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Uma Capela cheia de segredos !Você quer descobri-la conosco? Saiba, antes de tudo, que a Casa Mãe da Companhia das Filhas da Caridade era o antigo "Hotel de Châtillon". Este, foi concedido à Companhia, em 1813, por Napoleão Bonaparte, depois da tormenta da Revolução Francesa. Imediatamente, começa a construção da Capela.A 8 de agosto de 1813, realizou-se a bênção solene da Capela dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. Em 1830, aconteceram então as aparições. Aumentou o numero de vocações.Foi necessário transformar a Capela, que passa então por várias modificações. Em 1930, por ocasião do centenário das apariçes, uma nova reforma nos mostra a Capela tal como a vemos hoje.Agora, a você a oportunidade de visitá-la!
http://www.chapellenotredamedelamedaillemiraculeuse.com

Visita a Capela da Medalha Milagrosa, localizada na Rue du Bac, 140 - Paris

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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

OITOCENTOS ANOS DO CARISMA FRANCISCANO


OITOCENTOS ANOS DO CARISMA FRANCISCANO
Frei Almir Ribeiro Guimarães,OFM (*)

Entrando no assunto
Chegamos ao ano de 2009. Os Frades Menores e toda a família franciscana se alegram em celebrar a graça das origens. Sobe do coração de cada irmão ou irmã um hino de gratidão pelo dom da vocação. Nesse tempo de graça evocamos os benefícios que recebemos do Altíssimo e Bom Senhor de termos podido viver no seio da abençoada família de Francisco e de Clara. Chegam aos nossos ouvidos as palavras que Clara nos deixou em seu Testamento: “Entre outros benefícios que temos recebido e ainda recebemos diariamente da generosidade do Pai de toda misericórdia e pelos quais temos que agradecer ao glorioso Pai de Cristo, está a nossa vocação que, quanto maior e mais perfeita, mais a Ele é devida. Por isso diz o apóstolo: Reconhece a tua vocação” (TestC 1-4). Somos gratos por nossa vocação de vida religiosa consagrada franciscana. E assim começamos a comemorar e a celebrar os oitocentos anos do carisma franciscano.
Entrando no assunto queremos ter bem claro diante de nossos olhos os elementos essenciais de nosso estilo de vida. Nosso teor de vida vem descrito no Artigo 1 de nossas Constituições Gerais:
Um certo gênero de vida
§1. A Ordem dos Frades Menores, fundada por São Francisco de Assis, é uma Fraternidade, na qual os irmãos, seguindo mais de perto a Jesus Cristo sob a ação do Espírito Santo, pela profissão, dedicam-se totalmente a Deus, o sumo bem, vivendo o Evangelho na Igreja, segundo a forma observada e proposta por São Francisco.
§ 2. Seguidores de Francisco, os irmãos são obrigados a levar uma vida radicalmente evangélica, isto é; viver em espírito de oração e devoção e em comunhão fraterna; dar um testemunho de penitência e minoridade; anunciar o Evangelho ao mundo inteiro em espírito de caridade para com os homens; pregar obras de reconciliação, a paz e a justiça; e mostrar o respeito pela criação.
O teor do texto das Constituições ora transcrito se nos oferece como síntese da vida que escolhemos: viver o Evangelho na Igreja, levar uma vida radicalmente evangélica, cantar o Senhor que nos deu a Boa Nova de seu Filho, o menino das palhas e o torturado suspenso entre o céu e a terra. Os 800 anos do carisma constituem um convite pessoal e comunitário para que tornemos as palavras acima mencionadas carne de nossa carne e não sejam apenas texto morto a jazer no papel.
O dom da vocação
Cada um de nós sabe que sua história seria outra se não tivéssemos encontrado Francisco de Assis e se Deus, através de franciscanos e pessoas de boa vontade, não nos tivesse atraído para esse caminho. Por isso, somos profundamente gratos pelo dom da vocação.
E juntamente com aqueles que já fizeram boa parte da caminhada, que já tiveram suas roupas encharcadas pelo suor, que atravessaram túneis escuros e puderam ver novamente a luz no rosto dos irmãos e na misericórdia de Deus temos vontade, nesse tempo de graça, de dizer como Francisco: “Até agora nada fizemos. Precisamos começar tudo de novo”. E como o Senhor Altíssimo está para além dos ponteiros dos relógios, queremos começar tudo de novo. Desejamos colocar nossas mãos na mão do Ministro e prometer, na fragilidade e na candura de nossa vida, seguir os passos e as pegadas do Filho bendito da Virgem Maria que morreu e ressuscitou por nós para que tivéssemos podido fazer o voto de viver para Deus.
A graça de recomeçar
O Ministro Geral dos Frades Menores pediu que, por ocasião do VIII Centenário do Carisma, fizéssemos um grande balanço de nossa vida. Escrevia a respeito do centrar-se, concentrar-se e descentrar-se. Centrar-se no essencial, ou seja, no bem, no sumo bem, tendo o coração voltado para o Senhor. Concentrar-se no essencial para evitar a fragmentação e a pulverização: agir no mundo sem perder o espírito da santa oração. Descentrar-se, indo ao mundo, dizendo a todos que o amor não é amado, erguendo seres humanos jogados na beira da estrada, inventando maneiras novas de lavar as chagas dos leprosos e de tornar o amor amado. Tendo em mente nossa forma de vida tão belamente descrita do artigo das Constituições Gerais acima transcrito ouvimos o convite do Ministro Geral: “...convido os Frades todos a entrarem nesse processo, sem ter pressa de ver os resultados, pois como diz um provérbio: “Nenhuma semente chega a ver a própria flor”; mas também sem interrupções que venham a paralisar um processo que se torna inevitável, se quisermos um futuro para nossa forma vitae, recordando o que diz o Talmud: “Não sois obrigados a completar vossa obra, mas não sois livres de não a iniciar”. Esta é uma responsabilidade que todos, sem exceção, devemos assumir com coragem e criatividade, sentindo-nos “sentinela da manhã” (cf. Is 21,11-12) e trabalhando para construir um futuro cheio de esperança, com os olhos sempre voltados para o Senhor, que continua a nos garantir: Estou convosco todos os dias até o fim do mundo” ( A Graça das Origens).
Vivendo evangelicamente
A Conferência da Família Franciscana, em 29 de novembro de 2006, na Carta em preparação para o VIII Centenário da aprovação da Regra explica o sentido da comemoração:

