Pe José Kentenich
“Tu és sacerdote eternamente!”
Fundou a Obra de Schoenstatt em 18 de Outubro de 1914 na capela de um antigo cemitério, cujo padroeiro era o Arcanjo São Miguel, e recebeu o nome de Santuário da Mãe Três Vezes Admirável de Schoenstatt. Criou-se então uma "Aliança de Amor" entre a capela e Mãe de Deus
Nascido em 18 de Novembro de 1885 em Gymnich e batizado no dia seguinte na Igreja Matriz de São Cuniberto, recebeu o nome de Pedro José, sendo que José se tornou seu nome familiar. Seus pais descendem ambos de famílias de pequenos agricultores.
Em 12 de Abril de 1894 sua mãe Catarina o levou a um Orfanato.
Recebeu sua primeira comunhão em 1897, no primeiro domingo depois da Páscoa.
Em 24 de Setembro de 1904 foi aceito como noviço dos Palotinos de Limburgo e foi ordenado sacerdote em 8 de Julho de 1910, aos 25 anos.
Em uma carta, Padre José Kentenich afirma: "No domingo passado estive em Schoenstatt. Os momento mais belos foram os que passei na capelinha, diante da imagem de graças da Mater Ter Admirabilis.
Em 20 de setembro de 1941, depois de um interrogatório, Pe. Kentenich foi preso pela Gestapo (polícia secreta do Estado durante o nazismo) em Coblença e levado ao porão do Alojamento, num calabouço, onde ficou por quatro semanas.
Em 20 de janeiro de 1942 decidiu-se a ir livremente para o Campo de Concentração e assim foi levado, em 11 de março, para Dachau, onde as condições de alimentação eram tão deficientes que o número de mortos por fraqueza e fome aumentava dia a dia.
Sem prévio aviso, os doentes e incapacitados ao trabalho eram reunidos e levados às câmaras de gás.
Com a morte diante de si, Pe. Kentenich freqüentemente dava de presente os alimentos que lhe eram trazidos ocultamente e até mesmo uma parte de sua ração habitual para ajudar aos outros.
Mesmo assim, por caminhos secretos conseguia receber hóstias e vinho para a celebração da Santa Missa no campo e durante todo o tempo de prisão dava diariamente duas conferências para cerca de 100 sacerdotes.
Em 22 de outubro de 1942, após liberação dos superiores do campo, recebeu um pacote contendo 2 pares de meia, 2 ovos cozidos, 250 gramas de manteiga, e algumas bolachas e salgadinhos, que foram repartidos com seus amigos mais íntimos.
Em 20 de maio de 1945, depois de três anos e meio de prisão, celebrou novamente a Santa Missa no Santuário da Mãe de Deus. Era um domingo de Pentecostes, a festa do Espírito Santo.
Nos primeiros dias de maio de 1947, a convite de Frei Martinho Friese, o Pe. Kentenich visitou o Jaraguá, onde 20 anos mais tarde se estabeleceria a primeira comunidade dos padres de Schoenstatt no Brasil.
Na manhã de 15 de setembro de 1968, Pe. Kentenich dirigiu-se à Igreja da Adoração para, pela primeira vez, celebrar a Santa Missa. Era festa de Nossa Senhora das Dores. De volta a sacristia, convidou dois padres para almoçarem com ele e em seguida ficou em silêncio, junto a seus dois assistentes.
Sobre sua sepultura, um sarcófago simples de basalto cinzento, estão gravados, além de seu nome, data de nascimento e falecimento, as palavras que ele mesmo desejou: "Dilexit Ecclesiam" (Ele amou a Igreja).
Todo o seu amor pertencera a Igreja. Toda sua vida foi uma vida pela Igreja: pela Igreja na atualidade mas sobretudo pela Igreja do futuro e pela obra que ele mesmo iniciou, o Santuário da Mãe e Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt.
Pe. José Kentenich, 100 anos da Ordenação Sacerdotal - 08.07.1910 – 08.07.2010
Qual foi o seu ideal sacerdotal e como ele o manifestou?
Seu ideal sacerdotal se expressa nesta mensagem escrita durante sua prisão no Campo de Concentração de Dachau ao jovem diácono Karl Leisner1:
“O Senhor te escolheu sacerdote! Em ti Ele quer ir pelo mundo abençoando. Através de ti, ele quer oferecer, orar, amar, sofrer e apascentar aqui na terra as suas pequenas ovelhas.
Permaneça fiel a Ela em todas as circunstâncias da tua vida.
Ela te ajudará a carregar alegremente os pesados fardos. Ela guiará os teus caminhos e os caminhos dos filhos do teu pastoreio para as paragens da eternidade!”2
Ordenado sacerdote gravemente enfermo, Padre Leisner pode celebrar sua primeira e única missa no dia 26 de dezembro na capela do Campo de Concentração. É um modelo de fidelidade e santidade para as comunidades sacerdotais da Obra de Schoenstatt. Foi beatificado pelo Papa João Paulo II, aos 23.06.1996, como mártir.
1. Padre José Kentenich é, antes de tudo um padre que se sabe participante do único
sacerdócio de Jesus Cristo. Ele conhece a Teologia do Sacerdócio: na essência de tudo está a
vocação, a eleição ou chamado por parte de Deus. Confirmado pela Igreja e não um simples
“escolher ser padre”.
2. O Padre Kentenich é um presbítero profundamente ancorado no sobrenatural, como
deve ser cada presbítero. Vive da ilimitada fé prática na Divina Providência, enxergando
1 Ordenado no domingo 17 de dezembro de 1944, pelo bispo francês D.Gabriel Piguet que também estava prisioneiro no campo. Beato Carlos Leisner era dirigente da Juventude Masculina de Schoenstatt 1 Pe José Kentenich
Foto de 08 de julho de 1910 do neo sacerdote Padre José Kentenich claramente a mão de Deus onde as pessoas só vêem fatos humanos, audaz nos desafios, livre
porque perfeitamente seguro da vitória em Deus.
