Presidente da CEI adverte contra “suicídio demográfico” da Itália
Pede proteção para as famílias saírem da crise
Por Antonio Gaspari
ROMA,
-O inverno demográfico e a falta de trabalho, sobretudo dos jovens, são os dois problemas mais graves que a Itália deve enfrentar nesse momento.
Assim afirmou o cardeal Angelo Bagnasco, arcebispo de Gênova e presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), durante a abertura, no Vaticano, da Assembleia Plenária dos bispos italianos, realizada na semana passada.
O purpurado quis alertar sobretudo sobre o "lento suicídio demográfico ao qual a Itália está se dirigindo".
Mais de 50% das famílias italianas atuais não têm filhos, e entre as que têm, quase metade tem somente um e o restante, dois. Só 5,1% das famílias têm três ou mais filhos.
"Por isso - afirmou o arcebispo de Gênova -, é urgente uma política que oriente os filhos, que querem desde já se encarregar de uma mudança 'geracional‘ equilibrada."
Segundo o presidente dos bispos italianos, "a família fundada nesse bem inalterável que é o matrimônio entre um homem e uma mulher, deve ser defendida e continuamente preservada e determinante na hora de dar perspectiva de vida a nosso presente".
Trabalho e jovens
O presidente da CEI destacou que outro ponto essencial para que a Itália saia dessa crise é o trabalho, que é "o recurso, a cota mínima de capital que a sociedade proporciona a cada cidadão, em particular aos jovens em busca do primeiro emprego, para que possam se isentar e, encontrando sentido no que fazem, possam se sentir úteis como fator de crescimento e desenvolvimento".
O arcebispo de Gênova convidou o governo e as forças sociais a potencializarem as pequenas e médias indústrias, colocá-las em rede também no plano decisivo, qualificar o setor da pesquisa e o turístico, potencializar a agricultura e o artesanato, racionalizar a distribuição, facilitar o cooperativismo.
Clero e abusos
Outra questão central em sua intervenção foram os atuais escândalos por abusos sexuais cometidos por membros do clero, animando aos fiéis a "viver de forma cristã neste momento de prova", contudo, "nos termos de um exame de consciência".
O cardeal Bagnasco disse que a pedofilia é um "pecado assustador" e afirmou que o Papa é "intransigente com toda a sujeira, tendo decisões de transparência e limpeza. Com ele a Igreja aprendeu e aprende a não ter medo da verdade, ainda que seja dolorosa e odiosa, a não calar-se ou se encobrir".
O purpurado acrescentou que "sem evocar aqui as posturas extremas daqueles que, no Ocidente, tentam dar dignidade política à prática pedófila, temos que dizer que nos movemos em uma contradição cultural e ética" nesta questão.
"Hoje existe uma inquestionável exasperação da dimensão da sexualidade, que se distingue por ser cansadamente obsessiva e que não pode deixar de produzir efeitos indesejados nas atitudes das pessoas, em particular das psicologicamente mais frágeis e expostas."
Fonte: ZENIT.org
Nenhum comentário:
Postar um comentário