A Família Franciscana se prepara não para colocar em destaque a figura de Francisco ou de Clara, mas trazer à memória a origem do carisma franciscano.
Há oito séculos doze homens se apresentaram ao Papa Inocêncio III para pedir-lhe que reconhecesse seu projeto de vida evangélica. Era o ano de 1209.
Cerca de vinte anos depois (1226), Francisco, o inspirador e guia deste grupo podia escrever: “Depois que o Senhor me deu irmãos, ninguém me mostrou o que eu devia fazer, mas o próprio Altíssimo me revelou que eu devia viver segundo a forma do Santo Evangelho. E eu o fiz escrever com poucas palavras e de modo simples e o senhor papa mo confirmou” (Test 14-15).• Sempre de novo, nos documentos franciscanos primitivos e nos escritos do fundador, aparece a palavra “Evangelho”: viver segundo a forma do Evangelho, uma vida segundo o Evangelho de Jesus Cristo, radicalidade do Evangelho. O Evangelho significa o coração da vida franciscana. Ele é antes de tudo uma pessoa que vive, isto é, Cristo Jesus, e não um texto. A Igreja não pode perder o sopro do Evangelho e gastar tempo com coisas e providências periféricas.
Quando lemos as Regras, levando em conta o conjunto dos textos de Francisco, constatamos que o Evangelho não significa somente levar a sério as exigências de uma vida fraterna, vida em pobreza radical – renúncia à propriedade comunitária e pessoal ao dinheiro, mas sobretudo assumir o conceito de autoridade que Francisco propõe: mestres que se tornam servidores, que lavam os pés, pessoas menores, submissos a toda criatura, irmãos de todos os homens. Nisto, para Francisco, consiste o coração da mensagem evangélica.
A Igreja aprovou o estilo de vida de Francisco. Reconheceu ali uma força vindo do alto para tornar essa mesma Igreja mais conforme o projeto de Cristo assumido por Francisco.Sempre que refletimos sobre a graça das origens e a beleza do carisma somos levados a reconhecer a distância que existe entre o ideal e a prática. Isso não pode fazer com que esqueçamos das luzes que a história nos mostra. Muitos homens e mulheres, conhecidos e desconhecidos produziram frutos de sabedoria, santidade, ciência, proximidade dos pobres, serviço prestado à Igreja e à humanidade. Em nossos tempos, com maior conhecimento das Fontes Franciscanas, melhor ainda poder-se-á viver a graça das origens.