Esse é um traço importante da sua personalidade presbiteral, capaz de ajudar os sacerdotes de hoje às vezes tão desanimados diante das investidas da sociedade de consumo que não consegue
enxergar além do material e do lucro, colocando aqui seus apoios , suas esperanças, numa ilusória confiança....
3. Padre Kentenich, um sacerdote educador: assim foi. Ele conhecia a alma humana como
convém a quem se torna, pela Ordenação Presbiteral, “ponte entre Deus e os homens”.
Educador de inteligência ímpar, fina psicologia, imbuído de uma sadia pedagogia que propõe o
“homem novo na nova Comunidade”, esclarecendo o papel e a força das vinculações, mostrando-se capas de suscitar personalidades e gerar correntes de vida. Um sacerdote, porém, que para educar-prezava os contatos pessoais e não contatos frios, à distância, burocráticos.
Numa recente biografia sua encontramos o seguinte:
“Talvez o que o mantinha jovem era também seu estilo pessoal de dirigir (as pessoas) e a
quantidade de contatos pessoaisdiretos. Kentenich nunca se limitava a esboçar material
deformação e deliberar com seus mais íntimos colaboradores. Queria falar com os jovens
pessoalmente e acompanhar cada seminarista dos grupos de Schoenstatt até a Ordenação
Sacerdotal(...) Depois de muitos anos recordava: ´aquele foi um caminho longo, espinhoso,
caracterizado por um trabalho no pequeno e no pequeníssimo`. Sem o contato pessoal com
cada um dos ´schoenstatteanos´,os grupos e cursos não teriam podido desenvolver todo o seu
potencial. Os frutos foram abundantes!”3
4. É um padre profético, que se opõe a um estilo sacerdotal burguês e burocrata, captando o
divino e abrindo-se a Deus pela lei da porta aberta. Ele ultrapassa a concepção sociológica do
ministério presbiteral, para a qual o padre é apenas um funcionário institucional, que trabalha em determinadas horas e por um tempo determinado e só atende” em horário de secretaria”.
Também não compreende o sacerdote apenas como um homem dedicado ao culto, às belas
celebrações.
“ um tipo característico (de sacerdote) tomado pela missão, que rompeu com o estilo de vida e
de trabalho centrado só em formas e deveres. Esse tipo (sacerdote profeta) caracteriza-se pela
forte irrupção do divino na vida humana e mortal, segundo a lei da porta aberta; faz valer, com
iniludível conseqüência, Deus, sua Palavra e seus desejos sem se preocupar com a própria
honra e o próprio bem estar, para conduzir a história e as pessoas à realização dos planos de
Deus,em vista da nova margem dos tempos”4
5. Padre Kentenich é a imagem do sacerdote mariano, que anuncia uma Igreja mariana,
disponível, aberta, acolhedora, serviçal. No Documento de Aparecida, podemos ler esta intuição
do Padre Kentenich, com outras palavras (...) Esta visão mariana da Igreja é o melhor remédio
para uma Igreja meramente funcional ou burocrática.
6. Um sacerdote preocupado com a vida dos sacerdotes. Vemos o Padre Kentenich muito
próximo aos padres, à sua realidade, a seus problemas, dificuldades e anseios. Desde seu
trabalho no Seminário Palotino, passando pelos famosos retiros ao clero alemão na década de 30
e pelas vivências com os sacerdotes em Dachau, até a fundação das Comunidades Sacerdotais no
3 Feldmann,C. Rebelde de Deus, José Kentenich e sua visão de um mundo novo.
4 Wolf P.(Ed) Chamado por Deus, consagrado a Deus , enviado por Deus.Textos escolhidos do
P.José Kentenich sobre o sacerdócio.
Movimento...É sempre o Padre Kentenich ocupando-se, com carinho, da vida presbiteral,
ajudando os padres a ter, cada vez mais, consciência de eleição e consciência de missão. Os
padres ocupam um lugar especial em seu pensamento e em seu coração porque ele sabe que o
sacerdócio é importante para a santificação do mundo, é “o canal normal pelo qual o espírito de
Deus faz chegar suas correntes de graça a este mundo tão necessitado de ajuda!”5
Não esquece de incentivar a vida sacerdotal mesmo no “inferno de Dachau”, onde colocou os
sacerdotes como centro de sua preocupação na convivência diária. Vejamos este testemunho:
“ Naturalmente o Fundador de Schoenstatt se sentia particularmente obrigado para com seus
companheiros sacerdotes. Todas as noites oferecia uma meditação em um canto do dormitório
ou na rua que passava junto à Barraca.
7. Um homem de Igreja, realmente eclesial, por dentro das dificuldades e desafios da Igreja,
ajudando-nos a sonhar com a Igreja das novas margens. Ele se entristece com as atitudes dos
homens de Igreja, mas sabe separar as coisas e não decepciona a Igreja, nem a abandona. Sua
atitude sacerdotal é de profunda fidelidade ainda quando as coisas não seguem como desejaria.
Vemos isso, por exemplo, na atitude do Padre Kentenich diante do doloroso Exílio que durou 14
anos:
“ Em 1963, o Secretário do cardeal Ottaviani foi a Milwaukee e não acreditou no que via: “Já vi
outros homens castigado pela Igreja -dizia- homens que foram separados de suas Obras e vi
como ficaram aniquilados. Mas aqui, ao contrário, encontro algo totalmente diferente. E, de
fato, assim era: no Padre Kentenich encontra uma imensa paz, cheia de alegria econfiança e da
certeza de que, em breve, a Mãe ia se glorificar nele. Também a respeito desses 14 anos, Padre
Kentenich podia dizer o mesmo que dissera antes de sua estadia na prisão e em Dachau: que,
então, não houve um momento sequer de dúvida”.7
Sem dúvida alguma, Padre Kentenich é um modelo para os presbíteros de nosso tempo. Mas não podemos parar em uma consideração piedosa de sua vida, pois a riqueza de seu ser presbítero na Igreja, configurado ao Bom Pastor e formado por Maria, o fez portador de uma missão e um
carisma proféticos.
