PE. LOMBARDI: "UMA VIAGEM MARAVILHOSA, QUE MOSTRA A GRANDE VITALIDADE DA IGREJA"
Cidade do Vaticano,
- O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, de retorno de Portugal, tendo acompanhado a 15ª Viagem Apostólica Internacional de Bento XVI, fez um balanço da mesma para a Rádio Vaticano:
Pe. Federico Lombardi:
- "Podemos dizer que foi uma viagem na qual tudo transcorreu da melhor forma possível, foi uma viagem maravilhosa. Houve um grande acolhimento, caloroso, para além das expectativas dos organizadores.
O Papa ficou muito impressionado, muito contente e confortado. O Santo Padre pôde dar as grandes mensagens que de certo modo lhe haviam sido solicitadas e que eram esperadas pela Igreja portuguesa.
Os bispos portugueses me confirmaram que a presença do mundo da cultura no encontro em Lisboa foi total.
Portanto, foi um encontro de grande significado, diria, de significado histórico, e que expressa a vontade da Igreja de dialogar de modo construtivo com todos aqueles que atuam, que se empenham no mundo do pensamento, da pesquisa, da arte e da criatividade.
São coisas que certamente ficarão por muito tempo para a Igreja portuguesa. Sobretudo com o momento de Fátima, o olhar se estendeu à Europa e ao mundo, porque Fátima é um lugar que realmente assumiu um significado para toda a Igreja presente no mundo inteiro, como momento de encontro e – de certo modo – de comunicação entre o céu e a terra."
P. O Papa foi a Fátima para dizer que o amor de Jesus e por Jesus é a coisa mais importante: tudo parte daí, e a Igreja anuncia e propõe – não impõe – esse amor, em diálogo com o mundo...
Pe. Federico Lombardi:- "Certamente o Papa volta sempre aos pontos essenciais, aos fundamentos da missão da Igreja. O Santo Padre se fez peregrino com esse povo que responde a um chamado feito através de Maria e que leva naturalmente ao centro da nossa fé: ao amor do Filho de Deus, ao acolhimento da Revelação; nesta nossa história concreta."
P. Uma das frases do papa que mais impressionaram foi certamente a de que quem pensa que a profecia de Fátima tenha se concluído, se ilude. O que Bento XVI queria dizer?
Pe. Federico Lombardi:- "O Papa quis dizer uma coisa muito simples: que não devemos mais esperar de Fátima profecias no sentido de anúncio de eventos concretos concernentes aos próximos anos ou ao próximo século. Isso não está em questão. A profecia de Fátima, na perspectiva do Papa, que, aliás, deve ser a nossa perspectiva, significa ter aprendido a ler os eventos da nossa história à luz da fé, ou seja, sob o olhar de Deus, que segue a Igreja e a humanidade a caminho, opera a sua graça para acompanhar aqueles que se dirigem a Ele e nos convida a nos comprometermos nesta história a partir da conversão de nós mesmos para agirmos segundo os critérios do Evangelho. Essa é uma mensagem profética que continua sendo de grande atualidade e o será no futuro."
P. Falando ainda sobre o segredo de Fátima, o Pontífice disse que a grande perseguição contra a Igreja não vem de inimigos externos, mas do pecado dentro dela mesma...
Pe. Federico Lombardi:- "O Papa deu a entender que os sofrimentos, as dificuldades que a Igreja encontra – e se refere exatamente aos abusos sexuais – são algo que a Igreja traz em si: traz em si, infelizmente, também a realidade do pecado. E é justamente por isso que a mensagem de Fátima é extremamente atual e importante, porque nos fala de conversão, de penitência, para renovar-nos de tal modo que o nosso testemunho seja coerente."
P. Também nesta ocasião da viagem a Portugal o Papa sentiu o grande afeto das pessoas...
Pe. Federico Lombardi:- "Sim, realmente sentiu esse afeto de um modo excepcional. E não é a primeira vez. Também na viagem a Malta, bem como na viagem a Turim, mas em particular esta viagem mais ampla, mais prolongada, possibilitou grandes massas, permitiu a presença a um grande número de pessoas. Sabemos que no coração havia um número ainda maior de participação, porque muitos não puderam ir fisicamente encontrar o Papa, porém, acompanharam-no e lhe querem muito bem. De qualquer forma, a grande presença é um sinal eficaz de afeto. Certamente, o Papa gostou e diria que é um fato que demonstrou também a vitalidade da Igreja, a vitalidade da fé simples, mas viva da Igreja portuguesa, e é, portanto, um grande sinal de esperança para a Igreja que caminha." (RL)
Fonte: RV
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