão colocando a hóstia na mão do fiel, um hábito já bastante comum no Brasil. Uma associação que assiste os muçulmanos em temas relativos à saúde aconselha os peregrinos idosos ou enfermos, mulheres grávidas e crianças pequenas a se absterem de viajar a Meca. Entretanto, os ministros da Saúde árabes estabeleceram uma série de restrições para as tradicionais peregrinações a Meca, para evitar a propagação da gripe A nos países da região. As medidas, que não incluem a proibição de peregrinações, foram adotadas em uma reunião ministerial realizada nesta quarta-feira, na sede oriental da Organização Mundial da Saúde (OMS), no Cairo. Os responsáveis árabes decidiram excluir das peregrinações os maiores de 65 anos e menores de 12, pessoas com patologias como diabetes, hipertensão e outros males cardíacos, hepáticos ou renais. Este ano, a tradicional peregrinação maior, ou "hach", a Meca, na Arábia Saudita, se fará em novembro, mas além dela, faz-se também a peregrinação menor, a "omra", que pode ser feita em qualquer data. A peregrinação maior reúne, anualmente, cerca de três milhões de muçulmanos que cumprem, assim, um dos cinco preceitos do Islã, junto com a profissão de fé, a oração, o jejum e a esmola. O vírus H1N1 chegou aos países árabes em maio passado, no Kuweit, e se estendeu por toda a região. O primeiro caso na Arábia Saudita foi divulgado no último dia 7. Domingo, dia 19, o Egito registrou sua primeira vítima mortal: uma mulher que acusou os primeiros sintomas enquanto fazia a "omra" a Meca. (CM)
Fonte: RV
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