Vejamos algumas mensagens proféticas do presbítero José Kentenich para os presbíteros
hoje.
O profeta é aquele que anuncia e denuncia, que chama à conversão e não só indica mas encarna
um estilo de ser conforme a vontade de Deus. Assim é o nosso profeta: o profeta de Maria.
Padre Kentenich anunciou vivendo e viveu anunciando um estilo novo de sacerdote, que brota de uma união íntima com Cristo e de uma sólida piedade mariana. Apresentamos, pois, sem esgotar
a mensagem que Kentenich poderia nos dirigir-três características do “sacerdote das novas
margens”.
Neste ano do centenário da ordenação Presbiteral do Padre Kentenich, temos a missão de acolher seu pensamento, seu carisma, sua vida sacerdotal e ajudar que muitos sacerdotes se encontrem com ele, entrando em contado com sua mensagem vivida e anunciada.
5 (AAVV.Kentenich reader.Tomo 1:Encuentro com el Padre Fundador.Santiago:Nueva Patris,2009.p.168) 6 Feldmann C., Rebelde de Dios...p.148) 7
a. Paternidade sacerdotal.
Esta tarefa cabe sobretudo aos sacerdotes a quem toca ser pontes naturais até Deus9
Eles têm a missão de salvaguardar a figura do pai a partir de sua paternidade espiritual... Esta
preocupação aos poucos vai dando lugar à confiança ilimitada na Providência, ... ajudando-os a
descobrir que a paternidade sacerdotal é aquilo que dá sentido e fundamento à vida e missão do
padre, segundo João Paulo II, que convidou os sacerdotes a “aprofundar esta verdade misteriosa de nossa vocação: a paternidade espiritual, que é uma característica de nossa personalidade
sacerdotal e que expressa precisamente sua maturidade apostólica e fecundidade espiritual”10
O que fazer para que esta mensagem profética do papel de pai e, consequentemente da
necessidade da paternidade sacerdotal do Padre Kentenich chegue ao máximo possível de
sacerdotes? Certamente há muitos meios, mas apontamos apenas um: tratar nossos padres nas
Paróquias e no Movimento com sua verdadeira identidade paterna! Sejamos próximos,
sejamos amigos, sejamos família, mas tratemos de dar ao sacerdote o lugar que é dele e do qual
ele, às vezes, sai por nossa própria culpa. Tenhamos gestos filiais diante daqueles que, em nossas
famílias e em nossa Família Paroquial, devem ser a imagem visível do Pai Deus.
b. Sacerdócio mariano.
Embora nosso bom povo seja extremamente mariano, volta e meia aparecem na Igreja correntes que tentam minimizar a figura de Maria em duas linhas: fazer a Igreja venerar menos a Maria
e,por outro lado, fazer a Igreja perder seus traços marianos. A mensagem do Padre Kentenich
frente a correntes como esta que existirão em todos os tempos, é a de um sacerdócio mariano.
Ele se viu e também viveu sempre como um sacerdote profundamente mariano. Ele se sente
chamado a anunciar com as palavras e a vida o mistério de Maria:
“ Meu trabalho é proclamar Maria e dá-la a conhecer à nossa época como a Colaboradora
permanente de Cristo em toda a obra da redenção, como a Co-redentora e mediadora das
graças; em profunda bi-unidade com Cristo e com a missão específica que ela tem a partir do
Santuário, para nosso tempo”11
O instrumento de Maria, também é sobretudo o sacerdote, carece de traços marianos porque deve ser duro como o diamante e terno como a mãe, unindo severidade e ternura, fortaleza e
mansidão. Este equilíbrio é dado justamente pela Mãe dos Sacerdotes, pois “...a Mãe de Deus
possui o carisma de propagar em torno a si uma atmosfera ideal, purificada e sobrenatural de
nos conservar perpetuamente jovens e entusiasmados, moldáveis e abertos; de conservar em
nós um sentido de percepção para tudo o que é genuíno, divinamente grande e ideal, para
fortalece-lo e torna-lo atuante em nós”. 12
c. Apoio aos leigos e desejo de uma Nova Ordem Social
Embora Schoenstatt tenha nascido num contexto sacerdotal (Seminário Palotino) , com a União
Apostólica, Pe. Kentenich faz a profecia do apostolado dos leigos. É um presbítero que antecipou
o Vaticano II neste ponto, acreditando na missão do laicato e ajudando-o a se capacitar para
tanto, na cultura da Aliança.
Desde a fundação da União Apostólica (1919), passando pela experiência de Dachau (Obra das
Famílias), até as vivências paroquiais em Milwaukee, Pe. Kentenich sempre levará em
consideração o papel do leigo maduro na Igreja.
Que neste ano possamos aprofundar o que conhecemos da face cerdotal do Pe.Kentenich e, intensificar nossas orações e nosso trabalho em “duas frentes”:
A primeira, empenhar-nos ainda mais pela sua canonização, para que seja reconhecido como modelo presbiteral.
Certamente do céu, Pe.Kentenich nos olha e abençoa e nos anima a empenhar-nos nessas “duas frentes”. Ele nos ajuda a fazer com que o Ano Sacerdotal neste ano jubilar centenário da
sua Ordenação, seja uma forte corrente de vida e de apostolado, profundando o ser e a missão presbiteral na Igreja e no mundo!”13
Está programada uma celebração comemorativa do jubileu centenário do Padre José Kentenich
no Santuário Nacional de Aparecida para o dia 14 de julho com a SANTA MISSA às 9h .
Todos estão convidados a participar com sua presença ou acompanhando-nos pela TV.
