Crianças com trissomia estão perdendo direito de nascer
A Santa Sé presta homenagem a Jérôme Lejeune
Por Anita S. Bourdin
A Santa Sé presta homenagem a Jérôme Lejeune
Por Anita S. Bourdin
ROMA,
-Depois de 50 anos, a descoberta do professor Lejeune revolucionou a atenção das crianças com Trissomia 21, afirmou nesta terça-feira o professor Bruno Dallapiccola: «Algo importante mudou na história», houve uma «vitória». Agora, no entanto, graças a essa descoberta, as crianças com trissomia nunca chegam a nascer.
«As novas fronteiras da genética e o risco do eugenismo» é o tema do congresso organizado pela Academia Pontifícia para a Vida, que acontecerá no Vaticano nos próximos dias 20 e 21 de fevereiro, por ocasião da assembléia geral anual desta instituição.
O congresso foi apresentado no Vaticano pelo bispo Rino Fisichella, presidente da Academia, por Dom Ignacio Carrasco de Paula, chanceler, e pelo professor Bruno Dallapiccola, professor de genética médica na Universidade de Roma «La Sapienza».
Durante a coletiva de imprensa de apresentação, Zenit perguntou sobre a relação entre o progresso científico e o progresso ético, partindo do caso da descoberta da Trissomia 21 pelo professor Jérôme Lejeune, há 50 anos.
Lejeune (1926-1994) foi o médico geneticista francês que descobriu que a síndrome de Down se deve à presença de um cromossomo a mais. Recebeu numerosos reconhecimentos internacionais, mas nunca o Prêmio Nobel de Medicina, segundo alguns, por causa de suas posições éticas, em particular, sua oposição quanto ao aborto. João Paulo II o nomeou primeiro presidente da Academia Pontifícia para a vida.
A possibilidade de diagnóstico acabou permitindo tecnicamente que se abortem as crianças com síndrome de Down antes do nascimento.
Dom Carrasco, que foi amigo do professor Lejeune, como sublinhou, afirmou que este «nunca se arrependeu de sua descoberta». «A ética é possível!», acrescentou, citando o exemplo do hospital católico Gemelli de Roma, onde «se vive a ética».
«As crianças com trissomia vêm ao mundo lá. E graças à melhora de suas condições de vida, podemos resolver os problemas que devem ser enfrentados», explicou.
O professor Dallapiccola recordou também com entusiasmo que antes da descoberta do professor Lejeune, as crianças que sofriam de trissomia 21 eram consideradas, em italiano, crianças afetadas de «idiotez mongoloide», que significava a pior enfermidade da inteligência.
Agora, observou, 50 anos depois, «as crianças com trissomia conseguiram conquistar uma autonomia jamais vista antes, graças aos tratamentos de psicomotricidade, e podem integrar-se discretamente na sociedade. Obtêm diplomas. A descoberta do professor Lejeune permitiu esta vitória», explicou.
Não obstante, o professor Dallapiccola não minimizou o fato de que a «seleção pré-natal» faz que uma – de duas mil crianças – portadora de uma enfermidade rara «não tenha direito de nascer», e que o diagnóstico também conduziu à morte dos embriões diagnosticados.
Contudo, destacou que, apesar do diagnóstico, cada ano ele conhece entre 10 e 20 famílias que decidem prosseguir a gravidez e acolher uma criança portadora de Trissomia 21.
Em 1963, o professor Dallapiccola foi visitar o professor Lejeune em Paris. Desde então, corrobora, «algo importante mudou na história» e na sociedade frente a estas crianças, e disso «não deve se arrepender».
«As novas fronteiras da genética e o risco do eugenismo» é o tema do congresso organizado pela Academia Pontifícia para a Vida, que acontecerá no Vaticano nos próximos dias 20 e 21 de fevereiro, por ocasião da assembléia geral anual desta instituição.
O congresso foi apresentado no Vaticano pelo bispo Rino Fisichella, presidente da Academia, por Dom Ignacio Carrasco de Paula, chanceler, e pelo professor Bruno Dallapiccola, professor de genética médica na Universidade de Roma «La Sapienza».
Durante a coletiva de imprensa de apresentação, Zenit perguntou sobre a relação entre o progresso científico e o progresso ético, partindo do caso da descoberta da Trissomia 21 pelo professor Jérôme Lejeune, há 50 anos.
Lejeune (1926-1994) foi o médico geneticista francês que descobriu que a síndrome de Down se deve à presença de um cromossomo a mais. Recebeu numerosos reconhecimentos internacionais, mas nunca o Prêmio Nobel de Medicina, segundo alguns, por causa de suas posições éticas, em particular, sua oposição quanto ao aborto. João Paulo II o nomeou primeiro presidente da Academia Pontifícia para a vida.
A possibilidade de diagnóstico acabou permitindo tecnicamente que se abortem as crianças com síndrome de Down antes do nascimento.
Dom Carrasco, que foi amigo do professor Lejeune, como sublinhou, afirmou que este «nunca se arrependeu de sua descoberta». «A ética é possível!», acrescentou, citando o exemplo do hospital católico Gemelli de Roma, onde «se vive a ética».
«As crianças com trissomia vêm ao mundo lá. E graças à melhora de suas condições de vida, podemos resolver os problemas que devem ser enfrentados», explicou.
O professor Dallapiccola recordou também com entusiasmo que antes da descoberta do professor Lejeune, as crianças que sofriam de trissomia 21 eram consideradas, em italiano, crianças afetadas de «idiotez mongoloide», que significava a pior enfermidade da inteligência.
Agora, observou, 50 anos depois, «as crianças com trissomia conseguiram conquistar uma autonomia jamais vista antes, graças aos tratamentos de psicomotricidade, e podem integrar-se discretamente na sociedade. Obtêm diplomas. A descoberta do professor Lejeune permitiu esta vitória», explicou.
Não obstante, o professor Dallapiccola não minimizou o fato de que a «seleção pré-natal» faz que uma – de duas mil crianças – portadora de uma enfermidade rara «não tenha direito de nascer», e que o diagnóstico também conduziu à morte dos embriões diagnosticados.
Contudo, destacou que, apesar do diagnóstico, cada ano ele conhece entre 10 e 20 famílias que decidem prosseguir a gravidez e acolher uma criança portadora de Trissomia 21.
Em 1963, o professor Dallapiccola foi visitar o professor Lejeune em Paris. Desde então, corrobora, «algo importante mudou na história» e na sociedade frente a estas crianças, e disso «não deve se arrepender».
Fonte:ZENIT.org
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