A Carta da Família Franciscana assim adverte que, mesmo fazendo chegar a Deus a ação de graças pelos benefícios, é preciso reconhecer a distância entre a proposta evangélica e o modo como ele foi vivido ao longo da história franciscana. Apesar de todos os empenhos de renovação, nosso movimento não se acha à altura das exigências do Evangelho. Não se trata de acusar a uns e outros. Precisamos, sim, reconhecer diante da Igreja e do mundo que nossa história e nossa herança apresentam luzes e sombras, tanto no passado como no presente.
Há o convite à refundação. Não é possível parar. Necessário se faz sempre recomeçar. Reiniciar nosso itinerário de conversão, colocando gestos concretos para encarnar na vida pessoal e comunitária cada dia a novidade do Evangelho. Neste momento de renovação do carisma temos consciência de nossa fragilidade e, ao mesmo tempo, da força de Deus perto de nós.
O carisma que Francisco recebeu para si e para seus irmãos é o de viver segundo a forma do Santo Evangelho. Praticamente esse seguimento se manifesta de múltiplas formas.

Acolher sem cessar o Evangelho e levar uma vida que lhe corresponda.
Para Francisco, viver o Evangelho não é fórmula vaga, mas por vezes muito precisa e que o santo toma ao pé da letra: uma vida pobre e itinerante em seguimento a Cristo; seguir os ensinamentos e as pegadas de Nosso Senhor Jesus Cristo.
“O Evangelho é a Boa Nova do que Deus realizou por nós, e para nossa salvação, na Páscoa de Cristo e no envio do Espírito Santo. O acontecimento da salvação que atinge não só os homens, mas todo o universo, manifesta que Deus amou o mundo e o reconciliou consigo na Morte-Ressurreição de Cristo e na efusão universal do Espírito. Esta admirável obra de Deus, na qual se revela a si mesmo e revela o destino do mundo e do homem, foi anunciada por Cristo, pelos apóstolos seus enviados, e a Igreja foi encarregada de a proclamar. Tal é a Boa Nova que nos é dirigida. Tal é o Evangelho da salvação” (Thaddée Matura, OFM, O projeto evangélico de Francisco de Assis, Vozes/Cefepal 1979, p.76).

Propostas para eventual estudo em grupo:
1. Ler e comentar o Artigo I das Constituições Gerais com seus parágrafos. Quais os elementos genuinamente evangélicos que aí aparecem?
2. O que seria, hoje, viver a vida franciscana evangelicamente?
3. Estudar em grupo: Uma contestação em nome do Evangelho, in O projeto evangélico de Francisco de Assis, Thaddée Matura, OFM, Vozes, Cefepal, p. 21ss.
4. O que significa “refundar” a Ordem?

(*) Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM é Assistente Nacional para a OFS e Assistente Regional da OFS do Sudeste II

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