Louvemos e agradeçamos a Deus por este sacerdócio santo e abençoado que tanto bem fez à
Igreja e ao mundo. Podemos alegrar- nos porque também fazemos parte desta história.
As Irmãs de Maria de Schoenstatt
13 Até aqui, extraído da palestra do Pe Marcelo Cervi, em Atibaia, durante o Congresso de outubro de 2009
TEXTO PUBLICADO PELO SECRETARIADO PE JOSÉ KENTENICH – RESP. IR. M ANADIR SANTINI
Deus Pai todo-poderoso,
És o amor e a misericórdia.
Somente Tu, como Pai onisciente, compreendes tudo o que se passa em mim. Ajuda-me, Pai de bondade, nesta minha grande aflição. Atende-me por intermédio do Pe. José Kentenich. Como fiel sacerdote ele amou tanto a Tua igreja peregrina e procurou conduzir todos os que dele se aproximavam a um amor pessoal a Ti. Foi sábio e humilde conselheiro para todos os que dele precisaram. Concede-me, Pai eterno, por intercessão do Pe. José Kentenich, especialmente a graça (...). Em sinal de gratidão, eu Te ofereço o precioso sangue de Cristo, nas intenções da Santa Igreja e por todos os que se encontram em grande aflição. Querida Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, roga ao Pai Eterno, que conceda ao Pe. José Kentenich a honra dos altares, como recompensa por todo o bem que fez à Igreja, para Teu louvor e a glória da Santíssima Trindade.
Amém.
Rezar 3 "Glória ao Pai"...
Em 12 de Abril de 1894 sua mãe Catarina o levou a um Orfanato.
Recebeu sua primeira comunhão em 1897, no primeiro domingo depois da Páscoa.
Neste dia manifestou a sua mãe o desejo de se tornar sacerdote e em 22 de Setembro de 1899 ingressou à Congregação Missionária dos Palotinos, tendo portanto 14 anos incompletos.
Em 24 de Setembro de 1904 foi aceito como noviço dos Palotinos de Limburgo e foi ordenado sacerdote em 8 de Julho de 1910, aos 25 anos.
Fundou a Obra de Schoenstatt em 18 de Outubro de 1914 na capela de um antigo cemitério, cujo padroeiro era o Arcanjo São Miguel, e recebeu o nome de Santuário da Mãe Três Vezes Admirável de Schoenstatt.
Criou-se então uma "Aliança de Amor" entre a capela e Mãe de Deus.
Em uma carta, Padre José Kentenich afirma: "No domingo passado estive em Schoenstatt. Os momento mais belos foram os que passei na capelinha, diante da imagem de graças da Mater Ter Admirabilis.
Sim, nossa capela é realmente um lugar de graças onde a Mãe Três Vezes Admirável atua com todo o seu poder.
É uma nova Nazaré, onde Jesus e Maria vivem intimamente unidos."
Em 20 de setembro de 1941, depois de um interrogatório, Pe. Kentenich foi preso pela Gestapo (polícia secreta do Estado durante o nazismo) em Coblença e levado ao porão do Alojamento, num calabouço, onde ficou por quatro semanas.
Mesmo assim foi-lhe permitido conservar o traje preto e assim ser reconhecido como sacerdote. Com a ajuda de dois guardas, foram providenciados todos os paramentos e objetos sagrados para que se pudesse celebrar a Santa Eucaristia em sua cela, diariamente.
Em 20 de janeiro de 1942 decidiu-se a ir livremente para o Campo de Concentração e assim foi levado, em 11 de março, para Dachau, onde as condições de alimentação eram tão deficientes que o número de mortos por fraqueza e fome aumentava dia a dia.
Não muito depois de sua libertação o Pe. Kentenich conta que o Campo de Concentração de Dachau era povoado de "figuras cambaleantes e vacilantes".
De março a agosto foram registradas 550 mortes.
Sem prévio aviso, os doentes e incapacitados ao trabalho eram reunidos e levados às câmaras de gás.
Pe. Kentenich só escapou porque o chefe do bloco onde ele estava evitou que fosse apresentado ao médico que sorteava os "candidatos à morte".
Com a morte diante de si, Pe. Kentenich freqüentemente dava de presente os alimentos que lhe eram trazidos ocultamente e até mesmo uma parte de sua ração habitual para ajudar aos outros.
Em vários outros casos conseguiu que companheiros de prisão fossem tirados da lista fatal da câmara de gás.
"Nós, Sacerdotes do Campo de Concentração de Dachau, vivendo nas condições mais primitivas, não queremos reagir de modo primitivo, mas de modo singelo e autêntico e, se for a vontade de Deus, ou morrer heroicamente no campo como personalidades sacerdotais fortes, ou mais tarde, como sacerdotes amadurecidos, continuar a trabalhar com zelo e fecundidade para o reino de Deus."
Mesmo assim, por caminhos secretos conseguia receber hóstias e vinho para a celebração da Santa Missa no campo e durante todo o tempo de prisão dava diariamente duas conferências para cerca de 100 sacerdotes.
Em 22 de outubro de 1942, após liberação dos superiores do campo, recebeu um pacote contendo 2 pares de meia, 2 ovos cozidos, 250 gramas de manteiga, e algumas bolachas e salgadinhos, que foram repartidos com seus amigos mais íntimos.
Estas "encomendas" vinham regularmente até o início de 1945 quando foram novamente proibidas. Em seguida o campo foi acometido de um surto de tifo. De janeiro a março de 1945, morreram cerca de 11.000 pessoas.
Em correspondência secreta, pediu a Schoenstatt que enviassem vacinas contra o tifo, assim todos os padres foram vacinados.
Em 6 de abril de 1945, pode deixar o Campo de Concentração de Dachau, devido ao fim da guerra. Sua primeira visita foi ao Pároco da aldeia para agradecer todo o auxílio prestado aos sacerdotes por seu intermédio.
