Alocução de Bento XVI na festa da Cátedra de São Pedro
Intervenção por ocasião do Ângelus
Intervenção por ocasião do Ângelus
CIDADE DO VATICANO,
- Publicamos as palavras pronunciadas por Bento XVI este domingo ao meio-dia, ao rezar a oração mariana do Ângelus junto a milhares de peregrinos reunidos na praça de S. Pedro no Vaticano.
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Caros irmãos e irmãs!
A página evangélica, que a liturgia nos faz meditar neste sétimo Domingo do tempo comum, se refere ao episódio do paralítico perdoado e curado (Mc 2, 1-12). Enquanto Jesus estava pregando, entre os tantos doentes que lhe eram levados, eis um paralítico sobre uma maca. Ao vê-lo o Senhor disse: «Filho, teus pecados te são perdoados» (Mc 2, 5). E porque alguns dos presentes, ao ouvir estas palavras, ficaram escandalizados, acrescenta: «Para que saibam que o Filho do homem tem o poder de perdoar os pecados sobre a terra, digo a ti – disse ao paralítico –: levanta, toma tua maca e vá para casa» (Mc 2, 10-11). E o paralítico se foi curado. Este trecho evangélico mostra que Jesus tem o poder não só de curar o corpo enfermo, mas também de perdoar os pecados; e assim, a cura física é sinal da cura espiritual que produz seu perdão. De fato, o pecado é um tipo de paralisia do espírito do qual somente o poder do amor misericordioso de Deus pode libertar-nos, permitindo-nos levantar e retomar o caminho sobre a via do bem.
Neste domingo celebra-se também a festa da Cátedra de São Pedro, importante acontecimento litúrgico que coloca na luz o ministério do Sucessor do Príncipe dos Apóstolos. A Cátedra de Pedro simboliza a autoridade do Bispo de Roma, chamado a desenvolver um peculiar serviço para todo o Povo de Deus. Rapidamente depois do martírio dos santos Pedro e Paulo, à Igreja de Roma é, de fato, reconhecido o papel primordial em toda comunidade católica, papel atestado já no II século por Santo Inácio de Antioquia (Aos Romanos, Pref.: Funk, I, 252) e por Santo Irineu de Leão (Contra as heresias III, 3, 2-3). Este singular a específico ministério do Bispo de Roma foi reforçado pelo Concílio Vaticano II. «Na comunhão eclesiástica, – lemos na Constituição dogmática sobre a Igreja – existem legitimamente as Igrejas particulares, que gozam de próprias tradições, permanecendo íntegra a primazia da Cátedra de Pedro, a qual preside a comunhão universal da caridade (cf. S. Inácio Ant., Ad Rom., Pref.), tutela a variedade legítima, e junto vigia afim de que o que é particular, não só não fira a unidade, mas a sirva» (Lumen gentium, 13).
Caros irmãos e irmãs, esta festa me oferece a ocasião para pedir-vos que me acompanhem com vossas orações, para que possa cumprir fielmente a grande missão que a Providência Divina me confiou qual Sucessor do apóstolo Pedro. Invocamos por isso a Virgem Maria, que ontem aqui, em Roma, celebramos com o belo título de Nossa Senhora da Confiança. A Ela pedimos também que nos ajude a entrar com as devidas disposições de vontade no tempo da Quaresma, que iniciará quarta-feira próxima com o sugestivo Rito das Cinzas. Abra-nos, Maria, o coração à conversão e à escuta dócil da Palavra de Deus.
Fonte: ZENIT.org
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