Papa despede-se de Jerusalém com um abraço entre religiões
Francisco cumpre hoje o último de três dias de visita à Terra Santa. Jornada ficou marcada por uma mensagem de união junto ao Muro das Lamentações, o lugar sagrado do judaísmo.
O Papa realiza esta segunda-feira o terceiro e último dia da sua visita à Terra Santa. A manhã começou com a ida do Sumo Pontífice à mesquita de al-Aqsa e ao Muro das Lamentações - o lugar mais sagrado da religião judaica.
"Que ninguém instrumentalize o nome de Deus para a violência", disse Francisco esta manhã perante o grande mufti de Jerusalém, Mohamad Ahmad Husein, antes de se dirigir ao Muro das Lamentações, onde rezou ao lado do seu amigo rabino argentino Abraham Skorka. Depois, permaneceu imóvel durante alguns instantes frente ao muro, e abraçou-o, tal como fez a outro amigo muçulmano que fez questão em ter ao seu lado, Omar Abboud.
Jorge Mario Bergoglio convidou para o acompanharem na sua viagem à Terra Santa dois amigos de diferentes religiões, um gesto que procurou passar uma mensagem clara de coexistência. Perante altos representantes do mundo árabe, o Papa Francisco pediu "a todas as pessoas e comunidades que se identificam com Abraão: respeitemo-nos e amemo-nos uns aos outros como irmãos e irmãs. Aprendamos a compreender a dor do outro. Que ninguém instrumentalize o nome de Deus para a violência. Trabalhemos juntos pela justiça e pela paz".
Um dia muito agitado
O último dia da visita do Papa à Terra Santa foi, sem dúvida, o mais agitado, escreve o site israelita Ynetnews. Após a visita ao Muro das Lamentações, ao Monte Herzel, ao museu do Holocausto Yad Vashem e ao memorial às vítimas israelitas de atentados terroristas, o Papa encontrou-se com Shimon Peres.
O sumo pontífice elogiu o Presidente israelita pelos seus esforços na resolução do conflito no Médio Oriente. "É um homem de paz e um construtor da paz. Tem por isso a minha admiração e o meu agradecimento", disse a Peres, que retribuiu com palavras de apoio à visita do Papa à região.
O prémio Nobel da Paz, Shimon Peres, acredita que estes três dias de visita vão contribuir para revitalizar o processo de paz com os palestinianos, "baseado em dois estados que vivem em paz, um estado judeu, Israel, e um estado árabe, Palestina".
Francisco pediu a ambas as partes em conflito que encontrem uma solução e disse esperar que "a dor das pessoas atingidas pelo conflito no Médio Oriente seja, em breve, apaziguada". O líder da Igreja Católica condenou "o antissemitismo em todas as formas possíveis", o vandalismo e "as manifestações de intolerância contra pessoas ou lugares de culto de judeus, cristãos e muçulmanos".
A movimentada agenda do Papa terminará fora dos limites da Cidade Velha de Jerusalém. Depois do encontro com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, Francisco reunir-se-á à porta fechada com Bartolomeu I, patriarca de Constantinopla, e participará num encontro com padres e seminaristas na Igreja de Gethsemane, no sopé do Monte das Oliveiras. Antes de deixar Israel, celebrará ainda uma missa na sala do Cenáculo, em Jerusalém.
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