Em 6 de abril de 1945, pode deixar o Campo de Concentração de Dachau, devido ao fim da guerra. Sua primeira visita foi ao Pároco da aldeia para agradecer todo o auxílio prestado aos sacerdotes por seu intermédio.
Em 20 de maio de 1945, depois de três anos e meio de prisão, celebrou novamente a Santa Missa no Santuário da Mãe de Deus. Era um domingo de Pentecostes, a festa do Espírito Santo.
Nos primeiros dias de maio de 1947, a convite de Frei Martinho Friese, o Pe. Kentenich visitou o Jaraguá, onde 20 anos mais tarde se estabeleceria a primeira comunidade dos padres de Schoenstatt no Brasil.
Na manhã de 15 de setembro de 1968, Pe. Kentenich dirigiu-se à Igreja da Adoração para, pela primeira vez, celebrar a Santa Missa. Era festa de Nossa Senhora das Dores. De volta a sacristia, convidou dois padres para almoçarem com ele e em seguida ficou em silêncio, junto a seus dois assistentes.
De repente notaram que o Pe. Kentenich se inclinava para frente. Procurava apoiar-se mas não conseguiu.
O corpo dobrou-se e o Padre foi caindo. Tentaram sentá-lo numa cadeira mas acharam melhor deitá-lo de costas no chão.
Padre Kentenich levou a mão ao coração e respirou ainda por dois ou três minutos.
Chamaram rapidamente um médico e outro padre administrou-lhe a unção dos enfermos.
O médico chegou e examinando-o disse: "O coração está parado". Padre Kentenich estava morto. Cinco dias depois foi sepultado no mesmo local onde falecera. Após a missa de corpo presente, o corpo foi levado até o Santuário da Mãe Três Vezes Admirável.
Sobre sua sepultura, um sarcófago simples de basalto cinzento, estão gravados, além de seu nome, data de nascimento e falecimento, as palavras que ele mesmo desejou: "Dilexit Ecclesiam" (Ele amou a Igreja).
Todo o seu amor pertencera a Igreja. Toda sua vida foi uma vida pela Igreja: pela Igreja na atualidade mas sobretudo pela Igreja do futuro e pela obra que ele mesmo iniciou, o Santuário da Mãe e Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt.
Pe. José Kentenich, 100 anos da Ordenação Sacerdotal - 08.07.1910 – 08.07.2010
“Concede, ó meu Deus, que todos os espíritos se unam na verdade e os corações no amor
Coração de Jesus eu confio em vós. Doce coração de Maria, sede minha salvação”
( da lembrança de sua Ordenação Sacerdotal)
Ao recordarmos o jubileu centenário da Ordenação sacerdotal do Padre José Kentenich, queremos louvar e agradecer a Deus pelo dom da vida e do sacerdócio ricamente abençoado, uma dádiva de Deus para a Igreja e o mundo.
Coração de Jesus eu confio em vós. Doce coração de Maria, sede minha salvação”
( da lembrança de sua Ordenação Sacerdotal)
Ao recordarmos o jubileu centenário da Ordenação sacerdotal do Padre José Kentenich, queremos louvar e agradecer a Deus pelo dom da vida e do sacerdócio ricamente abençoado, uma dádiva de Deus para a Igreja e o mundo.
Qual foi o seu ideal sacerdotal e como ele o manifestou?
Seu ideal sacerdotal se expressa nesta mensagem escrita durante sua prisão no Campo de Concentração de Dachau ao jovem diácono Karl Leisner1:
“O Senhor te escolheu sacerdote! Em ti Ele quer ir pelo mundo abençoando. Através de ti, ele quer oferecer, orar, amar, sofrer e apascentar aqui na terra as suas pequenas ovelhas.
A Mãe, que o acompanhou ao longo de toda a sua vida, foi dada por Ele a ti, para que esteja junto de ti.
Permaneça fiel a Ela em todas as circunstâncias da tua vida.
Ela te ajudará a carregar alegremente os pesados fardos. Ela guiará os teus caminhos e os caminhos dos filhos do teu pastoreio para as paragens da eternidade!”2
Ordenado sacerdote gravemente enfermo, Padre Leisner pode celebrar sua primeira e única missa no dia 26 de dezembro na capela do Campo de Concentração. É um modelo de fidelidade e santidade para as comunidades sacerdotais da Obra de Schoenstatt. Foi beatificado pelo Papa João Paulo II, aos 23.06.1996, como mártir.
Na proximidade do centenário da ordenação sacerdotal do Pe. Kentenich, segue lgumas reflexões do Padre Marcelo Cervi, do Instituto dos Padres Diocesanos de Schoenstatt, diocese de Jaboticabal, SP, sobre o Padre Kentenich, como um modelo de sacerdote para o tempo moderno:
1. Padre José Kentenich é, antes de tudo um padre que se sabe participante do único
sacerdócio de Jesus Cristo. Ele conhece a Teologia do Sacerdócio: na essência de tudo está a
vocação, a eleição ou chamado por parte de Deus. Confirmado pela Igreja e não um simples
“escolher ser padre”.
Não é a pessoa que pode escolher ser ou não ser padre: na base de tudo
está um chamado, uma vocação! Para ele, em cada padre é Cristo , o Bom Pastor quem, passa
pelo mundo, oferecendo, orando, amando, sofrendo e apascentando, enfim, tocando o tempo
atual e fecundando a vida espiritual das pessoas.
está um chamado, uma vocação! Para ele, em cada padre é Cristo , o Bom Pastor quem, passa
pelo mundo, oferecendo, orando, amando, sofrendo e apascentando, enfim, tocando o tempo
atual e fecundando a vida espiritual das pessoas.
