Procissão das Palmas, organizada pela Confraria da Entrada de Jesus em Jerusalém, no Domingo de Ramos na cidade de Astorga, León, Espanha.
Uma das manifestações mais tradicionais da Quaresma são as procissões em honra dos passos do Senhor. Neste Domingo de Ramos, que abre a Semana Santa, Jesus nos traça o seu itinerário pascal: frente ao homem que tem pretensão de ser como Deus, Cristo decide ser como homem, fazendo-se obediente até o extremo da morte na cruz, que se torna o seu “Sim” definitivo ao Pai e à humanidade.
Para segui-Lo, somos convidados a trazer palmas nas mãos, como os Macabeus, que da vitória sobre os invasores, entram triunfantes em Jerusalém (1 Mac 13, 49-52); e, semelhantes aos elitos, que empunharão palmas de vitória diante do Trono e do Cordeiro Imolado, depois de terem lavado suas vestes, tornando-as brancas no sangue do Cordeiro (Ap 7,9)
Por tudo isso, este domingo é como que uma chave de leitura para se entender o Mistério da Pácoa: Cristo é o protagonista da sua paixão, não um objeto da maldade humana, ou uma mera vítima das ciladas de seus inimigos. É Ele mesmos que se lança para a cruz, como um homem apaixonado, que se encaminha para o altar nupcial: a maldade dos homens nunca poderá preceder a Misericórdia de Deus.
Por tudo isso, este domingo é como que uma chave de leitura para se entender o Mistério da Pácoa: Cristo é o protagonista da sua paixão, não um objeto da maldade humana, ou uma mera vítima das ciladas de seus inimigos. É Ele mesmos que se lança para a cruz, como um homem apaixonado, que se encaminha para o altar nupcial: a maldade dos homens nunca poderá preceder a Misericórdia de Deus.
EXPLICAÇÃO
Ao receber os ramos na celebração do Domingo de Ramos, coloque-os junto ao seu crucifixo de parede, ou junto ao seu oratório, pois estão bentos.
Não os jogue fora, quando eles secarem, pois como falamos, estão bentos. Recolha-os e entregue-os na sua igreja, para que possam ser queimados e utilizados como cinzas na Quarta-Feira de Cinzas do ano seguinte. (…)
Não os jogue fora, quando eles secarem, pois como falamos, estão bentos. Recolha-os e entregue-os na sua igreja, para que possam ser queimados e utilizados como cinzas na Quarta-Feira de Cinzas do ano seguinte. (…)
Jesus enviou dois discípulos, e lhes disse: “Ide ao povoado que está em frente, e logo encontrareis uma jumenta amarrada e, com ela, um jumentinho.
Desamarrai-a e trazei-os para mim. Se vos disserem alguma coisa, respondei: ‘O Senhor precisa deles e logo os devolverá’”.(…) Os discípulos trouxeram a jumenta e o jumentinho, puseram sobre eles suas vestes, e Jesus montou em cima. Numerosa multidão estendia suas vestes pelo caminho, enquanto outros cortavam ramos das árvores e os espalhavam pelo chão. A multidão que ia na frente e os que seguiam atrás gritavam: “Hosana ao Filho de Davi. Bendito quem vem em nome do Senhor, hosana nas alturas”. E, quando entrou em Jerusalém, toda a cidade se alvoroçou e perguntava: “Quem é este?” E a multidão respondia: “Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galiléia” (Evangelho: (Mt 21, 1-11).
COMENTÁRIO
O Domingo de Ramos nos introduz na Semana da Paixão do Senhor. A Liturgia de hoje nos oferece dois evangelhos de Mateus; um para a bênção dos ramos (Mt 21,1-11) e outro para a Liturgia da Palavra (Mt 26,14-27,66). Para nossa meditação, vamos nos ater ao evangelho da bênção dos ramos que relata a entrada triunfal de Jesus em Belém. Uma grande multidão se apresenta empunhando ramos de palmeira e de oliveira. Gritam hosanas e aclamam: “Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito o Filho de Davi!”
Quando Jesus entrou em Jerusalém, a cidade ficou agitada e todos perguntavam: “Quem é este homem?” Jesus, ao contrário dos reis que andavam em carros de guerra, em imponentes cavalos, entra em Jerusalém montado num jumentinho. Jesus é um Rei manso, humilde e pacífico. Mas, ao mesmo tempo, esse Rei é também forte e firme. Jesus faz justiça devolvendo vida aos excluídos, humildes e necessitados. E o povo o reconhece como seu Rei, seu Salvador. Por isso, estende seus ramos e seus mantos à sua passagem. Enquanto o povo gritava “Hosana!” - “Salva-nos!” os poderosos ficaram preocupados e agitados.
A presença de Jesus é uma ameaça para aqueles que vivem às custas do suor do povo. A simples presença de Jesus já é motivo para sonharmos com a liberdade. Onde Jesus está presente, a opressão está ausente. As atividades libertadoras realizadas por aquele chamado de: o profeta Jesus de Nazaré da Galiléia desafiam o poder opressor. A vinda do Rei-pobre exige opção, exige uma definição, ou o recusamos ou o aceitamos, não existe meio termo. Esse é o grande desafio. Ficar com o verdadeiro ou com o falso. Ficar com o antigo ou aceitar a Nova Aliança. Jesus molda-se ao nosso modo de ser. É como um sapato confortável e, ao mesmo tempo, é também como aquela pedrinha incômoda que aparece não sabemos de onde. Para estar com ele é preciso abrir mão do poder e assumir o serviço. É dificílima essa decisão, por isso ainda hoje essa dúvida nos incomoda.
Não é fácil aceitar a proposta do Salvador. Todos aguardavam um rei vingador e rodeado de soldados para exterminar os inimigos do povo. A decepção é geral, o Rei se apresenta exigente, sem armas e com propostas de mudanças. Mudanças radicais que se trouxermos para os dias de hoje significam abrir mão dos grandes lucros e pensar mais seriamente nos desempregados, nos aposentados, nos idosos e menores abandonados.
O Rei exige preocupação com os índios, com os enfermos, e com os preços abusivos dos remédios e impostos. Todas essas mudanças exigem muito de cada um de nós. Exigem desprendimento e renúncia. Exigem humildade, solidariedade e amor ao próximo. Exigem adesão e muito cuidado para não repetirmos a mesma cena daquela época. Aderir ao Cristo significa mudar e cuidar para não assumirmos a mesma postura daqueles a quem criticamos, e chamamos de assassinos.
É bom lembrar que os mesmos que exaltaram Jesus, também o condenaram. Mudar significa gritar a Boa Nova da presença de Deus entre nós. É recusar ou aceitá-lo. Quem não muda e não assume o compromisso batismal é como aquele que hoje estende o seu manto e grita “Hosana! Hosana!” e que alguns dias depois, lá está, no meio da multidão e gritando: “Crucifica-o! Crucifica-o!”
Fonte: Milicia da Imaculada
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