O Espírito Santo cure as feridas dos erros, incompreensões e controvérsias - Papa Francisco na Missa em Amã, primeira etapa da sua peregrinação
Decorreu no Estádio Internacional de Amã, com a participação calorosa e devota de dezenas de milhares de fiéis, a Missa presidida pelo Papa Francisco. Uma Missa com cânticos em árabe e em que fizeram a sua primeira Comunhão nada menos de mil e quatrocentas crianças (foto).
Numa homilia centrada no Espírito Santo de que fala o Evangelho deste domingo, o Papa referiu três ações realizadas pelo Espírito: prepara, unge e envia. A concluir convidou a pedir ao Espírito Santo "que prepare os nossos corações para o encontro com os irmãos independentemente das diferenças de ideias, língua, cultura, religião; que unja todo o nosso ser com o óleo da sua misericórdia que cura as feridas dos erros, das incompreensões, das controvérsias; que nos envie, com humildade e mansidão, pelas sendas desafiadoras mas fecundas da busca da paz."
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Um abraço no espírito de paz entre irmãos com o mesmo sangue e membros do género humano. A homilia do Papa no Estádio Internacional de Amã, na Jordânia, esta tarde, na presença de uns 30 mil fiéis, foi sobretudo isto: incentivar à paz e à harmonia na região.
Dessa localidade perto do Rio Jordão, onde Jesus foi baptizado, recebendo sobre si o Espírito Santo, o Papa centrou as suas palavras nas três acções que o Espírito Santo realiza em Jesus e sobre nós: preparar, ungir, enviar. Missão do Espírito Santo é de facto gerar harmonia e agir para a paz nos diferentes contextos e entre pessoas diferentes – disse o Papa, recordando que a diversidade é uma riqueza:
“A diversidade de pessoas e de pensamento não deve provocar recusa e obstáculos, porque a variedade é sempre enriquecimento. Portanto, hoje, invoquemos com coração ardente o Espírito Santo, pedindo-lhe para preparar o caminho da paz e da unidade”.
O Espírito Santo unge – prosseguiu o Papa dizendo que ungiu a Jesus e ungiu os discípulos para que assumissem os sentimentos de Jesus e actuassem a favor da paz e da comunhão. Assim també unge-nos a nós para que sejamos capazes de amar os irmãos como Deus nos ama.
“Por isso, é necessário realizar gestos de humildade, de fraternidade, de perdão, de reconciliação. Estes gestos são premissa e condição para uma paz verdadeira, sólida duradoura.”
Peçamos ao Pai para nos ungir, para que como seus filhos possamos sentir-nos irmãos e assim “afastar de nós os rancores e divisões e nos podermos amar fraternalmente” – disse o Papa passando ao terceiro aspecto da missão do Espírito Santo: enviar. Jesus foi enviado pelo Pai cheio de Espírito Santo e “nós também somos enviados como mensageiros e testemunhos de paz”. E acrescentou, improvisando:
“Quanta necessidade tem o mundo de nós como mensageiros de paz, como testemunhos de paz! É uma necessidade que o mundo tem. Também o mundo pede-nos para fazermos isto: levar a paz, dar testemunho de paz!”
O Papa Francisco recordou ainda que a paz não se compra, não está à venda. “É um dom a ser procurado pacientemente e a ser construído artesanalmente mediante pequenos gestos que envolvem a nossa vida quotidiana” .
“O caminho para a paz só se consolida se reconhecermos que todos temos o mesmo sangue e fazemos parte do género humano; se não esquecermos que temos um único Pai no Céu (…)" –
Palavras do Papa que continuou dizendo abraçar todos neste espírito. E referiu explicitamente os numerosos refugiados cristãos provenientes da Palestina, Síria e Iraque, dizendo-lhes:
“Levai às vossas famílias e comunidades a minha saudação e a minha proximidade.”
O Papa concluiu a sua homilia referindo-se mais uma vez ao rio Jordão, onde o Espírito Santo desceu sobre Jesus, preparando-o para libertar o mundo do pecado.
“A Ele pedimos para preparar os nossos corações ao encontro com os irmãos para além das diferenças de ideias, língua, cultura, religião; par ungir todo o nosso ser com o óleo da sua misericórdia que cura as feridas dos erros, das incompreensões, das controvérsias; a graça de nos enviar com humildade e mansidão pelos caminhos difíceis, mas fecundos da procura da paz. Amém!”.
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