2. O Padre Kentenich é um presbítero profundamente ancorado no sobrenatural, como
deve ser cada presbítero. Vive da ilimitada fé prática na Divina Providência, enxergando
1 Ordenado no domingo 17 de dezembro de 1944, pelo bispo francês D.Gabriel Piguet que também estava prisioneiro no campo. Beato Carlos Leisner era dirigente da Juventude Masculina de Schoenstatt 1 Pe José Kentenich
Foto de 08 de julho de 1910 do neo sacerdote Padre José Kentenich claramente a mão de Deus onde as pessoas só vêem fatos humanos, audaz nos desafios, livre
porque perfeitamente seguro da vitória em Deus.
Esse é um traço importante da sua personalidade presbiteral, capaz de ajudar os sacerdotes de hoje às vezes tão desanimados diante das investidas da sociedade de consumo que não consegue
enxergar além do material e do lucro, colocando aqui seus apoios , suas esperanças, numa ilusória confiança....
3. Padre Kentenich, um sacerdote educador: assim foi. Ele conhecia a alma humana como
convém a quem se torna, pela Ordenação Presbiteral, “ponte entre Deus e os homens”.
Educador de inteligência ímpar, fina psicologia, imbuído de uma sadia pedagogia que propõe o
“homem novo na nova Comunidade”, esclarecendo o papel e a força das vinculações, mostrando-se capas de suscitar personalidades e gerar correntes de vida. Um sacerdote, porém, que para educar-prezava os contatos pessoais e não contatos frios, à distância, burocráticos.
Numa recente biografia sua encontramos o seguinte:
“Talvez o que o mantinha jovem era também seu estilo pessoal de dirigir (as pessoas) e a
quantidade de contatos pessoaisdiretos. Kentenich nunca se limitava a esboçar material
deformação e deliberar com seus mais íntimos colaboradores. Queria falar com os jovens
pessoalmente e acompanhar cada seminarista dos grupos de Schoenstatt até a Ordenação
Sacerdotal(...) Depois de muitos anos recordava: ´aquele foi um caminho longo, espinhoso,
caracterizado por um trabalho no pequeno e no pequeníssimo`. Sem o contato pessoal com
cada um dos ´schoenstatteanos´,os grupos e cursos não teriam podido desenvolver todo o seu
potencial. Os frutos foram abundantes!”3
4. É um padre profético, que se opõe a um estilo sacerdotal burguês e burocrata, captando o
divino e abrindo-se a Deus pela lei da porta aberta. Ele ultrapassa a concepção sociológica do
ministério presbiteral, para a qual o padre é apenas um funcionário institucional, que trabalha em determinadas horas e por um tempo determinado e só atende” em horário de secretaria”.
Também não compreende o sacerdote apenas como um homem dedicado ao culto, às belas
celebrações.
O sacerdote profeta é aquele que indica a ação de Deus no ritmo da vida, sem
preocupar-se com os “ respeitos humanos” ou com o “ medo de ofender”.:
preocupar-se com os “ respeitos humanos” ou com o “ medo de ofender”.:
“ um tipo característico (de sacerdote) tomado pela missão, que rompeu com o estilo de vida e
de trabalho centrado só em formas e deveres. Esse tipo (sacerdote profeta) caracteriza-se pela
forte irrupção do divino na vida humana e mortal, segundo a lei da porta aberta; faz valer, com
iniludível conseqüência, Deus, sua Palavra e seus desejos sem se preocupar com a própria
honra e o próprio bem estar, para conduzir a história e as pessoas à realização dos planos de
Deus,em vista da nova margem dos tempos”4
5. Padre Kentenich é a imagem do sacerdote mariano, que anuncia uma Igreja mariana,
disponível, aberta, acolhedora, serviçal. No Documento de Aparecida, podemos ler esta intuição
do Padre Kentenich, com outras palavras (...) Esta visão mariana da Igreja é o melhor remédio
para uma Igreja meramente funcional ou burocrática.
6. Um sacerdote preocupado com a vida dos sacerdotes. Vemos o Padre Kentenich muito
próximo aos padres, à sua realidade, a seus problemas, dificuldades e anseios. Desde seu
trabalho no Seminário Palotino, passando pelos famosos retiros ao clero alemão na década de 30
e pelas vivências com os sacerdotes em Dachau, até a fundação das Comunidades Sacerdotais no
3 Feldmann,C. Rebelde de Deus, José Kentenich e sua visão de um mundo novo.
4 Wolf P.(Ed) Chamado por Deus, consagrado a Deus , enviado por Deus.Textos escolhidos do
P.José Kentenich sobre o sacerdócio.
Movimento...É sempre o Padre Kentenich ocupando-se, com carinho, da vida presbiteral,
ajudando os padres a ter, cada vez mais, consciência de eleição e consciência de missão. Os
padres ocupam um lugar especial em seu pensamento e em seu coração porque ele sabe que o
sacerdócio é importante para a santificação do mundo, é “o canal normal pelo qual o espírito de
Deus faz chegar suas correntes de graça a este mundo tão necessitado de ajuda!”5
Não esquece de incentivar a vida sacerdotal mesmo no “inferno de Dachau”, onde colocou os
sacerdotes como centro de sua preocupação na convivência diária. Vejamos este testemunho:
“ Naturalmente o Fundador de Schoenstatt se sentia particularmente obrigado para com seus
companheiros sacerdotes. Todas as noites oferecia uma meditação em um canto do dormitório
ou na rua que passava junto à Barraca.
Quando se introduziam clandestinamente hóstias no Campo, distribuía secretamente a comunhão. Sua meta era que os sacerdotes não somente´sobrevivessem´ a Dachau mas que oexperimentassem como escola do ´homem novo´”6
7. Um homem de Igreja, realmente eclesial, por dentro das dificuldades e desafios da Igreja,
ajudando-nos a sonhar com a Igreja das novas margens. Ele se entristece com as atitudes dos
homens de Igreja, mas sabe separar as coisas e não decepciona a Igreja, nem a abandona. Sua
atitude sacerdotal é de profunda fidelidade ainda quando as coisas não seguem como desejaria.
Vemos isso, por exemplo, na atitude do Padre Kentenich diante do doloroso Exílio que durou 14
anos:
“ Em 1963, o Secretário do cardeal Ottaviani foi a Milwaukee e não acreditou no que via: “Já vi
outros homens castigado pela Igreja -dizia- homens que foram separados de suas Obras e vi
como ficaram aniquilados. Mas aqui, ao contrário, encontro algo totalmente diferente. E, de
fato, assim era: no Padre Kentenich encontra uma imensa paz, cheia de alegria econfiança e da
certeza de que, em breve, a Mãe ia se glorificar nele. Também a respeito desses 14 anos, Padre
Kentenich podia dizer o mesmo que dissera antes de sua estadia na prisão e em Dachau: que,
então, não houve um momento sequer de dúvida”.7
Sem dúvida alguma, Padre Kentenich é um modelo para os presbíteros de nosso tempo. Mas não podemos parar em uma consideração piedosa de sua vida, pois a riqueza de seu ser presbítero na Igreja, configurado ao Bom Pastor e formado por Maria, o fez portador de uma missão e um
carisma proféticos.
Vejamos algumas mensagens proféticas do presbítero José Kentenich para os presbíteros
hoje.
O profeta é aquele que anuncia e denuncia, que chama à conversão e não só indica mas encarna
um estilo de ser conforme a vontade de Deus. Assim é o nosso profeta: o profeta de Maria.
Padre Kentenich anunciou vivendo e viveu anunciando um estilo novo de sacerdote, que brota de uma união íntima com Cristo e de uma sólida piedade mariana. Apresentamos, pois, sem esgotar
a mensagem que Kentenich poderia nos dirigir-três características do “sacerdote das novas
margens”.
Neste ano do centenário da ordenação Presbiteral do Padre Kentenich, temos a missão de acolher seu pensamento, seu carisma, sua vida sacerdotal e ajudar que muitos sacerdotes se encontrem com ele, entrando em contado com sua mensagem vivida e anunciada.
5 (AAVV.Kentenich reader.Tomo 1:Encuentro com el Padre Fundador.Santiago:Nueva Patris,2009.p.168) 6 Feldmann C., Rebelde de Dios...p.148) 7
Alessandri H. Um fundador. Um pai. Uma missão. Santa Maria: Ed.Palotti s/d,p.222
a. Paternidade sacerdotal.
O padre é chamado a ser “pai para um povo”. Conhecemos o pensamento do Padre Kentenich
sobre o papel do pai a formação da personalidade e na configuração do mundo. Seguindo seu
pensamento, podemos temer que tempos sem “pai” podem tornar-se “tempos sem Deus”. Ele nos ensinou que quando perdemos o sentir filial não damos a Deus a oportunidade de desenvolver seu traço essencial que é a “atividade paterna”8. “O que mais o nosso tempo necessita é uma corrente de filialidade em direção ao pai”
sobre o papel do pai a formação da personalidade e na configuração do mundo. Seguindo seu
pensamento, podemos temer que tempos sem “pai” podem tornar-se “tempos sem Deus”. Ele nos ensinou que quando perdemos o sentir filial não damos a Deus a oportunidade de desenvolver seu traço essencial que é a “atividade paterna”8. “O que mais o nosso tempo necessita é uma corrente de filialidade em direção ao pai”
Esta tarefa cabe sobretudo aos sacerdotes a quem toca ser pontes naturais até Deus9
Eles têm a missão de salvaguardar a figura do pai a partir de sua paternidade espiritual... Esta
preocupação aos poucos vai dando lugar à confiança ilimitada na Providência, ... ajudando-os a
descobrir que a paternidade sacerdotal é aquilo que dá sentido e fundamento à vida e missão do
padre, segundo João Paulo II, que convidou os sacerdotes a “aprofundar esta verdade misteriosa de nossa vocação: a paternidade espiritual, que é uma característica de nossa personalidade
sacerdotal e que expressa precisamente sua maturidade apostólica e fecundidade espiritual”10
O que fazer para que esta mensagem profética do papel de pai e, consequentemente da
necessidade da paternidade sacerdotal do Padre Kentenich chegue ao máximo possível de
sacerdotes? Certamente há muitos meios, mas apontamos apenas um: tratar nossos padres nas
Paróquias e no Movimento com sua verdadeira identidade paterna! Sejamos próximos,
sejamos amigos, sejamos família, mas tratemos de dar ao sacerdote o lugar que é dele e do qual
ele, às vezes, sai por nossa própria culpa. Tenhamos gestos filiais diante daqueles que, em nossas
famílias e em nossa Família Paroquial, devem ser a imagem visível do Pai Deus.
b. Sacerdócio mariano.
Embora nosso bom povo seja extremamente mariano, volta e meia aparecem na Igreja correntes que tentam minimizar a figura de Maria em duas linhas: fazer a Igreja venerar menos a Maria
e,por outro lado, fazer a Igreja perder seus traços marianos. A mensagem do Padre Kentenich
frente a correntes como esta que existirão em todos os tempos, é a de um sacerdócio mariano.
Ele se viu e também viveu sempre como um sacerdote profundamente mariano. Ele se sente
chamado a anunciar com as palavras e a vida o mistério de Maria:
“ Meu trabalho é proclamar Maria e dá-la a conhecer à nossa época como a Colaboradora
permanente de Cristo em toda a obra da redenção, como a Co-redentora e mediadora das
graças; em profunda bi-unidade com Cristo e com a missão específica que ela tem a partir do
Santuário, para nosso tempo”11
O instrumento de Maria, também é sobretudo o sacerdote, carece de traços marianos porque deve ser duro como o diamante e terno como a mãe, unindo severidade e ternura, fortaleza e
mansidão. Este equilíbrio é dado justamente pela Mãe dos Sacerdotes, pois “...a Mãe de Deus
possui o carisma de propagar em torno a si uma atmosfera ideal, purificada e sobrenatural de
nos conservar perpetuamente jovens e entusiasmados, moldáveis e abertos; de conservar em
nós um sentido de percepção para tudo o que é genuíno, divinamente grande e ideal, para
fortalece-lo e torna-lo atuante em nós”. 12
8 Kentenich.J Minha filosofia de educação.
Santa Maria:Inst.das Irmãs de Maria,1997 (...) 9
Wolf P. Chamado por Deus. ..p.46s)
10 João Paulo II, Carta aos sacerdotes por ocasião da quinta-feira santa, 1988
11 AAVV,Kentenich reader...p.81-82)
12 Kentenich J.,Espiritualidade mariana do Instrumento. Santa Maria: Irmãs de Maria de Schoenstatt, p.116-118
10 João Paulo II, Carta aos sacerdotes por ocasião da quinta-feira santa, 1988
11 AAVV,Kentenich reader...p.81-82)
12 Kentenich J.,Espiritualidade mariana do Instrumento. Santa Maria: Irmãs de Maria de Schoenstatt, p.116-118
c. Apoio aos leigos e desejo de uma Nova Ordem Social
Embora Schoenstatt tenha nascido num contexto sacerdotal (Seminário Palotino) , com a União
Apostólica, Pe. Kentenich faz a profecia do apostolado dos leigos. É um presbítero que antecipou
o Vaticano II neste ponto, acreditando na missão do laicato e ajudando-o a se capacitar para
tanto, na cultura da Aliança.
Desde a fundação da União Apostólica (1919), passando pela experiência de Dachau (Obra das
Famílias), até as vivências paroquiais em Milwaukee, Pe. Kentenich sempre levará em
consideração o papel do leigo maduro na Igreja.
Em Milwaukee trabalha o tema da Igreja das novas margens: A Igreja como povo de Deus em caminho e não mais aquela já ultrapassada concepção de uma pirâmide onde a grande massa ficava pejorativamente colocada abaixo da hierarquia.
Sonhou a Igreja comunidade familiar em lugar em uma tropa que avança sobre o mundo, na riqueza das diversidades e estados de vida, funções e culturas que o movimento
Internacional via florescer.
Internacional via florescer.
Uma Igreja simples, não poderosa diante do mundo. Uma Igreja bem governada, onde todos são co-responsáveis, cada um cumprindo sua missão.
Assim, Pe.Kentenich viveu e nos deixou como herança este grande legado e tarefa que é a
formação de um laicado maduro e consciente na Igreja. Ele previu isso quando sonhou uma
Igreja capaz de forjar uma nova ordem social, prometendo a Pio XII e, depois a Paulo VI que a
realizaria.
Assim, Pe.Kentenich viveu e nos deixou como herança este grande legado e tarefa que é a
formação de um laicado maduro e consciente na Igreja. Ele previu isso quando sonhou uma
Igreja capaz de forjar uma nova ordem social, prometendo a Pio XII e, depois a Paulo VI que a
realizaria.
Que neste ano possamos aprofundar o que conhecemos da face cerdotal do Pe.Kentenich e, intensificar nossas orações e nosso trabalho em “duas frentes”:
A primeira, empenhar-nos ainda mais pela sua canonização, para que seja reconhecido como modelo presbiteral.
A segunda, para que possamos olhar nossos presbíteros com os mesmos olhos do
Pe.Kentenich, enxergando-os em sua essência e com eles colaborando para que sejam sempre fiéis à sua vocação, que é dom e mistério.
Pe.Kentenich, enxergando-os em sua essência e com eles colaborando para que sejam sempre fiéis à sua vocação, que é dom e mistério.
Certamente do céu, Pe.Kentenich nos olha e abençoa e nos anima a empenhar-nos nessas “duas frentes”. Ele nos ajuda a fazer com que o Ano Sacerdotal neste ano jubilar centenário da
sua Ordenação, seja uma forte corrente de vida e de apostolado, profundando o ser e a missão presbiteral na Igreja e no mundo!”13
Está programada uma celebração comemorativa do jubileu centenário do Padre José Kentenich
no Santuário Nacional de Aparecida para o dia 14 de julho com a SANTA MISSA às 9h .
Todos estão convidados a participar com sua presença ou acompanhando-nos pela TV.
Louvemos e agradeçamos a Deus por este sacerdócio santo e abençoado que tanto bem fez à
Igreja e ao mundo. Podemos alegrar- nos porque também fazemos parte desta história.
As Irmãs de Maria de Schoenstatt
13 Até aqui, extraído da palestra do Pe Marcelo Cervi, em Atibaia, durante o Congresso de outubro de 2009
TEXTO PUBLICADO PELO SECRETARIADO PE JOSÉ KENTENICH – RESP. IR. M ANADIR SANTINI
Oração para Canonização do Padre José Kentenich:
Deus Pai todo-poderoso,
És o amor e a misericórdia.
Somente Tu, como Pai onisciente, compreendes tudo o que se passa em mim. Ajuda-me, Pai de bondade, nesta minha grande aflição. Atende-me por intermédio do Pe. José Kentenich. Como fiel sacerdote ele amou tanto a Tua igreja peregrina e procurou conduzir todos os que dele se aproximavam a um amor pessoal a Ti. Foi sábio e humilde conselheiro para todos os que dele precisaram. Concede-me, Pai eterno, por intercessão do Pe. José Kentenich, especialmente a graça (...). Em sinal de gratidão, eu Te ofereço o precioso sangue de Cristo, nas intenções da Santa Igreja e por todos os que se encontram em grande aflição. Querida Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, roga ao Pai Eterno, que conceda ao Pe. José Kentenich a honra dos altares, como recompensa por todo o bem que fez à Igreja, para Teu louvor e a glória da Santíssima Trindade.
Amém.
Rezar 3 "Glória ao Pai"...
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